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Pigmentos e Aglutinantes na Tinta a Óleo

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Universidade Federal de Minas Gerais 
Escola de Belas Artes 
Conservação-Restauração de Bens Culturais Móveis 
 
 
 
 
Disciplina: Técnicas e materiais pictóricos
Docente: Alessandra Rosado
Discente: Clara Betarelle, Ellen Ferreira, Juliana Leite e Maria Beatriz 
 
 
 
PESQUISA SOBRE PIGMENTOS E AGLUTINANTES DA TINTA A ÓLEO
 
 
 
 
 
Belo Horizonte - MG
 2024.1
1. INTRODUÇÃO
No século XV, o estudo dos óleos vegetais levou ao desenvolvimento das primeiras pinturas a óleo e, quando os pintores renascentistas o assimilaram, foi crucial para a criação de grandes obras de arte. Com o avanço da indústria petroquímica no século XX, houve uma transformação no cenário das tintas, com a introdução das Tintas Acrílicas que ganharam grande popularidade entre diversos artistas. Esta descoberta é geralmente atribuída aos irmãos Hubert (1366-1426) e a Jan Van Eyck (1390-1441), os quais difundiram a técnica.(MELLO, pag 7 
A tinta a óleo é uma ferramenta utilizada para pintura caracterizada por ser uma mistura de pigmento em pó e aglutinante à base de óleo vegetal secativo - normalmente o de linhaça - a fim de formar uma camada fílmica colorida sobre uma superfície. O óleo funciona como meio para que os pigmentos se unam e tenham uma textura de liga e permitam-se serem espalhados por cima de uma superfície e depositados sobre a mesma. 
Caracteriza-se por ser comumente utilizada em tela ou madeira, ter secagem demorada em relação à têmpera ou acrílica, a sua cor é vibrante; devido a quantidade de pigmento concentrada em um óleo transparente; é uma tinta flexível que craquela menos, passível de ser trabalhada em camadas e não se sensibiliza com água; seu solvente mais utilizado é a aguarrás. Ademais a tinta a óleo é versátil e possibilita ser usada em diversas técnicas de pintura, que requer desde pinceladas mais finas até a aplicação de espátulas para trabalhar com texturas mais espessas. 
Além disso, a tinta a óleo pode ser aplicada nos mais diversos suportes que vão das tradicionais telas até mesmo madeira ou metal.
 A tinta a óleo apresenta esteticamente uma variação grande para os artistas da época que conseguiam as mais variadas consistências, textura e brilho. 
2. AGLUTINANTES
O aglutinante é um componente indispensável nas formulações de tintas a óleo. Ele desempenha uma série de funções relevantes na pintura, tais como:
· A adesão à superfície permite que a tinta se fixe à superfície. A sua ação é responsável por aumentar a resistência mecânica e química da película formada.
· A duração da pintura contribui para a manutenção da cor e da qualidade da pintura ao longo do tempo.
· Propriedades específicas do aglutinante conferem características como a resistência à abrasão, flexibilidade, impermeabilidade e aderência.
Os aglutinantes utilizados na tinta a óleo são óleos vegetais, normalmente linhaça, nozes ou papoula. Inicialmente o solvente utilizado para a tinta a óleo foi a terebentina. 
Para a formulação da chamada Tinta a Óleo, fazia-se a dispersão dos pigmentos em óleo vegetal e se usava como solvente um extrato de pinheiros conhecida como terebentina. (MELLO, pág 7)
O óleo como aglutinante permitiu uma gama mais ampla de pigmentos, bem como correções e esmaltes, o que facilitou a técnica de execução. Os tons luminosos alcançados pela transparência de alguns pigmentos, por estarem ligados ao óleo, são muito
diferentes daqueles opacos que foram conseguidos com o ovo.
 
