Prévia do material em texto
Periodontia em Odontopediatria (Pediatria 2º unidade – Aula 1) o Objetivos Conhecer as patologias periodontais que acometem crianças e adolescentes; Realizar o correto diagnóstico e tratamento da doença periodontal; Prevenção da doença periodontal. o Prevalência no mundo Cárie X doença periodontal → Cárie – perdas dentárias até 35 anos de idade; → Doença Periodontal – líder do ranking de avulsões dentárias em adultos. o Pesquisa nos EUA 45% - 10 anos de idade; 67% - 20 anos de idade; 70 e 80% - adultos com 35 e 50 anos de idade. No Brasil: 90% - gengivite em crianças 7 a 12 anos de idade. o Doença Periodontal Doença que acomete o periodonto – conjunto de tecidos de sustentação e proteção do dente (gengiva e osso). O periodonto normal “Peri” = em redor de; “donto” = dente; Periodonto de proteção: gengiva Periodonto de sustentação: cemento radicular; ligamento periodontal, osso alveolar. o Periodonto de proteção Gengiva papilar; Gengiva livre ou marginal; Gengiva inserida. o Gengiva papilar → Depende fundamentalmente da presença ou ausência de diastemas; - Presente: rombas e arredondadas; - Ausente: forma anatômica do espaço interproximal. → Coroas mais volumosas – os contatos estão mais próximos da superfície oclusal. Pontos de contato → Superfície de contato Obs: não tem pontos de contato na dentição decídua. o Gengiva marginal Características fisiológicas: mais larga, mais espessa e arredondada durante a erupção dentária. Profundidade de sondagem de até 7mm e não é bolsa. o Gengiva inserida Faixa que vai do término da porção apical do epitélio juncional até a linha mucogengival; Faixa de 1 a 6mm na dentição decídua; Aspecto superficial – mais flácido e brilhante; Coloração – róseo-claro até o vermelho intenso, sendo os tons avermelhados mais frequentes. o Sulco gengival Profundidade média dos dentes decíduos é de 2,1mm +/- 0,2mm; Fase de erupção dentária – até 5 a 6mm sem causar dor ou sangramento; Só tem osso quando tem dente; Perde um pouco de sustentação dessa gengiva quando sonda; Considera até 7mm (como normalidade) sem que cause dor ou sangramento em fase de erupção dentária. Periodonto de sustentação Ligamento periodontal; Cemento radicular; Osso alveolar. o Osso alveolar Área do processo alveolar onde estão inseridas as fibras colágenas do ligamento periodontal; Menos espesso radiograficamente; Maior vascularização; Há desaparecimento do alvéolo durante a transição da dentição decídua para a permanente e reaparecimento quando irrompe o dente permanente; Uma criança que sofre um traumatismo dentário, o colágeno se expande a fim de evitar injúrias maiores. o Ligamento periodontal Componente tecidual composto por fibras colágenas existente entre o cemento radicular e o osso alveolar; A espessura na dentição decídua é mais ampla; Feixe de fibras menos densos; Maior suprimento sanguíneo; Está mais propenso a sofrer traumatismos dentários; Consegue se adequar a esses processos traumáticos. o Cemento radicular Tecido que recobre as raízes dentárias; Não contém vasos sanguíneos e inervação; Menos denso e menos espesso; Reabsorção cementaria geralmente indolor; O dente incluso está programado para esfoliar, imagina se tivesse inervação, ele sentiria dor; Relato de incômodo, pressão desse germe permanente. o Diagnóstico da doença periodontal Não pode deixar chegar a esse ponto! Placa tão grande que recobre o dente. o Gengiva normal na criança Cor e consistência da gengiva inserida; Posição da gengiva marginal; Sulco gengival normal; Rosa ao vermelho, consistência brilhante e geralmente flácida; Posição da gengiva marginal de acordo com a presença ou ausência de diastema. o Fatores etiológicos da DP Fatores locais • Determinantes • Predisponentes • Modificadores • Iatrogênicos • Outros fatores Fatores sistêmicos • Doenças • Estados sistêmicos • Gravidez o Fatores locais → Determinantes Microorganismos; Placa bacteriana; → Predisponentes Cálculo dentário; Anatomia dentária e forma do arco dentário (predispõe muito a doença periodontal); Anatomia do periodonto de proteção; Respiração bucal; Dentes decíduos em esfoliação → Modificadores Trauma de oclusão que pode acontecer muitas das vezes com o bolo alimentar já causando uma inflamação; Hábitos parafuncionais. → Iatrogênicos Adaptação e acabamento cervical de restaurações e coroas de aço; Nível do término cervical de preparos; Contorno e superfícies das restaurações; Excesso oclusal das restaurações; Aparelhos Ortodônticos. → Outros fatores irritativos Impaçtação alimentar Higiene bucal traumática Irritações termoquímicas Sobremordida o Fatores sistêmicos → Doenças Diabetes Discrasias Sanguíneas (distúrbios de coagulação). → Estados Sistêmicos Puberdade Menstruação → Gravidez Medicamentos Nutrição e deficiência vitamínica Distúrbios Psicológicos e emocionais