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AVALIAÇÃO CINÉTICO- FUNCIONAL Profª. Mª. Maria Eduarda Pontes dos Santos Qual a importância da avaliação fisioterapêutica? O que avaliamos em um paciente? Avaliação cinética e avaliação funcional são iguais? ROTEIRO DA AULA Avaliação/ Anamnese; Inspeção e palpação; Sinais vitais; Movimentos ativos; Movimentos resistidos AVALIAR • “É a arte de examinar”; • Análise do estado de saúde do paciente; • Compreender; • Apreciação ou dedução sobre condições, extensão, intensidade, qualidade etc. de algo. Ajuda a traçar os objetivos e é também a garantia de um tratamento seguro e efetivo. ANAMNESE • Entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu doente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença ou patologia; • Possui formas ou técnicas corretas de serem aplicadas. Ao seguir as técnicas pode-se aproveitar ao máximo o tempo disponível para o atendimento ANAMNESE CLÍNICA X ANAMNESE FISIOTERAPÊUTICA O médico irá te avaliar clinicamente, realizar alguns testes ou se achar necessário, pedir exames de imagens para poder chegar no seu diagnóstico (CID); O fisioterapeuta irá realizar uma avaliação funcional (CIF) , em que será avaliado no seu corpo: amplitude de movimento, força muscular, flexibilidade, controle motor, padrão de movimento, entre outros. O médico dará o “nome da sua doença” e o fisioterapeuta as suas disfunções de movimentos, que levaram à essa doença. DIAGNÓSTICO CLÍNICO X DIAGNÓSTICO FISIOTERAPÊUTICA O diagnóstico cinético-funcional utiliza exames físicos e testes específicos relacionados a alterações musculoesqueléticas e biomecânicas do paciente, enquanto o diagnóstico clínico usufrui de exames físicos e exames complementares para definir quadro clínico. ANAMNESE FISIOTERAPÊUTICA Devemos estabelecer um método sequencial, a fim de assegurar que nada passe despercebido; Deve ser organizada, abrangente e reprodutível; Comparamos os dois lados do corpo, o que apresenta a disfunção e o que está normal. ANAMNESE FISIOTERAPÊUTICA Histórico do paciente – anamnese; Observação; Exame físico – estático e dinâmico; Reflexos e distribuição cutânea; Movimentos do jogo articular; Palpação; Testes especiais; ** Análise dos exames complementares ANAMNESE FISIOTERAPÊUTICA ELEMENTOS DA ANAMNESE • Início do relacionamento com o paciente, que lhe informa: nome, idade, sexo, etnia, estado civil, profissão atual, profissão anterior, local de trabalho, naturalidade, nacionalidade, residência; IDENTIFICAÇÃO • O motivo que levou o paciente a procurar ajuda – FUNCIONALIDADE AFETADA; QUEIXA PRINCIPAL (QP) • A clássica tríade: Quando, como e onde, ou seja: quando começou? Onde começou? Como começou? Em caso de dor, devemos caracterizá-la por completo. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL (HDA) ELEMENTOS DA ANAMNESE • História da saúde do paciente, mesmo das condições que não estejam relacionadas com a doença atual HISTÓRIA PREGRESSA (HP) • Procura-se alguma relação com hereditariedade de doenças. HISTÓRICO FAMILIAR (HF) ELEMENTOS DA ANAMNESE Potenciais, que indiquem a necessidade de um outro profissional de saúde: • Perda inexplicável de peso; • Nódulos ou tumorações incomuns; • Falta de ar; • Tontura; • Dor constante e intensa na panturrilha ou braço; • Náuseas ou vômitos frequentes; • Perturbações emocionais graves recentes; • Cefaleias frequentes ou graves... SINAIS FLOGÍSTICOS São todos provenientes da resposta imunológica, sobretudo dos efeitos das citocinas. SINAIS FLOGÍSTICOS Fase irritativa: ocorrem modificações morfológicas e funcionais dos tecidos agredidos que promovem a liberação de mediadores químicos. Fase vascular: alterações hemodinâmicas da circulação e de permeabilidade vascular no local da agressão. Fase exsudativa: essa fase é característica do processo inflamatório, e é formada pelos exsudato celular e plasmático (migração de líquidos e células para o foco inflamatório) oriundos do aumento da permeabilidade vascular. SINAIS FLOGÍSTICOS Fase degenerativa-necrótica: composta por células com alterações degenerativas reversíveis ou não (neste caso, originando um material necrótico), derivadas da ação direta do agente agressor ou das modificações funcionais e anatômicas consequentes das três fases anteriores. Fase produtiva-reparativa: aumento na quantidade dos elementos teciduais - principalmente células, resultado das fases anteriores. O objetivo é destruir o agente agressor e reparar o tecido agredido. INSPEÇÃO E PALPAÇÃO • O exame físico geral é a primeira etapa do exame clínico e, além de complementar a anamnese; • A inspeção pode ser dividida em duas partes: estática e dinâmica. INSPEÇÃO E PALPAÇÃO A sequência lógica do exame físico é a seguinte: CABEÇA E PESCOÇO TÓRAX ABDÔMEN MEMBROS MARCHA • A palpação é a utilização do sentido do tato com o objetivo de explorar a superfície corporal – palpação superficial – e os órgãos internos – palpação profunda. SINAIS VITAIS • Medidas que fornecem dados fisiológicos indicando as condições de saúde da pessoa; • Deverão ser verificados na admissão, durante o tratamento e após o tratamento fisioterapêutico. SINAIS VITAIS **Alguns autores incluem a dor como 5º sinal PULSO (FC) RESPIRAÇÃO (FR) PRESSÃO ARTERIAL TEMPERATURA SINAIS VITAIS Frequência cardíaca (FC) e pulso (P): • Auscultar o coração e contar os batimentos cardíacos em 1 minuto; • Realizar a aferição do pulso, onde, normalmente se palpa a artéria radial com o 2° e 3° dedos, contando os batimentos em 1 minuto; • Nunca verifique o pulso com o polegar; • A unidade de medida utilizada é: batimentos por minuto (bpm); Bebês de menos de 1 ano: 100 a 160 batimentos por minuto; Crianças de 1 a 10 anos: 80 a 120 batimentos por minuto Crianças de mais de 10 anos e adultos: 60 a 100 batimentos por minuto Atletas bem treinados: 40 a 60 batimentos por minuto SINAIS VITAIS Frequência cardíaca (FC) e pulso (P) - TERMINOLOGIA Frequência • Pulso normocárdico • Taquisfigmia ou taquicardia • Bradisfigmia ou bradicardia Ritmo • Pulso rítmico • Pulso arrítmico Volume • Pulso cheio • Pulso filiforme SINAIS VITAIS Frequência cardíaca (FC) e pulso (P) SINAIS VITAIS Frequência Respiratória (FR) • Quantidade de inspirações em 1 minuto (irpm); • Não informamos ao paciente que sua frequência respiratória está sendo verificada; • Tipo: abdominal ou diafragmática, torácica Recém-nascidos 44 respirações por minuto; Bebês 30 a 60 respirações por minuto; Crianças em idade pré-escolar: 20 a 30 respirações por minuto; Crianças mais velhas: 16 a 25 respirações por minuto; Adultos: 12 a 20 respirações por minuto; Idosos: 19 a 26 respirações por minuto. SINAIS VITAIS Frequência Respiratória (FR) - TERMINOLOGIA Eupneia Taquipneia Bradipneia Dispneia Ortopneia Apneia SINAIS VITAIS PRESSÃO ARTERIAL (PA) Antes de aferir a PA, deve-se fazer as seguintes perguntas ao paciente: • Fumou ou bebeu café ou outros estimulantes há menos de 30 minutos; • Está sentindo dor; • Está com a bexiga cheia; • Está em repouso há menos de 3 minutos. SINAIS VITAIS PRESSÃO ARTERIAL (PA) – ESFIGMOMANÔMETRO MANUAL SINAIS VITAIS PRESSÃO ARTERIAL (PA) – ESTETOSCÓPIO SINAIS VITAIS PRESSÃO ARTERIAL (PA) • O braço que terá a PA aferida deverá estar apoiado sobre um suporte, na altura do coração; • O paciente pode estar em pé, sentado ou deitado; • Palpa-se o pulso da artéria braquial, o manguito deve ser posicionado obedecendo à sinalização da “artéria braquial”, em média quatro dedos acima da prega do cotovelo; • A unidade de medida da PA é mmHg. SINAIS VITAIS PRESSÃO ARTERIAL (PA) - ETAPAS 1. Ajustar a posição do paciente; 2. Coloque o estetoscópio sobre o local onde você palpou o pulso da artéria braquial e insufle o manguito; 3. Colocar a braçadeira; 4. Colocar a cabeça do estetoscópio sobre o pulso;5. Fechar a válvula da bomba do esfigmomanômetro e encher a braçadeira; 6. Esvazie o manguito lentamente e atente-se aos sons de Korotkoff; 7. Esvaziar completamente a braçadeira. SINAIS VITAIS PRESSÃO ARTERIAL (PA) ** Os sons de Korotkoff possuem várias fases, mas o importante é saber que: • Corresponde à pressão sistólica FASE I – SURGIMENTO DO SOM, PRIMEIRO “TUM” • Corresponde à pressão diastólica FASE V – DESAPARECIMENTO DO SOM SINAIS VITAIS PRESSÃO ARTERIAL (PA)- TERMINOLOGIA Hipotensão: Inferior a 100 x 60 mmHg Normotensão: < 120 x 80 mmHg Hipertensão-limite: 140 x 90 mmHg Hipertensão moderada: 160 x 100 mmHg Hipertensão grave: Superior a 180 x 110 mmHg SINAIS VITAIS TEMPERATURA É a medida do calor do corpo. - Temperatura axilar: 36ºC a 36,8ºC • Febre/pirexia: aumento patológico da temperatura corporal (37,6 a 38,9 ºC); • Hipotermia: redução