Prévia do material em texto
MÓDULO III Segurança Turística Reitor José Daniel Diniz Melo Vice-Reitor Henio Ferreira de Miranda Diretoria Administrativa da EDUFRN Maria das Graças Soares Rodrigues (Diretora) Helton Rubiano de Macedo (Diretor Adjunto) Bruno Francisco Xavier (Secretário) Conselho Editorial Maria das Graças Soares Rodrigues (Presidente) Judithe da Costa Leite Albuquerque (Secretária) Adriana Rosa Carvalho Alexandro Teixeira Gomes Elaine Cristina Gavioli Everton Rodrigues Barbosa Fabrício Germano Alves Francisco Wildson Confessor Gilberto Corso Gleydson Pinheiro Albano Gustavo Zampier dos Santos Lima Izabel Souza do Nascimento Josenildo Soares Bezerra Ligia Rejane Siqueira Garcia Lucélio Dantas de Aquino Marcelo de Sousa da Silva Márcia Maria de Cruz Castro Márcio Dias Pereira Martin Pablo Cammarota Nereida Soares Martins Roberval Edson Pinheiro de Lima Tatyana Mabel Nobre Barbosa Tercia Maria Souza de Moura Marques Secretária de Educação a Distância Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Secretária Adjunta de Educação a Distância Ione Rodrigues Diniz Morais Coordenadora de Produção de Materiais Didáticos Maria Carmem Freire Diógenes Rêgo Coordenador Editorial Maurício Oliveira Jr Gestão do Fluxo de Revisão Fabíola Barreto Gonçalves Gestão do Fluxo de Editoração Maurício Oliveira Jr Revisão Linguístico-textual Fabíola Barreto Gonçalves Revisão de ABNT Edineide Marques Revisão Tipográfica Fabíola Barreto Gonçalves Projeto Gráfico Carol Costa Capa Foto de Carlos Eduardo de Meneses Diagramação Adalberto Cristh Ilustrações Laura Viana Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva Ministra de Estado do Turismo Daniela Moté de Souza Carneiro Secretaria Nacional de Planejamento, Sustentabilidade e Competitividade no Turismo Marcelo Lima Costa Diretor do Departamento de Qualidade, Sustentabilidade e Ações Climáticas no Turismo Leandro Luiz de Jesus Gomes Coordenadora-Geral de Sustentabilidade e Ações Climáticas no Turismo Rafaela Levay Lehmann Herrmann Coordenadora de Sustentabilidade e Ações Climáticas no Turismo Carolina Fávero de Souza Coordenadora de Turismo Responsável Laís Campelo Corrêa Torres Equipe Técnica da Coordenação- Geral de Sustentabilidade e Ações Climáticas no Turismo – MTur Carolina Fávero de Souza Edson Teixeira Viana Barros Laís Campelo Corrêa Torres Rafaela Levay Lehmann Herrmann Regina Motta Coordenação e Revisão Técnica – MTur Carolina Fávero de Souza Laís Campelo Corrêa Torres Rafaela Levay Lehmann Herrmann Regina Motta Projeto “Brasil, essa é a nossa praia!” – Coordenação Geral / UFRN Leilianne Michelle Trindade da Silva Barreto Ricardo Lanzarini Gomes Silva Pesquisadores – PPGTUR/UFRN Marcelo da Silva Taveira Mozart Fazito Rezende Filho Colaboradores – PPGTUR/UFRN Aline Mayara Marinho Xavier da Silva Francisco Xavier da Silva Júnior Marcia Maria Bezerra de Sousa Revisão Científica – PPGTUR/UFRN Ricardo Lanzarini Wilker Ricardo de Mendonça Nóbrega MÓDULO III Segurança Turística Natal, 2023 Todos os direitos desta edição reservados à EDUFRN – Editora da UFRN Av. Senador Salgado Filho, 3000 | Campus Universitário Lagoa Nova | 59.078-970 | Natal/RN | Brasil e-mail: contao@editora.ufrn.br | www.editora.ufrn.br Telefone: 84 3342 2221 Segurança Turística [recurso eletrônico] / Leilianne Michelle Trindade da Silva Barreto e Ricardo Lanzarini (coord.). – 1. ed. – Natal: SEDIS-UFRN; Brasília: Ministério do Turismo, 2023. 4500 KB., PDF. ISBN 978-65-5569-357-7 Projeto Brasil, esse é nossa Praia! 1. Turismo Responsável. 2. Segurança Turística. 3. Boas Práticas em Segurança. 4. Destinos Turísticos. I. Barreto, Leilianne Michelle Trindade da Silva. II. Lanzarini, Ricardo. CDU 338.48 S456 Coordenadoria de Processos Técnicos Catalogação da Publicação na Fonte.UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede Elaborado por Edineide da Silva Marques – CRB-15/488 Lista de quadros e figuras Quadro 1 – infográfico Figura 1 - turistas fazendo um city tour Figura 2 - segurança em museu Figura 3 - segurança em via pública Figura 4 - trabalho em rede do gestor de turismo Figura 5 - atuação da defesa civil em ação de prevenção ao risco Figura 6 - atuação da defesa civil em ações de mitigação, como emissão de alertas Figura 7 - atuação da defesa civil em ações de resposta, como salvamento Figura 8 - atuação da defesa civil em ações de resposta, como reconstrução de obras destruídas Figura 9 - portfólio de serviços ofertados pela SOBRASA Figura 10 - imagens de falésias situadas no litoral sul do Rio Grande do Norte Figura 11 - combate à exploração sexual de crianças e adolescentes Figura 12 - trabalho integrado da rede de segurança pública com o setor de turismo Figura 13 - Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) Figura 14 - centro de operações da prefeitura municipal do Rio de Janeiro Figura 15 - exemplos de transportes utilizados no turismo Figura 16 - ambiente virtual destinado a dicas de segurança turística Figura 17 - placas com avisos de segurança Figura 18 - representação da desigualdade no Brasil Figura 19 - linha do tempo dos marcos legais referentes à segurança turística no Brasil Lista de siglas CEUC – Centro Estadual de Unidades de Conservação CONAI – Comissão Nacional de Assuntos Indígenas DETUR – Departamento de Turismo da UFRN FCT – Fórum de Comunidades Tradicionais Funpec – Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ICT – Instituto Costarriquenho de Turismo IDHM – Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IVT/UFRJ – Instituto Virtual do Turismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro MCTI – Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá MDA – Ministério de Desenvolvimento Agrário MMA – Ministério do Meio Ambiente MTur – Ministério do Turismo OEA – Organização de Estados Americanos OIT – Organização Internacional do Trabalho PNT – Plano Nacional de Turismo PPGTUR – Programa de Pós-Graduação em Turismo da UFRN Redturs-OIT – Rede de Turismo Sustentável Comunitário da América Latina SDS – Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas SEMMAS – Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Município de Manaus Setur – BA Secretaria de Turismo do Estado da Bahia SNPDTur – Secretaria Nacional de Programas de Desenvolvimento de Turismo TBC – Turismo de Base Comunitária Turisrio – Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................. 8 SEGURANÇA TURÍSTICA ............................................................................................... 10 Ementa ..................................................................................................................................................10 Objetivos ...............................................................................................................................................10 Geral ......................................................................................................................................................................10 Específicos ..........................................................................................................................................................10 1 SEGURANÇA TURÍSTICA E TURISMO RESPONSÁVEL ..................................... 11 1.1 Aproximações e Diálogos entre Turismo Responsável e Segurança Turística .................................................................................................................... 17 2 SEGURANÇA TURÍSTICA PARA GESTORES ........................................................21 2.1 Segurança Turística e os Eixos de Atuação do Programa Turismo Seguro ..........................................................................................................23 3 BOAS PRÁTICAS DE SEGURANÇA TURÍSTICA NO BRASIL ...........................33 3.1. Defesacivil .................................................................................................................................. 33 3.2 Prevenção à Exploração de Crianças e Adolescentes no Turismo .................... 38 3.3 Relações de Consumo no Turismo .................................................................................... 39 3.4 Segurança Pública .................................................................................................................... 40 3.5 Transporte de Turistas ........................................................................................................... 44 3.6 Vigilância Sanitária ...................................................................................................................45 3.7 Comunicação Positiva ............................................................................................................. 46 4 MARCO LEGAL DA SEGURANÇA TURÍSTICA NO BRASIL..............................49 5 TURISMO SEGURO NO BRASIL: CENÁRIOS E PERSPECTIVAS .................... 57 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 60 MÓDULO III Segurança Turística APRESENTAÇÃO Um dos maiores desafios do século XXI se concentra na humanidade e suas relações com o meio, incluindo toda a sua diversidade social, am- biental, cultural, econômica e político-administrativa. O Brasil certa- mente possui um dos ambientes mais diversos, em que se encontram inúmeros cenários naturais e culturais que são ou podem ser aproveitados pela atividade turística. Porém, pensar no turismo como fonte de riquezas e desenvolvimento implica múltiplos desafios. O caminho trilhado até aqui tem apontado para uma busca incessante por destinos turísticos ecologicamente sustentáveis, comprometidos com a ética social e a diversidade cultural. Nesse cenário, o Turismo Responsável, debatido em nível global desde os anos 1980 e em nível nacional desde os anos 2000, tem se apresentado como um caminho possível para a minimização dos impactos negativos e maximização dos impactos positivos, beneficiando as comunidades receptoras, o poder público, a iniciativa privada e os próprios turistas, destacan- do-se como um diferencial de mercado capaz de promover a competitividade internacional e a sustentabilidade dos recursos naturais e culturais brasileiros para as próximas gerações. É nessa perspectiva que surge o “Curso de Turismo Responsável”, na mo- dalidade EaD, de forma democrática e inclusiva, para todo o território nacional, como uma parceria frutífera entre o Departamento de Turismo (DETUR), o Pro- grama de Pós-graduação em Turismo (PPGTUR) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e o Ministério do Turismo (MTur), por meio do Projeto “Brasil, essa é a nossa praia!”