Buscar

POLÍTICAS-PÚBLICAS-DE-TURISMO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
1.1 As políticas públicas ............................................................................. 6 
1.2 Sobre a natureza do turismo ................................................................ 9 
1.3 O turismo no desenvolvimento local e regional .................................. 11 
1.4 Turismo no Brasil ............................................................................... 14 
2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE TURISMO NO BRASIL ................................. 16 
3 O SISTEMA NACIONAL DE TURISMO .................................................... 21 
3.1 Ministério do Turismo ......................................................................... 25 
4 PLANO NACIONAL DE TURISMO ........................................................... 26 
4.1 Ações ................................................................................................. 27 
4.1.1. Conhecer o turista, o mercado e o território .................................... 27 
4.1.1.1. Desenvolver estudos e pesquisas sobre a atividade turística ........ 27 
4.1.1.2. Implantar plataforma interinstitucional de dados ............................ 28 
4.1.1.3 Implementar sistema de inteligência ............................................... 28 
4.1.2. Estruturar os destinos turísticos ...................................................... 29 
4.1.2.1. Apoiar o desenvolvimento das regiões turísticas ......................... 29 
4.1.2.2 Apoiar a elaboração e a implementação dos planos de 
desenvolvimento turístico ...................................................................................... 29 
4.1.2.3. Melhorar a infraestrutura turística ................................................ 30 
4.1.2.4. Mensurar a competitividade nos destinos turísticos ..................... 30 
4.1.2.5. Estruturar os segmentos turísticos priorizados ............................ 30 
4.1.3. Fomentar, regular e qualificar os serviços turísticos ....................... 31 
4.1.3.1. Cadastrar os prestadores de serviços turísticos .......................... 31 
4.1.3.2. Fiscalizar os serviços turísticos .................................................... 31 
4.1.3.3. Classificar e certificar os serviços e equipamentos turísticos ...... 31 
 
4.1.3.4. Capacitar e qualificar profissionais e gestores do setor de turismo . 
 ..................................................................................................... 32 
4.1.3.5. Incrementar as linhas de financiamento à iniciativa privada ........ 33 
4.1.3.6. Implementar o apoio ao fomento público à pesquisa, à inovação e 
ao conhecimento ................................................................................................... 33 
4.1.3.7. Atração de investimentos e questões tributárias .......................... 33 
4.1.4. Promover os produtos turísticos ..................................................... 34 
4.1.4.1. Realizar campanhas de promoção do turismo interno ................. 34 
4.1.4.2. Apoiar eventos de comercialização ............................................. 35 
4.1.4.3. Realizar ações de apoio à comercialização do produto turístico 
brasileiro no mercado interno ................................................................................ 35 
4.1.4.4. Realizar mostra dos produtos e roteiros turísticos ....................... 35 
4.1.4.5. Fortalecer a estratégia de promoção internacional do turismo 
brasileiro ..................................................................................................... 36 
4.1.4.6. Apoiar a realização de eventos de fortalecimento ao 
desenvolvimento turístico ...................................................................................... 36 
4.1.4.7. Articular com as demais esferas de governo a necessidade de uma 
reavaliação dos encargos tributários ..................................................................... 37 
4.1.5. Estimular o desenvolvimento sustentável da atividade turística ..... 37 
4.1.5.1. Combater a exploração de crianças e adolescentes na cadeia 
produtiva do turismo .............................................................................................. 37 
4.1.5.2. Integrar a produção associada na cadeia produtiva do turismo ... 38 
4.1.5.3. Fomentar o turismo de base comunitária ..................................... 38 
4.1.6. Fortalecer a gestão descentralizada, as parcerias e a participação 
social ........................................................................................................ 39 
4.1.6.1. Fortalecer a gestão do turismo no Brasil...................................... 39 
4.1.6.2. Definir modelos referenciais de infraestruturas de gestão para as 
Organizações Públicas de Turismo (OPT)............................................................. 39 
4.1.6.3. Ampliar a cooperação internacional em turismo .......................... 40 
 
4.1.6.4. Promover a melhoria de ambiente jurídico favorável ................... 40 
5 PROGRAMA DE REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO .............................. 41 
5.1 Categorização dos municípios ........................................................... 42 
5.2 Como foi construída a metodologia .................................................... 46 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 49 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Políticas públicas são definidas, na visão da Secretaria do Meio Ambiente –
SEMA (2013, p. 1) como: “conjuntos de programas, ações e atividades desenvolvidas 
pelo Estado diretamente ou indiretamente, com a participação de entes públicos ou 
privados, que visam assegurar determinado direito de cidadania de forma difusa ou 
para determinado seguimento social, cultural, étnico ou econômico”. 
 
 
Fonte: www.hosteleriamadrid.com 
Nesse sentido, são instrumentos empregados pelo Estado para garantir à 
sociedade direitos constitucionais. Envolve muito mais que uma decisão, mas também 
inúmeras ações estrategicamente elegidas. O conceito mais difundido é o do cientista 
político Laswell que diz: “decisões e análises sobre política pública implicam 
responder às seguintes questões: quem ganha o quê, por que e que diferença faz?” 
(Laswell, 1958 apud Souza, 2006, p. 5). 
De modo geral, observa-se que o alvo das políticas públicas resume-se em 
atender a demandada sociedade através da efetivação dos direitos de cidadania, 
gerando desenvolvimento com a promoção de empregos, saúde, educação, melhoria 
na infraestrutura, redistribuição de renda, entre outros. 
Quanto às classificações, as políticas públicas dividem-se pela natureza, 
abrangência e seus impactos sociais. Quanto à natureza se qualificam em estruturais 
 
– interferindo em relações de renda, emprego e propriedade; e em conjuntural – visa 
resolver situações imediatas, sendo também conhecida como emergencial. Quanto a 
sua abrangência pode ser classificada como universais – as quais atendem a todos 
os cidadãos; segmentais - direcionadas apenas para um segmento da população 
(idade, sexo, condição física, etc.); e fragmentadas – é mais restrita que as 
segmentais, pois comporta apenas um grupo social dentro da segmentação. 
Já quanto aos impactos que podem causar na sociedade são subdivididas em: 
distributivas – políticas voltadas à distribuição individual de benefícios; redistributivas 
– buscando certa equidade através da distribuição de benefícios a grupos sociais, e 
regulatórias – as quais visam distribuição de benefícios imediatos para qualquer grupo 
social, regulando por meio de regras e procedimentos, comportamentos de atores 
(que possuem poder) para atender interesses gerais. 
Importa ressaltar que as políticas públicas variam conforme a orientação 
política de determinado Estado, e, portanto, a relação entre as características acabam 
sendo influenciadaspelas ideologias de cada modelo político. 
A análise da política pública, ou ainda, a sua formulação pode ser realizada 
através de uma metodologia conhecida como ciclo de políticas públicas, o qual 
apresenta cinco fases: na primeira há a definição de prioridades, na segunda – 
apresentação das soluções ou alternativas, na terceira – escolha da melhor solução 
possível, na quarta – execução das ações e, por fim, a quinta fase onde há a avaliação 
e acompanhamento o que não significa o encerramento do ciclo, pois os 
acompanhamentos contínuos em todas as etapas e dos efeitos que as políticas 
causam em longo prazo, caracterizam-se como etapas essenciais ao melhoramento 
da política (Souza, 2006). 
Assim, pode-se resumir política pública como o campo do conhecimento que 
busca, ao mesmo tempo, “colocar o governo em ação” e/ou analisar essa ação 
(variável independente) e, quando necessário, propor mudanças na direção ou curso 
dessas ações (variável dependente). A formulação de políticas públicas constitui-se 
no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas 
eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo 
real (Souza, 2006, p. 7). 
Em síntese, para alcançar o desenvolvimento do país e dinamizar as 
economias locais, promovendo variações qualitativas nos aspectos sociais da 
população, muitos governantes elaboram e executam políticas públicas em vários 
 
setores. E, neste cenário, o setor de serviço turístico tornou-se, nos últimos anos, um 
importante instrumento propulsor do desenvolvimento, pois consegue gerar uma série 
de benefícios diretos e indiretos. 
1.1 As políticas públicas 
 
Fonte: www.ingenieros.cl 
O papel que o Estado desempenha em nossa sociedade sofreu inúmeras 
transformações com o passar do tempo. No século XVIII e XIX, sua principal finalidade 
era a segurança pública e a defesa externa em caso de ataque inimigo. 
Contudo, com o aprofundamento e expansão da democracia, as 
responsabilidades do Estado se diversificaram. Atualmente, é comum se afirmar que 
a função do Estado é promover o bem-estar da sociedade. 
Para tanto, ele precisa desenvolver uma série de ações e atuar diretamente em 
diferentes áreas, tais como saúde, educação, meio ambiente. 
Para atingir resultados em diversas áreas e promover o bem-estar da 
sociedade, os governos se utilizam das Políticas Públicas que podem ser definidas da 
seguinte forma: “(...) Políticas Públicas são um conjunto de ações e decisões do 
governo, voltadas para a solução (ou não) de problemas da sociedade (...).” 
Dito de outra maneira, as Políticas Públicas são a totalidade de ações, metas e 
planos que os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o 
 
