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1ª LINHA Jauss (1978; 1994) aparece como um dos autores mais exponenciais e mais significativos entre os que colocam o leitor e a leitura como elementos privilegiados nos estudos literários. As ideias de Jauss são particularmente conhecidas sob a rubrica de Estética da Recepção. Além de pensar o caráter artístico de um texto em razão do efeito que este gera em seus leitores, Jauss também propõe um nova abordagem da história literária pautada também no aspecto recepcional. Sua proposta de história literária articula tanto a recepção atual de um texto (aspecto sincrônico) quanto a sua recepção ao longo da história (aspecto diacrônico), e ainda a relação da literatura com o processo de construção da experiência de vida do leitor. Jauss reivindica que se tome como princípio historiográfico da literatura o modo como as obras foram lidas e avaliadas por seus diferentes públicos na história. 2ª LINHA Outra vertente da teoria recepcional, o Reader-Response Criticism, desenvolveu-se nos domínios norte-americanos. Seus representantes mais difundidos em nosso meio são Stanley Fish (1980), Jonathan Culler, e seu representante alemão, Wolfgan Iser (1999). O que esses teóricos têm em comum parece ser o fato de pensarem mais especificamente nos efeitos que os textos desencadeiam em seu leitor. Contrapondo-se radicalmente à ideia de que o texto é uma estrutura de onde emana um sentido, esses autores consideram que o texto só ganha existência no momento da leitura e os 'resultados' ou 'efeitos' dessa leitura são fundamentais para que se pense seu sentido. Apesar de o enfoque na recepção ser comum a vários estudos, os pontos de vista sobre o que se deve estudar da recepção apresenta variedades. Dentre os muitos autores que utilizaram o enfoque recepcional para refletir sobre literatura, citamos: Jean-Paul Sartre - Qu´est-ce que la littérature?, de 1948; Robert Escarpit - Sociologia da literatura, de 1958; Hans Robert Jauss - A história da literatura como provocação à teoria literária, de 1967; Roland Barthes - O prazer do texto, de 1973; Wolfgang Iser - O ato da leitura: uma teoria do efeito estético, de 1976; Stanley Fish - Is there a text in this class?, de 1980; e Roger Chartier - Práticas de leitura, de 1985. A expressão: "estética da recepção" foi cunhada por Hans Robert Jauss, considerado o mais influente teórico dos estudos voltados para o aspecto recepcional da obra literária, já que a partir de suas ideias, várias outras vertentes deste enfoque tiveram início. Devido a esta diversidade, Miriam Zappone (2009) prefere falar em "Teorias da Recepção", que podem ser dividias em três linhas de abordagem: 43