. Tal ação, direcionada a gestores públicos e privados de turismo e prestadores de serviços turísticos do país, está concentrada em três bases fundamentais e prioritárias para a melhoria do turismo nacional, que são o Turismo Sustentável, o Turismo de Base Comunitária e a Segurança Turística. 8 MÓDULO III Segurança Turística Neste caderno (Módulo III – 20h), a Segurança Turística inclui a segurança dos turistas, dos prestadores de serviços, dos profissionais do turismo e da co- munidade receptora, dialogando sobre temas como a vigilância sanitária, a pre- venção à exploração de crianças e adolescentes no turismo, a segurança públi- ca, as relações de consumo no turismo, a defesa civil, o transporte de turistas e a comunicação positiva, apresentando boas práticas em segurança que podem servir de inspiração para os mais variados destinos brasileiros. Bons estudos! Equipe do Projeto “Brasil, essa é a nossa praia!”. 9 MÓDULO III Segurança Turística SEGURANÇA TURÍSTICA Ementa Segurança Turística: Segurança Turística: definições conceituais e técni- cas. Diálogos entre o Turismo Responsável e a Segurança Turística. Segurança Turística para Gestores. Eixos de atuação do Programa Turismo Seguro. Boas práticas de Segurança Turística no Brasil. Marco Legal de Segurança Turística. Turismo Seguro no Brasil: cenários e perspectivas. Objetivos Geral Apresentar a relevância da adoção de boas práticas de Segurança Turística no posicionamento e na comercialização de produtos e serviços, e no desenvol- vimento do Turismo Responsável nos destinos turísticos nacionais. Específicos 1. Definir Segurança Turística e Turismo Responsável. 2. Discutir os fundamentos da Segurança Turística como pilar do Turis- mo Responsável. 3. Elencar os eixos de atuação do Programa Turismo Seguro. 4. Sinalizar os principais efeitos da Segurança Turística para os gestores dos destinos turísticos. 5. Ilustrar os conteúdos de Segurança Turística com as boas práticas existentes no território nacional. 10 MÓDULO III Segurança Turística 1 SEGURANÇA TURÍSTICA E TURISMO RESPONSÁVEL ASegurança Turística no contexto do Turismo Responsável é compreen- dida de maneira ampla e plural, incorporando a segurança dos turistas, dos prestadores de serviços, dos profissionais do turismo e da comuni- dade receptora. São diversas as dimensões que podem gerar impacto na ativi- dade turística de um destino, tais como a vigilância sanitária, a prevenção à ex- ploração de crianças e adolescentes no turismo, a segurança pública, as relações de consumo no turismo, a defesa civil, o transporte de turistas e a comunicação eficiente a ser compartilhada com todos os atores envolvidos nas relações turís- ticas praticadas no destino. A literatura especializada sinaliza que a Segurança Turística integra a se- gurança pessoal dos turistas e dos seus bens, incluindo a capacidade de o in- divíduo se orientar em um determinado ambiente, de compreender o sistema local, as indicações de lugares seguros, as convenções sociais e, finalmente, a segurança dos serviços comerciais e de consumo. Sendo assim, inclui também a proteção aos turistas e a segurança dos pres- tadores de serviços e dos negócios que compõem a cadeia produtiva do turismo, especialmente os pequenos negócios. Esses estudos mostram que a segurança turística está fundamentada em cinco pilares básicos dessa cadeia produtiva. São eles o transporte, a distribuição, os serviços públicos, o alojamento e o lazer. A Segurança Turística é um dos eixos prioritários no contexto do Turismo Responsável, que requer atenção dos diferentes atores e agentes públicos e pri- vados e das comunidades receptoras. A Segurança Turística compreende os serviços de compra e venda de produ- tos (relações de consumo), a prevenção e o combate ao abuso sexual de crianças 11 MÓDULO III Segurança Turística e adolescentes nas cidades e nas empresas turísticas, a prestação de serviços, ações de responsabilidade e cuidados com o meio ambiente, a vigilância sani- tária, a alimentação segura, a segurança no transporte dos turistas, e a comu- nicação eficiente, que objetiva informar os turistas sobre os potenciais riscos e medidas de proteção que cada pessoa deve adotar durante o período de viagem. Todos esses eixos de atuação requerem iniciativas, ações e projetos que promovam a melhoria da segurança para turistas, prestadores de serviços tu- rísticos e comunidades receptoras. Quadro 1 - infográfico Fonte: elaboração própria (2023) Compreende-se que a Segurança Turística é o resultado de esforços coleti- vos e da união de vários setores da economia e da sociedade, que estão dispos- tos a realizar ações de planejamento, prevenção e assumir compromisso com a qualidade dos serviços prestados aos turistas e com a sustentabilidade das comunidades receptoras na perspectiva do Turismo Responsável. Portanto, a Segurança Turística é um conjunto de medidas, ações e atitu- des focado no bem-estar e integridade física e emocional dos turistas durante 12 MÓDULO III Segurança Turística a experiênciada viagem, além dos prestadores de serviços, dos fornecedores e das populações residentes. O que significa dizer que considera a escolha de um destino de viagem até o período de estada, passando pela hospitalidade e acolhimento dos visitantes, as relações de produção e consumo, envolvendo assim, as dimensões sociocultural, política, econômica, ambiental, sanitária e geográfica dos lugares visitados, bem como as premissas da sustentabilidade e do Turismo Responsável. O Turismo Responsável se refere às práticas, sob os princípios da susten- tabilidade, que envolvem todos os segmentos de mercado, empreendimentos, equipamentos, produtos e serviços turísticos e os diversos atores sociais rela- cionados com a atividade turística, com o intuito de sanar ou mitigar os efeitos negativos e intensificar os efeitos desejáveis gerados pelo turismo, além de iden- tificar e mensurar os impactos locais, com o monitoramento de seus resultados. Figura 1 - turistas fazendo um city tour Fonte: elaboração própria (2023) 13 MÓDULO III Segurança Turística Fique atento(a)! Para que os resultados descritos sejam atingidos, um dos papéis mais importantes é o dos gestores locais, que vivenciam as realida- des nos destinos turísticos. Eles podem se articular em suas redes de lideranças, com o apoio e as orientações das esferas estadual e fede- ral, para ampliar as suas condições de construir e executar projetos e programas locais de segurança turística. Os indivíduos decidem viajar levando em consideração a qualidade dos serviços, espaços e equipamentos, a originalidade do produto, as condições básicas de infraestrutura, os preços praticados e a per- cepção de segurança. A percepção de segurança no turismo pode ser ampliada com as ações dos gestores do turismo, no que tange à segurança pública e combate à criminali- dade, à segurança sanitária, à prevenção e resposta a desastres, à mobilidade e às relações de consumo. Tais fatores produzem forte influência na tomada de decisão de viajar e na escolha do destino. Nesse sentido, segurança compõe as necessidades mais básicas dos indiví- duos e da vida em coletividade, presente nos ambientes de trabalho, nas tarefas domésticas, nas práticas de lazer e turismo, nas atividades socioculturais, nos deslocamentos e no direito de ir e vir. A avaliação de um destino turístico no Brasil poderá contemplar: • Aspectos da segurança pública. • Prevenção e repressão ao crime. • Condições sanitárias e de salubridade. 