DOENÇAS PERIODONTAIS NA INFÂNCIA → Gengivites Gengivite Crônica Gengivite Eruptiva Gengivoestomatite herpética aguda Gengivite ulcerativa necrosante aguda (GUNA); Gengivite da Puberdade Hiperplasia gengival dilantínica Gengivite associada à respiração bucal → Periodontites Periodontite Juvenil GENGIVITE CRÔNICA A mais comum, com grande prevalências em crianças e adolescentes; • Sinais: Cor da gengiva Contorno da gengiva marginal Papila gengival Superfície da gengiva inserida Profundidade do sulco gengival Exsudato, sangramento, dor. ✓ 90% tem gengivite (criança com biofilme); ✓ Gengiva edemaciada, sangrando, vermelha; ✓ Avermelhada, perde o contorno, papila modifica (inverte); CERTAMENTE VAI ENCONTRAR BIOFILME..! GENGIVITE ERUPTIVA “Estado transitório” → “estado crônico” na presença de placa bacteriana. • SINAIS: Inflamação localizada da gengiva; Cistos ou Hematomas de erupção/isquemia TRATAMENTO: SE FOR BEBÊ (ESPERA REGRESSÃO ESPONTÂNEA/ COM MASSAGEM DIGITAL) OU CIRURGIA (ULECTOMIA E ULOTOMIA). Dor espontânea Formação de margem gengival espessa e bordas protuberantes Outros: Elevação de temperatura corporal, recusa à alimentação e insônia; Profundidade do sulco gengival. • Ela pode se tornar um estado crônico na presença de placa bacteriana; Tá em processo de erupção, porém se tiver placa deixa de ser eruptiva e passa a ser crônica.. GENGIVITE HERPÉTICA AGUDA Causada pelo vírus herpes; É CONTAGIOSA! Infecção primária gengival por volta dos 2 a 6 anos; Duração de aproximadamente 7 a 10 dias; Apresenta regressão espontânea; Presença de algumas vesículas na papila gengival; Presença de úlceras dolorosas coberta por uma membrana de cor acinzentada. • SINAIS: Tecido gengival bastante avermelhado; Elevação da temperatura corporal; Aumento da salivação; Mal-estar, anorexia, irritabilidade Dor durante a ingestão de alimentos ou líquidos ácidos; QUADRO DE DOR, CONTAGIOSO (FLÚIDOS ORAIS). ATRAVÉS DA ORIENTAÇÃO PODE AMENIZAR OS SINAIS E SINTOMA.S. GENGIVITE ULCERATIVA NECROSANTE AGUDA (GUNA) Raramente ocorre em crianças na idade pré-escolar. Torna-se significante a partir da adolescência. • SINAIS Tecido gengival bastante avermelhado Inversão da topografia da papila Presença de pseudomembrana sobreposta à gengiva Áreas de necrose Sangramento e dor espontâneos Halitose Aumento da temperatura corporal e enfartamento ganglionar ETIOLOGIA DESCONHECIDA (ENVOLVIMENTO BACTERIANO); DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL A GUNA é rara em crianças ✓ Sua duração é indefinida ✓ É necrosante✓ Não é contagiosa DOENÇAS SISTÊMICAS COM ACOMETIMENTO BUCAL: VARÍCELA E CATAPORA. GENGIVITE DA PUBERDADE Características dos jovens na fase de adolescência; Gengivite crônica em resposta exagerada do tecido gengival à placa bacteriana – resposta hormonal pela própria idade; Volume exagerado do volume gengival; Pode apresentar fibrose gengival; Cor vermelho mais róseo que o normal; Normalmente tem duas situações, a boca que tem a presença de biofilme e resposta gengival bem acentuada ou ver/encontrar ao contrário, por ser uma resposta hormonal. HIPERPLASIA GENGIVAL DINÂMICA Prevalência maior em crianças e adolescentes; Utilização de medicamentos anticonvulsivantes à base de difenil- hidantoinato de sódio; Sobreposição à gengivite crônica preexistente; Pode ser confundida com gengivite da puberdade. Realizar diagnóstico diferencial centrado na anamnese. • Sinais Hiperplasia gengival que se inicia na papila gengival → oclusal ou incisal dos dentes. GENGIVITE ASSOCIADA À RESPIRAÇÃO BUCAL Amígdalas e adenóides aumentadas; Maloclusão; Lábio superior pequeno; Hábito. • Sinais Localizada na região ântero-superior; Gengiva ressecada e fibrótica; Pode desencadear retenção prolongada; Observar se é respirador bucal. PERIODONTITE JUVENIL Prevalência na adolescência; Severas perdas ósseas, sobretudo nos molares e incisivos; A doença desenvolve-se em 3 estágios: Estágio I – a gengiva apresenta-se normal quanto à forma. Observa-se discretos diastemas com migração patológica dentária, em especial molares incisivos; Estágio II – inflamação gengival e os diastemas e migrações patológicas se acentuam; Estágio III – agrava-se a destruição óssea, mobilidade dentária grande, bolsas periodontais profundas com exsudato purulento, diastemas exagerados e dor devido à sensibilidade dentinária. TRATAMENTO DA DOENÇA PERIODONTAL → Terapêutica periodontal A – Procedimentos básicos; • Higienização bucal e motivação do paciente; • Raspagem, alisamento e polimento coronário e radicular; • Integração clínica (dentística, endodontia e cirurgia). B – Reavaliação dos procedimentos básicos; • Se a inflamação (bolsa) foi eliminada – tratamento concluído – normalidade gengival; • Se a inflamação persistir – técnicas cirúrgicas complementares. C – Terapêutica complementar. • Técnicas cirúrgicas.