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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ Disciplina: PORTUGUÊS 1 EXERCÍCIOS – REVISÃO 4 Acesse o link a seguir para ver a propaganda do “novo Palio fire”: https://www.youtube.com/watch?v=XS49zyGZ1XI Agora, responda a questão 1: 1- Por meio das palavras, passamos de um mundo real a um mundo representado e, para significar esse mundo, precisamos, muitas vezes, passar do sentido de língua ao sentido de discurso, recorrendo às figuras de linguagem. Na propaganda do Palio, a que você acabou de assistir, a compreensão/interpretação da mensagem se processa por meio de sentidos conotados. Identifique a figura de linguagem presente na última sequência, quando o protagonista do filme publicitário se pergunta: “e eu, como eu me sinto?”, ao dirigir o novo Fiat Palio. Leia o fragmento de texto seguinte, extraído da revista Isto É, de 24 de setembro de 2014, página 70, para responder às questões 2, 3 e 4: 2- Todos os nossos textos são construídos com base em um tipo textual. Identifique o tipo textual predominante no texto “Doce armadilha”. Comente. 3- Agora, observe o subtítulo: “Estudo liga adoçantes artificiais ao aumento do risco de diabetes e obesidade, mas os médicos preferem esperar por mais pesquisas.” Substitua o “mas” por “embora”, sem mudar o foco argumentativo. Lembre-se de que a oração encabeçada pelo “mas” é a que encerra o argumento mais forte. 4- Você já sabe que um dos fatores responsáveis pela compreensão adequada de um texto é a coesão. Sabe, também, que a coesão se manifesta pela retomada de palavras por meio de vocábulos gramaticais e/ou lexicais, com o objetivo de se evitarem repetições desnecessárias. Indique os referentes da formas sublinhadas no trecho seguinte: “Milhares de pessoas usam adoçantes artificiais para evitar as calorias do açúcar. Eles são vistos pela maioria como importantes aliados no controle da diabetes e das dietas de emagrecimento. Na semana passada, um estudo feito por cientistas do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel, abalou essa certeza.” Resposta comentada: 1- O protagonista do filme é lançado para cima, ao entrar no carro, num movimento de felicidade, bem estar, como se estivesse “nas nuvens” - sensações essas transmitidas pelo seu comportamento eufórico. Trata-se, portanto, da Metáfora orientacional - valores “up”: tudo o que é para cima é bom. (Cadernos Didáticos, volume 1 – Aula 14) 2- Tipo textual expositivo, que se caracteriza por expor, explicar fatos e informações. Os textos em que predominam sequências expositivas geralmente partem de uma constatação, neste caso – “Milhares de pessoas usam adoçantes artificiais para evitar as calorias do açúcar.” – para, a seguir, apresentar a problematização. (Cadernos Didáticos, volume 2, aula 19) 3- Embora estudos recentes liguem adoçantes artificiais ao aumento do risco de diabetes e obesidade, os médicos preferem esperar por mais pesquisas. (Cadernos Didáticos, volume 1, Aula 7) 4- Eles: adoçantes artificiais Essa certeza: os adoçantes artificiais são importantes aliados no controle da diabetes e das dietas de emagrecimento. (Cadernos Didáticos, volume 1, Aula 5) Leia o texto a seguir para responder às questões 5 e 6: TEXTO 1 Era uma vez uma cidadezinha, dessas muito antigas. Pequena, mal tinha umas cinco ruas meio tortas e desencontradas. As casas, nessas ruas, eram quase todas baixinhas. No meio delas, uns dois sobrados, o casarão da escola e o outro casarão muito feio, com janelas gradeadas, onde ficava a cadeia. Mas a graça daquela cidadezinha era a igreja, que a gente até poderia chamar de igrejinha. Ficava no alto do morro, toda branca, de portas azuis, parecia leve, muito linda. Talvez por causa da igrejinha no morro, a cidade ganhou o nome de Morro Lindo. A igrejinha é que era linda, mas o morro ficou com a fama. E não era dessas igrejas importantes, paredes de pedra, com as torres apontando para o céu. Tinha as paredes caiadas, era muito simples, quadradinha, com uma torre também quadrada. E, bem debaixo do telhado da torre, no campanário, ficava o sino. (Rachel de Queiroz. Andira. São Paulo: Siciliano, 1992, p.3) 5- Dos cinco tipos textuais que você estudou na aula 19, qual é o predominante no fragmento em análise? Justifique a sua resposta com exemplos extraídos do texto. 