14 MÓDULO III Segurança Turística • Questões ambientais. • Acessibilidade. • Proteção das relações de consumo e segurança do turista no momento da tomada de decisão. • Proteção aos prestadores de serviços, agentes da cadeia produtiva do turismo. • Acesso a dados confiáveis. Dicas de filmes! - Título do Filme: Babel Sinopse: Um ônibus repleto de turistas atravessa uma região montanhosa do Marrocos. Entre os viajantes estão Richard (Brad Pitt) e Susan (Cate Blanchett), um casal de americanos. Ali perto os meninos Ahmed (Said Tarchani) e Youssef (Bou- bker At El Caid) manejam um rifle que seu pai lhes deu para proteger a pequena criação de cabras da família. Um tiro atin- ge o ônibus, ferindo Susan. A partir daí o filme mostra como este fato afeta a vida de pessoas em vários pontos diferentes do mundo: nos Estados Unidos, onde Ri- chard e Susan deixaram seus filhos aos cuidados da babá mexicana; no Japão, onde um homem (KôjiYakusho) tenta superar a morte trá- gica de sua mulher e ajudar a filha surda (RinkoKinkuchi) a aceitar a perda; no México, para onde a babá (Adriana Barraza) acaba levando 15 MÓDULO III Segurança Turística as crianças; e ali mesmo, no Marrocos, onde a polícia passa a procu- rar suspeitos de um ato terrorista. Diretor: Alejandro González Iñárritu Lançamento: 2007 Gênero: Ação/Suspense Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-20151/ Discussão: a centralidade deste filme para a segurança turística está na possibilidade de problemas sérios e perigos acometem pessoas em diferentes situações de viagens. Problemas causados por situações do acaso ou até mesmo situações premeditadas, que poderiam ser pre- venidas ou minimizadas com pequenas ações locais de segurança tu- rística. No filme, as tensões acabam por se resolver de forma feliz, por ações individuais de hospitalidade doméstica, ou trágica, como con- sequência de ações discutíveis de repressão à imigração ilegal. - Título do Filme: Contágio Sinopse: A primeira paciente diagnostica- da é Beth Emhoff, interpretada por Gwy- neth Paltrow, que sai de uma viagem de negócios em Hong Kong e volta para sua casa, nos Estados Unidos, espalhando o vírus que ela ainda não sabia que tinha. Após apresentar cansaço e enjoo, seu es- tado de saúde piora e Beth morre após uma súbita convulsão. O vírus começa a se alastrar pelo mundo em uma velocida- de assustadora, com um poder de matar de 25% a 30% das pessoas que o contraí- 16 https://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-35365/ https://www.adorocinema.com/filmes/filme-20151/ MÓDULO III Segurança Turística ram. O conceito de “distanciamento social” também é trabalhado no filme, que conta com um elenco de peso: Matt Damon, Marion Cotillard, Laurence Fishburne, Jude Law e Kate Winslet. Lançamento: 2011 Gênero: Ação/Ficção Científica/Suspense Fonte: https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/filmes-na-tv/conhe- ca-contagio-filme-que-virou-fenomeno-na-web-ao-mostrar-pan- demia-devastadora-34570 Discussão: O filme, apesar de ter sido lançado há mais de dez anos, possui semelhança impressionante com o que foi vivenciado duran- te a pandemia de covid-19 em nível global desde 2020. Assim, lida com um tema muito caro nos dias de hoje, que diz respeito à segu- rança sanitária e vigilância epidemiológica. Questiona atitudes ir- responsáveis capazes de promover a morte, mas ao mesmo tempo apresenta a articulação institucional em busca de minimizar os da- nos, com uso de medidas sanitárias e protetivas, e questiona a forma como se vive e se convive em sociedade. De certa forma, clama por uma vida mais responsável e respeitosa para com as outras pessoas e o meio ambiente. 1.1 Aproximações e Diálogos entre Turismo Responsável e Segurança Turística O Turismo Responsável pode ser compreendido como uma concepção teó- rica de base humanística, social e ética, cujas comunidades receptoras são tam- bém as responsáveis por direcionar o desenvolvimento do turismo, em que a segurança de todos os envolvidos (turistas, residentes, prestadores de serviços, fornecedores e demais agentes do mercado) é crucial para a prática do turismo. 17 https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/filmes-na-tv/conheca-contagio-filme-que-virou-fenomeno-na-web-ao-mostrar-pandemia-devastadora-34570 https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/filmes-na-tv/conheca-contagio-filme-que-virou-fenomeno-na-web-ao-mostrar-pandemia-devastadora-34570 https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/filmes-na-tv/conheca-contagio-filme-que-virou-fenomeno-na-web-ao-mostrar-pandemia-devastadora-34570 MÓDULO III Segurança Turística O Turismo Responsável é uma prática que envolve todos os segmentos de mercado e atores ligados à atividade turística, com o objetivo de sanar ou miti- gar os efeitos negativos e intensificar os efeitos desejáveis gerados pelo turismo nos destinos. Ele possui três aspectos essenciais a serem destacados: a tomada de responsabilidade, por todos os envolvidos no turismo, para a gestão do turis- mo e de seus impactos; a identificação desses impactos (positivos e negativos) causados pelo turismo nos destinos; e a mensuração e o monitoramento dos resultados desses impactos, de acordo com o Ministério do Turismo (2022). O Turismo Responsável é um conjunto de práticas, ações e atitudes que considera e respeita o meio ambiente, a cultura, as diferenças regionais e a identidade de cada lugar. As relações de produçãoe de consumo, a proteção à integridade física e emocional das crianças e adolescentes, a inclusão social, a vigilância sanitária, o turismo seguro e dignidade humana estão entre os fato- res fundamentais na gestão dos destinos turísticos. Os estudos e as regulações de segurança turística são majoritariamente produzidos por instituições acadêmicas dos países com maior desenvolvimen- to industrial/econômico e com Índice Desenvolvimento Humano (IDH) Global do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) acima de 0,900, comumente localizados no hemisfério norte e concentram baixos índi- ces de criminalidade, o que repercutem em situações de menos riscos ao turis- ta. Diferentemente de parte dos países da América Latina que apresenta maio- res índices de criminalidade e IDH abaixo de 0,900, com impacto na qualidade de vida dos cidadãos e na segurança de residentes e turistas. Portanto, para efetivar as ações de segurança turística no Brasil, sugere-se conhecer as boas práticas existentes para nos adaptarmos a cada região e rea- lidade. Aplicando-se à segurança pública, à prevenção e repressão à crimina- lidade violenta, ao combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, à vigilância sanitária, à segurança na mobilidade e transportes de turistas, à pre- servação do meio ambiente e resposta a desastres, às relações comerciais, e à forma de se comunicar com os turistas, residentes e prestadores de serviços turísticos no dia a dia. 18 MÓDULO III Segurança Turística Você sabia? De acordo com a ideia de descentralização da gestão do turismo, nas últimas décadas, o Brasil articulou e consolidou redes ativas de gestores de turismo em nível municipal, regional e estadual, que se mantêm em constante diálogo com os gestores em nível federal. Co- nhecendo as realidades locais e trocando informações importantes, os gestores do turismo brasileiro têm capacidade para implementar programas e ações de desenvolvimento integrados, como é o caso do Programa Turismo Seguro. Figura 2 - segurança em museu Fonte: elaboração própria (2023) Figura 3 - segurança em via pública Fonte: elaboração própria (2023) 19 MÓDULO III Segurança Turística Destaca-se que um dos pioneiros nos estudos de Segurança Turística no mundo é o escritor e consultor internacional Peter Tarlow, que apresenta os ob- jetivos fundamentais para a construção de um programa de segurança turística: I. Proteger o turista. II. Proteger a indústria turística. III. Proteger os espaços ou lugares de atração. IV. Proteger a economia. V. Proteger o meio ambiente natural. VI. Proteger a reputação e imagem do destino. A partir das contribuições de Peter Tarlow, pode-se afirmar que os indivídu- os decidem viajar levando em consideração a qualidade dos serviços, espaços e equipamentos, a originalidade do produto, as condições básicas de infraestru- tura, os preços praticados e a percepção de segurança. A percepção de segurança durante uma viagem encontra-se, regra geral, associada a fatores de criminalidade, higiene, infraestrutura de acesso e segu- rança nas transações comerciais, que formam a imagem de um destino. Assim, esses fatores influenciam o turista em sua tomada de decisão de viajar. Nessa direção, é fundamental compreender que os objetivos citados por Pe- ter Tarlow estão muito próximos dos quesitos do relatório de competitividade do Fórum Econômico Mundial – ambiente favorável de negócios, infraestrutura, re- cursos naturais e culturais e políticas públicas e condições favoráveis ao turismo. Conclui-se, portanto, que promover a segurança turística é uma ação estra- tégica dos destinos turísticos contemporâneos, uma vez que a insegurança ou a percepção de insegurança dos turistas e residentes causa impactos negativos no desenvolvimento do turismo nacional. Para saber mais sobre o Fórum Econômico Mundial, consulte o rela- tório completo em https://www.weforum.org/reports/travel-and-tou- rism-development-index-2021/, acesso em 16 dez. 2022. 20 https://www.weforum.org/reports/travel-and-tourism-development-index-2021/ https://www.weforum.org/reports/travel-and-tourism-development-index-2021/ MÓDULO III Segurança Turística 2 SEGURANÇA TURÍSTICA PARA GESTORES Os gestores do turismo estão entre os principais colaboradores e res- ponsáveis pela execução e pelo monitoramento de ações voltadas à segurança turística no destino. Firmar parcerias e atuar junto ao trade turístico, aos setores públicos, ao terceiro setor e à iniciativa privada é uma estratégia eficiente que poderá surtir em resultados positivos, pois o turismo é uma atividade de natureza interseto- rial e seus gestores precisam dialogar com todas as camadas da sociedade. O gestor de turismo é um agente ativo que pode pensar e desenvolver ações de segurança turística com outros setores do destino ou local turístico. Ações integradas e compartilhadas são as mais indicadas para o fomento de estraté- gias que possibilitem o turismo seguro, promovendo bem-estar e tranquilidade aos visitantes, residentes e prestadores de serviços. O gestor de turismo pode atuar em parceria com o trade turístico local, por exemplo, considerando as ações realizadas pela Defesa Civil Municipal e/ou Es- tadual, pelos órgãos ambientais e instituições ligadas à vigilância sanitária, pelo Procon e entidades de segurança pública, pelo conselho tutelar e entidades de direitos humanos, constituindo assim, redes de trabalho e cooperação técnica. 