bem-estar da sociedade e o interesse público. É certo que as ações que os dirigentes 
públicos (os governantes ou os tomadores de decisões) selecionam (suas prioridades) 
são aquelas que eles entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade. 
Ou seja, o bem-estar social é sempre definido pelo governo e não pela sociedade. Isto 
ocorre porque a sociedade não consegue se expressar de forma integral. Ela faz 
solicitações (pedidos ou demandas) para os seus representantes (deputados, 
senadores e vereadores) e estes mobilizam os membros do Poder Executivo, que 
também foram eleitos (tais como prefeitos, governadores e inclusive o próprio 
Presidente da República) para que atendam as demandas da população. 
As demandas da sociedade são apresentadas aos dirigentes públicos por meio 
de grupos organizados, no que se denomina de Sociedade Civil Organizada (SCO), a 
qual inclui, conforme apontado acima, sindicatos, entidades de representação 
empresarial, associação de moradores, associações patronais e ONGs em geral. 
As sociedades contemporâneas se caracterizam por sua diversidade, tanto em 
termos de idade, religião, etnia, língua, renda, profissão, como de ideias, valores, 
interesses e aspirações. 
No entanto, os recursos para atender a todas as demandas da sociedade e 
seus diversos grupos (a SCO) são limitados ou escassos. Como consequência, os 
bens e serviços públicos desejados pelos diversos indivíduos se transformam em 
motivo de disputa. Assim, para aumentar as possibilidades de êxito na competição, 
indivíduos que têm os mesmos objetivos tendem a se unir, formando grupos. 
Não se deve imaginar que os conflitos e as disputas na sociedade sejam algo 
necessariamente ruim ou negativo. Os conflitos e as disputas servem como estímulos 
a mudanças e melhorias na sociedade, se ocorrerem dentro dos limites da lei e desde 
que não coloquem em risco as instituições. 
Assim, o interesse público – o qual, por sua vez, reflete as demandas e 
expectativas da sociedade – se forma a partir da atuação dos diversos grupos. 
Durante a apresentação de suas reivindicações os grupos tentam obter apoio de 
outros grupos, mas também sofrem oposição daqueles que têm outras reivindicações 
contrárias. O interesse público se forma, portanto, por meio da disputa de todos os 
grupos da Sociedade Civil Organizada (SCO). 
Cabe ao formulador de Políticas Públicas conseguir perceber, compreender e 
selecionar as diversas demandas. 
 
Compreendidas as diversas demandas e expectativas da sociedade, ele fará a 
seleção de prioridades para, em seguida, oferecer as respostas. As respostas nunca 
atenderão às expectativas de todos os grupos. Alguns grupos serão contemplados, 
outros não. Para os grupos contemplados o governo terá de formular e desenvolver 
ações para buscar atender suas expectativas, integral ou parcialmente. Quando o 
governo busca atender as principais (na sua percepção) demandas recebidas, diz-se 
que ele está voltado para o interesse público (ou seja, para o interesse da sociedade). 
Ao atuar na direção do interesse público, o governo busca maximizar o bem estar 
social. 
Em outras palavras, as Políticas Públicas são o resultado da competição entre 
os diversos grupos ou segmentos da sociedade que buscam defender (ou garantir) 
seus interesses. Tais interesses podem ser específicos – como a construção de uma 
estrada ou um sistema de captação das águas da chuva em determinada região – ou 
gerais – como demandas por segurança pública e melhores condições de saúde. 
É importante ressalvar, entretanto, que a existência de grupos e setores da 
sociedade apresentando reivindicações e demandas não significa que estas serão 
atendidas, pois antes disso é necessário que as reivindicações sejam reconhecidas e 
ganhem força ao ponto de chamar a atenção das autoridades do Poder Executivo, 
Legislativo e Judiciário. 
 
 
Fonte: www.cursoderedacao.net 
 
Como exemplo do que foi apresentado, podemos citar o Programa do 
Artesanato Brasileiro (PAB), gerenciado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria 
e Comércio Exterior (MDIC), cuja missão é “estabelecer ações conjuntas no sentido 
de enfrentar os desafios e potencializar as muitas oportunidades existentes para o 
desenvolvimento do Setor Artesanal, gerando oportunidades de trabalho e renda, bem 
como estimular o aproveitamento das vocações regionais, levando à preservação das 
culturas locais e à formação de uma mentalidade empreendedora, por meio da 
preparação das organizações e de seus artesãos para o mercado competitivo”, 
conforme apresentado na página do MDIC. Tal programa é gerido pelo governo 
federal, mas busca a descentralização, pois pretende desenvolver as potencialidades 
dos estados e municípios. 
Tal política foi desenvolvida visando a geração de emprego e renda bem como 
a preservação das culturas locais e a criação de uma mentalidade empreendedora. 
Para tanto, as ações adotadas são a capacitação de artesãos e multiplicadores, 
estruturação de núcleos produtivos do segmento artesanal, feiras e eventos para 
comercialização da produção artesanal e rotas de artesanato e turismo. Certamente 
tais ações não são consideradassuficientes por todos os grupos envolvidos nesse 
tema, entretanto, certamente ela surgiu como resultado da interação dos elementos 
que constituem esse segmento social1. 
1.2 Sobre a natureza do turismo 
Duas características intrínsecas ao turismo o diferenciam, essencialmente, de 
outras atividades econômicas ou produtivas. Uma delas é o fato de o turismo ser, 
antes de qualquer coisa, uma prática social. A outra é o fato de ser o espaço seu 
principal objeto de consumo. 
Como prática social, a atividade do turismo tem o turista como principal 
protagonista e isso implica reconhecer que, mesmo diante da hegemonia de agentes 
de mercado e do estado, o “mundo do turismo” não se restringe às ações 
hegemônicas de atores hegemônicos. 
O turismo se dá na escala e na efervescência da vida nos lugares e mesmo 
nos lugares cuja vida está profundamente imbricada à atividade do turismo, sua 
 
1 Extraído do Manual de Políticas Públicas, SEBRAE/MG. 
 
existência sempre vai além das lógicas impostas pela atividade. As relações social e 
historicamente construídas por um dado grupo dão o tom da maior ou menor 
resistência dos lugares aos vetores trazidos com o turismo. (Cruz, 2006, p. 338) 
 
 
Fonte: hyser-40.cdn.pjtsu.com 
Ingressar no competitivo rol dos destinos turísticos nacionais e internacionais 
não é objetivo fácil de ser alcançado. Tornar-se um destino turístico nacional e 
internacionalmente conhecido é resultado de um conjunto de ações e relações, fatores 
internos e externos cujo comando, no mais das vezes, não pertence ao lugar receptor. 
Ao contrário, a hegemonia dos mais importantes polos emissores do País e do mundo 
se pode fazer sentir sobre muitos dos destinos turísticos do mundo e do País. A 
implementação de obras voltadas a aumentar a fluidez do território, bem como outras 
destinadas à melhoria de condições infraestruturas básicas dos lugares 
(abastecimento de água, energia elétrica, coleta e tratamento de esgoto e coleta e 
acondicionamento de resíduos sólidos) correspondem a algumas das ações 
estratégicas emanadas do estado (sobretudo poderes públicos federal e estaduais) 
no sentido de desenvolver o turismo no território nacional Tornar o território atrativo 
para o capital privado é o objetivo precípuo dessas ações.. 
Esse processo não é, de forma alguma, unívoco, visto que não raras vezes 
divergências de interesse entre os sujeitos sociais diretamente envolvidos existem e 
são difíceis de serem superadas. Tais pressupostos remetem a uma reflexão crítica 
 
acerca da pertinência da busca “cega” pelo desenvolvimento do turismo, além de 
remeter à discussão, entre outras coisas, a uma análise acerca das escalas do 
planejamento territorial do turismo, responsabilidade do estado. 
1.3 O turismo no desenvolvimento local e regional 
Partindo do pressuposto de que vivemos inseridos no contexto de um modo de 
produção capitalista e que o capitalismo é, por essência, concentrador de riqueza e 
gerador de exclusão social, o que cabe colocar em discussão são as reais 
possibilidades de o turismo efetivamente contribuir para reverter o quadro de 
profundas injustiças sociais, histórica e socialmente construído. 
Considerando que a matéria-prima do turismo é o espaço, reconhecemos 
desde já um diferencial entre a atividade econômica do turismo e outras atividades 
econômicas, ou seja, teoricamente, todos os lugares são potencialmente turísticos já 
que a atratividade turística dos lugares é uma construção cultural e histórica. 
Até meados do século XVIII, por exemplo, não se costumava frequentar praias 
ou montanhas como espaços de lazer porque tanto oceanos como montanhas 
causavam pavor às populações (Boyer, 2003). De destinos de lazer a destinos 
turísticos, espaços à beira-mar e montanhas, tais como todos os considerados 
atrativos turísticos de hoje e de ontem não são mais que construções culturais. 
Tais ponderações nos são muito úteis no sentido de compreender o papel do 
turismo na distribuição da riqueza. Se, no que tange à sua dimensão espacial, o 
turismo pode, teoricamente, acontecer em todos os lugares do planeta, isso lhe 
confere uma competência, maior que de qualquer outra atividade econômica, de 
distribuir espacialmente a riqueza. A indústria, por exemplo, é uma atividade produtiva 
muito mais seletiva e concentrada espacialmente que o turismo. 
Distribuição espacial da riqueza não é o mesmo, entretanto, que distribuição 
estrutural da riqueza. Por isso, muitos lugares pobres, capturados pela atividade do 
turismo, viram suas economias dinamizadas e assistiram a profundas transformações 
em seus territórios sem que, necessariamente, suas populações se tivessem tornado 
automaticamente detentoras de melhores condições de vida e de renda. Ingenuidade 
teórica ou manipulação inescrupulosa de dados e informações, é isso, todavia, que o 
discurso dominante sobre o turismo quer fazer crer. 
 
O aumento espontâneo ou planejado de fluxos turísticos pode dinamizar as 
economias locais e regionais pelas demandas que os turistas trazem consigo 
(demandas por hospedagem e alimentação, entre outras), multiplicando 
infraestruturas, gerando postos de trabalho, fazendo o dinheiro circular. 
 