6- Para entender o significado global de um texto, é preciso reconhecer os elementos referenciais que “costuram” a sua coesão. Identifique o referente dos termos sublinhado na passagem seguinte, e o mecanismo de coesão empregado: Era uma vez uma cidadezinha, dessas muito antigas. Pequena, mal tinha umas cinco ruas meio tortas e desencontradas. As casas, nessas ruas, eram quase todas baixinhas. No meio delas, uns dois sobrados, o casarão da escola e o outro casarão muito feio, com janelas gradeadas, onde ficava a cadeia. Leia, agora, um trecho da Carta do leitor, publicada na seção “Dos Leitores”, do Jornal O GLOBO, de 5 de outubro de 2014, página 17, do 1º Caderno, para responder às questões 7, 8 e 9: TEXTO 2 A eleição é o momento decisivo para a vida das pessoas que vivem no país. É tempo oportuno para refletirmos sobre nossa nação e da qual esperamos um bem comum. Será que também não devemos chorar sobre nossa pátria, ao vermos tanta falta de ética em nossa política, tanta violência, tanta corrupção, tanto descaso na saúde, tanto descaso na educação, leis que não são respeitadas? Ainda há tempo de refletirmos sobre a nossa pátria e sobre o que efetivamente cada um de nós pode fazer para minimizar os problemas da sociedade. 7- Cada língua tem seus tempos verbais próprios para assinalar a atitude comunicativa. a) Qual tempo e qual modo verbal predominam no texto 2? b) A escolha do tempo/modo verbal revela engajamento ou distanciamento em relação ao que se diz? Explique, levando em consideração a atitude comunicativa do enunciador. 8- Existem várias maneiras de se iniciar um parágrafo, ou seja, de se apresentar o tópico de parágrafo. Comente como o parágrafo (do texto 2) é iniciado, identificando os possíveis efeitos de sentido decorrentes dessa maneira de introduzi- lo. 9- Observe a frase seguinte, baseada no texto 2: A eleição é um momento decisivo para a vida dos brasileiros, mas muitos votam sem refletir nas consequências de seu voto. Essa frase configura uma relação de contraexpectativa, já que a segunda oração, introduzida pelo conector “mas”, contraria a expectativa. Pensando nessa articulação sintática, responda: a) Que estratégia de relação foi empregada? Comente. b) Qual a terceira asserção implícita, consequência da primeira asserção: “A eleição é um momento decisivo para a vida dos brasileiros”? Resposta comentada: 5- O tipo textual predominante é o descritivo, caracterizado por nomear, situar e qualificar os seres do mundo. Na descrição, são relatados aspectos de um lugar, ser ou objeto, sob um ponto de vista estático, ou seja, sem progressão temporal. Normalmente, para descrever, utilizam-se substantivos ou adjetivos, conforme podemos comprovar pelos exemplos: “cinco ruas meio tortas e desencontradas”;“casarão muito feio, com janelas gradeadas”; “igrejinha” “toda branca”; “portas azuis”; “muito linda”; “paredes caiadas” etc. [substantivos com dois traços; adjetivos, com um] (Cadernos Didáticos, Volume 2, Aulas 19 e 21). 6- Dessas: recupera “cidadezinha(s)” Onde: recupera “casarão” Trata-se da coesão gramatical referencial anafórica (Cadernos Didáticos, Volume 1, Aula 8). 7- a) O tempo verbal predominante é o presente do modo indicativo b) A escolha do tempo/modo verbal revela engajamento em relação ao dito. Trata -se, portanto, do “mundo comentado”, ou “comentário”, em que o enunciador se compromete com o que diz. (Caderno Didático, volume 2, Aula 17). 8- O parágrafo que inicia a Carta do Leitor é a “declaração inicial” – o modo mais comum, em que se começa o parágrafo, fazendo-se uma declaração: “A eleição é o momento decisivo para a vida das pessoas que vivem no país. É tempo oportuno para refletirmos sobre nossa nação e da qual esperamos um bem comum.” A partir dessa declaração inicial, o leitor é instigado a prosseguir a leitura para engajar-se no projeto de fala do enunciador, ou até para criticá-lo (Cadernos Didáticos, volume 2, aula 27). 9- a) Estratégia de suspense. A primeira parte do enunciado nada sugere sobre a segunda, podendo evoluir para uma conclusão positiva ou para a contraexpectativa. b) Se “A eleição é um momento decisivo para a vida dos brasileiros” seria de se esperar que todos votassem conscientemente, refletindo sobre suas escolhas. (Cadernos Didáticos, volume 1, Aula 7). Leia o fragmento de texto abaixo, para responder às questões 10, 11, 12 e 13: O fim do mundo A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha sentido, ainda; de modo que não me interessavam nem o cometa nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas temiam. Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores das goiabeiras e as cores do tapete. Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessara nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos, pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum. Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez tenha ficado um pouco triste – mas que importância tem a tristeza das crianças? Passou-se muito tempo. Aprendi muitas coisas, entre as quais o suposto sentido do mundo. Não duvido de que o mundo tenha sentido. Deve ter mesmo muitos, inúmeros, pois, em redor de mim, as pessoas mais ilustres e sabedoras fazem cada coisa que bem se vê haver um sentido do mundo peculiar a cada um. (...) (MEIRELES, Cecília. Escolha o seu sonho.4ª. Ed., Rio de Janeiro: Record, s/d, páginas 87 e88) 10- Você deve ter percebido que a “atitude comunicativa” do fragmento em análise prende-se ao NARRAR, ou seja, ao Mundo Narrado, em que o “relevo” é marcado pelo tempo verbal: o pretérito perfeito indica o plano principal e o imperfeito, o pano de fundo. Identifique, no texto em tela, as sequências que marcam a transição de um plano para o outro. 11- O narrador de uma história é aquele que a coloca em cena. Pode incorporar várias identidades, assumindo a narração ou passando essa responsabilidade para um personagem. Pensando nisso, responda qual o foco narrativo do texto? Justifique a sua resposta, ratificando-a com exemplos. 12- Você já sabe que um dos fatores responsáveis pela compreensão adequada de um texto é a coesão. Sabe, também, que a coesão se manifesta tanto por meio de palavras gramaticais quanto por meio de palavras que guardam entre si relações semânticas. Identifique o referente da forma sublinhada no fragmento seguinte: A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha sentido, ainda; de modo que não me interessavam nem o cometa nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas temiam. 13- Que figura de linguagem foi empregada no fragmento que se segue? Comente. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Resposta comentada: 10- A transição se dá dos dois primeiros parágrafos - quando a autora se reporta à sua infância e narra, predominantemente no pretérito imperfeito do indicativo, as suas impressões daquela época - para o terceiro parágrafo, ainda no passado, infância, mas com uma ruptura brusca no cenário, marcada pelo emprego de verbos no pretérito perfeito e pela conjunção “mas” (Cadernos Didáticos, volume 2, Aula 17). 11- O foco narrativo do texto é a 1ª pessoa, ou seja, trata-se do “narrador de 1ª pessoa”, a que corresponde o papel de personagem e a não onisciência da narrativa Como exemplos, pode-se extrair qualquer passagem em que haja verbos ou pronomes de 1ª pessoa, em referência ao narrador. ( Ver Cadernos didáticos, volume 2, Aula 22). 12- O “acontecimento que elas temiam” era o fim do mundo. (Cadernos Didáticos, volume 1, Aula 9). 13- A figura é a metáfora, já que a imagem do cometa é comparado implicitamente à cauda de um pavão, ou ao véu ou cauda de uma noiva. (Cadernos Didáticos, volume 1, Aula 14).