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Barthes: da Estruturalismo ao Pós-estruturalismo

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TÓPICO 02: BARTHES E A PLURALIDADE DO TEXTO
Roland Barthes - escritor, 
sociólogo, crítico literário, 
semiólogo e filósofo francês. 
[1]
A trajetória de Roland Barthes serve como exemplo para pensarmos a 
transformação da crítica Estruturalista à Pós-estruturalista. O ensaio 
Introdução à análise estrutural da narrativa, de 1966, serviu como um 
modelo de aplicação do método estruturalista, ao decompor a estrutura da 
narrativa em unidades distintas: as funções e índices, indicadores da 
atmosfera e do desenvolvimento da narrativa. É também nesse ensaio que 
Barthes defende que o narrador é o enunciador do texto e por meio dele o 
discurso é organizado, desempenhando, assim, uma função importante na 
narrativa: a de voz mediadora da história contada. O narrador também 
constitui a representação plena de sua presença observável no nível do 
enunciado narrativo, para além da sua função principal de mediador.
Porém, como nos lembra Eagleton (2001, p.190-191): 
a passagem do estruturalismo para o pós-estruturalismo em parte é, 
como o próprio Barthes disse, uma passagem da 'obra' para o texto. Ela 
deixa de ver o poema ou o romance como uma entidade fechada, equipada 
de significações definidas que são tarefa do crítico descobrir, para um jogo 
irredutívelmente pluralístico, interminável, de significantes que jamais 
podem ser finalmente apreendidos em torno de um único centro, em sua 
essência ou significações únicas.
Assim, a partir dessa percepção, no ensaio "A morte do autor", de 1968, 
o crítico francês nega o conceito de o autor ser a origem do texto, a fonte de 
significado deste e, portanto, a autoridade máxima de sua interpretação. 
Para Barthes (2004), o autor seria uma espécie de ponto de intersecção onde 
se entrecruzam a linguagem composta por referências, repetições e citações. 
Dessa forma, o texto está aberto ao processo de significação, no qual o leitor 
tem um papel decisivo já que a intenção do autor sobre o significado do texto 
não é mais relevante. Outra mudança importante diz respeito a rejeição da 
concepção estruturalista de considerar que todas as fábulas existentes 
apresentam uma estrutura única. Barthes afirma que cada texto é diferente, 
único, mas, por outro lado, compreende um imenso repositório do que foi 
escrito em épocas anteriores. 
Outro conceito fundamental trata da diferenciação entre o "texto 
acabado", exemplificado pelo romance realista, que apresenta significado 
restrito, único desencorajando o leitor a estabelecer relações entre texto e o 
legado das obras escritas antes. O leitor é tão somente um consumidor do 
significado pronto. Já o outro tipo de texto, o "aberto", exemplificado pelo 
romance moderno, oferece ao leitor o máximo de liberdade para gerar 
significados, essa abertura põe o leitor em relação com uma pluralidade de 
outros textos. 
Segundo Eagleton, a obra de Barthes, reveladora desse rompimento é 
S/Z, de 1970, na qual: 
TEORIA DA LITERATURA II
AULA 04: PÓS ESTRURALISMO E ESTÉTICA DA RECEPÇÃO
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	Combinarenumerar.pdf
	TeoriadaLiteraturaII_aula_04.pdf
	02.pdf

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