 
Fonte: www.cdlbh.com.br 
Todavia, faz-se necessário lembrar, também, que o conceito de 
desenvolvimento é polissêmico. Desenvolvimento econômico não é sinônimo de 
desenvolvimento social. 
Desenvolvimento sustentável também pode ser um conceito vago. Sustentável 
em que sentido? Sustentável para quem? No meu entendimento, o desenvolvimento 
que queremos é aquele sustentado nas sólidas bases da justiça social, mas seria 
possível construir uma sociedade mais justa por meio do turismo? Naturalmente não. 
Todavia, pode-se fazer do desenvolvimento do turismo um instrumento a favor do 
alcance deste objetivo, mas para isso seria necessário conduzir o processo de 
desenvolvimento do turismo segundo a premissa da busca por justiça social. mas essa 
não tem sido a tônica da ação dos sujeitos hegemônicos da política e da economia. 
Por isso, não é, também, evidentemente, a tônica do desenvolvimento do turismo. 
O turismo vem se revelando uma atividade de grande contribuição para o 
desenvolvimento econômico. Para Lage e Milone (2000) apud Nascimento e Silva 
(2009) a atividade turística é um serviço da sociedade industrial moderna, que passou 
 
a fazer parte de todas as nação contribuindo em todos os setores e destacando-se de 
maneira indispensável para as atividades econômicas, perdendo apenas para o setor 
petrolífero. Com esta visão, torna-se compreensível o despertar do interesse para o 
investimento turístico, visto que a demanda por esse serviço está em crescimento. De 
acordo com o relatório publicado pelo Fórum Econômico Mundial o turismo é 
responsável por 9% do PIB mundial. 
O conceito vigente atualmente de turismo é o elaborado pela OMT (2005), que 
o compreende como toda atividade que as pessoas realizam durante suas viagens e 
estadas em lugares diferentes do seu ambiente habitual, por um período consecutivo 
inferior a um ano, com finalidade de ócio, negócios e outros motivos. O órgão ressalta 
que o turismo não limita as atividades e nem os produtos, ou seja, qualquer pessoa 
fora de seu ambiente de costume, que demande a produção de bens e serviços neste 
local, está praticando o turismo. Concluindo, portanto, que a atividade turística não 
provém do produto ou da oferta, mas da demanda, envolvendo os atores da 
experiência turística, os elementos geográficos e o mercado turístico. 
Os atores da experiência turística são todos os visitantes internos e visitantes 
internacionais. Para a OMT (1995) apud OMT (2005) o visitante interno é qualquer 
indivíduo que viaje para algum lugar dentro do país, fora de seu ambiente habitual, e 
que não exerça atividade remunerada no lugar visitado. Podem-se subdividir os atores 
enquantoturistas e excursionistas. Os turistas pernoitam, pelo menos uma vez, em 
algum meio de hospedagem, enquanto que os excursionistas não pernoitam no local 
visitado. 
O visitante internacional é aquele que viaja para algum lugar fora do seu país, 
não exercendo atividade remunerada no país de destino. Também segue a mesma 
subdivisão apresentada para o viajante interno, turista e excursionista, porém a 
diferença está no fato de que o excursionista é aquele de programa coletivo, podendo 
pernoitar (OMT, 1995 apud OMT, 2005). 
Já os elementos geográficos do turismo, ainda de acordo com OMT (2005), 
dizem respeito ao espaço onde se dá o fluxo turístico, são eles, a região de origem do 
turismo, a região de destino turístico e a zona de trânsito. Em resumo, este elemento 
é o espaço onde as atividades turísticas acontecem, onde a demanda gera receita e 
consequentemente empregos, ou ainda, é o espaço real onde as atividades do turismo 
se concretizam. 
 
Por último, e não menos importante está o mercado turístico, o qual se 
configura como ponto de encontro entre a oferta e a demanda, sendo controlado pelos 
componentes destes elementos. A demanda, parte essencial no setor turístico, divide-
se em: efetiva - número efetivo de participantes na atividade turística, sendo uma 
variável de fácil mediação; e demanda latente - que corresponde às pessoas não 
participantes da atividade turística, que por sua vez subdivide-se em demanda 
potencial e diferida. 
De acordo com a OMT (2005), existem fatores determinantes da demanda 
turística. Estes fatores podem ser identificados como: fatores sociológicos; 
características pessoais como a idade, grau de instrução, sexo, estado civil, 
nacionalidade; determinantes econômicos, que são as condições econômicas, como 
a atividade econômica desempenhada, ocupação profissional, nível de renda, entre 
outros. Todavia, coexistem também determinantes relativos à viagem, ou seja, o 
motivo que levou a viajar, as formas de compra ou organização da viagem, o período 
de compra, distância viajada, meio de transporte. 
O que configura o turismo como uma atividade de suma importância para o 
desenvolvimento econômico e social de um país é o fato de ser uma atividade 
multifacetada, ou seja, ela agrega uma enorme cadeia em torno de si, sendo capaz 
de beneficiar economicamente demais atividades, além de gerar emprego, renda e 
atrair investimentos públicos e privados2. 
1.4 Turismo no Brasil 
O turismo não é um fenômeno novo, porém, no Brasil a sua importância foi 
percebida recentemente quando o governo constatou a sua capacidade de gerar 
riquezas, posto de trabalhos, e movimentar diversos setores produtivos. É 
considerada, hoje, uma atividade ideal, desde que haja um planejamento pré-definido 
levando em consideração os impactos positivos e negativos que causam tanto na 
população local, quanto ao meio ambiente. 
O início das atividades turísticas no Brasil se deu em meados da década de 
1920, ganhando força com passar dos anos. O primeiro passo foi dado com a criação 
do Ministério do Turismo (MTUR), instituído há 11 anos, que teve com papel inicial o 
 
2 Texto extraído do link: http://biblioteca.clacso.edu.ar/ar/libros/edicion/lemos/19cruz.pdf. 
Autora: Rita de Cássia Ariza da Cruz. 
 
planejamento e fomentação do turismo brasileiro. Pouco tempo depois, para aumentar 
a eficiência do ministério, foi formulado o Plano Nacional do Turismo (PNT), o qual 
tem como objetivo, alinhado ao Plano Plurianual, desenvolver o turismo no país e 
erradicar a pobreza (PNT, 2013). 
O PNT, segundo o Ministério do Turismo, é voltado para a criação de 
mecanismos que garantam estabilidade e confiança, no que se refere à obtenção de 
licenças, autorizações, concessões e demais exigências do estado, para a instalação 
e operação de empreendimentos turísticos (PNT, 2013). 
Para alavancar o turismo no Brasil, foram criados vários órgãos e entidades, 
além do MTUR, como a Confederação Nacional do Turismo (CNTUR), a qual 
representa uma entidade coordenadora e de representação nacional do setor 
produtivo do turismo brasileiro; há também as Secretarias Estaduais de Turismo, que 
tem por função promover e estimular o desenvolvimento do turismo nos estados; e o 
Instituto Brasileiro do Turismo (EMBRATUR), que após a criação do MTUR, passou a 
cuidar exclusivamente da promoção e o apoio à comercialização, no exterior dos 
produtos turísticos do Brasil. 
No Brasil o turismo teve dois marcos principais para alavancar de vez o setor 
como atividade econômica: à descentralização do turismo e a criação de novas 
modalidades turística. A descentralização é um plano que consiste na 
desconcentração do turismo nos grandes centros, remanejando, concedendo 
incentivos e delegando poder aos municípios para que assim o interior do estado se 
desenvolva no mesmo ritmo que os grandes centros. O último, por sua vez, é baseado 
na sugestão de Krippendorf (1975), que sugeriu um turismo brando, o qual vai de 
encontro ao turismo de massa, já que, com a criação de novas modalidades o turismo 
seria mais específico e assim equilibraria os recursos naturais evitando desperdício 
de recursos e sua rápida degradação. 
Desde 2010, o Brasil figura entre os principais destinos turísticos do planeta, o 
que gerou uma receita em torno de US$ 27.381 milhões de dólares, no mesmo ano. 
Em 2012 esses números alavancaram e só a receita gerada pelos turistas 
estrangeiros foi de US$ 6,6 bilhões de dólares. Nestes mesmos períodos os 
investimentos financeiros federais giraram em torno de R$ 6,68 bilhões em 2010 e R$ 
11,20 bilhões em 2012. Estes números só comprovam a evolução que o Brasil vem 
apresentando (Departamento de Estudos e Pesquisa do Ministério do Turismo, 2014). 
 
As estatísticas são favoráveis para o Brasil, com o auxílio do governo, através 
de planos, programas, ações, com sua riqueza natural diversificada, a ascensão da 
classe C, o baixo impacto sofrido pela crise em comparação aos demais países, e os 
eventos que serão sediados pelo país, a nível mundial (Cunha, 2012)3. 
2 POLÍTICAS PÚBLICAS DE TURISMO NO BRASIL 
 
Fonte: viajepelosnossosolhos.com.br 
A história das políticas públicas de turismo no Brasil pode ser dividida em quatro 
períodos. O primeiro período, conhecido como a “pré-história” jurídico-institucional das 
políticas nacionais de turismo, teve início em 1938, através do Decreto Lei nº 406/38, 
e fim em 1966 (Decreto n° 55/66), e esteve baseado na configuração da 
superestrutura do turismo no país por meio da criação de organismos oficiais de 
turismo que ampliaram o universo de atuação do Estado diante da atividade. Neste 
período havia uma falta de compreensão sobre a competência política governamental 
em relação à questão turística como um todo, seus assuntos e responsabilidades 
transitaram durante décadas em diferentes departamentos, mudando a cada troca de 
governo, resultando na dificuldade de gestão e continuidade das políticas públicas. 
 