21 MÓDULO III Segurança Turística Figura 4 - trabalho em rede do gestor de turismo Fonte: elaboração própria (2023) Entidades como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empre- sas (SEBRAE), a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (ABETA), as instâncias de governança, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e demais associações e cooperativas atuam direta- mente no turismo ou em atividades associadas. A capacitação para os gestores na área de Segurança Turística deve constar nos planos e ações anuais das cidades e destinos de viagens, almejando o apri- moramento permanente para a sua atuação nessa área de forma eficaz, pro- movendo atividades preventivas e informativas em prol do desenvolvimento de ambientes seguros e saudáveis para a sociedade. A Segurança Turística, além de constar nos principais planos e ações da gestão do destino como uma área estratégica para o desenvolvi- mento do Turismo Responsável, de forma integrada e articulada com os demais setores da sociedade, também precisa considerar as necessidades da comunidade local, dos turistas e dos prestadores de serviços, para que as ações sejam pensadas e realizadas com foco na solução de eventuais problemas de insegurança e na melhoria de qualidade de vida de todos os cidadãos (moradores e visitantes). 22 MÓDULO III Segurança Turística 2.1 Segurança Turística e os Eixos de Atuação do Programa Turismo Seguro Um destino turístico seguro tem a capacidade de incentivar e fomentar ações para proteger os residentes e turistas da criminalidade violenta e não violenta, assegurar a qualidade dos produtos e serviços de consumo, prevenir e/ou atuar nos potenciais desastres e crimes ambientais, divulgar e reforçar o respeito aos protocolos de vigilância sanitária e normatização de produtos li- gados ao turismo e ao lazer, além de promover a coleta e acesso aos dados de forma transparente e confiável. De acordo com o Programa Turismo Seguro, a segurança turística é um pilar importante para atingir o Turismo Res- ponsável. Os destinos turísticos brasi- leiros precisam do seu comprometimento, para que esta seja uma iniciativa de sucesso. A Segurança Turística incentiva a adoção de uma série de cuidados especí- ficos em determinadas situações que o turista poderá vivenciar durante uma viagem. Nessa jornada, na intenção de criar ambientes e cenários mais segu- ros no Brasil, o Ministériodo Turismo desenvolveu as bases legais e técnicas do Programa Turismo Seguro, que está estruturado a partir dos sete eixos de atua- ção, contendo objetivos centrais ligados diretamente à Segurança Turística. O Programa Turismo Seguro foi lançado no Brasil no dia 01 de fevereiro de 2022 pelo Ministério do Turismo, durante o 1º Encontro do Fórum de Segurança Turística – Fórum SEGTur. (https://in.gov.br/web/dou/-/portaria-mtur-n-33-de- -20-de-outubro-de-2021-353671986). Esse Programa foi criado para contribuir com o posicionamento do país como um destino seguro e para promover a sensibilização dos diversos ato- 23 https://in.gov.br/web/dou/-/portaria-mtur-n-33-de-20-de-outubro-de-2021-353671986 https://in.gov.br/web/dou/-/portaria-mtur-n-33-de-20-de-outubro-de-2021-353671986 MÓDULO III Segurança Turística res que colaboraram com a segurança turística no Brasil. Portanto, “pretende orientar as ações do Ministério do Turismo, em parceria ou não com outros ór- gãos e entes federativos, no que diz respeito a diferentes aspectos da segurança no âmbito das atividades turísticas” (BRASIL, 2022). Para obter mais informações sobre o Programa Turismo Seguro, o documento completo encontra-se disponível no sítio eletrônico: ht- tps://www.gov.br/turismo/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-pro- gramas/turismo-responsavel/turismo-seguro/programa-turismo- -seguro-sem-marcas-de-governo-completo.pdf Ampliar a sensação de segurança nas atividades turísticas para fortalecer o turismo do Brasil, de forma competitiva e sustentável, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social é o objetivo central do Programa Turismo Seguro, que considera: A segurança turística engloba questões que dizem respeito à locomoção, à segurança pública, à defesa das relações de consumo, à infância protegida, aos direitos humanos, à igualdade de gênero, às informações acessíveis, à integridade física de diversos agentes, à alimentação de qualidade, entre diversas outras. Assim, a segurança no âmbito do turismo deve ser enten- dida de maneira ampla, de forma a contemplar a segurança dos turistas, dos prestadores de serviços, dos profissionais do turismo e da comunidade local receptora, bem como o combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes na atividade turística (BRASIL, 2022, p. 4). O Programa tem como objetivo ampliar a sensação de segurança nas ativi- dades turísticas para fortalecer o turismo do Brasil, de forma competitiva e sus- tentável, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social, e apresenta os seguintes objetivos específicos: 24 https://www.gov.br/turismo/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/turismo-responsavel/turismo-seguro/programa-turismo-seguro-sem-marcas-de-governo-completo.pdf https://www.gov.br/turismo/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/turismo-responsavel/turismo-seguro/programa-turismo-seguro-sem-marcas-de-governo-completo.pdf https://www.gov.br/turismo/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/turismo-responsavel/turismo-seguro/programa-turismo-seguro-sem-marcas-de-governo-completo.pdf https://www.gov.br/turismo/pt-br/acesso-a-informacao/acoes-e-programas/turismo-responsavel/turismo-seguro/programa-turismo-seguro-sem-marcas-de-governo-completo.pdf MÓDULO III Segurança Turística I. Promover a sensação de segurança no turismo. II. Implementar o Código de Conduta do Brasil para que prestadores de serviços turísticos adotem uma posição explícita de repúdio à explo- ração sexual contra crianças e adolescentes em sua política interna, comprometendo o trade turístico nas ações de enfrentamento à ex- ploração sexual de crianças e adolescentes. III. Estruturar dados e indicadores que orientem as políticas de preven- ção à exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo. IV. Contribuir para o posicionamento do Brasil como um destino que atua contra a exploração de crianças e adolescentes no turismo. V. Estruturar dados e indicadores que possibilitem a criação de políticas voltadas à segurança turística seu acompanhamento e avaliação. VI. Fomentar trocas de informações e de boas práticas entre os diversos atores que contribuem para a segurança turística. VII. Sensibilizar os diversos atores que contribuem para a segurança turística. VIII. Promover a troca de informações sobre boas práticas relacionadas às relações de consumo para sensibilizar os diversos atores quanto a as- pectos que contribuam para a segurança turística. IX. Promover a melhoria das relações de consumo do turismo. X. Diminuir os impactos da pandemia da Covid-19 na atividade turística de maneira segura. XI. Produzir conteúdo a ser disponibilizado de maneira acessível aos di- versos públicos para ampliação da sensação de segurança no turismo. XII. Gerar e trocar informações entre instituições com gerência sobre defesa civil. XIII. Gerar e trocar informações entre instituições com gerência sobre transporte de turistas. 25 MÓDULO III Segurança Turística O Fórum de Segurança Turística foi instituído pela Portaria MTur n.º 33, de 20 de outubro de 2021, com vistas a aumentar a sensação de segurança no turismo, considerando a integração de diversos atores com competência téc- nica sobre a matéria, em diferentes níveis de atuação, atribuições e responsa- bilidades. (https://in.gov.br/web/dou/-/portaria-mtur-n-33-de-20-de-outubro- -de-2021-353671986). Os eixos de atuação do Programa Turismo Seguro são definidos da seguinte forma: - Defesa Civil De acordo com a Secretaria de Proteção e Defesa Civil de Mato Gros- so, defesa civil é o “conjunto de ações preventivas, de socorro, assis- tenciais, reabilitadoras e reconstrutivas, destinadas a evitar desas- tres ou minimizar seus impactos para a população e a restabelecer a normalidade social” (BRASIL, 2022, p. 34). Tem como objetivo articular os diferentes agentes públicos que inte- gram a Defesa Civil (agentes de segurança pública, secretarias mu- nicipais e/ou estaduais, entidade de direitos humanos, e órgãos de justiça) para o pronto atendimento por meio de ações preventivas, ou de atuação mais enérgica em situações de riscos iminentes ou em ocorrência de desastres, sobretudo em espaços e ambientes ha- bitados e/ou expressivo fluxo de turistas. Deve-se ter atenção especial aos turistas que, em situações de risco, encontram-se fora de seu local de residência e cidade de origem e, portanto, sem acesso fácil às informações de segurança, diferente- mente da população residente e dos prestadores de serviços. 26 https://in.gov.br/web/dou/-/portaria-mtur-n-33-de-20-de-outubro-de-2021-353671986 https://in.gov.br/web/dou/-/portaria-mtur-n-33-de-20-de-outubro-de-2021-353671986 MÓDULO III Segurança Turística - Prevenção à exploração de crianças e adolescentes no turismo Prevenir a exploração de crianças e adolescentes é um dever de to- das as pessoas. Esse é um preceito da Constituição Federal de 1988, que prevê que é dever da família, da sociedade e do Estado asse- gurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta priorida- de, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão (art. 277). Assim, é essencial que haja o comprometimento e compromisso ético do setor do turismo em todo o território nacional, para que a ativida- de e suas dependências não sejam utilizadas como ferramenta para a prática de crimes, em especial contra as crianças e adolescentes. Uma vez que, essa é uma tarefa inerente a cada uma das pessoas, o turismo também é responsável por atuar no enfrentamento a esse crime. Dada a relevância do tema, o Ministério do Turismo tem se enga- jado em combater a exploração sexual de crianças e adolescentes, realizando campanhas, publicando manuais ecódigos de conduta, e orientando as pessoas durante os grandes eventos nacionais e in- ternacionais, articulando-se ainda, com as instituições de seguran- ça pública de todo o país. Portanto, faz-se necessário e urgente que os gestores de turismo se apropriem dessa temática e se engajem nas ações que alertam sobre a importância de proteger as crianças e adolescentes contra quais- quer tipos de crimes, sobretudo os ligados à exploração e ao abuso. Cabe ao gestor, logo que identifique tal tipo de crime, acionar as au- toridades competentes e solicitar a colaboração das redes de apoio existentes no destino. 