Buscar

teoria da literatura ii-51


Prévia do material em texto

século hoje um três dormitórios suíte setenta metros 
quadrados?
(...) são imigrantes são baianos mineiros 
nordestinos gente desenraizada sem amor à cidade 
para eles tanto (você e seus quatrocentos anos! Vão 
se) fez é uma cidade magnífica os minaretes (podre, a 
cidade) (RUFFATO, 2001, p. 36-7 – grifos do original)
(RUFFATO, 2001, p. 36-7 – grifos do original)
A diversidade de abordagens estéticas, de temáticas e modos de 
apresentação do texto em forma/conteúdo, assim como a diversidade de 
experimentações com a linguagem impossibilitam que se defina a "estética 
pós-moderna" de modo simplificado. Podemos listar os temas mais comuns, 
tais como, conspiração, poder da mídia, da imagem e da tecnologia, o 
consumismo, a revisão crítica da História, a paranoia, o terrorismo e a 
guerra, a religião ou descrença, a cultura popular, a cultura de massa, o 
multiculturalismo. Como também podemos chamar a atenção para a mescla 
com a linguagem visual, a intertextualidade e a mistura de estilos, em que 
velho e novo se complementam. Todavia, mesmo assim, o conceito de pós-
moderno ainda escaparia. Isto porque a questão está mais ligada ao modo de 
perceber o mundo e a si mesmo do que às escolhas estéticas propriamente 
ditas. 
O filósofo Jean-François Lyotard, em A condição pós-moderna, explica 
o pós-moderno como a "incredulidade em relação às metanarrativas" e 
salienta o fato de que a função narrativa (a criação literária) estar perdendo 
"seu grande herói, seus grandes perigos, suas grandes viagens, seu grande 
objetivo" e ainda acrescenta que "não estabelecemos combinações de 
linguagens estáveis" (LYOTARD, 2000, p. 24). Em suma, segundo Lyotard, 
as narrativas totalizadoras, isto é, as visões totalitárias do mundo, não têm 
mais a mesma credibilidade.
Ora, se não há mais narrativas fechadas, de sentido completo que 
expliquem o mundo, o mesmo irá ocorrer nas artes. Assim, o narrador pós-
moderno não tem somente uma maneira de organizar narração, vozes 
narrativas, visões ou enunciados. O efêmero, o fragmentário, o caótico ou a 
confusão da vida atual requerem que o leitor tenha uma maior participação 
na constituição do sentido do texto fragmentário e complexo que traz em seu 
bojo diversas possibilidades de leitura e análise.
MULTIMÍDIA
Agora você irá assistir a dois vídeos:
O primeiro é um trabalho, produzido em 2007, por alunas do curso de 
Jornalismo da Universidade de Taubaté sobre o tema Pós-modernidade. 
(Pós-modernidade por mariannadamore). [1]
48

Mais conteúdos dessa disciplina