3 Texto extraído do link: http://www.uesc.br/eventos/ivsemeconomista/anais/gt7-7.pdf. Autores: 
Poliana Da Silva Cerqueira, Lessi Inês Farias de Pinheiro e Kaiza Correia da Silva Oliveira. 
 
A segunda fase teve início em 1966 (Decreto-Lei nº 55/66), por meio da criação 
do Sistema Nacional de Turismo, constituído pelo Conselho Nacional de Turismo 
(CNTur), Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR) e Ministério das Relações 
Exteriores. Foi um marco na evolução das políticas públicas de turismo no país, 
conforme Becker (1996, p. 186), desenvolvido nos moldes do pensamento militar da 
época: controle rígido da atividade turística, centralizado pelas grandes companhias, 
situadas particularmente no município do Rio de Janeiro. Neste segundo período, 
embora promulgados diversos diplomas legais regulamentando o desenvolvimento do 
turismo, a política aindaestaria vinculada a aspectos parciais da atividade turística, 
ao invés de uma abordagem estrutural e totalizante. 
No período 1991 a 1999, o Decreto nº 55/66 é revogado pela Lei nº 8.181/91 
que reestrutura a EMBRATUR e apresenta os objetivos e as diretrizes para a 
formulação de uma Política Nacional de Turismo (PNT), publicada de fato em 1996. A 
principal mudança no cenário político do turismo neste terceiro período “[...] estaria 
expressa na substituição da ênfase no desenvolvimento, para a valorização e 
preservação do patrimônio natural e cultural do país e para a valorização do homem”. 
(Becker, 1995, p. 26) 
Em janeiro de 2003 foi criado o Ministério do Turismo (MTur), dando início a 
uma nova etapa (quarto período) na evolução das políticas públicas do turismo no 
Brasil, por meio da reestruturação das funções da EMBRATUR – órgão agora 
destinado à promoção e apoio à comercialização turística internacional; e o MTur 
responsável pela execução da Política por meio dos Planos Nacional de Turismo 
(PNT). O primeiro Plano Nacional do Turismo (2003-2006) foi lançado em abril de 
2003, e o segundo em 2007. Estes documentos, elaborados de forma coletiva, sob 
consulta de diversos setores representativos do turismo brasileiro, “[...] procuram 
traduzir uma concepção de desenvolvimento que, além do crescimento, busca a 
desconcentração de renda por meio da regionalização, interiorização e segmentação 
da atividade turística”. (Brasil, 2003, p. 7) 
É no contexto da evolução das políticas públicas de turismo no Brasil, que 
ocorre a evolução das diretrizes específicas de turismo em Unidades de Conservação. 
A regionalização e segmentação das atividades turísticas, principais estratégias da 
nova configuração política de desenvolvimento do turismo no país, abarcam o 
seguimento do ecoturismo no Brasil. 
 
A história das políticas públicas em turismo vincula-se ao Estado de bem-estar 
social e tem na sua origem “a regulação do trabalho, a limitação do seu tempo, as 
férias remuneradas, a aposentadoria, a evolução dos transportes, da comunicação, 
além de outras conquistas da sociedade moderna” (Pereira, 1999, p. 9). 
E desde quando se pode falar em políticas públicas de turismo no Brasil? Cruz 
(2000), baseando-se em estudo de Ferraz (1992) e tomando como critério a emissão 
de diplomas legais, propõe uma periodização da história dessas políticas. 
O primeiro período, denominado pela autora de “pré-história” jurídico-
institucional das políticas nacionais de turismo, iniciou-se com a emissão do Decreto-
lei 406, de 4 de maio de 1938, art. 59, que dispõe sobre a venda de passagens aéreas, 
marítimas e terrestres, indo até 1966, quando ocorreu a promulgação do Decreto-lei 
55, de 18 de novembro de 1966, que institui a Política Nacional de Turismo. 
Apesar de a partir da década de 1930 o Estado valorizar mais a atividade de 
planejamento setorial e passar a elaborar e implementar os planos nacionais de 
desenvolvimento, esse período se caracteriza pela emissão de diplomas legais 
voltados para aspectos parciais da atividade, não se configurando ainda num 
programa ou política nacional de turismo. 
Na década de 1930 foi criada a Divisão de Turismo, setor do Departamento de 
Imprensa e Propaganda, vinculado à Presidência da República, cuja principal 
atribuição era a fiscalização das atividades relativas às agências de viagens. 
No decorrer do Plano de Metas (1956/61), criou-se a Comissão Brasileira de 
Turismo (Combratur – 1958), à qual caberia coordenar, planejar e supervisionar a 
execução da política nacional de turismo (Ferraz, 1992). A Combratur foi extinta em 
1962 e, com ela, foram enterradas as diretrizes que propôs e que jamais foram 
implementadas. 
Com essas diretrizes, ainda que jamais implementadas, pelo menos no campo 
da concepção, “começa a se transferir o eixo prioritário das políticas públicas de 
turismo da organização do setor – do ponto de vista das agências de viagens e turismo 
– para a ampliação e modernização do parque hoteleiro do país”. (Cruz, 2000, p. 47) 
Estava, portanto, consonante com o Plano de Metas em vigor, uma vez que 
este tinha como linha mestra a industrialização. 
Foi a primeira tentativa, aliás, bem-sucedida, para implantar um parque 
industrial diversificado na economia brasileira. Além de se constituir em 
programas explicitamente voltados para o desenvolvimento industrial, 
embora não exclusivamente concebido para este fim, o Plano de Metas foi a 
 
primeira experiência brasileira de planejamento econômico propriamente dito. 
(Sudene, 1984) 
Nesse período, o turismo também não recebia referências na agenda 
governamental nem como política regional, nem como política urbana, uma vez que, 
como assinala Steinberger (1998), essas políticas, entre os anos 1962 e 1985, eram, 
na verdade, “pseudopolíticas” e, por isso mesmo, jamais foram implementadas. 
O segundo período teve início com o Decreto-lei 55/66, indo até 1991, com a 
Lei 8.181, de 28 de março de 1991, editada durante o governo Collor, que reestruturou 
a Embratur. 
 
 
Fonte: www.fecomercio.com.br 
Considera-se que a história das políticas públicas de turismo no Brasil inicia-se 
com esse decreto, que estabeleceu a Política Nacional de Turismo, definida como o 
“conjunto de diretrizes e normas integradas em um planejamento de todos os aspectos 
ligados ao desenvolvimento do turismo e seu equacionamento como fonte de renda 
nacional” (Ferraz, 1992). 
Segundo Cruz (2000, p. 49) o Decreto 55/66 estava em consonância com o 
Plano de Ação Econômica do Governo (Paeg – 1964-1966) e, citando Ianni, tinha por 
objetivos, entre outros, “atenuar os desníveis econômicos setoriais e regionais, e as 
tensões criadas pelos desequilíbrios sociais, mediante a melhoria das condições de 
vida”. 
 
Em nenhum dos demais planos e programas governamentais desse período – 
Plano Decenal (1967-1976), Programa Estratégico de Desenvolvimento (PED – 1968-
1970), Metas e Bases para a Ação do Governo (1970), I e II Plano Nacional de 
Desenvolvimento –, o turismo recebeu tratamento explícito como atividade estratégica 
de desenvolvimento econômico. 
A Constituição Federal de 1988 contemplou o turismo pela primeira vez na 
história das constituições brasileiras, no art. 180, cap. I, do título VII, que trata da 
Ordem Econômica. Nesse artigo, lê-se que “a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento 
social e econômico” (Ferraz, p. 24). 
Chama atenção no artigo a corresponsabilidade das três esferas de governo 
na promoção do turismo e no incentivo a esse setor, apontando para a 
descentralização das políticas de turismo. 
Cabe salientar que, de acordo com Cruz, “a política nacional de turismo, nesse 
período, acabou restringindo-se a uma política de incentivos financeiros e fiscais, 
especialmente direcionados para o setor hoteleiro” (2000, p. 56). 
O terceiro período iniciou-se com a Lei 8.181, de 28 de março de 1991, que 
reestruturou a Embratur, agora denominada Instituto Brasileiro de Turismo, cujos 
efeitos se estenderam até os mandatos do atual presidente Fernando Henrique 
Cardoso. 
O Decreto 448, de 14 de fevereiro de 1992, portanto, no governo de Fernando 
Collor, estabeleceu como finalidade da Política Nacional de Turismo “o 
desenvolvimento do turismo e seu equacionamento como fonte de renda nacional”. 
Suas principais diretrizes são: 
a) a prática do turismo como forma de valorização e preservação do patrimônio 
natural e cultural do país; 
b) a valorização do homem como destinatário final do desenvolvimento 
turístico. 
A Política Nacional de Turismo não chegou a ser aplicada em face da grave 
instabilidade institucional e econômica no período, que viria culminar com o 
impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Seu sucessor, Itamar 
Franco, deu início a uma nova diretriz da política de turismo ao implantar o ProgramaNacional de Municipalização do Turismo (PNMT). 
 
