Prévia do material em texto
Controle Estatístico do Processo (CEP) APRESENTAR AO ALUNO UMA VISÃO DOS CONCEITOS DE CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO (CEP), PELA QUAL O AJUDARÁ A ENTENDER AS VARIABILIDADES DE UM PROCESSO E QUAIS AS FORMAS DE MONITORÁ-LO. AUTOR(A): PROF. GLAUCO ROBERTO PEREIRA SILVA Controle Estatistico de Processo (CEP) O CEP tem como principal objetivo manter um controle ativo do processo pelo qual, em tempo real, o próprio operador possa controlá-lo. Por consequência, isso traz um compromisso com a qualidade no processo por parte do operador, além de liberar as áreas suportes para atuar em melhorias no processo. Permite que determinadas características do processo sejam monitoradas e assegura que as mesmas se mantenham dentro das especificações estabelecidas em desenho. Esta ferramenta possibilita detectar possíveis problemas durante o processo, de forma preventiva, evitando os custos que a má qualidade causa. O CEP também aumenta a capacidade dos processos com uso de tabela objetiva e redução de custos com refugos e retrabalhos. Portanto, ele proporciona às empresas uma base sólida para produzir produtos e serviços com melhor qualidade. As Origens do CEP O controle de qualidade iniciou nos Estados Unidos, na década de 20, devido a avanços na tecnologia de medição e do próprio processo industrial, que passou a utilizar cartas de controle em seus processos. Estas cartas foram desenvolvidas pelo Dr. Walter A. Shewhart. O Dr. Shewhart aplicou algumas técnicas simples, entretanto, muito poderosas. Na detecção dos processos, por exemplo, era possível identificar se apresentavam causas comuns ou especiais por meio das cartas de O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1 of 11 15/05/2024, 14:20 Qualidade significa atender e, se possível, superar as expectativas do consumidor. DEMING (2000) controle. Com isso, ele criou uma nova ótica de observar os problemas, ou seja, passou atuar de forma preventiva ao invés de atuar na simples detecção e correção dos problemas conforme eles apareciam. Com base neste conceito imagine se tivéssemos que controlar 100% das peças produzidas? Seria inviável, você concorda? Portanto o CEP faz um controle por amostragem que, além de diminuir a quantidade de peças a serem controladas, reduzindo os custos de produção, permite uma análise preventiva de falhas no processo. O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2 of 11 15/05/2024, 14:20 VOCê SABIA ? No início formal do CEP, em 1924, o Dr. Walter A. Shewhart desenvolveu e aplicou os gráficos de controle na empresa Bell Telephone Laboratories. Em 1940 suas técnicas eram amplamente utilizadas e, nessa época, ele foi considerado o pai do CEP. Fique ligado! O Sistema de Controle do Processo Quando falamos de controle de qualidade, este conceito possui quatro elementos fundamentais, tais como: • O processo em si: trata-se de uma combinação entre métodos, equipamentos, procedimentos, insumos e pessoas, que no fim das contas, tem como objetivo, duas coisas: a fabricar de um produto ou fornecer um serviço. • Informações sobre o processo: trata-se daquilo que se refere à qualidade de características intermediárias e do produto, além dos parâmetros de processo, que podem ser ajustados e alterar assim a condição de qualidade de um produto ou serviço. • Ações sobre o processo: trata-se de tomada de decisão no processo no momento em que o problema acontece, permitindo detectar o defeito no instante em que o mesmo é gerado, evitando ações posteriores de correções que geralmente são mais caras. • Ações sobre o produto: Trata-se de ações que são realizadas que permitem, por exemplo, separar um produto conforme do não-conforme. Embora este tipo de intervenção proteja o cliente de receber produtos não-conformes, esta não é a forma mais eficiente de atuar. Variabilidade do Processo: Causas Comuns e Especiais A variabilidade está presente em todos os processos, independente dele ter sido projetado com os melhores equipamentos disponíveis no mercado, nunca você encontrará duas peças exatamente iguais. A grande questão é que, se esta variação for