3. PIGMENTOS
Artistas e médicos obtinham matérias-primas e ingredientes em uma espécie de loja que atendia a ambos, semelhante às farmácias atuais. Portanto, a tinta é feita com os mesmos ingredientes das substâncias medicinais - mercúrio, ervas, óleos, marfim, etc. Até São Lucas, padroeiro dos médicos, é como um artista. O conhecimento alquímico compartilhado une as duas profissões, colocando-as virtualmente no mesmo nível. Os pigmentos mais recorrentes incluem sais minerais, como óxidos brancos como zinco titânio e vermelhos como óxido de ferro ou cádmio, tons terrosos como ocre e afins eram obtidos a partir de argila. Os pigmentos são feitos dispersando esses pigmentos em óleos secantes usando moles em lâminas de mármore, um processo demorado que requer prática e paciência. O pintor era na verdade um químico ou, como costumamos dizer, um alquimista. 
A segunda grande mudança ocorreu em meados de 1800: essas lojas passaram a vender tintas a óleo para uso imediato: tintas prontas. Primeiro embrulhado com entranhas e bexiga de animais, depois embalado em pequenas peles ou sacos de couro. Em 1840 surgiu a seringa de vidro. Em 1841, os primeiros tubos de estanho começaram a ser usados como invólucro para tintas prontas, permitindo maior praticidade, higienização, mobilidade e conservação das tintas, permitindo o armazenamento e o comércio desse novo produto em grande escala. Com a tinta disponível para uso, o maçante processo de dispersão de pigmento em óleo com a moleta poderia ser deixado aos cuidados dos coloristas. Não é mais necessário um grande número de objetos e espaços para a atividade de produzir tintas: molas de diversos tamanhos, pedras para a moagem, pigmentos, jarros e outros. O estúdio é reduzido, o que é ideal para os dias atuais. A tinta agora pode ser facilmente encontrada por qualquer pessoa nessas novas lojas. Atualmente ainda podem ser encontrados pigmentos separados sendo vendidos em papelarias e casas de artesão. 
A Tinta a óleo apresenta, desde o seu surgimento, vantagens em relação a técnicas utilizadas anteriormente. Uma dessas características é o brilho, que ocorre pelo fato de se utilizar óleo como aglutinante; outra vantagem ocorre em relação à têmpera. 
4. CONCLUSÃO
A conclusão deste estudo reafirma a importância do estudo sobre as tintas à base de óleo. Ao analisar os dados coletados, constatou-se que não há um estudo voltado somente para as tintas a óleo e as técnicas que são utilizadas. Com estudos mais aprofundados poderiam facilitar pessoas que estão entrando agora no ramo da conservação e restauração de bens culturais e também permitiria difundir informações para curiosos da área. 
5. REFERÊNCIAS
Aglutinante - Tintas e Pintura. Disponível em: <https://tintasepintura.pt/glossario/aglutinante/#google_vignette>. Acesso em: 10 abr. 2024.
ALESSANDRI, Márcio. Breve História da Tinta a Óleo. [S. l.], 30 set. 2011. Disponível em:<https://web.archive.org/web/20210413170004/http://www.cozinhadapintura.com/2010/09/historia-da-tinta-oleo.html>. Acesso em: 10 abr. 2024.
FIGUEIREDO JÚNIOR, João Cura D'Ars de. Química aplicada à conservação e restauração de bens culturais: uma introdução. Belo Horizonte: São Jerônimo, 2012.
HOFMANN, G. T.; Castro, R. A. C.; 
MELLO, V. M.; Suarez, P. A. Z. As Formulações de Tintas Expressivas Através da História. Rev. Virtual Quim., 2012, 4 (1), 2-12.
OLIVEIRA, D. Materiais em Artes - Manual para a manufatura e prática. Secretaria de Estado de Cultura do DF, Fundo da Arte e da Cultura: Brasília.
PEREIRA, A. P. et al. Análise química de pigmentos de minerais naturais de Itabirito, MG. Cerâmica, p. 35-41
Pintura a Óleo - Técnicas de Pintura - Artes - InfoEscola. Disponível em: <https://www.infoescola.com/artes/pintura-a-oleo/#google_vignette>. Acesso em: 10 abr. 2024.
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