Mas é no governo de Fernando Henrique Cardoso, a partir de 1996, que a 
Política Nacional de Turismo passou a ser efetivamente implementada. Para o período 
de 1996 a 1999, tem como principais objetivos: 
a) a ordenação das ações do setor público, orientando o esforço do Estado e a 
utilização dos recursos públicos para o bem-estar social; 
b) a definição de parâmetros para o planejamento e a execução das ações dos 
governos estaduais e municipais; 
c) a orientação referencial para o setor privado. 
Concebida como política de correção de “desequilíbrios regionais”, a Política 
Nacional de Turismo poderá não atingir os objetivos propostos, uma vez que, “sem 
mudanças na política regional que se tem levado a cabo no Brasil há décadas, com 
um privilégio latente ao das porções do território, não há setor da economia que possa 
minimizar disparidades socioeconômicas entre uma e outra região” (Cruz, 2000, p. 
64)4. 
3 O SISTEMA NACIONAL DE TURISMO 
O Sistema Nacional de Turismo, conjunto de órgãos criado com o objetivo de 
planejar e coordenar a execução da Política Nacional de Turismo, foi criado pelo 
Decreto-lei 55, de 18 de novembro de 1966. Esse decreto definiu o que corresponderia 
à Política Nacional de Turismo e também criou o Conselho Nacional de Turismo 
(CNTur) e a Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), órgãos ligados ao Ministério 
de Indústria e Comércio. 
De acordo com o artigo 1º do referido decreto, 
a política nacional de turismo é a atividade decorrente de todas as iniciativas 
ligadas à indústria do turismo, sejam ordinárias do setor privado ou público, 
isoladas ou coordenadas entre si, desde que reconhecido seu interesse para 
o desenvolvimento econômico do país. (Ferraz, 1990) 
O parágrafo 1º do artigo 2º afirma que “O Governo Federal orientará a política 
nacional de turismo, coordenando as iniciativas que se propuserem a dinamizá-lo, 
 
4 Texto extraído do link: http://www.cchla.ufrn.br/cnpp/pgs/anais/Arquivos%20GTS%20-
%20recebidos%20em%20PDF/REFLEX%C3%95ES%20SOBRE%20POL%C3%8DTICAS%20P%C3
%9ABLICAS%20DE%20TURISMO%20EM.pdf. Autores: Márcio Balbino Cavalcante e Edna Maria 
Furtado. 
 
para adaptá-la às reais necessidades de desenvolvimento econômico e cultural”. No 
parágrafo 2º, o governo federal se propõe, através dos órgãos próprios, coordenar 
“todos os programas oficiais com os da iniciativa privada, garantindo um 
desenvolvimento uniforme e orgânico à atividade turística nacional” (Ferraz, 1992). 
 
 
Fonte: www.turismo.pr.gov.br 
Ao CNTur foi atribuída a tarefa de formular, coordenar e dirigir a política 
nacional de turismo, sob a presidência do ministro da Indústria e do Comércio, e à 
Embratur, a função de “incrementar o desenvolvimento da indústria de turismo e 
executar, no âmbito nacional, as diretrizes que lhe forem traçadas pelo Governo”. 
Vinculada ao Ministério da Indústria e do Comércio, a Embratur passou a se 
caracterizar mais como organismo fiscalizador e classificador de atividades. 
Se as condições organizacionais foram criadas, qual o motivo da não-
implantação consistente da política de turismo? Para responder a essa pergunta, 
podemos buscar respostas tomando duas linhas de argumentação: uma, que se 
relaciona à complexidade do turismo enquanto política, e a outra, com referência à 
concepção de planejamento em voga nos anos 60, 70 e 80. 
Como assinala Beni (1992), uma das grandes dificuldades para a 
implementação das políticas públicas de turismo é a situação do setor e do órgão 
competente, na estrutura administrativa do Estado. O fato de se tratar de uma 
atividade que não pode ser identificada claramente como setor econômico 
 
diferenciado contribui para essa situação, já que os bens e serviços vendidos aos 
visitantes e aos turistas domésticos originam-se de vários ramos da produção. 
O êxito do planejamento e da execução das políticas de turismo vai depender, 
e muito, do seu lugar na hierarquia do Estado. 
Outras dificuldades apontadas pelo autor são: a indefinição da própria política 
com relação à normatização institucional da gestão dessa política; a falta de 
integração e coordenação entre os organismos oficiais de turismo em todos os níveis; 
a inexistência de uma ação intersetorial no desenvolvimento do turismo; a 
descontinuidade administrativa; a carência de mão-de-obra qualificada e 
especializada, e a ausência de pesquisas científicas (Beni, 1991, p. 161-9). 
Já o planejamento típico dos governos militares caracterizou-se pela 
centralização, verticalização, subordinação, enfim, pela burocratização da concepção 
e execução da política nacional de turismo. 
Segundo Nogueira, à época, as determinações eram feitas por 
uma tecnoburocracia através de memorandos e minutas de projetos de lei 
que definiam todos os planos e programas, a concessão do financiamento 
estatal e dos incentivos fiscais, colocando a atividade turística à mercê dos 
interesses organizacionais e pessoais dos formuladores. (Nogueira, apud 
Pereira, 1992, p. 105-6) 
Desse modo, a articulação entre os diversos agentes intervenientes do 
processo de desenvolvimento da atividade turística era descoordenada ou inexistente, 
acentuando as dificuldades de conciliação entre o plano institucional e o modelo de 
gestão com o processo normativo do turismo. 
Em 1971, o artigo 11 do Decreto-lei 1191 criou o Fundo Geral do Turismo 
(Fungetur), que tem como objetivo prover recursos para financiamento de 
empreendimentos, obras e serviços de finalidade ou interesse turísticos. Em 1973, o 
Decreto 71.791 dispôs sobre zonas prioritárias para o desenvolvimento do turismo. 
Em 1974, a Resolução CNTur 641 definiu a prestação de serviços turísticos das 
agências transportadoras e, pelo Decreto-lei 1376, foram criados o Fundo de 
Investimento do Nordeste (Finor), o Finam (da Amazônia) e o Fiset (setorial). 
Já no início dos anos 70, foram elaboradas as diretrizes do que viria ser o Plano 
Nacional de Turismo (Plantur), considerado instrumento básico de execução da 
política nacional de turismo. Mas devido à sua não-aplicação, 
 
a política nacional de turismo, nesse período, acabou restringindo-se a uma 
política de incentivos financeiros e fiscais, especialmente direcionados para 
o setor hoteleiro. Não sendo instituído o Plantur, permaneceu válido o Plano 
de Prioridade de Localização de Hotéis de Turismo, da Resolução CNTur. 
(CRUZ, 2000, p. 56) 
A desarticulação institucional e o autoritarismo no planejamento e na gestão 
deixaram sua marca também no uso dos fundos de financiamento do setor. Afirma 
Paiva: 
Num primeiro momento, com a abertura de incentivos, foram atraídos grupos 
internacionais, que se implantaram no Rio de Janeiro e em São Paulo, muitos 
dos quais pertenciam a transportadoras e operadoras que controlavam as 
correntes turísticas europeias, americanas e orientais. Essa estratégia 
permitiu o engajamento do Brasil no mercado internacional, mas, 
contrariamente à importação de tecnologia, evasão de divisas e, 
consequentemente, o propalado efeito multiplicador do turismo, não 
aconteceu de fato. (1995, p. 55-57) 
No decorrer dos anos 70 até meados dos anos 80, as ações do Estado foram 
pautadas quase que unicamente pelo incentivo à indústria hoteleira. Um estudo 
realizado em 1985 por Barreto constatou que 
de 1980 até 1983 a hotelaria de uma estrela cresceu 36%, a de duas cresceu 
63% [...] quando a ideia era reforçar a hotelaria de baixo custo. Outro dado 
que chamou a nossa atenção foi a área de destinação dos recursos do 
Fungetur: Centros de Convenções (63%), Rede hoteleira (10%) e Turismo 
social (4%). (1995, p. 93) 
Conclui a autora que, 
de todas as políticas que a empresa publicou, a única cumprida foi a 
promoção do produto Brasil no exterior. A razão desse fracasso, na nossa 
opinião, está no fato de que enquadrou-se o Programa Brasil Turismo-
Exportação dentrodo projeto desenvolvimentista, com os mesmos termos de 
troca do colonialismo econômico comprovadamente inadequados para tirar 
um país do subdesenvolvimento, ou uma área específica dentro do país. (p. 
94) 
No seu processo de organização e consolidação, o Sistema Nacional de 
Turismo tem buscado apoio das organizações internacionais do setor. “Da articulação 
com a Organização dos Estados Americanos – OEA e OMT – foram extraídas muitas 
metodologias que se refletiram na formação de recursos humanos, divulgação e 
promoção, além do estabelecimento de sistemas de informações estatísticas” (Paiva, 
1995). 
Apesar de se caracterizar como órgão controlador/protecionista, no qual 
prevalecia a hegemonia dos Estados Unidos da América, as estratégias da OEA 
 
contribuíram para a formação de quadros técnicos, adoção de metodologias, 
realização de estudos, elaboração de legislação relativa a áreas turísticas prioritárias 
e adoção de sistemas estatísticos. 
Paradoxalmente, no Centro Interamericano de Capacitação Turística (Cicatur), 
sediado no México, originou-se uma vasta produção científica, inclusive uma 
abordagem mais crítica que revê o posicionamento do turismo para a América Latina, 
contextualizando a situação de dependência do continente. Há ainda estudos que 
apontam as consequências desastrosas da exploração massificante do turismo sobre 
o ambiente ecológico e sociocultural. 
Coube ao Cicatur o mérito na formação dos primeiros técnicos especializados 
em turismo no Brasil e na influência sobre a estrutura programática de muitos cursos 
de graduação e pós-graduação em turismo. Também orientar inúmeras metodologias, 
adotadas pela Embratur – inventário dos recursos turísticos, estabelecimento de 
zonas prioritárias e de sistemas estatísticos (Paiva, 1995, p. 57). 
3.1 Ministério do Turismo 
 
