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teoria da literatura ii-28


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TÓPICO 01: O ESTRUTURALISMO
INTRODUÇÃO
Vimos como a transição do século XIX para o XX trouxe uma série de 
mudanças no estudos das Ciências Humanas e das Artes. Esse ritmo de 
mudanças e de complexidade do contexto da crítica literária e suas 
possibilidades irá aumentar cada vez mais.
Paralelamente ao desenvolvimento de correntes da crítica que 
defendiam a análise literária imanente, estavam em voga modos de 
abordagem que privilegiam aspectos externos, tais como a análise marxista, 
sociológica e a psicanalítica. Esta aula tratará destas correntes, buscando 
discuti-las em um aspecto mais amplo de acordo com a complexidade deste 
contexto que, por um lado, favorece o desenvolvimento do Estruturalismo e, 
por outro, põe em pauta questões sociais, ideológicas e psicológicas vividas 
pelo homem do século XX.
A revolução do rock, nos anos 50, aliada aos movimentos do cinema, 
especialmente influenciada pelos Cahiers du cinema e da Nouvelle vogue, 
transformam o contexto cultural europeu. Surge o Estruturalismo, tendo 
como pensadores de destaque o antropólogo Lévi-Strauss e pesquisadores da 
língua e da literatura como Barthes, Benvaniste e Greimas. Paralelamente, 
ocorrem movimentos anti-imperialistas, principalmente no chamado 
"terceiro mundo", lutas políticas na América Latina, na África, em alguns 
países da Ásia e no Oriente. No final dos anos 60, a insatisfação com a guerra 
do Vietnã estimulou as primeiras rebeliões estudantis, seguidas pela revolta 
de trabalhadores e movimentos sindicais.
Já nos anos 70, diversos intelectuais, cientes dos problemas e 
insuficiência das ideologias, rompem com o capitalismo e com o comunismo 
stalinista. Outras tradições marxistas e esquerdistas, antes reprimidas, 
desenvolveram-se na Europa, principalmente na Inglaterra, tais como 
correntes do marxismo revolucionário ligado às políticas de massas sob 
diferentes visões: maoísta, luxemburguista e trotskista. Ao mesmo tempo, 
heranças do marxismo ocidental, advindos de Gramsci, Lukács e Korsch 
ganham importância sob a influência do marxismo de Sartre, Adorno, 
Marcuse, Della Volpe, Althusser e outros.
ESTRUTURALISMO
O círculo linguístico de Praga propagou, no panorama da teoria literária, 
um modo de análise científica cujas bases se apoiavam em teses suas e em 
ideias herdadas do Formalismo Russo. Foi denominado Estruturalismo, 
porque se fundamenta na concepção do texto literário como uma estrutura 
que une diferentes partes interligadas em um conjunto dinâmico. Dessa 
forma, a crítica estruturalista objetiva verificar, de modo imanente e com 
rigor analítico, as relações existentes entre os elementos de um texto 
literário. Não se interessa pelos fatores extrínsecos (históricos, filosóficos, 
TEORIA DA LITERATURA II
AULA 03: ESTRUTURALISMO, CRÍTICA MARXISTA E PSICANALÍTICA
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