27 MÓDULO III Segurança Turística - Relações de consumo no turismo O objetivo deste eixo é promover a troca de informações sobre boas práticas relacionadas às relações de consumo para sensibilizar os diversos atores quanto a aspectos que contribuam para a segurança turística e dar mais segurança às relações de compra e venda de pro- dutos turísticos, a partir de evidências, e orientado por resultados. Assim, o turismo se desenvolve a partir de relações de consumo, sen- do que nessas relações não é o produto que é deslocado até o consu- midor, mas o consumidor que se desloca até os produtos e serviços. A atuação do gestor de turismo, considerando as orientações do Pro- con e do Código de Defesa do Consumidor, além das normas vigentes sobre as relações de consumo no turismo, é contribuir com as ações que orientem o turista a se proteger de práticas de mercado ilícitas e se havendo necessidade, procurar e denunciar junto aos órgãos es- pecializados localidados na cidade ou região turística. Um dos mecanismos legais para fortalecer e ampliar o número de registros de prestadores de serviços turísticos no Brasil, proporcio- nando mais segurança aos turistas nas relações de consumo, consta na Lei Geral do Turismo (Lei 11.771/2008), denominado de Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur). O Cadastur é uma política institucional direcionada ao registro e controle dos prestadores de serviços ligados ao turismo, que visa mapear e estimular a formalização das empresas e dos prestadores de serviços que atuam no setor organizados em 15 segmentos do se- tor turístico nacional. Para saber mais sobre o Cadastur, você pode acessar o link a seguir: https://cadastur.turismo.gov.br. 28 MÓDULO III Segurança Turística - Segurança pública Objetivo da segurança pública é manter a ordem pública, prevenir e reprimir a criminalidade, especialmente os crimes violentos. No âmbito do turismo, a segurança pública envolve as demandas da comunidade local receptora, dos prestadores de serviços turísticos, dos profissionais do turismo e dos turistas, sendo esses últimos mais vulneráveis por não estarem em suas cidades e não disporem das informações sobre seus direitos e recursos em caso de dificuldade. O Programa Turismo Seguro ressalta a necessidade da produção de indicadores de segurança e percepção de segurança em destinos turísticos, para aumentar o controle do processo de planejamento e estimular o fomento de ações mirando destinos mais seguros. Portanto, os gestores de turismo em parceria com os organismos oficiais de segurança e com o trade turístico local podem, de forma integrada e compartilhada, sistematizar informações e dados rela- cionados a crimes e danos ao turista e/ou às comunidades, ao patri- mônio público e/ou privado, de forma a produzir conteúdo que fun- damente a adoção de práticas mais eficientes em prol da segurança de visitantes e residentes. Torna-se fundamental estruturar dados e indicadores que possibili- tem a criação de políticas voltadas à segurança turística, seu acom- panhamento e avaliação, fomentar trocas de informações e de boas práticas entre os diversos atores que contribuem para a segurança turística, sensibilizar os diversos atores que contribuem para a segu- rança turística e buscar ferramentas eficazes para o fortalecimento da segurança pública em benefício do turismo. 29 MÓDULO III Segurança Turística - Transporte de turistas O deslocamento de pessoas está no cerne do próprio conceito de tu- rismo, daí a necessidade essencial de se promover a segurança no transporte de turistas desde a chegada até a sua saída do destino, bem como em seus deslocamentos em todo o território nacional. O Programa Turismo Seguro (BRASIL, 2022, p 35) define transporte para turistas como “um conjunto organizado e coordenado dos mo- dos de transporte, de serviços e de infraestruturas que garante os deslocamentos de pessoas e cargas no território”. A preocupação com a segurança no transporte de turistas, especial- mente em escala local, deve se apresentar como uma das principais prioridades do gestor, pois a mobilidade, a infraestrutura e a qua- lidade do sistema de transporte turístico e público são também da competência administrativa dos dirigentes e do trade turístico local/ regional/nacional, cabendo a todos viabilizar ações e estratégias que propiciem a melhoria contínua dos diversos tipos e modalidades de transportes utilizados pelo turista ao longo da viagem. - Vigilância sanitária O papel da vigilância sanitária é indispensável nos destinos turísti- cos, pois sua atuação de maneira eficiente pode evitar problemas de saúde pública, ao turista, à comunidade local e aos prestadores de serviços. A garantia da oferta de serviços turísticos de qualidade, especial- mente nos serviços de alimentação encontrados em estabeleci- mentos gastronômicos, meios de hospedagem, espaços de diversão, eventos e transportes, por exemplo, precisa ser levada em conside- 30 MÓDULO III Segurança Turística ração para não ocasionar nenhum transtorno de ordem sanitária às pessoas, com foco na promoção de um turismo responsável para to- dos os envolvidos. O Ministério do Turismo, a partir dos protocolos oficiais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, lançou, no ano de 2020, o Selo Turismo Responsável, Limpo e Seguro, com base nas infor- mações do Cadastur e das necessidades dos segmentos empresa- riais do setor turístico nacional, contendo protocolos de boas prá- ticas em segurança sanitária, cujo objetivo foi incluir o Brasil entre os países que cumpriam, naquele momento mais crítico da pande- mia da covid-19 no mundo, os protocolos sanitários de prevenção ao vírus e às formas mais agressivas da doença, possibilitando que as pessoas se sentissem seguras em viajar pelo país e trabalhar nas empresas do setor turístico. Para saber sobre o Selo Turismo Responsável, Limpo e Seguro, você pode acessar o link a seguir: https://www.turismo.gov.br/seloresponsavel. - Comunicação positiva Tem por finalidade produzir e disseminar conteúdos acessíveis que contribuam para a melhoria da segurança turística e ampliação da sen- sação de segurança no turismo, uma vez que a comunicação verdadei- ra e comprovada é fundamental para esclarecimento e melhor orien- tação de residentes e visitantes das regiões e cidades turísticas do país. A comunicação bem elaborada e direcionada ao público-alvo de- sejado alcançará resultados positivos, melhorando as condições de permanência e bem-estar dos turistas. 31 https://www.turismo.gov.br/seloresponsavel MÓDULO III Segurança Turística A comunicação pode ser executada e divulgada por meio de plata- formas e mídias digitais e de recursos audiovisuais, em equipamen- tos e espaços físicos (placas, materiais gráficos, peças promocionais) e nos eventos e feiras de turismo. O trabalho de implementação de cada eixo de atuação do Programa Turis- mo Seguro não será possível sem a participação proativa dos gestores locais, regionais e estaduais. Apoiados e orientados por instituições de ensino, entidades do Sistema S e Ministério do Turismo, os gestores são os responsáveis pela implementação do Programa Turismo Seguro e de boas práticas na sua região ou município. 32 MÓDULO IIISegurança Turística 3 BOAS PRÁTICAS DE SEGURANÇA TURÍSTICA NO BRASIL Agora, seguem algumas boas práticas de Segurança Turística existentes no país a partir dos sete eixos de atuação do Programa Turismo Seguro. É importante ressaltar que, no contexto do Turismo Responsável, desenvolver ações e/ou iniciativas que possam se tornar boas práticas, ou seja, exemplos exitosos, é uma condição indispensável para o aprimoramento da se- gurança turística no país. Isso pode, gradativamente, colaborar com o aumento da sensação de segurança para turistas e residentes nos destinos nacionais. Portanto, ao analisar os exemplos a seguir, reflita sobre cada uma das boas práticas, a abrangência, impactos sociais e repercussões na melhoria da sensação de segurança, bem-estar e qualidade de vida das pessoas (visitantes e residentes). 