Fonte: www.turismo.gov.br 
 
Desenvolver o turismo como uma atividade econômica sustentável, com papel 
relevante na geração de empregos e divisas, proporcionando a inclusão social. O 
Ministério do Turismo inova na condução de políticas públicas com um modelo de 
gestão descentralizado, orientado pelo pensamento estratégico. 
Em sua estrutura organizacional estão a Secretaria Nacional de Estruturação 
do Turismo, com foco na infraestrutura turística e no planejamento, ordenamento, 
estruturação e gestão das regiões turísticas do Mapa do Turismo Brasileiro e a 
Secretaria Nacional de Qualificação e Promoção do Turismo, voltada para a 
formalização e qualificação no turismo e para o marketing e apoio à comercialização 
dos destinos turísticos em âmbito nacional. 
A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo), criada em 18 de novembro de 1966 
como Empresa Brasileira de Turismo, tinha o objetivo de fomentar a atividade turística 
ao viabilizar condições para a geração de emprego, renda e desenvolvimento em todo 
o país. 
Desde janeiro de 2003, com a instituição do Ministério do Turismo, a atuação 
da Embratur concentra-se na promoção, no marketing e no apoio à comercialização 
dos produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior. 
4 PLANO NACIONAL DE TURISMO 
A formulação do Plano Nacional de Turismo 2013-2016 consolida a Política 
Nacional de Turismo e apresenta as orientações estratégicas para o desenvolvimento 
da atividade no Brasil para os próximos anos. Resulta do esforço integrado do governo 
federal, envolvendo a iniciativa privada e o terceiro setor, por meio do Conselho 
Nacional de Turismo, sob a coordenação do Ministério do Turismo. 
O plano foi construído de acordo com as orientações do governo federal e 
alinhado ao Plano Plurianual 2012/2015. Ele define as contribuições do setor para o 
desenvolvimento econômico, social e a erradicação da pobreza. Tem ainda como 
insumo básico o Documento Referencial - Turismo no Brasil 2011/2014 e destaca, no 
âmbito da gestão, as diretrizes que devem nortear o desenvolvimento do turismo 
brasileiro, como a participação e diálogo com a sociedade; a geração de 
oportunidades de emprego e empreendedorismo; o incentivo à inovação e ao 
 
conhecimento; e a regionalização como abordagem territorial e institucional para o 
planejamento. 
No ano de 2017, a Câmara Temática do Plano Nacional de Turismo, foi 
reativada pelo Ministério do Turismo, e realizou sua primeira reunião ordinária dia 28 
de setembro, durante a 45ª Abav Expo, em São Paulo. Coordenada pelo presidente 
do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur) da Confederação 
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo(CNC), Alexandre Sampaio, a 
Câmara Temática é composta por 19 entidades que atuam na área do turismo e tem 
o objetivo de definir as diretrizes do Plano Nacional de Turismo até 2022. 
No primeiro encontro, foi apresentado o cronograma de trabalho. Serão mais 
quatro reuniões, até o final do ano de 2017, para identificar problemas, definir ações 
prioritárias, consolidar a proposta e, por fim, apresentar o texto revisado ao Conselho 
Nacional de Turismo, no início de dezembro. “É muito importante a participação da 
sociedade na definição dessa proposta que será levada ao governo. É a forma de 
garantir um ambiente de negócios mais saudável no País”, ressaltou Sampaio. 
4.1 Ações 
O Plano Nacional de Turismo apresenta um conjunto de ações estratégicas que 
deverão ser apoiadas ou implementadas pelo Ministério do Turismo, em conjunto com 
os diversos atores do setor de turismo, de modo a superar os desafios e atingir as 
metas estabelecidas. 
As ações estão agrupadas por objetivo e orientação estratégica, mantendo uma 
relação direta com os resultados a serem alcançados e os indicadores a eles 
associados. O detalhamento de cada ação alinha os objetivos estratégicos com a 
operação de cada unidade responsável no Ministério do Turismo, em permanente 
interação com os seus diversos parceiros. 
4.1.1. Conhecer o turista, o mercado e o território 
4.1.1.1. Desenvolver estudos e pesquisas sobre a atividade turística 
Implementação do Sistema de Informações Turísticas com um conjunto de 
informações estatísticas e gerenciais relacionadas à atividade turística no Brasil, 
 
obtidas por meio da realização de estudos, pesquisas e compilação de dados oficiais 
secundários. 
Finalidade: atuar em consonância com os principais órgãos oficiais produtores 
de estatísticas, visando à consolidação da produção de dados sobre o turismo; 
avançar na elaboração da Conta-Satélite do Turismo; e subsidiar políticas públicas e 
privadas relacionadas ao planejamento e desenvolvimento do setor turístico brasileiro. 
4.1.1.2. Implantar plataforma interinstitucional de dados 
Formalização e legitimação da existência de um grupo de cooperação 
interministerial entre detentores de registros administrativos e produtores de dados 
vinculados às atividades turísticas no Brasil. 
Finalidade: garantir a colaboração entre os diferentes órgãos para a utilização 
conjunta e coerente dos dados estatísticos sobre a atividade turística no Brasil e 
assegurar o avanço das ações do Ministério do Turismo rumo a um sólido sistema de 
estatística de turismo no país e a construção da Conta-Satélite de Turismo (CST), 
conforme expresso nas Recomendações Internacionais de Estatísticas de Turismo 
(RIET2008), da Organização Mundial de Turismo (OMT) e do Projeto de 
Harmonização de Estatística de Turismo dos Países do Cone Sul. 
4.1.1.3 Implementar sistema de inteligência 
Integração dos diversos sistemas de informação utilizados pelo MTur, demais 
ministérios, secretarias estaduais e municipais de Turismo, de forma a permitir a 
chamada interoperabilidade dos sistemas. 
Finalidade: criar um repositório de conhecimento intraorganizacional a partir da 
integração dos diversos sistemas de informação utilizados pelo MTur, demais 
ministérios, secretarias estaduais e municipais de Turismo, permitindo a obtenção de 
dados e informações (estruturados ou não), a extração, o armazenamento, a criaçãoe a socialização do conhecimento. 
 
4.1.2. Estruturar os destinos turísticos 
4.1.2.1. Apoiar o desenvolvimento das regiões turísticas 
Promoção do planejamento, organização e gestão territorial e institucional das 
regiões turísticas por meio do apoio à sensibilização e mobilização das comunidades, 
do fortalecimento de instâncias de governança, do apoio à elaboração e 
implementação de planos estratégicos de desenvolvimento do turismo, da 
formalização de redes de relacionamentos, da realização de estudos e eventos para 
subsidiar a implementação das ações de regionalização do turismo e, sobretudo, da 
articulação interna com os demais programas do Ministério do Turismo. 
Finalidade: apoiar o desenvolvimento das regiões turísticas brasileiras. 
4.1.2.2 Apoiar a elaboração e a implementação dos planos de 
desenvolvimento turístico 
 
 
Fonte: viajantehu.hotelurbano.com.br 
Organização dos investimentos públicos para o desenvolvimento da atividade 
turística, através de processos de planejamento das regiões turísticas priorizadas 
pelos estados e municípios participantes, por meio de intervenções públicas 
 
integradas a serem implantadas de forma que o turismo venha a constituir uma 
verdadeira alternativa econômica geradora de emprego e renda. 
Finalidade: promover a estruturação de forma sustentável dos municípios, das 
regiões turísticas e dos estados brasileiros de forma a qualificar a oferta turística 
nacional, promovendo o desenvolvimento econômico e a geração de emprego e 
renda. 
4.1.2.3. Melhorar a infraestrutura turística 
Apoio aos investimentos de infraestrutura turística para permitir a expansão da 
atividade e a melhoria da qualidade do produto para o turista nas diversas regiões do 
país. 
Finalidade: desenvolver o turismo nas regiões onde exista oferta e demanda, 
provendo os destinos de infraestrutura turística adequada para a expansão da 
atividade e melhoria dos produtos e serviços ofertados. 
4.1.2.4. Mensurar a competitividade nos destinos turísticos 
Implementação de metodologia de avaliação do estágio de desenvolvimento e 
competitividade dos destinos turísticos brasileiros. O conceito de competitividade será 
empregado de forma a oferecer aos destinos a capacidade de autoanálise para 
planejar e desenvolver vantagens competitivas. 
Finalidade: apoiar a estruturação e a gestão de destinos turísticos brasileiros 
no desenvolvimento de competências relacionadas à competitividade. 
4.1.2.5. Estruturar os segmentos turísticos priorizados 
Formulação, coordenação, acompanhamento e articulação de políticas 
públicas para o ordenamento e o desenvolvimento dos segmentos turísticos, assim 
como promoção e apoio a estudos e pesquisas acerca da oferta e da demanda 
turística segmentada, especialmente os idosos, os jovens, as pessoas com deficiência 
ou com mobilidade reduzida e outros públicos segmentados como lésbicas, gays, 
bissexuais e transexuais (LGBT); fortalecimento dos arranjos institucionais e setoriais 
relacionados aos segmentos turísticos de oferta e demanda; e apoio à estruturação 
 
ou reposicionamento e à estruturação de produtos turísticos com foco nos segmentos 
de demanda e de oferta, agregando valor a esses produtos. 
Finalidade: apoiar o ordenamento e a consolidação dos segmentos turísticos 
nas regiões turísticas brasileiras, de modo a dar identidade a produtos turísticos, 
minimizar os efeitos da sazonalidade, e aumentar e diversificar a oferta turística no 
mercado doméstico e internacional. 
4.1.3. Fomentar, regular e qualificar os serviços turísticos 
4.1.3.1. Cadastrar os prestadores de serviços turísticos 
Cadastro unificado dos prestadores de serviços turísticos para cumprimento da 
Lei nº 11.771/2008, realizado em parceria com os órgãos delegados de turismo das 
27 Unidades da Federação, além de ações de promoção da importância do 
cadastramento para legalização e qualificação da atividade turística no país. 
Finalidade: promover o cadastramento de empresas, equipamentos e 
profissionais do setor como estratégia de incentivo à formalização dos prestadores de 
serviços turísticos. 
4.1.3.2. Fiscalizar os serviços turísticos 
Monitoramento da qualidade e legalidade da prestação dos serviços turísticos. 
Objetiva-se fomentar o cumprimento dos marcos regulatórios do setor turístico por 
meio de edição de normativos que estabelecerão condutas a serem seguidas pelos 
prestadores, cominando-se, inclusive, penalidades aplicáveis àqueles que 
descumprirem os preceitos das referidas normas, as quais consistirão desde a 
aplicação de multa até a interdição do estabelecimento prestador. 
Finalidade: garantir a formalidade e a legalidade na prestação dos serviços 
turísticos no Brasil. 
4.1.3.3. Classificar e certificar os serviços e equipamentos turísticos 
Estabelecimento de padrões e normas de qualidade, eficiência e segurança na 
prestação de serviços turísticos por meio do Sistema Brasileiro de Classificação de 
 
