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FUNDAMENTOS DO DESIGN 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Shirlei Miranda Camargo 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula você vai aprender sobre conceitos importantes que um 
designer, independentemente da área de atuação, precisa conhecer. Por 
exemplo, você sabia que a simples escolha equivocada de uma fonte ou cor para 
um produto ou peça gráfica pode levá-los ao fracasso? E já ouviu falar em 
ergonomia e usabilidade? Elas justificam a necessidade de um designer 
conhecer o ser humano e projetar produtos e ambientes, virtuais ou reais, 
adequados que tragam conforto e segurança para sociedade. E falando em 
sociedade, está mais do que na hora de nos preocuparmos com os quase 24% 
da população brasileira que apresentam algum tipo de deficiência e, portanto, 
clamam pela acessibilidade. Está nas nossas mãos mudar esse triste cenário. 
CONTEXTUALIZANDO 
Rio de Janeiro – Há mais de 80 anos no mercado brasileiro, Leite de 
Rosas é passado de geração em geração [...]. A revolucionária e 
chamativa embalagem rosa ganhou as gôndolas na década de 1960, 
quando o braço direito do fundador, Henrique Ribas, assumiu a 
empresa e optou pelo uso de plástico. Assim, mais barato, o produto 
se tornou acessível a todas as regiões do Brasil [...]. Apesar de focada 
apenas no Brasil, Leite de Rosas ganhou mais do que consumidores. 
Ganhou admiradores e seguidores. De maneira discreta e eficiente a 
marca ocupa quase todos os estabelecimentos comerciais de produtos 
de beleza e é presença garantida no banheiro da vovó. Já de sua cor 
não se pode dizer o mesmo. Nada discreta e, ao contrário, muito 
impactante, o objetivo de Henrique Ribas era destacar a embalagem 
de Leite de Rosas nas prateleiras ocupadas, em grande maioria, pelos 
comuns e sem graça frascos brancos (Terra, 2010) 
Mesmo assim, recentemente a companhia abandonou a sua principal 
característica física em nome da inovação. E se arrependeu. A 
demanda por embalagens modernas e o consequente 
acompanhamento mercadológico da marca não demorou a iniciar a 
produção das embalagens roll-on. Porém, a companhia cometeu um 
grave erro que imediatamente mostrou-se percebido por seus 
consumidores: o fracasso do produto em embalagem branca. “Quando 
lançamos o roll-on na cor branca, tivemos vendas entre 15 e 30 mil 
unidades no mês. Ao mudarmos a cor para o característico rosa, 
atingimos 100 mil produtos vendidos”, diz Juliana (Terra, 2010) 
Perceba a importância da cor, pois uma única mudança na embalagem 
fez com que as vendas da empresa aumentassem de 30 mil unidades/mês para 
100 mil unidades/mês! E, assim como a cor, outros aspectos precisam ser 
considerados no desenvolvimento de um produto, como a ergonomia, a 
usabilidade, a acessibilidade e até a tipografia, a qual será o primeiro tema desta 
aula. 
 
 
3 
 
TEMA 1 – TIPOGRAFIA 
Segundo Mazzarotto (2018), tipografia se relaciona tanto ao ato de 
desenhar uma fonte como a fonte em si, e também aos estudos sobre como 
utilizar essa fonte de forma correta. O autor ainda complementa afirmando que 
a tipografia é “a evolução do processo milenar da escrita, proveniente da 
invenção da prensa de tipos móveis – que possibilitou a produção em larga 
escala” (Mazzarotto, 2018, p. 11). 
Saiba mais 
Você deve saber que a prensa móvel foi uma invenção do alemão 
Gutemberg, no século XV, que mudou o mundo. Saiba mais assistindo ao vídeo 
a seguir. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v= 
qz_pQpG056I>. 
No entanto, a história da tipografia é bem mais antiga. Iniciou quando o 
homem inventou sinais para traduzir os sons que emitia e mudou o destino da 
humanidade. Atualmente, as letras estão em todo lugar e seu uso deve ser bem 
planejado porque pode afetar o resultado final de um material. Veja o exemplo 
da Figura 1 (a) e (b). 
Figura 1 – Exemplo de uso de fontes 
(a) 
 
 
4 
 (b) 
Crédito: Stocker Top/Shutterstock; adaptado de Stocker Top/Shutterstock. 
Qual dos exemplos anteriores você acha que o uso da fonte está mais 
adequado? No segundo exemplo (b), a fonte parece antiquada, difícil de ler, e 
não combina com o restante da composição. Ou seja, com esse simples exemplo 
é possível notar que a tipografia realmente faz toda a diferença no trabalho final. 
No entanto, antes de aprender sobre tipografia, é preciso conhecer as 
estruturas de uma letra, que é formada por ápice, trave, haste, base e serifa 
(Figura 2). 
Figura 2 – Estrutura de uma letra 
 
Além disso, uma mesma fonte deve apresentar diversas variações em 
relação a inclinações, largura, tonalidade e uso ortográfico (Collaro, 2007). 
a. Inclinações: as fontes sem inclinações são chamadas de redondas, e as 
inclinadas, de itálicas ou grifos. 
Software & app 
development 
 
 
5 
b. Larguras: as fontes são classificadas em normais (médias), largas 
(expandidas) ou estreitas (condensadas). Quanto mais estreita ou mais 
larga, menor a legibilidade. 
c. Tonalidade: está ligada à forca da letra e à relação entre a espessura da 
haste e o espaço interno em branco. A tonalidade normal é chamada de 
normal (regular) e existe a bold (negrito) com variações extra bold, 
semibold para os mais espessos e light ou extra light para os mais finos. 
d. Uso ortográfico: são a caixa-alta (maiúscula) e caixa-baixa (minúsculas), 
e as versaletes (letras maiúsculas, mas com altura das minúsculas). 
Saiba mais 
Você sabe por que se usam esses termos caixa-alta ou caixa-baixa? 
Acesse o link a seguir e descubra. Disponível em: 
<http://www.formacerta.com.br/blog/qual-e-a-origem-do-termo-caixa-alta-e-
caixa-baixa/> 
Agora que você aprendeu sobre a estrutura das letras e suas variações, 
que tal aprender sobre sua origem? Na verdade, a arte influencia fortemente a 
tipografia de seu tempo, ou seja, a arte influencia o desenho das letras também 
de determinada época. 
De acordo com Collaro (2007), para entender a evolução das artes e sua 
influência nas letras, pode-se utilizar a arquitetura como parâmetro. Veja, de 
forma resumida, os principais estilos arquitetônicos. 
• Estilo clássico: predominante na Antiguidade Greco-romana; 
• Estilo bizantino: inspirado na antiga Constantinopla (Bizâncio); 
• Estilo românico: dominou a Europa nos séculos XI e XII; 
• Estilo gótico: prevaleceu na Europa no final da Idade Média (XIII, XIV e 
XV); 
• Estilo renascentista: inicia-se no século XV e retoma o uso de elementos 
do estilo clássico (Barroco). 
Mais tarde, surgiram outros como o estilo floreal ou liberty, cubista e 
funcional. Enfim, toda essa evolução estética foi acompanhada pelo desenho 
das letras também, como veremos a seguir (Collaro, 2007). 
 
 
6 
1.1 Estilos clássicos 
1.1.1 Gótico 
Com a invenção da impressa, o principal estilo utilizado foi o gótico e suas 
diversas versões, pois era esse o modelo predominante nos manuscritos da 
época e a tipografia, recém-criada, precisava fixar-se como meio de reprodução. 
Logo, tentava imitar os textos feitos à mão. 
Contudo, a legibilidade dos tipos góticos sempre foi contestada, o que 
ainda era piorado por meio de adornos que dificultavam ainda mais a leitura das 
páginas. Atualmente, esse estilo de letra ficou restrito a impressos que remontam 
ao clássico, como diplomas, mensagens e logos que queiram inspirar confiança 
e tradição (Collaro, 2007). 
1.1.2 Românico 
Esse estilo pode ser subdividido em dois momentos. O românico antigo 
foi herdeiro da arte romana, criou fontes baseadas nas inscrições das ruínas 
romanas, com as serifas arredondadas. Ao longo de 200 anos, foram se 
desenvolvendo e se espalhando até darem origem às fontes conhecidas como 
Romanas de Transição (Gaspar, 2015) que são fontes serifadas tanto na versão 
de caixa-alta como em caixa-baixa. A sua principal característica é que, na 
junção da haste com a serifa, há um angulo arredondado. A diferença de 
espessura entre hastes também é pouco acentuada (Gaspar, 2015). 
1.1.3 Egípcio 
As fontes criadas pordesigners italianos a pedido dos ingleses para 
diferenciar seus produtos na Revolução Industrial foram baseadas no estilo das 
inscrições egípcias (hieróglifos), que eram esculpidas em pedra (Collaro, 2007). 
1.1.4 Lapidário 
Conhecido pela simplicidade e visibilidade, foram inspirados na escrita 
fenícia (cuneiforme), que era formada por hastes, sem maiores rebuscamentos 
(Collaro, 2007). 
 
 
7 
1.1.5 Romântico 
Este estilo começou a utilizar elementos decorativos e flores. Eram muito 
focados na estética, mas apresentavam pouca legibilidade. Dele se originou o 
estilo Floreal (Art Noveau) que tinha inspiração na natureza, nas flores, e 
também o estilo Liberty, uma estilização do gótico, com formas menos 
rebuscadas. 
Contundo, em contrapartida aos exageros desse estilo, surgiram o 
cubismo e o futurismo, estilos que pregavam a simplificação das formas e 
romperam em definitivo com os estilos clássicos (Collaro, 2007). 
1.2 Nova tipografia 
Os movimentos cubistas e futuristas trouxeram uma simplificação das 
formas, rompendo com o desenho clássico das letras. Esses movimentos 
influenciaram a tipografia, geometrizando suas formas, valorizando as 
proporções e os espaços em branco. Com isso, surgiu a tipografia, dividida em: 
• Elementar, que queria romper com o óbvio; 
• Funcional, que atendia às necessidades do projeto (função); 
• Moderna, que uniu o avanço tecnológico com mudanças sociais. 
Resumindo, a fontes estão em todo lugar e seu uso deve ser bem 
planejado pelos profissionais porque ela será a “voz” de seu trabalho. 
TEMA 2 – ERGONOMIA 
É comum já ter se deparado com objetos nada “ergonômicos” no dia a dia. 
Pense naquela cadeira desconfortável que lhe causa dores nas costas, ou 
aquela embalagem de suco que derruba seu conteúdo quando está cheia e você 
vai servir o copo. 
A ergonomia, conhecida também como “fatores humanos”, se preocupa 
em conhecer o ser humano para fazer adaptações às suas capacidades e 
limitações (IIDA, 2018). Ela é uma ciência recente e surgiu como resultado de 
um trabalho multidisciplinar envolvendo engenheiros, fisiologistas e psicólogos 
durante a Segunda Guerra (IIDA, 2018). Segundo Falzon (2018), ela foi 
oficializada em 1957 com a fundação da Associação Internacional de Ergonomia, 
 
 
8 
na Holanda, que tinha como foco a adaptação do ambiente, do trabalho e das 
máquinas ao ser humano. 
No Brasil, temos a Associação Brasileira de Ergonomia (Abergo), criada 
na década de 1980, que adota a seguinte definição para ergonomia: 
É uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações 
entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação 
de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o 
bem-estar humano e o desempenho global do sistema. Os 
ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação 
de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de 
modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e 
limitações das pessoas. (Abergo, 2019) 
Ergonomia é formalmente definido como o estudo da adaptação do 
trabalho ao ser humano, em que se entende por trabalho qualquer interação 
entre o ser humano e uma atividade produtiva de bens ou serviços (IIDA, 2018). 
Geralmente é associada ao mobiliário e aos objetos chamados de “ergonômicos” 
(por exemplo, mouses, cadeira) ou doenças do trabalho, como lesão por 
esforços repetitivos (LER) (Abrahão et al., 2009). 
No entanto, a ergonomia é muito mais abrangente e pode ser dividida em 
ergonomia física, cognitiva e organizacional. 
A ergonomia física estuda a anatomia humana, a antropometria, a 
fisiologia e a biomecânica. Ela analisa a postura no trabalho, o manuseio de 
materiais, os movimentos repetitivos, os distúrbios musculoesqueléticos 
relacionados ao trabalho, a elaboração de projetos de postos de trabalhos, entre 
outros (Abrahão et al., 2009). 
No entanto, com a disseminação da informática na década de 1980, 
surgiram postos de trabalho informatizados e máquinas programáveis, levando 
a ergonomia a se preocupar com os aspectos cognitivos das atividades (IIDA, 
2018). 
Por isso, a ergonomia cognitiva preocupa-se com os processos mentais 
(percepção, raciocínio, memória e resposta motora) e seus efeitos nas 
interações entre o ser humano e elementos de um sistema. Portanto, ela analisa, 
por exemplo, a carga mental no trabalho, a tomada de decisões, a interação 
humano-computador, o estresse profissional etc. (Abrahão et al., 2009). 
Por fim, a ergonomia organizacional cuida da estrutura das 
organizações, suas regras e processos, e aborda temas como a comunicação, 
a organização temporal do trabalho, o trabalho em equipe, a cultura 
organizacional, a gestão da qualidade etc. (Abrahão et al., 2009). 
 
 
9 
A ergonomia se baseia em três princípios básicos: a interdisciplinaridade, 
a análise das situações reais e o envolvimento dos sujeitos. 
Interdisciplinaridade é um desses princípios por ser muito difícil ter um 
profissional que possua todas as competências para realizar uma ação 
ergonômica. Por isso, o ergonomista (profissional que atua nessa área) deve 
fazer parte de uma equipe que envolva diferentes profissionais (psicólogos, 
engenheiros, designers etc.). Também a análise deve ocorrer ante situações 
reais para verificar como, por exemplo, o trabalhador executa suas tarefas para 
então estudá-las e indicar possíveis melhorias. Portanto, obviamente, o 
envolvimento dos sujeitos é fundamental, pois são eles que detêm as 
competências da realização do trabalho e, por meio da troca de informações é 
que se possibilitará a compreensão dessas atividades por parte do ergonomista 
(Abrahão et al., 2009). 
TEMA 3 – CORES 
Que nunca ouviu: fulano estava verde de inveja! Ciclano foi um covarde, 
amarelou! Está tudo azul hoje lá em casa! O uso que se faz das cores na 
linguagem demonstra o quanto elas fazem parte de nossa vida ao utilizarmos 
essas expressões sem notar. O poder das cores é tão grande que existe até a 
cromoterapia, terapêutica que utiliza as cores para curar nossos males por meio 
da medicina energética. Enfim, a cor tem poderes incríveis! Ela pode modificar, 
animar e transformar totalmente um ambiente. Quando se usa a cor da maneira 
correta, você consegue harmonia e equilíbrio em suas composições (Lacy, 
1996). 
Por isso, a psicologia da cor se preocupa em entender a influência que as 
cores exercem nos seres humanos. Por exemplo, realizaram um experimento 
em que, em ambientes exatamente iguais, só eram mudadas as cores para 
analisar a reação das pessoas. Na sala vermelha, as pessoas mal falavam, se 
sentiam agitadas, inquietas e até oprimidas. Já na sala verde, as pessoas se 
sentiam aliviadas, conversavam mais entre si, de forma calma, sentiam-se mais 
tranquilas e isso acontecia mesmo com aquelas que não gostavam de verde 
(Lacy, 1996). Ou seja, o ser humano pode ter as mais diversas preferências de 
cor, contudo, é inegável que as sensações transmitidas pelas cores são 
generalizadas (Collaro, 1996). Inclusive, pesquisas afirmam que 60% da reação 
de um indivíduo em qualquer situação tem a ver com a cor (Lacy, 1996). 
 
 
10 
2.1 Influência das cores 
Segundo Lacy (1996), as cores influenciam as pessoas da seguinte 
maneira. 
• Vermelho: cor que chama a atenção, faz a pessoa se sentir ousada, 
poderosa, mas, em exagero, pode estimular a insensibilidade e até a 
violência. 
• Rosa: cor relaxante, mas quando muito clara e usada em exagero, causa 
cansaço; no entanto, o rosa em tons mais escuros torna as pessoas mais 
ativas. 
• Laranja: deixa as pessoas mais confiantes, estimula a criatividade, a 
comunicação. 
• Amarelo: ativa a mente para novas ideias e deixa as pessoas mais 
alertas, mas o amarelo escuro em exagero pode causar pessimismo e 
negatividade. 
• Verde: cor do equilíbrio; ajuda a reduzir a tensão e o estresse. 
• Azul: relaxa, acalma, mas, emexagero, pode causar sonolência. 
• Violeta: é a cor mais poderosa. Estimula a musicalidade, as artes e 
também é associada a ideias nobres. 
• Branco: realça todas as cores. 
• Preto: é imponente quando usado com outras cores, mas sozinho traz 
preponderância, insensibilidade. 
2.2 Teoria da cor 
Quando se fala de cores, existem duas linhas de pensamento: as cores-
luz, conhecidas como sistema aditivo, e as cores-pigmentos, chamadas de 
sistema subtrativo. 
• Sistema aditivo: sistema que emite a luz; é chamado assim porque, se 
somarmos suas três cores primárias, obteremos o branco. 
✓ Cores primárias da luz: vermelho, verde e azul. Por isso, é chamado de 
RGB (red, green e blue – vermelho, verde e azul) (Rocha, 2018) e está 
presente em todos os monitores. Quando misturamos essas cores 
primárias entre si, temos as conhecidas cores secundárias: vermelho + 
azul = magenta; vermelho + verde = amarelo; verde + azul = ciano. 
 
 
11 
• Sistema subtrativo: é determinado pelos pigmentos/cores que existem 
na natureza e absorvem a luz. É conhecido por esse nome porque, se 
somarmos as suas três cores primárias, obteremos o preto, que é a 
ausência de cor. 
✓ Cores primárias de pigmentos: magenta, amarelo e ciano. Esse 
sistema é chamado de CMY (cyan, magenta e yellow – ciano, magenta 
e amarelo). Contudo, para que a mistura resultasse realmente no preto, 
os pigmentos deveriam ser puros (de boa qualidade) e misturados nas 
proporções perfeitas. Por isso, foi criada uma versão “industrial” desse 
sistema, o CMYK, em que foi adicionando o preto (“K” de blacK, “preto” 
em inglês). Essa é uma opção mais barata, pois não necessita de 
pigmentos puros e mais caros (Rocha, 2018) sendo, portanto, muito 
utilizados em gráficas e nas impressoras. As cores primárias 
misturadas também formam as cores secundárias: ciano + magenta = 
azul; ciano + Amarelo = verde; amarelo + magenta = vermelho. 
Observe a harmonia natural do sistema: as cores secundárias do sistema 
aditivo são as cores primárias do sistema subtrativo e as cores secundárias do 
sistema subtrativo são as cores primárias do sistema aditivo (Unicamp, 2019). 
2.3 Círculo cromático 
As cores, para sua classificação, são dispostas em forma de um círculo. 
As cores primárias são dispostas em um triângulo e, as secundárias, também 
em forma triangular, porém na posição contrária às primárias. Nesse conceito, 
chamamos de cores complementares aquelas que estão em oposição oposta 
nesse círculo. 
 
 
12 
Figura 3 – Círculo cromático 
 
Crédito: Sandy Storm/Shutterstock. 
Enfim, usar a cor considerando a harmonia e os contrastes de maneira 
correta poderá levar um produto a alcançar o sucesso pretendido (Collaro, 2007). 
TEMA 4 – USABILIDADE 
Até os anos 1970, a ergonomia se preocupava com os aspectos 
fisiológicos das atividades do trabalho, mas, a partir do momento em que 
surgiram os sistemas informatizados e automatizados, seu foco foi migrando 
para os problemas relativos às dificuldades de uso nesse contexto, levando ao 
surgimento da ergonomia cognitiva (Abrahão, 2012). 
Como ensina Brandão e Moraes (2006), a ergonomia busca adaptar as 
tarefas ao ser humano a fim de que este as desempenhe de forma confortável, 
correta, sem erros (eficácia) e no menor tempo possível (eficiência), resultando 
em satisfação para o usuário. Ao falar de eficiência, eficácia e satisfação do 
usuário, estamos falando de uma importante área da ergonomia: a usabilidade 
(Brandão; Moraes, 2006). 
 
 
13 
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (2000, p. 3), 
utilizando por base a ISO 9241-11, do ano de 1998, a usabilidade é a 
“capacidade de um produto ser usado por usuários específicos para atingir 
objetivos específicos com eficácia, eficiência e satisfação em um contexto de 
uso”. 
 De acordo com Dias (2007), a palavra usabilidade começou a ser 
utilizada na ciência cognitiva e depois passou a ser utilizada pela psicologia e 
ergonomia, substituindo o termo “amigável” que era utilizado até então. No 
entanto, a usabilidade atualmente é muito vinculada a questões do mundo virtual. 
Sob essa ótica, na usabilidade, as competências do usuário são utilizadas 
para analisar sua interação com a interface. Logo, o computador, como um 
instrumento de trabalho, é um mediador entre a ação e o objeto do trabalho 
(Abrahão et al., 2012). 
Você já ouviu falar de heurística? Ela é uma espécie de simplificação das 
coisas. Segundo Nielsen (1994, citado por Andrade, 2007), a avaliação 
heurística é um método fácil, rápido e barato para validar interfaces. É utilizado 
para encontrar problemas de usabilidade, sendo eles pequenos ou grandes. O 
próprio Nielsen (Caelum, 2019, p. 86-94) desenvolveu as 10 heurísticas da 
usabilidade que abordam os principais problemas de usabilidade de uma 
interface. 
1. Visibilidade do status do sistema: O sistema deve informar o que está 
acontecendo em tempo real para o usuário (por exemplo, a playlist do 
YouTube, que mostra em qual música está e qual estava antes ou vem 
depois). 
2. Correspondência entre o sistema e o mundo real – O sistema deve “falar” 
a linguagem dos usuários, com palavras, frases e conceitos usados por 
eles (por exemplo, símbolo de som no botão para regular o som). 
3. Controle do usuário e liberdade – Quando os usuários escolhem alguma 
função do sistema por engano, vão precisar sempre de uma “saída de 
emergência” claramente marcada (por exemplo, botões de “editar”, 
“desfazer” etc.). 
4. Consistência e padrões – Manter a consistência e o padrão visual (texto, 
cor, desenho do elemento, som etc.). 
5. Prevenções de erros – Como o Google, que corrige os erros de 
digitação. 
 
 
14 
6. Reconhecimento, em vez de memorização – O usuário não tem 
obrigação de decorar o caminho que fez para chegar até determinado 
lugar. Disponibilize o caminho que o usuário fez para chegar até onde 
está. Isso é chamado de breadcrumb (ou “migalha de pão”). 
7. Flexibilidade e eficiência de uso – O sistema deve ser ágil para usuários 
avançados (atalhos de teclados, preenchimento automático) e ser fácil 
de utilizar pelos usuários leigos. 
8. Estética e design minimalista – Deixe o seu layout e o conteúdo o mais 
simples e direto possível, pois toda informação extra (excessos de cores 
e elementos visuais) pode confundir o usuário. 
9. Ajude os usuários a reconhecerem, diagnosticarem e recuperarem-se de 
erros – As mensagens de erro têm que ser claras e próximas do 
conteúdo ou da ação que causou o erro (por exemplo, no formulário de 
cadastro, caso falte algum dado a ser preenchido, deixe bem claro quais 
campos estão faltando). 
10. Ajuda e documentação – Devemos manter ao alcance do usuário itens 
de auxílio para determinadas ações (FAQs – Frequently asked questions 
ou “perguntas mais frequentes”, ou ainda, uma imagem mostrando em 
que lugar fica o código de segurança do cartão). 
 TEMA 5 – ACESSIBILIDADE 
No último censo demográfico realizado pelo IBGE, em 2010, cerca de 45,6 
milhões de pessoas afirmaram ter algum tipo de deficiência (visual, auditiva, 
motora ou mental/intelectual), o que representa quase 24% da população 
brasileira. Contudo, apesar de representarem uma grande parcela da sociedade, 
essas pessoas não vivem em uma sociedade adaptada (Loschi, 2017). 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR 
9050/04, define acessibilidade como “possibilidade e condição de alcance, 
percepção e entendimento para a utilização com segurança e autonomia de 
edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos”. 
Ou seja, todas as pessoas têm o direito de ir e vir, devem ter igualdade de 
oportunidades, de realizar tarefas (profissionais ou pessoais) de maneira 
autônoma e segura. Nos últimos tempos, houve um grande avanço na busca por 
acessibilidade nos meios físicos, nos transportes, na comunicação e informação. 
No entanto, as cidades e os meios digitaisainda não são totalmente adaptados 
 
 
15 
a servir e incluir essas pessoas no seu cotidiano. Fornecer acessibilidade e 
inclusão é uma questão de ética, reponsabilidade social e, logo, o foco de nós 
designers também. 
Ao projetar um produto (digital, impresso ou físico), o designer deve refletir 
se quem vai utilizá-lo, se ele saberá entender e interagir e se o produto estará 
adequado à idade, classe social, cultura, experiência etc. (Masetto, 2016). 
Pensando nisso, na década de 1970, surgiu o conceito de design 
universal, criado por Ronald Mace (designer, arquiteto e professor), que trazia 
como ideal a acessibilidade, com a qual todas as pessoas poderiam usufruir dos 
mesmos produtos. Segundo esse pressuposto, para um projeto ser acessível, 
ele deve seguir os 7 Princípios do Design Universal (Masetto, 2016). 
1. Uso equitativo: o design é útil e vendável a pessoas com diversas 
capacidades. 
2. Flexibilidade no uso: o design acomoda um vasto leque de preferências e 
capacidades individuais. 
3. Uso simples e intuitivo: o uso do design é fácil de compreender, 
independentemente da experiência, do conhecimento, das capacidades 
linguísticas ou do atual nível de concentração do utilizador. 
4. Informação perceptível: o design comunica eficazmente ao utilizador a 
informação necessária, independentemente das suas capacidades 
sensoriais ou das condições ambientais. 
5. Tolerância ao erro – o design minimiza riscos e consequências adversas 
de ações acidentais ou não intencionais. 
6. Baixo esforço físico: o design pode ser usado eficiente e confortavelmente 
e com um mínimo de fadiga. 
7. Tamanho e espaço para aproximação e uso: são providenciados um 
tamanho e um espaço apropriados para aproximação, alcance, 
manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo, postura ou 
mobilidade do utilizador. 
Enfim, como Cristian (2013) alerta: “o profissional da área de design deve 
ter como princípio base a solução de problemas e a satisfação das necessidades 
dos usuários, considerando que a adaptação deve ser do objeto ao ser humano, 
e não o contrário”. 
 
 
16 
TROCANDO IDEIAS 
Abordamos a importância das cores, das letras, da ergonomia, da 
usabilidade e da acessibilidade. Agora, reflita se, em algum momento de sua 
vida, você se deparou com uma dificuldade em relação a um desses quesitos 
estudados: por exemplo, um rótulo que estava difícil de ler, um produto que não 
tinha uma “pegada” boa e você o derrubava, ou até mesmo que acabou fazendo 
você se machucar etc. Com esses novos conhecimentos, você pode fazer uma 
análise de qual era o real problema que acabou afetando você e, como futuro 
designer, já estará atento para evitar erros parecidos com os que você sofreu. 
NA PRÁTICA 
Nesta aula conversamos sobre a questão de acessibilidade, e você 
aprendeu a importância de os designers se preocuparem com ela. Agora, leia o 
o artigo “Dez testes rápidos para checar a acessibilidade ao seu website”. 
Depois, escolha algum site e o analise em relação a esses itens. Disponível em: 
<https://maujor.com/tutorial/acessibilidade/tentest.php>. Acesso em: 16 ago. 
2019. 
FINALIZANDO 
Esta aula passou algumas noções básicas de temas que serão 
aprofundados nas próximas disciplinas. Espera-se que você tenha 
compreendido a ideia geral desses tópicos e perceba a importância de um 
designer levar em conta essas preocupações na hora de projetar algo. Tanto as 
letras como as cores, o formato, a preocupação com quem vai usar esse produto 
deverão impactar, profundamente, os seus futuros trabalhos. Pense nisso! 
 
 
 
17 
REFERÊNCIAS 
ABERGO – Associação Brasileira de Ergonomia. O que é ergonomia. Disponível 
em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso 
em: 15 ago. 2019. 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9241-11: Requisitos 
ergonômicos para trabalho de escritórios com computadores: parte 11 – 
Orientações sobre usabilidade. Rio de Janeiro, 2000. 
ABRAHÃO, J. et al. Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São Paulo: 
Blucher, 2009. 
_____. Ergonomia e usabilidade em ambiente virtual de aprendizagem. São 
Paulo: Blucher, 2012. 
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jornalismo on-line. Rio de Janeiro: E-Papers, 2007. 
BRANDÃO, E. R.; MORAES, A. de. Publicidade on-line, ergonomia e 
usabilidade: o efeito de seis tipos de banner no processo humano de visualização 
do formato do anúncio na tela do computador e de lembrança da sua mensagem. 
400p. Dissertação (Mestrado em design) – Pontifícia Universidade Católica do Rio 
de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006. 
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Pearson, 2007. 
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e ambientes. Clube do Design, jul. 2013. Disponível em: <https://clubedodesign. 
com/2013/design-inclusivo-acessibilidade-e-usabilidade-em-produtos-servioes-e-
ambientes/>. Acesso em: 15 ago. 2019. 
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Books, 2007. 
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noticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/16794-pe 
ssoas-com-deficiencia-adaptando-espacos-e-atitudes>. Acesso em: 15 ago. 
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mais acessível. Design Culture, 9 set. 2016. Disponível em: 
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Adjunta de Assistência Social. Dicionário de termos técnicos da Assistência 
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