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TOPOGRAFIA Curso Técnico em Transações Imobiliárias 2 APRESENTAÇÃO TOPOGRAFIA Este material didático do Curso Técnico em Transações Imobiliárias, modalidade EaD foi elaborado especialmente por professores do Centro Paula Souza para as Escolas Técnicas Estaduais – ETECs. O material foi elaborado para servir de apoio aos estudos dos discentes para que estes atinjam as competências e as habilidades profissionais necessárias para a sua plena formação como Técnicos em Transações Imobiliárias. Esperamos que este livro possa contribuir para uma melhor formação e apefeiçoamento dos futuros Técnicos. GEEaD - Grupo de Estudo de Educação a Distância Centro de Educação Tecnológica Paula Souza São Paulo – SP, 2020 Expediente GEEaD – CETEC GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO EIXO TECNOLÓGICO DE GESTÃO E NEGÓCIO CURSO TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS Autora: Luciana Palermo dos Reis Revisão Gramatical: Juçara Maria Montenegro Simonsen Santos Editoração e Diagramação: Flávio Biazim AGENDA 3 TOPOGRAFIA 5 O topógrafo é o profissional que realiza o levantamento topográfico, que consiste em análise da superfície do terreno e do relevo natural. Ele coleta, processa e analisa dados como latitude, longitude e altitude, em seguida, todas essas informações são registradas por ele em mapas, plantas e desenhos técnicos. O topógrafo se utiliza de instrumentos de precisão para efetuar estes levantamentos e análise da superfície nos locais solicitados. Vamos conhecer alguns deles. Quando o levantamento topo- gráfico é realizado, o autor do projeto da construção que se pretende implantar no local es- tudado tem parâmetros precisos sobre o terreno, não só das suas dimensões totais, mas também de seus aclives e declives, deter- minados pelas curvas de nível e etc. Esses parâmetros facilitam prever as alterações necessárias de movimentações de terra (cor- tes ou aterros) para o início das obras. Mas, afinal, o que são Curvas de nível? Curvas de nível é o méto- do mais comum de representar o relevo de uma área em particular. Observe a figura ao lado. Podemos visualizar um mor- ro com seus vários níveis (altura) identificados: 10 me- tros, 20 metros, 30 metros e assim sucessivamente. Abaixo, vemos esse mesmo morro representando em planta, note que o formato das curvas de nível está expresso exatamente como são, no mesmo formato e extensão que foram levantadas in loco, mas suas al- turas estão expressas em números, afinal trata-se de uma representação gráfica em planta. Somente com essa representação em planta conse- guimos identificar a extensão, formato e a altura de cada nível deste morro. TOPOGRAFIA Tripé Teodolito Estação Total Balizas Nível apoiado Trenas Fo nt e: A ul a de e st ud os To po gr áfi - co s. G AN DR A, P ro fª C ar la V ila r Fo nt e: fr ee pi k. co m 6 Perceba que as curvas de nível é como se cortássemos esse morro em várias camadas seguindo o mesmo intervalo de altura que, neste caso, são 10 metros. Observe que nenhuma curva de nível cruza sobre a outra, na verdade elas nunca devem se cruzar. Vejamos outro exemplo com sua representação: Outro detalhe que podemos observar neste desenho, é que onde as curvas são mais espaçadas, o terreno é plano, e onde elas são mais próximas, o terreno tem o desnível mais acentuado. Vamos avançar um pouco mais nos conceitos topográficos. Vimos que por meio de um estudo topográfico, podemos determinar com exatidão as extensões e as alturas de um determinado terreno. Mas, como pode- mos localizar esse terreno de forma também exata no munícipio a que ele pertence? Por meio do Georrefe- renciamento com coordenadas geográficas. Elas são referências precisas e únicas. Com o Sistema de Coordenadas, podemos transportar, com exatidão, o Posicionamento para o Sistema de Posicionamento Global (GPS): o sistema de coordenadas possibilita o transporte dessas coordenadas para o campo (área de levantamento) obtendo-se, assim, o posicionamento exato da área levantada para a implantação de um empreendimento, por exemplo. Todo o levantamento topográfico é registrado no Memorial Descritivo do lote/gleba. O memorial descriti- vo topográfico é a descrição dos dados levantados, como, coordenadas, distâncias, ângulos e confrontações. As fotos aéreas, que temos disponível hoje nos aplicativos de navegação, são georreferenciadas por meio do levantamento digitalizado e auxiliam na elaboração de levantamentos, identificação do local e como his- tórico de registro das alterações antrópicas. Vejamos o exemplo da localização da ETEC de Praia Grande/SP. Note que, neste caso, as coordenadas são GEORREFERENCIAMENTO GEO - Prefixo que indica ou pertence à Terra REFERENCIAMENTO - Referir/Localizar/Atribuir/Orientar/Referenciar “Referir-se a uma posição geográfica” Localizar espacialmente no Globo terrestre uma entidade geográfica por meio de um sistema de posicionamento conhecido. TOPOGRAFIA Vemos o morro onde cada linha pontilhada mostra a altura da curva de nível. Na curva de 20 metros está localizada uma construção, que, neste caso, aparece porque o corte de re- presentação foi feito no sentido Norte e Sul. Abaixo, observe a representação da Planta Planialtimétrica 7 TOPOGRAFIA informadas em números decimais (-24.032219, -46.506790) mas podem, também, ser grafadas em graus, minutos e segundos (24°01’56.2”S 46°30’24.2”W). Essas coordenadas são obtidas da Projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), cada região do globo é dividida em coordenada geográficas, por isso, com essas informações, podemos localizar com exatidão o nosso exemplo acima - a escola. Nem sempre o terreno está adequado para receber a construção que se deseja realizar ali, por isso ele precisa ser preparado – nivelado, aterrado, cortado, etc. Esse “preparo” recebe o nome de MOVIMENTAÇÃO DE TERRA. Vamos dar um exemplo: para construção de uma estrada, a superfície natural deve ser substituída por uma superfície projetada, considerando a segurança, o conforto e o desempenho dos veículos e a acessibi- lidade. A infraestrutura de uma estrada é constituída, via de regra, de cortes e aterros. Em situações especí- ficas, os cortes são substituídos por túneis e os aterros por viadutos. CORTE - escavação do terreno natural ao longo do eixo e no interior dos limites das seções de projeto. ATERRO - parte acima do terreno natural que requer depósito e compactação controlada de materiais. O corte e o aterro também podem ocorrer ao mesmo tempo na mesma superfície para possibilitar a exe- cução da construção projetada. Veja o exemplo abaixo. A plataforma foi formada após a retirada (corte) da parte da encosta de um morro e aterrada a outra parte, possibilitando, assim, que a construção da estrada que exemplificamos anteriormente. Vamos avançar no assunto? 8 TOPOGRAFIA Consequentemente, vimos então que o conhe- cimento de topografia se torna imprescindível nas construções, seja para abertura de estradas, construções de prédios ou residências em terre- nos que não sejam planos, demarcação e medi- ção de áreas, enfim, o trabalho do topógrafo au- xilia em muito na execução de construções civis. Glossário: Antrópicas - Ação antrópica diz respeito a uma ação realizada pelo homem. Essa expressão fi- cou conhecida em virtude dos impactos causados no meio ambiente pelas alterações humanas.