muito grande, pode acontecer o aparecimento de produtos não-conformes. O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3 of 11 15/05/2024, 14:20 O Dr. Shewhart preocupava-se, desde o início de sua pesquisa, em estudar a variabilidade dos processos. Com base nisso ele constatou que duas possibilidades seriam possíveis, no que diz respeito a variabilidade do processo, conforme comentadas a seguir. Causas Comuns Variabilidade natural do processo (Causas Comuns): Trata-se de pequenas perturbações, ou também conhecidas como causas aleatórias, que são inerentes ao processo, com as quais muito pouco ou quase nada pode ser feito. Exemplos: variação de temperatura ao longo do dia, desgaste natural da ferramenta etc. As causas comuns geralmente só podem ser resolvidas com ações abrangentes e via de regra mais caras, o que na prática não se justifica economicamente. Muitas vezes até são identificadas pelos operadores, entretanto ações para correção dependem da alta direção da empresa. Quando temos um processo que apresenta causas comuns, dizemos que este processo está sob controle ou que se trata de um processo estável, uma vez que ele apresenta a mesma variabilidade ao longo do tempo. Causas Especiais Variabilidade anormal do processo (Causas Especiais): Trata-se de perturbações no processo que não são pequenas e por sua vez não obedecem a um padrão aleatório. Portanto neste caso, muito pode ser feito para solução do problema. Exemplos: problemas com máquinas e equipamentos, lote de matéria-prima não-conforme, erros na realização do setup das máquinas etc. As causas especiais por sua vez, podem ser resolvidas por ações locais e por este motivo muitas vezes estão nas mãos do próprio operador a sua solução, entretanto é importante salientar que as vezes a intervenção da Gerência é necessária. Análise das Cartas de Controle O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4 of 11 15/05/2024, 14:20 Nosso primeiro passo quando utilizamos carta de controle, fazemos a coleta de dados referente a característica que se pretende estudar. Exemplo: dimensão de uma determinada peça, resistência de um produto, viscosidade da tinta etc. Para realizar a coleta de dados, isso deve ser feito com uma determinada frequência, pela qual vai depender das características de cada produto. Exemplo: Eu posso medir o diâmetro de três peças e anotar o valor médio encontrado, a cada uma hora. Ou eu posso medir somente uma peça e ir anotando os valores. O que é importante frisar é que, as frequências devem estar alinhadas com a variabilidade existente no processo estudado. Em seguida, calcula-se a média, o desvio-padrão e então podemos estabelecer os limites de controle, tanto superior (LSC) quanto inferior (LIC). Uma vez definidos os limites de controle, as coletas continuam sendo executadas e isso passa a ser uma tarefa diária. Uma vez que o processo, seja considerado como estável, espera-se que somente causas comuns estejam presentes. Veja o Gráfico 1 e observe um exemplo processo estável. Agora, já na figura abaixo, é demonstrado uma carta de controle na qual o processo se apresenta como instável, ou seja, alguns dados coletados ficaram fora dos limites de controle, indicando desta maneira que alguma causa especial ocorreu. Portanto, uma investigação deve ser conduzida paraque seja descoberta a causa raiz do problema e em seguida seja estabelecido um plano de ação para eliminar a causa raia apontada. Veja no Gráfico 2 um exemplo de processo instável: O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5 of 11 15/05/2024, 14:20 Análise da Capacidade do Processo Somente depois de resolver todas as causas especiais do processo e deixá-lo estável é que podemos dizer que o processo está em controle estatístico. Segundo Costa et al. (2014), considera-se um processo estável ou sob controle estatístico, aquele em que suas variabilidades se associam somente as causas comuns. Mas, precisamos ficar atentos! Porque dizer que um determinado processo não possua causas especiais, não quer dizer que necessariamente ele seja capaz de gerar peças dentro das especificações exigidas em desenho. Portanto, uma