Meios de Hospedagem, além da definição de referenciais de qualidade para as 
demais atividades de prestação de serviços turísticos, previstos na Lei nº 11.637/2007. 
Finalidade: melhorar a qualidade e a consequente competitividade dos 
equipamentos e serviços turísticos, visando ao aperfeiçoamento dos agentes atuantes 
em toda a cadeia produtiva do setor. 
4.1.3.4. Capacitar e qualificar profissionais e gestores do setor de turismo 
 
Fonte: www.pixempire.com 
Qualificação dos profissionais e gestores turísticos, por meio de ações 
relacionadas ao desenvolvimento de metodologias, conteúdos, ferramentas 
tecnológicas e pedagógicas para o aprimoramento e atualização das competências 
profissionais e do fomento à oferta de cursos de aperfeiçoamento em diferentes áreas 
do conhecimento. A ação prevê ainda o incentivo à formação de mão de obra para o 
primeiro emprego no setor, por meio da articulação com instituições públicas, em 
particular o Ministério da Educação e o Ministério do Trabalho e Emprego, de acordo 
com a demanda do mercado de trabalho do turismo. 
Finalidade: melhorar a qualidade dos serviços prestados ao turista e aumentar 
a empregabilidade e a competência dos profissionais por meio da qualificação. 
 
4.1.3.5. Incrementar as linhas de financiamento à iniciativa privada 
Desenvolvimento de parcerias com instituições financeiras, entidades privadas 
e órgãos públicos, buscando a ampliação dos recursos e a adequação de linhas de 
crédito e outros instrumentos financeiros direcionados para o financiamento das 
atividades dos prestadores de serviços turísticos e do público final. Os recursos, 
inclusive os oriundos do Fundo Geral de Turismo - Fungetur, são alocados às 
atividades produtivas por meio de linhas de crédito operadas pelas instituições 
financeiras federais. 
Finalidade: disponibilizar financiamento ao setor produtivo do turismo e 
melhorar as condições de acesso ao crédito. 
4.1.3.6. Implementar o apoio ao fomento público à pesquisa, à inovação e ao 
conhecimento 
Apesar da importância do turismo para a economia do país, os recursos 
disponíveis para desenvolvimento de pesquisa, inovação e conhecimento são 
escassos e limitados em comparação com outros setores da economia como 
agricultura, saúde e construção civil. Atualmente, os fomentos estão direcionados 
mais para bolsa de pesquisa individual (CNPq, Capes e FAPs) e projetos individuais 
de pesquisa (CNPq/FAP/Finep). 
Finalidade: implementar programa contínuo de fomento público para o 
desenvolvimento de pesquisa, inovação e conhecimento pelos programas de pós-
graduação reconhecidos e recomendados pela Capes, pelos institutos sem fins 
lucrativos e para empreendimentos privados, bem como apoiar a inserção da inovação 
na Leis nº s 11.196-2005 e 10.093-2004. 
4.1.3.7. Atração de investimentos e questões tributárias 
Criação de conjunto de informações para orientação sobre onde investir em 
equipamentos turísticos no Brasil e divulgação parapotenciais investidores nacionais 
e internacionais. Apoio à preparação de empreendedores nacionais para a captação 
de investimentos. Avaliação dos impactos tributários nos negócios de turismo e 
articulação com os entes federativos para adequação dessas questões, buscando 
 
maior competitividade do setor, principalmente em relação à disputa com outros 
destinos internacionais na atração de investimentos e na oferta de produtos que 
favoreçam a escolha do Brasil como destino turístico. 
Finalidade: aumentar o volume de investimentos privados no setor de turismo 
no Brasil. 
4.1.4. Promover os produtos turísticos 
4.1.4.1. Realizar campanhas de promoção do turismo interno 
 
Fonte: turismo.culturamix.com 
Realização de campanhas publicitárias para promoção do turismo interno, as 
quais possam incentivar os brasileiros a viajarem mais pelo país, colocando a cultura 
de viajar na cesta de consumo da população do país e privilegiando períodos de baixa 
ocupação hoteleira, feriados, finais de semana e férias. A promoção nacional do 
turismo engloba ações de propaganda e publicidade de forma a consolidar a imagem 
do Brasil como destino seguro, qualificado, diversificado e sustentável, fomentando o 
mercado interno e as ações de promoção das regiões brasileiras, de forma a contribuir 
para a diminuição das desigualdades regionais. 
Finalidade: incentivar o brasileiro a viajar mais pelo seu país e fomentar o 
turismo doméstico, objetivando o aumento do fluxo turístico interno. 
 
4.1.4.2. Apoiar eventos de comercialização 
Participação e apoio do Ministério do Turismo em eventos intrínsecos, 
temáticos, geradores de fluxo turístico e de apoio à comercialização, com o objetivo 
de divulgar e agregar valor à imagem do destino turístico brasileiro, possibilitando 
assim o aumento de empregos, de renda e o incremento do fluxo turístico nacional. 
Finalidade: aumentar as viagens dos brasileiros pelo país, melhorar a qualidade 
e elevar a competitividade dos eventos e produtos turísticos brasileiros. 
4.1.4.3. Realizar ações de apoio à comercialização do produto turístico 
brasileiro no mercado interno 
Desenvolvimento de ações que visam promover o aumento de viagens, por 
meio da inserção de novos grupos de consumidores, particularmente jovens, 
trabalhadores e idosos, seja por meio de programas sociais e de projetos que 
busquem a redução de preços de produtos turísticos, visando driblar a sazonalidade 
nacional. Esta ação se dá em articulação com os órgãos estaduais e municipais de 
turismo, operadores de turismo, agentes de viagens e prestadores de serviços 
turísticos que incentivem o processo de comercialização turística. Também se dá em 
função de ações promocionais em websites, redes e mídias eletrônicas, eMobile, APP, 
entre outras ferramentas de tecnologia de informação. 
Finalidade: incentivar a cadeia de distribuição do turismo, promover a inserção 
de novos grupos de consumidores, ampliar e diversificar os produtos turísticos 
ofertados e dinamizar os fluxos turísticos domésticos. 
4.1.4.4. Realizar mostra dos produtos e roteiros turísticos 
Realização de mostra dos produtos e roteiros turísticos brasileiros, aberta ao 
público, com a participação dos órgãos estaduais de turismo das 27 Unidades da 
Federação, para apoiar a promoção e a comercialização dos diversos destinos 
nacionais, congregando operadores e fornecedores dos vários tipos de serviços 
turísticos. 
Finalidade: ampliar, fortalecer e renovar canais de distribuição dos produtos 
turísticos nacionais, proporcionando condições iguais de divulgação, apresentação, 
 
promoção e comercialização, principalmente dos novos produtos e roteiros turísticos 
desenvolvidos segundo as diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo, a 
fim de aumentar a competitividade do turismo brasileiro, diversificar a oferta e gerar 
maior fluxo de viagens pelo Brasil. 
4.1.4.5. Fortalecer a estratégia de promoção internacional do turismo 
brasileiro 
Formulação, implementação e execução de ações de promoção comercial dos 
produtos, serviços e destinos turísticos brasileiros no exterior, apoiadas em uma 
ferramenta de gestão capaz de determinar a adequada estratégia de marketing 
tradicional e eletrônica (websites, redes e mídias sociais, eMobile, APP), estudo sobre 
o comportamento do consumidor (real e potencial para visitar o Brasil), orçamento 
destinado para cada mercado e análise da atuação dos competidores do Brasil no 
mercado internacional. 
Finalidade: posicionar o Brasil como destino competitivo no mercado 
internacional e como opção factível no imaginário do consumidor, visando ampliar a 
entrada de divisas, a chegada de turistas estrangeiros, assim como o tempo de 
permanência e o gasto médio desses visitantes no território nacional. 
4.1.4.6. Apoiar a realização de eventos de fortalecimento ao 
desenvolvimento turístico 
 