3.1. Defesa Civil O gestor de turismo possui atuação importante em ações de Defesa Civil, em especial em situações de risco, de desastre, de emergência ou de calamida- de pública. Nesses casos, quando há situações de risco e/ou de perigo às pesso- as (moradores e visitantes), o gestor de turismo poderá desempenhar um papel determinante nas ações de prevenção aos potenciais riscos ou às situações de perigo iminente, como também na execução de medidas que minimizem ou solucionem os possíveis problemas gerados. A Defesa Civil é um eixo central da Segurança Turística, pois muitos desti- nos brasileiros podem ser afetados por fatores naturais ou sociais. E, dessa for- ma, a gestão de risco (prevenção e mitigação) e o gerenciamento de desastres 33 MÓDULO III Segurança Turística (respostas e recuperação ou reconstrução) são duas áreas que merecem e nor- teiam o trabalho das instituições, de agentes públicos vinculados aos diferentes níveis de governo (Federal ou Estadual ou Municipal) e da sociedade civil. Uma boa prática de Defesa Civil é o trabalho desenvolvido no Estado do Mato Grosso a partir da criação de um mapa interativo (http://www.defesacivil.mt.gov. br/compdecs) com as Coordenadorias Municipais de Proteção e Defesa Civil (COMPDEC), que incentiva que os municípios estejam aptos a cumprir suas com- petências instituídas na Política Nacional de Proteção e Defesa Civil – PNPDEC. Nesse mapa é possível localizar a COMPDEC de cada região/municípios, incluindo os destinos turísticos, além do nome do responsável (coordenador), telefone e e-mail, informações cruciais para que residentes e turistas façam contato se precisarem de algum tipo de providência, assistência ou orientação. Figura 5 - atuação da defesa civil em ação de prevenção ao risco Fonte: elaboração própria (2023) Figura 6 - atuação da defesa civil em ações de mitigação, como emissão de alertas Fonte: elaboração própria (2023) 34 http://www.defesacivil.mt.gov.br/compdecs http://www.defesacivil.mt.gov.br/compdecs MÓDULO III Segurança Turística Fonte: elaboração própria (2023) Pode-se destacar, também, como uma boa prática na área da defesa civil, a atuação e os serviços oferecidos pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático – SOBRASA, uma entidade civil (Fundação) sem fins lucrativos, criada em março de 1995, cujos objetivos, filosofia de trabalho e organização estão in- teiramente voltados à prevenção dos óbitos por afogamento no Brasil. A entidade tem por finalidade ”diminuir a mortalidade por afogamento, por meio da conscientização de toda população em diferentes faixas etárias, utilizan- Figura 7 - atuação da defesa civil em ações de resposta, como salvamento Fonte: elaboração própria (2023) Figura 8 - atuação da defesa civil em ações de resposta, como reconstrução de obras destruídas 35 MÓDULO III Segurança Turística do eventos esportivos, recreativos, culturais e educacionais, através dos serviços de salvamento estaduais ou regionais, por todo Brasil” (https://www.sobrasa.org/). Prevenir afogamentos, estabelecer as melhores técnicas e uniformizar e di- fundir o conhecimento são os pilares institucionais da SOBRASA. Figura 9 - portfólio de serviços ofertados pela SOBRASA Fonte: https://www.sobrasa.org/ O Projeto Falésias é desenvolvido e coordenado pelo Departamento de Ge- ografia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e com a Universidade Fe- deral do Ceará (UFC), para realizar operações de observação em áreas de difícil acesso do Litoral Sul do estado, para a elaboração, conforme a equipe de pesqui- sadores responsáveis pela implementação do projeto, de: [...] diagnóstico técnico-científico de caracterização e situação geomorfoló- gica das falésias nas praias de Pipa, no município de Tibau do Sul, e Barra de Tabatinga, em Nísia Floresta, apontando soluções para o risco de desmorona- mento, bem como indicadores para tomada de decisão e melhor governança ambiental da área (AMORIM; MAIA, 2021, p. 24). 36 https://www.sobrasa.org/ https://www.sobrasa.org/ MÓDULO III Segurança Turística Figura 10 - imagens de falésias situadas no litoral sul do Rio Grande do Norte Fonte: Projeto Falésias Os resultados do estudo técnico “Diagnóstico e apontamentos de medidas mitigadoras para o contexto de riscos nas falésias de Pipa e Barra de Tabatinga – RN” (https://www.ufc.br/images/ft_220131_Relatorio_Projeto__Falesias.pdf) serviram de base para a proposição de medidas voltadas à diminuição do risco aos moradores e turistas, a partir de um conjunto de técnicas geofísicas vol- tadas para a caracterização da geologia e estratigrafia das falésias, juntamente com dados da dinâmica marinha que produz a erosão na base dos paredões, coletados com uso da aerofotogrametria. Essa boa prática foi resultado de parcerias institucionais em que, a partir de estudos técnico-científicos, foi possível detectar os potenciais riscos de origem natural e potencializados pela ação humana em áreas litorâneas do Nordeste do Brasil. Iniciativas similares podem ser desenvolvidas nos destinos turísticos brasileiros que possuam características geológicas e geográficas dessa nature- za, para realizar estudos que apontem medidas, indicadores e soluções para a prevenção de riscos de desmoronamento de falésias que possam gerar danos às pessoas e ao ambiente. O uso do monitoramento adequado, o emprego de tecnologias e de meca- nismos de comunicação positiva (informativa) são fundamentais para a pre- venção e/ou ação corretiva, com o envolvimento direto de órgãos e agentes que integram a Defesa Civil das localidades e regiões turísticas. 37 https://www.ufc.br/images/ft_220131_Relatorio_Projeto__Falesias.pdf https://www.ufc.br/images/ft_220131_Relatorio_Projeto__Falesias.pdf https://www.ufc.br/images/ft_220131_Relatorio_Projeto__Falesias.pdf https://www.ufc.br/images/ft_220131_Relatorio_Projeto__Falesias.pdf MÓDULO III Segurança Turística 3.2 Prevenção à Exploração de Crianças e Adolescentes no Turismo A Segurança Turística preocupa-se, também, com o bem-estar e a integri- dade física e emocional das crianças e dos adolescentes, sobretudo nos desti- nos turísticos e nas empresas ligadas ao setor de viagens. Uma experiência exitosa nesse campo partiu do Governo Federal do Bra- sil. Trata-se de uma iniciativa de alto impacto social criada a partir da parceria entre o Ministério do Turismo e o Ministério da Mulher, da Família e dos Direi- tos Humanos, que desenvolveram, conjuntamente, o Código de Conduta Brasil contra a exploração sexual de crianças e adolescentes no turismo. O Código de Conduta Brasil é um instrumento de compromisso, de livre adesão, que tem como objetivo orientar e estabelecer padrões de comportamento ético de empresas e prestadores de serviços turísticos, seus funcionários e cola- boradores, que trabalhem direta ou indiretamente no contexto do turismo para que, no desempenho de suas atividades, adotem ações de prevenção e enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes. Para maisinformações sobre isso, você pode acessar o Código de Conduta. Outra iniciativa considerada boa prática de prevenção contra a exploração sexual desse público é uma ação social e educacional da FAZ – Fundação Ama- zônia Sustentável –, com destaque, dentre os vários projetos desenvolvidos, para o Programa de Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ri- beirinhas da Amazônia (DICARA). O DICARA atende um público com faixa etária de 0 a 17 anos em comuni- dades ribeirinhas e bairros periféricos de municípios do interior do Amazonas, realizando um conjunto de atividades nas áreas de Educação, Saúde e Cidada- nia que visam a proteção e garantia dos direitos de crianças e adolescentes, o empoderamento, e o desenvolvimento de habilidades e potencialidades já exis- 38 http://www.codigodeconduta.turismo.gov.br/index.php/pt/ MÓDULO III Segurança Turística tentes nesse público, almejando a melhoria da qualidade de vida de todos os envolvidos nesse processo de educação para a vida. As ações socioeducativas, ambientais, esportivas, artísticas, de empreende- dorismo e de cidadania são direcionadas à melhoria da qualidade de vida e à di- minuição de situações de vulnerabilidade socioeconômica, com destaque para a prevenção contra a exploração sexual de crianças e adolescentes. Aos gestores de turismo interessados em conhecer essa boa prática de na- tureza educativa e formativa para desenvolver iniciativas semelhares em par- cerias com o setor público e trade turístico no seu município, é possível consul- tar mais informações na página online: https://fas-amazonia.org/sobre-a-fas/. Figura 11 - combate à exploração sexual de crianças e adolescentes Fonte: elaboração própria (2023) 3.3 Relações de Consumo no Turismo Destaca-se, nesse eixo, a boa prática idealizada pelos Ministérios do Turis- mo e da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que resultou na publicação de documentos (cartilhas) que orientam as viagens em transporte aéreo (antes, durante e depois da viagem). Essas três primeiras edições das Cartilhas Consumidor Turista apresentam di- 39 https://fas-amazonia.org/sobre-a-fas/ MÓDULO III Segurança Turística cas de segurança, instruções legais e orientações relativas aos direitos do con- sumidor turista referente à compra e ao uso de transportes aéreos, de maneira simples e direta, aproximando os clientes dos órgãos de defesa do consumidor. Também abordam informações sobre a jornada que o turista percorre na via- gem antes, durante e depois do desembarque no destino. Esses guias ilustra- dos auxiliam o turista ao longo de todo o percurso e podem inspirar os gestores de turismo a desenvolverem orientações simplificadas com dicas de seguran- ça nos transportes mais utilizados no destino, em parceria com as instituições competentes de cada região. Os referidos Ministérios lançaram a publicação denominada “Viajando de Carro”, uma cartilha resultante da parceira com a Agência Nacional de Transpor- tes Terrestres (ANTT), que apresenta informações e dicas importantes para viajar pelas rodovias federais, com destaque para aquelas que estão sob “concessão”. Os Ministérios do Turismo e da Justiça e Segurança Pública, em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventu- ra (ABETA), lançaram a cartilha Consumidor Turista n.º 5, cujo tema é: “Turismo Seguro em Ambientes Naturais”. Essa edição do material contém informações para sensibilizar o consumidor turista sobre os riscos que estão atrelados ao turismo de natureza, buscando proteger os viajantes e possibilitar uma experi- ência mais segura (Ministério do Turismo). As publicações estão disponíveis para download na página virtual do Minis- tério do Turismo: <https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/ publicacoes/consumidor-turista>. 