vez que tornamos o processo estável, é necessário sabermos a real capabilidade ou capacidade do processo. Com isso pessoal, tenha em mente as seguintes situações: Processo Capaz: É quando a variabilidade inerente ao processo é menor do que as amplitudes das especificações, ou seja, a variabilidade do processo cabe dentro do campo de tolerância, ou seja, dentro do limite inferior de engenharia (LIE) e do limite superior de engenharia (LSE). Observe no Gráfico 3, como é o comportamento de um processo capaz. O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6 of 11 15/05/2024, 14:20 Processo Incapaz: Ao contrário da situação anterior, neste caso é quando a variabilidade do processo é tão grande que ela acaba ficando maior que a amplitude das especificações, ou seja, a variabilidade do processo não cabe dentro do campo de tolerância, dentro do limite inferior de engenharia (LIE) e do limite superior de engenharia (LSE). Observe no Gráfico 4, como é o comportamento de um processo incapaz. O Controle Estatístico do Processo O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 7 of 11 15/05/2024, 14:20 Ao contrário do método que utiliza o controle 100%, o uso do CEP permite que ocorra uma priorização sobre as causas especiais, ou melhor dizendo nas origens dos problemas. O fato de não utilizar inspeção integral, permite também que os recursos sejam melhor utilizados. O CEP, atua em um processo de melhoria contínua que opera em uma escala de longo prazo, em que aos poucos as causas especiais vão sendo identificadas e resolvidas, melhorando de forma gradativa o processo como um todo. Por fim, o CEP acaba tendo uma forte atuação na redução de unidades defeituosas no processo, e gradativamente ele vai ajustando as características do processo para dentro das especificações e o mais importante disso é que sem a necessidade das atividades de inspeção. Vantagens do Controle Estatístico do Processo O emprego correto das cartas de controle, bem como as técnicas de aplicação do CEP, traz para a companhia inúmeros benefícios e dentre outros podemos elencar os mais importantes, como segue: • Traz a empresa para um ambiente mais competitivo, pela qual a melhoria contínua começa a enraizar nos colaboradores, melhorando os resultados de forma geral; • Melhora a qualidade, em função da redução da variabilidade do processo; • Com a melhora da qualidade, naturalmente a produtividade é afetada também; • Também com a melhora da qualidade, os custos são atingidos, uma vez que inevitavelmente custos com refugos e retrabalhos passam a diminuírem. ATIVIDADE Qual o principal objetivo da aplicação da ferramenta CEP? A. Descobrir as causas comuns no processo. B. Identificar qual operador é o causador dos problemas ocorridos. C. Descobrir quais são as causas especiais e elimina-las por meio de um plano de ação. D. Gerar um gráfico para a Gerência. E. Ter o que apresentar para um auditor, quando for questionado quanto a melhoria contínua. ATIVIDADE Qual foi o ano em que o CEP foi inventado? O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 8 of 11 15/05/2024, 14:20 A. 1940 B. 1964 C. 1950 D. 1930 E. 1924 ATIVIDADE Qual é a causa mais fácil de atuar? A. Causa Espacial, pois obrigatoriamente a Gerência vai ter que se envolver no problema. B. Causa Comum, pois obrigatoriamente a Gerência vai ter que se envolver no problema. C. Causa Especial, pois na maioria das vezes o próprio operador pode atuar na solução do problema. D. Qualquer uma das duas, comuns e especiais, são causas fácies de atuar. REFERÊNCIA COSTA, A. F. B; EPPRECHT, E. K.; CARPINETTI, L. C. R. Controle Estatístico da Qualidade. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2014. DEMING, W. E. Out of Crisis. Cambrigde: MIT Press, 2000. SHEWHART, W. Statistical method: from the viewpoint of quality control. Washington Dover, 1986. O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 9 of 11 15/05/2024, 14:20 O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 10 of 11 15/05/2024, 14:20 O AVA se comporta melhor no navegador Chrome. AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 11 of 11 15/05/2024, 14:20