da temperatura do corpo ou de uma parte do corpo abaixo do valor normal (< 36,5 ºC) SINAIS VITAIS Dor e avaliação O que é a dor? SINAIS VITAIS Dor e avaliação Experiência sensitiva e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual atual, potencial ou descrita em termos de tal lesão Associação Internacional para o Estudo da Dor Dor é o que o paciente diz ser e existe quando ele diz existir McCaffery SINAIS VITAIS Dor e avaliação Sensação nociceptiva, induzida por estímulos químicos ou físicos, de origem exógena ou endógena, tendo como base um mecanismo biopsicossocial, causando emoções normalmente desagradáveis. Márquez, 2008 SINAIS VITAIS Dor e avaliação SINAIS VITAIS Dor SUBJETIVA A avaliação do paciente com dor é feita com base em seu próprio relato • Para se medir a intensidade da dor que o paciente sente, há escalas específicas. • As mais simples e utilizadas são a Escala Visual Analógica (EVA) e a Escala Visual Numérica (EVN). SINAIS VITAIS Dor SINAIS VITAIS REFLEXOS REFLEXOS TENDINOSOS Os reflexos tendinosos, também chamados reflexos profundos, músculo-tendinosos, miotáticos, miotáticos fásicos, e reflexos proprioceptivos, são provocados pelo súbito estiramento de um músculo, através da percussão com um martelo de percussão de borracha, de seu tendão ou de uma parte do membro onde este se insere. Analisa as fibras aferentes (sensitivas), fibras motoras e vias descendentes (motoras). REFLEXOS TENDINOSOS A diminuição desses reflexos ocorre quando há lesão no neurônio motor inferior. Já lesões no neurônio motor superior, aumentam estes reflexos. São avaliados os seguintes reflexos: - Reflexo Peitoral; Reflexo Bicipital; Reflexo Braquiorradial; Reflexo Tricipital; Reflexo Patelar; Reflexo Isquiotibial; Reflexo de Aquileu REFLEXOS TENDINOSOS Arreflexia (0); Hiporreflexia (-); Hiperreflexia (+++); Normorreflexia (+) São classificados de acordo com a intensidade das respostas em: MOVIMENTOS ATIVOS Combinação de testes de amplitude articular (goniometria), controle, força motora e disposição do paciente de executar o movimento; Devemos observar quais os movimentos que causam dor ou outro sintoma e a quantidade e qualidade do movimento; Deve-se observar, no arco do movimento, o grau que apresenta a dor ou disfunção, sempre comparando os dois hemicorpos. MOVIMENTOS ATIVOS A amplitude de movimento ativo e passivo pode ser medida com o uso de um goniômetro: MOVIMENTOS ATIVOS EIXO BRAÇO FIXO BRAÇO MÓVEL • O eixo do braço fixo deve estar alinhado com o segmento adjacente à articulação estudada; • O braço móvel se movimenta de acordo com o movimento da articulação; • O braço fixo fica parado. MOVIMENTOS ATIVOS • Observar se a contração muscular causa dor e, se causar, qual sua intensidade e qualidade; • Força da contração; • Tipo de contração que causa problema (concêntrica, isométrica, excêntrica) MOVIMENTOS RESISTIDOS Contração concêntrica: os músculos encurtam durante a geração de força; Contração excêntrica: o músculo alonga enquanto está sob tensão; Contração isométrica: o músculo gera força sem alterar o comprimento muscular TIPOS DE CONTRAÇÃO Graus de 0 a 5, no qual: Grau 0: ausência de contração muscular; Grau 1: contração visível ou palpável, sem movimentar o segmento; Grau 2: força suficiente para movimentar o segmento sem efeito da gravidade; Grau 3: força suficiente para movimentar o segmento contra ação da gravidade; Grau 4: força suficiente para movimentar o segmento contra uma resistência moderada; Grau 5: força suficiente para movimentar o segmento contra uma resistência máxima. GRADUAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR TÔNUS: Estado de tensão do músculo (contração leve mantida) em repouso - Hipotonia acontece quando há perda do tônus muscular, causada por uma doença neurológica ou por um acidente vascular cerebral (AVC) na fase inicial; Síndrome de Down. - Hipertonia é o contrário, quando o tônus muscular tem um aumento além do esperado, que pode ser causado por doenças neurológicas TROFISMO: Volume da massa muscular existente: - Hipertrofia é o aumento de massa muscular - Hipotrofia é a diminuição de massa muscular ou a falta de desenvolvimento dos músculos TÔNUS E TROFISMO MUSCULAR Decúbito dorsal (DD) Decúbito ventral (DV) Decúbito lateral (DL) Ativo (a) Passivo (a) Estático Dinâmico TERMOS