3.4 Segurança Pública Além das inúmeras delegacias especializadas no atendimento ao turista criadas e em operação no Brasil, considera-se uma boa prática a Política “Pac- to pela Vida” (https://www.seplag.pe.gov.br/pactos) de segurança transversal e integrada de forma pactuada com a sociedade, que visa à prevenção de homi- 40 https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/consumidor-turista https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/consumidor-turista https://www.seplag.pe.gov.br/pactos MÓDULO III Segurança Turística cídios com ênfase no monitoramento estratégico das ações e resultados, cuja meta é a redução da criminalidade no Estado de Pernambuco. Foi produzida uma Cartilha Pacto Pela Vida – Democratização e Controle Social da Política de Segurança nos Municípios, a qual trata das seguintes te- máticas: 1. Democratização e controle social da política de segurança; 2. Enfren- tamento da violência de gênero contra as mulheres; 3. Direitos de crianças, ado- lescentes e jovens; 4. Ressocialização de jovens e adultos; 5. Prevenção Social; 6. Centros Integrados de Segurança 7. Operações da Guarda Municipal e parceria com forças policiais; 8. Fatores ambientais e ordenamento urbano; e 9. Estatísti- cas criminais (produção e acesso). O material pode ser consultado no ambiente virtual: https://drive.expresso.pe.gov.br/s/5peq7R1do3z1YN2. O gestor de turismo poderá desempenhar o papel de agente provocador para a criação de uma delegacia de atendimento ao turista no destino ou na re- gião, caso não exista, ou de incentivar a criação de políticas públicas integradas com a participação de órgãos municipais e estaduais, especialmente dos seto- res de segurança pública e justiça. Outra boa prática de segurança pública foi a criação do Programa Rede In- tegrada de Proteção ao Turismo, desenvolvido pelo Estado de Minas Gerais por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). Nessa ação, o destino turístico que desejar implantar uma Rede Integrada de Proteção ao Turismo deve ter pessoas ou organizações que tenham como objetivo desenvolver ações conjuntas em torno de três pila- res: segurança, turismo e cultura. Essa iniciativa do poder público do Estado de Minas Gerais pode ser adapta- da a outros estados e municípios, de acordo com a necessidade de cada destino, uma vez que as ações de segurança pública articuladas ao setor turístico care- cem de integração entre os poderes e entidades de segurança, trade turístico e comunidade local. 41 https://drive.expresso.pe.gov.br/s/5peq7R1do3z1YN2 MÓDULO III Segurança Turística Para saber mais sobre o Programa, acesse a cartilha de orientações: https://www.secult.mg.gov.br/download/category/21--outrosddownload- 2629:cartilha-rede-integrada-de-protecao-ao-turismo Figura 12 - trabalho integrado da rede de segurança pública com o setor de turismo Fonte: elaboração própria (2023) Outra iniciativa de segurança pública que merece atenção é o exemplo da Delegacia Especial de Apoio ao Turista (DEAT), vinculada à Polícia Civil do Es- tado do Rio de Janeiro, que presta atendimento qualificado e bilíngue a turistas estrangeiros. Os policiais da Unidade têm fluência em idiomas e, por meio do contato permanente com representações internacionais, auxiliam o visitante em casos variados relacionados à segurança. 42 MÓDULO III Segurança Turística Figura 13 - Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT) Fonte: policia civil do Rio de Janeiro Para melhorar a segurança dos cariocas e visitantes, a Prefeitura do Rio Janeiro, por meio do Centro de Operações Rio (COR), o Sindicato dos Meios de Hospedagem do Município (Hotéis Rio) e a Delegacia Especial de Apoio ao Tu- rismo (DEAT) celebraram uma parceria no ano de 2022, para aumentar o mo- nitoramento das regiões de maior movimentação turística da capital. Com esse acordo, a DEAT tem acesso às câmeras da Prefeitura que, em contrapartida, pode instalar novos equipamentos de vídeo no topo dos hotéis da Zona Sule Centro (Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro). Figura 14 - centro de operações da prefeitura municipal do Rio de Janeiro Fonte: COR O papel estratégico da DEAT e a atuação do policiamento especializado em turismo do Estado do Rio de Janeiro é uma iniciativa no âmbito da segurança 43 MÓDULO III Segurança Turística pública que, de forma gradual e sistemática, tem contribuindo para amplia- ção da sensação de segurança das pessoas (turistas e residentes) das regiões turísticas fluminenses. 3.5 Transporte de Turistas Uma preocupação para gestores de turismo, profissionais do setor e turistas é a segurança nos transportes nas diversas modalidades existentes no mercado. A adoção de práticas que promovam maior segurança nos transportes lo- cais de turistas, em áreas urbanas e rurais e em ambientes aquáticos, aére- os e terrestres, por exemplo, deve ser viabilizada, preferencialmente, a partir de orientações técnicas de entidades como Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Capitania dos Portos, ANAC, ABNT e demais órgãos espe- cializados no setor, a depender de cada modalidade de transporte e de seu uso para fins turísticos. Chama-se a atenção para a importância de orientar turistas, prestadores de serviços (condutores de veículos, por exemplo) e comunidades sobre a neces- sidade de respeitar as normas de segurança de trânsito, a sinalização, áreas de riscos e evitar o traslado ou passeios em regiões mais remotas e com índices elevados de violência/criminalidade. Figura 15 - exemplos de transportes utilizados no turismo Fonte: elaboração própria (2023) 44 MÓDULO III Segurança Turística 3.6 Vigilância Sanitária O Ministério do Turismo utilizou os protocolos oficiais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA – e lançou, no dia 04 de junho de 2020, o Selo Turismo Responsável, Limpo e Seguro, como já mencionado neste material. Essa iniciativa é considerada uma das melhores práticas na área de vigilância sanitária com impacto direto no setor turístico no período da pandemia da co- vid-19, que afetou fortemente a economia do turismo no mundo e no Brasil. O Selo Turismo Responsável, Limpo e Seguro é um programa que estabe- lece boas práticas de higienização para cada segmento do setor, como forma de incentivo para que os consumidores se sintam seguros ao viajarem e fre- quentarem locais que cumpram protocolos específicos para a prevenção da covid-19, posicionando o Brasil como um destino protegido e responsável (Mi- nistério do Turismo, 2020). Conforme consta no Programa Turismo Seguro, a retomada do turismo foi prevista na Portaria nº 754, de 10 de novembro de 2020, que institui os eixos de atuação e os parâmetros para desenvolvimento de programas, projetos e ações para retomada do turismo no Brasil, com vistas a mitigar os efeitos negativos causados no setor, em decorrência da pandemia da covid-19. São campos de atuação: a) preservação de empresas e empregos no setor de turismo; b) me- lhoria da estrutura e qualificação de destinos; c) implantação dos protocolos de biossegurança; e, d) promoção e incentivo às viagens. O Selo Turismo Responsável disponibiliza conteúdos on-line no sítio ele- trônico <https://www.turismo.gov.br/seloresponsavel>, para facilitar o acesso e a compreensão dos protocolos adequados e necessários à potencialização da segurança, voltados a quinze segmentos do setor turístico que integram o Ca- dastur, em conformidade com a Lei n.º 11.771, de 17 de setembro de 2008. A partir dessa boa prática de vigilância sanitária criada e fomentada pelo Ministério do Turismo, todas as unidades da federação desenvolveram ações similares inspiradas no Selo Turismo Responsável, Limpo e Seguro, adaptan- do a denominação do programa e aplicabilidade, de acordo com cada realida- de regional/local. 45 https://www.turismo.gov.br/seloresponsavel MÓDULO III Segurança Turística Destaca-se, também, como uma boa prática de vigilância sanitária, a elabo- ração de um documento digital ilustrado intitulado de “Verão Seguro”, dispo- nível no endereço eletrônico: <https://setur.es.gov.br/Media/Setur/Galeria%20 de%20Fotos/e-book_vera0_seguro_2020_08_bx.pdf> com informações sobre a realização de atividades seguras de turismo e dicas de atrativos e passeios turísticos, além de orientações de higiene e cuidados sanitários adotados nos destinos do Espírito Santo. A produção de materiais para serem disponibilizados aos turistas e às comu- nidades é uma ação que pode ser realizada pela gestão de um destino ou de uma região turística, de forma a sensibilizar e educar as pessoas sobre os protocolos e as orientações de vigilância sanitária que levem à segurança das pessoas. Outra boa prática nesse eixo é o Verão + Seguro de Santa Catarina, que, por meio de uma plataforma virtual <https://www.verao.sc.gov.br/>, disponibiliza para o turista e residentes um conjunto de informações de Segurança Turística como: mapa interativo sobre a balneabilidade das praias <https://balneabilidade. ima.sc.gov.br/>, dicas de segurança, telefones úteis, covid-19 https://balneabili- dade.ima.sc.gov.br/, além de uma cartilha https://www.verao.sc.gov.br/wp-con- tent/uploads/2022/01/CT-PT-OK.pdf com orientações gerais sobre a prevenção à covid-19, de higiene e telefones de emergência, importantes para os visitantes. 3.7 Comunicação Positiva Um exemplo interessante de boa prática de Comunicação Positiva que o ges- tor de turismo pode aplicar na realidade de sua cidade ou destino de viagem é a divulgação de conteúdo de Segurança Turística em site ou em mídias sociais do destino para informar os turistas, comunidades e prestadores de serviços sobre as ações, atividades e iniciativas positivas e eficientes voltadas à segurança. Um exemplo de site que compartilha uma comunicação positiva que pode inspirar os gestores de turismo a pensarem em algo semelhante é o Portal do Viajante https://www.saudedoviajante.pr.gov.br, que orienta os visitantes e aborda temas ligados a saúde, segurança, transporte e turismo. 