Fonte: leonidasherndl.com.br 
 
Fortalecimento das políticas públicas do desenvolvimento e da promoção do 
turismo interno, bem como de ações capazes de contribuir para: 
(i) - gerar novos empregos e ocupações a fim de proporcionar melhoria na 
distribuição de renda e na qualidade de vida das comunidades; 
(ii) - valorizar, conservar e promover o patrimônio cultural, natural e social 
com base no princípio da sustentabilidade; 
(iii) - estimular processos que resultem na criação e na qualificação de 
produtos turísticos que caracterizem a regionalidade, genuinidade e 
identidade cultural do povo brasileiro, e 
(iv) - estimular a inovação na concepção de novos produtos turísticos bem 
como no processo de promo-comercialização (estratégias de websites, 
redes e mídias sociais, eMobile, APP, entre outros). 
Finalidade: apoiar eventos que fortaleçam o desenvolvimento turístico, de 
caráter tradicional e de notório conhecimento popular, que comprovadamente 
contribuam para a promoção, o fomento e a inovação dos processos da atividade 
turística do destino. 
4.1.4.7. Articular com as demais esferas de governo a necessidade de 
uma reavaliação dos encargos tributários 
A carga tributária praticada no Brasil é um fator de relevância quando se trata 
da competitividade da atividade turística, e a sua redução pode contribuir para elevar 
a colocação do país no ranking de competitividade do Fórum Econômico Mundial. 
Finalidade: articular em conjunto com as demais esferas de governo a 
necessidade de reavaliação dos encargos tributários sobre a atividade turística, 
objetivando a sua redução. 
4.1.5. Estimular o desenvolvimento sustentável da atividade turística 
4.1.5.1. Combater a exploração de crianças e adolescentes na cadeia 
produtiva do turismo 
Divulgação de conteúdos vinculados a objetivos sociais de interesse público, 
com caráter educativo, informativo, de mobilização ou de orientação social, destinado 
fundamentalmente aos prestadores ou usuários de serviços turísticos. O conteúdo da 
 
ação refere-se à prevenção e ao enfrentamento da exploração sexual de crianças e 
de adolescentes nos equipamentos turísticos. 
Finalidade: dar publicidade às informações de utilidade pública que visem à 
prevenção e ao enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes na 
cadeia produtiva do turismo. 
4.1.5.2. Integrar a produção associada na cadeia produtiva do turismo 
Promoção da integração da produção local à cadeia produtiva do turismo por 
meio de ações de promoção e comercialização, apoio a projetos para o 
desenvolvimento de atividades turísticas, criação de metodologias inovadoras e de 
incentivo à formação de redes que garantam a sustentabilidade das iniciativas locais. 
Finalidade: contribuir para a diversificação da oferta com o incremento de 
diferencial competitivo de destinos e roteiros turísticos. 
4.1.5.3. Fomentar o turismo de base comunitária 
Fomento e apoio a projetos ou ações para o desenvolvimento local e 
sustentável do turismo, por meio da organização e qualificação daprodução, melhoria 
da qualidade dos serviços, incentivo ao associativismo, cooperativismo, 
empreendedorismo, formação de redes, estabelecimento de padrões e normas de 
atendimento diferenciado e estratégias inovadoras, para inserção desses produtos na 
cadeia produtiva do turismo, particularmente com relação a produtos e serviços 
turísticos de base comunitária com representatividade da cultura local, valorização do 
modo de vida ou defesa do meio ambiente. 
Finalidade: promover a qualificação e a diversificação da oferta turística, com a 
geração de trabalho e renda, e a valorização da cultura e do modo de vida local. 
 
4.1.6. Fortalecer a gestão descentralizada, as parcerias e a participação 
social 
4.1.6.1. Fortalecer a gestão do turismo no Brasil 
Sensibilização e mobilização dos atores sobre a importância da 
descentralização, participação e integração das políticas públicas do setor, apoio e 
fortalecimento ao Sistema Nacional de Turismo que abrange os órgãos oficiais e as 
instâncias de governança estaduais, municipais, regionais e macrorregionais, a partir 
do Conselho Nacional de Turismo. Esse processo deve ocorrer por meio de ações de 
planejamento e capacitação institucional, com vistas inclusive aos preparativos para 
realização da 1ª Conferência Nacional de Turismo. 
Finalidade: fortalecer a gestão descentralizada do turismo no Brasil, a partir da 
articulação dos entes que integram o Sistema Nacional de Turismo, na 
representatividade das três esferas de governo, a iniciativa privada e o terceiro setor, 
entendida como uma estratégia necessária para implementar a política e o Plano 
Nacional de Turismo. 
4.1.6.2. Definir modelos referenciais de infraestruturas de gestão para as 
Organizações Públicas de Turismo (OPT) 
 
Fonte: murall.com.br 
 
A realidade das infraestruturas disponíveis e dos modelos de gestão adotados 
pelas OPTs estaduais e municipais remete para a necessidade de apoiar os gestores 
públicos no atendimento/adequação de requisitos mínimos que possam assegurar a 
execução e a implementação das ações definidas pelo MTur. 
Finalidade: buscar o atendimento de requisitos mínimos para a execução e 
implementação das ações definidas pelo MTur por meio de modelos referenciais 
disponibilizados aos gestores estaduais e municipais. 
4.1.6.3. Ampliar a cooperação internacional em turismo 
Coordenação e apoio às atividades do Ministério do Turismo em organismos 
internacionais, na realização de prospecção e difusão de melhores práticas 
internacionais para subsidiar a elaboração de políticas nacionais e no assessoramento 
de missões internacionais bem como gestão de demandas e ofertas de cooperação 
técnica em turismo, formuladas pelo governo federal ou por outros países. 
Finalidade: fortalecer a posição da política internacional e institucional brasileira 
no cenário turístico mundial. 
4.1.6.4. Promover a melhoria de ambiente jurídico favorável 
Desenvolvimento de estudos envolvendo parceiros públicos e privados, 
voltados a identificar os pontos de estrangulamento, no ambiente jurídico institucional, 
que travam o desenvolvimento de empreendimentos turísticos no Brasil, bem como 
elaboração de proposições de melhorias. 
Finalidade: promover alterações normativas no ordenamento jurídico brasileiro 
capazes de melhorar o ambiente de negócios e estimular investimentos no setor 
turístico. 
Para implementar o Programa de Regionalização do Turismo, foram previstas 
as seguintes estratégias: 
1. MAPEAMENTO, que define o território a ser trabalhado. O Mapa do Turismo 
Brasileiro é a base territorial de atuação dessa política para o desenvolvimento 
do turismo. 
2. CATEGORIZAÇÃO, que divide os municípios constantes no Mapa do Turismo 
Brasileiro, de acordo com o desempenho de suas economias do turismo. 
 
3. FORMAÇÃO, que prevê a capacitação de gestores públicos e a publicação de 
cartilhas de orientação para o desenvolvimento do turismo. 
4. FOMENTO À REGIONALIZAÇÃO, que prevê o apoio financeiro do MTur aos 
estados, regiões e municípios na implantação de seus projetos. 
5. COMUNICAÇÃO, que engloba a constituição de uma rede nacional de 
interlocutores do Programa, facilitando a interação das ações em prol do 
desenvolvimento do turismo. 
6. MONITORAMENTO, etapa que avalia a evolução do Programa e garante 
eventuais correções de rumo. 
5 PROGRAMA DE REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO 
 
Fonte: ilegis.com.br/images 
Como parte da política estratégica que norteia o desenvolvimento turístico no 
país, a Regionalização é resultado de um processo de planejamento descentralizado 
e compartilhado, iniciado em 2003, com enfoque territorial. 
O Programa foi lançado em abril de 2004, passou por uma avaliação 
participativa em âmbito nacional, o que possibilitou sua reformulação. Em 2013, suas 
novas diretrizes foram instituídas pela Portaria MTur nº 105, de 16 de maio de 2013. 
O Programa de Regionalização do Turismo é um programa estruturante do 
Ministério, que trabalha a convergência e a interação de todas as ações 
 
desempenhadas pelo MTur com estados e municípios brasileiros. Seu objetivo 
principal é o de apoiar a estruturação dos destinos, a gestão e a promoção do turismo 
no País, a partir de 8 eixos estruturantes com vistas à promoção do desenvolvimento 
regional. 
A Política Nacional de Turismo, estabelecida pela lei 11.771/2008, tem dentre 
os seus princípios a regionalização do turismo. Esta trabalha sob a perspectiva de que 
mesmo um município que não possui uma clara vocação para o turismo - ou seja, que 
não recebe o turista em seu território - pode dele se beneficiar, se esse município 
desempenhar um papel de provedor ou fornecedor de mão-de-obra ou de produtos 
destinados a atender o turista. O trabalho regionalizado permite, assim, ganhos não 
só para o município que recebe o visitante, mas para toda a região. 
Embasando-se em recomendações da Organização Mundial de Turismo, o 
Ministério do Turismo adotou em 2004 essa política focada no desenvolvimento 
regional, dando maior protagonismo às Unidades da Federação. O Programa de 
Regionalização do Turismo trabalha a convergência e a interação de todas as ações 
desempenhadas pelo MTur com estados, regiões e municípios brasileiros. Seu 
objetivo principal é o de apoiar a estruturação dos destinos, a gestão e a promoção 
do turismo no País. 
Esse programa de enfoque territorial foi reformulado em 2013, quando foram 
definidos seus oito eixos de atuação, que orientam as ações de apoio à gestão, 
estruturação e promoção do turismo nas regiões e municípios. 
5.1 Categorização dos municípios 
Para implementar políticas públicas de forma eficiente é preciso respeitar as 
peculiaridades e especificidades de cada região e entender o papel de cada município 
no processo de desenvolvimento regional do turismo. 
A Categorização dos Municípios do Mapa do Turismo Brasileiro é um avanço 
da Política Nacional do Turismo e um importante passo para a implementação das 
novas diretrizes do Programa de Regionalização do Turismo. É um instrumento 
técnico, arrojado e inovador, que pode auxiliar a tomada de decisões de gestores, nos 
âmbitos federal, estadual, regional e municipal, e mudar a forma de pensar e 
implementar a política pública de turismo no Brasil. 
 
Espera-se assim, um grande movimento nacional, capaz de provocar uma 
reflexão acerca da composição das regiões turísticas do Mapa do Turismo e 
aperfeiçoar a gestão do turismo no Brasil. 
A Categorização dos Municípios das Regiões Turísticas do Mapa do Turismo 
Brasileiro é um instrumento elaborado pelo Ministério do Turismo para identificar o 
desempenho da economia do setor nos municípios que constam no Mapa do Turismo 
Brasileiro. Esse instrumento, previsto como uma estratégia de implementação do 
Programa de Regionalização do Turismo, permite tomar decisões mais acertadas e 
implementar políticas que respeitem as peculiaridades dos municípios brasileiros.

Outros materiais