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politicas gestão educacional-34


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Educação na República: Ditadura (1/2) [97]
Educação na República: Ditadura (2/2) [98]
Os anos 80 assistiram à consolidação da redemocratização, que foi coroada com a Constituição de 
1988, que obriga o Poder Público à aplicação de um percentual mínimo para a Educação.
A EDUCAÇÃO NOS ANOS 80, POR MINTO 
A derrocada da Ditadura Militar representou uma importante mudança no 
cenário político brasileiro na década de 1980. A chamada "transição 
democrática" levou a termo o processo de abertura "lenta, gradual e segura" 
iniciada pelo Governo Geisel (1974-9) e combatida pela chamada linha dura 
do Exército brasileiro. A democratização consistia, de um lado, na destituição 
dos militares do poder após 21 anos; de outro lado, marcava a ascensão de 
importantes movimentos sociais organizados, que fizeram dos 80, não a 
"década perdida", mas um período de intensa mobilização social e de 
conquistas importantes na história da educação brasileira. Esta ascensão 
inaugurou, também, uma intensa participação social nos processos 
decisórios do Poder Legislativo brasileiro, nunca antes testemunhado na 
história, cuja culminância ocorreu no processo de elaboração da Constituição 
Federal de 1988.
A abertura política do país, entretanto, não ocorreu como movimento 
histórico autônomo, ainda que marcado por diversas contradições. Situava-se 
dentro de um contexto de mudanças nas relações políticas internacionais, 
relacionadas ao processo de reestruturação capitalista que tem início nos 
primeiros anos de 1970. A revolução tecnológica de base microeletrônica, 
geradora da tecnologia da informática, criou novas bases materiais para a 
expansão do capital. O processo da globalização tornava possível a ocupação 
de amplos espaços do globo terrestre, bem como de setores da produção e 
da reprodução das relações sociais (como as políticas sociais, por exemplo) 
até então não determinados inteiramente pela lógica do capital. As forças do 
capital encontravam-se progressivamente livres de suas barreiras nacionais 
(territoriais) e de seus limites técnicos, o que abria possibilidades inéditas de 
expansão/acumulação.
Tratava-se de um novo ciclo de expansão do capital, para o qual o 
neoliberalismo – que havia surgido, nos anos 1940, como reação ao Estado 
do bem-estar social e a toda e qualquer forma de controle social sobre o 
capital – apresentava-se como ideologia ideal. Isso ocorreu na forma de uma 
nova onda de "liberalização" da economia e das sociedades capitalistas 
concretizada pelas políticas de desconstrução do Estado providência, dito 
"interventor", em prol de um Estado máximo para o capital: sem 
regulamentação sobre a circulação de capitais (sobretudo o financeiro), sem 
políticas sociais, sem sistemas públicos de educação, saúde e previdência 
social, com o mínimo de direitos trabalhistas etc.
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