46 https://setur.es.gov.br/Media/Setur/Galeria%20de%20Fotos/e-book_vera0_seguro_2020_08_bx.pdf https://setur.es.gov.br/Media/Setur/Galeria%20de%20Fotos/e-book_vera0_seguro_2020_08_bx.pdf https://balneabilidade.ima.sc.gov.br/ https://balneabilidade.ima.sc.gov.br/ https://balneabilidade.ima.sc.gov.br/ https://balneabilidade.ima.sc.gov.br/ https://www.verao.sc.gov.br/wp-content/uploads/2022/01/CT-PT-OK.pdf https://www.verao.sc.gov.br/wp-content/uploads/2022/01/CT-PT-OK.pdf https://www.saudedoviajante.pr.gov.br MÓDULO III Segurança Turística Iniciativa similar foi desenvolvida pela gestão do turismo da cidade de São Paulo que dá dicas de segurança no aeroporto, nos restaurantes, em áreas pú- blicas ou parques de exposição e no hotel, como podemos observar no site ht- tps://visitesaopaulo.com/dicas-de-seguranca/. Essas iniciativas podem ser replicadas ou readequadas à realidade regional/ local, em todo território brasileiro. Assim, o gestor de turismo tem um papel re- levante como articulador e coordenador dessa boa prática, firmando parcerias com setor público e com os empreendedores do setor turístico do destino para oferecer aos visitantes, comunidades e prestadores de serviços um ambiente virtual (site e/ou aplicativo e/ou mídia social) com informações que auxiliem as pessoas em suas experiências de viagem. Figura 16 - ambiente virtual destinado a dicas de segurança turística Fonte: elaboração própria (2023) Outra boa prática adotada em diversos destinos brasileiros é o uso de carti- lhas informativas ou de placas informativas que transmitem a mensagem que o gestor de turismo deseja compartilhar com diferentes públicos. As placas, es- pecialmente, são uma forma de comunicação bastante eficiente, pois transmi- tem a mensagem diretamente ao público-alvo, alertando sobre algum risco ou situação de perigo, sendo uma ação importante para a melhoria da Segurança Turísticalocal. 47 https://visitesaopaulo.com/dicas-de-seguranca/ https://visitesaopaulo.com/dicas-de-seguranca/ MÓDULO III Segurança Turística Figura 17 - placas com avisos de segurança Fonte: elaboração própria (2023) Para saber mais sobre as melhores práticas no campo da Segurança Turística nos destinos brasileiros, acesse o Mapa Brasileiro do Turismo Responsável, que apresenta de forma interativa quais os lugares situados nas cinco Macrorregiões do Brasil, por meio do site http://mapadoturismoresponsavel.turismo.gov.br/. Nessa ferramente você irá encontrar informações sobre as iniciati- vas exitosas que têm gerado resultados positivos a partir de ações de Segurança Turística, além de dicas de segurança, orientações e estratégias que contribuem para fomentar as ações do Programa Turismo Seguro no território nacional. 48 http://mapadoturismoresponsavel.turismo.gov.br/ MÓDULO III Segurança Turística 4 MARCO LEGAL DA SEGURANÇA TURÍSTICA NO BRASIL Figura 18 - representação da desigualdade no Brasil Fonte: elaboração própria (2023) O turismo é um fenômeno social que envolve o deslocamento de pes- soas para fora de suas cidades, de suas zonas de conforto, em busca de conhecimento e experiências novas, promovendo aprendizados e encontros com ambientes diferentes e pessoas de outros lugares. Para que as pessoas possam desfrutar do turismo, os destinos que as re- cebem precisam estar preparados para assegurar que os turistas tenham uma experiência inesquecível e deixem benefícios econômicos e sociais para as co- munidades receptoras. Por isso, é necessário que toda uma rede de planejamento e gestão dos des- tinos trabalhe de forma sinérgica, envolvendo a gestão da infraestrutura em to- das as suas dimensões, a cadeia produtiva do turismo, que inclui os setores de transporte, acomodação, alimentos e bebidas. 49 MÓDULO III Segurança Turística Fundamental é entender que os gestores são os responsáveis por essa complexa tarefa de planejar e gerir os recursos de um destino, as ações das diferentes instituições e organizações envolvidas, para promover um turismo responsável, que gere benefícios socioeco- nômicos e ainda preserve a cultura e o meio ambiente natural das localidades e regiões. A segurança turística é um elemento fundamental para se atingir os ideais do turismo responsável e envolve diversas dimensões, como segurança públi- ca, prevenção e combate à criminalidade, meio ambiente e defesa civil, infraes- trutura de acesso, ambiente de negócios, vigilância sanitária e epidemiológica e comunicação positiva. Há um marco legal bem desenvolvido e consolidado para cada uma dessas dimensões. A seguir, apresentamos a linha do tempo com o marco legal que impacta diretamente as políticas de segurança turística no Brasil. 50 MÓDULO III Segurança Turística Figura 19 - linha do tempo dos marcos legais referentes à segurança turística no Brasil Fonte: elaboração própria (2023) 51 MÓDULO III Segurança Turística Você sabia que além dos pontos de destaque que constam na linha do tempo, existem outros dispositivos institucionais de extrema importância para a construção de uma política de segurança tu- rística no paísd Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social (PNSPDS 2021-2030) – Decreto n.º 10.822, de 28 de setembro de 2021 – deta- lha a política, metas e estratégias, sistema de governança e outras ações referentes à Segurança Pública e Defesa Social, com ênfase nos indicadores e eixos no campo do combate aos vários tipos de violência e criminalidade. Tem por finalidade “orientar os entes fe- derativos quanto ao diagnóstico prévio e à elaboração dos planos de segurança pública e defesa social, que deverão estar alinhados com a PNSPDS 2021-2030”. Sistemas de dados confiáveis – Resultante da Lei n.º 13.853, de 08 de julho de 2019 (conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados Pesso- ais (LGPD) – dispõe sobre a proteção de dados pessoais e para criar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados; e dá outras providências. Código do Consumidor – Lei n.º 8.078/1990, de 11 de setembro de 1990, Decreto n.º 7.962, de 15 de março de 2013 – que regulamenta o Código de Defesa do Consumidor para dispor sobre a contratação no comércio eletrônico. Estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social com base em um conjunto de normas e orientações jurídicas que visam a proteção aos direitos do consumidor. Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651 – 2012) – Dispõe sobre a preservação da vegetação nativa e revoga o Código Florestal Brasilei- ro de 1965, determinando a responsabilidade do proprietário de am- bientes protegidos entre a Área de Preservação Permanente (APP) e a Reserva Legal (RL) em preservar e proteger todos os ecossistemas. O Novo Código Florestal levanta pontos polêmicos entre os interes- ses ruralistas e ambientalistas até os dias de hoje. 52 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.853-2019?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.853-2019?OpenDocument https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2018/Lei/L13709.htm#ementa MÓDULO III Segurança Turística Protocolos sanitários da ANVISA – Lei n.º 9.782, de 26 de janeiro de 1999 – promoção à proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e consumo de produtos e servi- ços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfande- gados. Assegurou a qualidade da produção e consumo de alimentos no Brasil, qualidade dos fármacos, controle de epidemias, e entrada e saída de produtos do país. Portaria GM/MS n.º 913, de 22 de abril de 2022 – Declara o encer- ramento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacio- nal (ESPIN) em decorrência da infecção humana pelo novo coro- navírus (2019-nCoV) e revoga a Portaria GM/MS n.º 188, de 3 de fevereiro de 2020. Medida Provisória n.º 1.121, de 7 de junho de 2022 – Dispõe sobre o es- tabelecimento de barreiras sanitárias protetivas de áreas indígenas. Lei de Crimes Ambientais – Lei n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998) – Trata das questões penais e administrativas no que diz respeito às ações nocivas ao meio ambiente, concedendo aos órgãos ambientais mecanismos para punição de infratores, como em caso de crimes ambientais praticados por organizações. A pessoa jurídica, autora ou coautora da infração, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição pode ser extinta caso se comprove a recuperação do dano. Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – Lei nº. 8.069, de 13 de julho de 1990 – fomentou uma mudança radical da perspectiva de direitos de crianças e adolescentes, passando da lógica da situação irregular – que tratava esse público como objeto da tutela do estado e se restringia a compor norma sobre “menores” que não estavam sob a tutela dos pais – para a lógica da proteção integral, prevendo 53 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9782.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9782.htm http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.069-1990?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%208.069-1990?OpenDocument MÓDULO III Segurança Turística direitos de todas as crianças e adolescentes brasileiras, reconhecen- do–os como sujeitos de direitos. Política Nacional do Meio Ambiente – Lei n.º 6.938, de 31 de agosto de 1981 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus Fins e Mecanismos de Formulação e Aplicação, e dá outras provi- dências. Tem como objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade