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WBA0203_v2.0 APRENDIZAGEM EM FOCO PRINCÍPIOS E PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes Ao todo, a Contabilidade possui seis postulados. Nesta disciplina serão abordados dois deles: da Entidade e da Continuidade. O postulado da Entidade indica que deve existir uma instituição, totalmente apartada dos interesses pessoais de seus proprietários, a respeito da qual a Contabilidade reporta informações. Não se pode confundir os objetivos pessoais dos proprietários – pessoas físicas, com os objetivos da empresa – pessoa jurídica. Por sua vez, o postulado da Continuidade preceitua que os ativos utilizados pela entidade têm a capacidade de gerar benefícios econômicos futuros em montante compensador em relação aos investimentos iniciais e, dessa forma, a instituição que está em andamento, tende a permanecer continuamente em bom funcionamento (perpetuidade). A Contabilidade tem uma história antiga e valiosa. Desde os primórdios da Idade Antiga até os dias atuais foi se construindo a evolução conceitual e prática, em paralelo ao que ocorre na sociedade, em termos econômicos, militares, culturais e religiosos. Os postulados da Entidade e da Continuidade são observações básicas, evidentes, óbvias, porém tiveram a razão de serem categorizadas como sendo os pilares de toda estrutura conceitual de Ciências Contábeis, juntamente com os demais postulados: da oportunidade, do registro pelo valor original, da competência e da prudência. O postulado da atualização monetária foi extinto pela Resolução CFC nº 1282/2010. Esse conjunto de postulados abrangem todo o arcabouço que define e orienta a execução de lançamentos contábeis e como as informações contábeis devem ser demonstradas e analisadas. Além 3 dessas premissas, os agentes e os usuários da Contabilidade podem contar com instrumentos auxiliares, tais como as convenções contábeis. As convenções são direcionamentos que ao longo do tempo foram desenvolvidos com base na prática e na técnica, como forma de estabelecer recursos que têm de ser adotados para determinadas atividades. São elas: da Objetividade; da Relevância ou Materialidade; do Conservadorismo ou Prudência; e da Consistência ou Uniformidade. As convenções são critérios auxiliares e secundários que o Contador deve aplicar na realização de seu trabalho. A Estrutura Conceitual da Contabilidade não cita explicitamente os postulados, princípios e as convenções da Contabilidade. Porém, sabe-se que os postulados, princípios e convenções são o alicerce, no fundamento, no fulcro da atual Estrutura Conceitual preceituada pelos padrões internacionais de Contabilidade, os IFRS. Ademais, salienta-se que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é a instituição brasileira que se encarrega de converter os IFRS em pronunciamentos, interpretações e orientações, a serem utilizados por todas as entidades brasileiras. Para operacionalizar a Contabilidade, segundo esse arcabouço conceitual, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), com base nos IFRS, produz os pronunciamentos, interpretações e orientações, que norteiam e balizam o trabalho dos contadores, bem como fornecem insumos e condições para que os usuários das demonstrações contábeis as possam compreender e analisar. Em todo ramo de conhecimento e de ciências é fundamental estudar as origens, os alicerces de todo o pensamento e a forma prática de todo esse conhecimento científico ser aplicado nas atividades humanas. 4 INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! História da Contabilidade. Postulados Contábeis ______________________________________________________________ Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes TEMA 1 TEMA 4TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3INÍCIO 6 DIRETO AO PONTO As demonstrações contábeis são: Balanço Patrimonial (BP); Demonstração do Resultado do Exercício (DRE); Demonstração de Resultados Abrangentes (DRA); Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL); Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC); Demonstração do Valor Adicionado (DVA) (exigida para empresas de capital aberto e facultativa para demais) e as Notas Explicativas. Segundo Almeida (2021), muitas empresas, em particular as de grande porte e de capital aberto, publicam um demonstrativo denominado Relatório da Administração (RA). Nesse relatório, além dos dados estratégicos, econômicos e financeiros, elas evidenciam muitos outros aspectos relacionados às práticas de responsabilidade social, ambiental e de governança corporativa. O Relatório da Administração é um exemplo de “demonstrativo fora das demonstrações contábeis” e sua elaboração não é contemplada pelos pronunciamentos contábeis do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) do Brasil, e nem do International Accounting Standards Board (IASB), sediado na Europa. O IASB, que corresponde ao Financial Accounting Standards Board (FASB), dos Estados Unidos, é a instituição que elabora os International Financial Reporting Standards (IFRS). O contemporâneo estado da Contabilidade não aconteceu “da noite para o dia”. Então, note que, desde a Idade Antiga da história do mundo, a Contabilidade vem se desenvolvendo de uma forma dinâmica e associada ao contexto histórico, militar, cultural, religioso, econômico de sua época. Tudo isso culmina em décadas recentes com o estabelecimento de um padrão internacional para se fazer a Contabilidade. Esse padrão mundial são os IFRS que são produzidos pelo IASB, Europa, de concepção anglo-saxônica. 7 Almeida (2021), ainda, indica que a metodologia aplicada à Contabilidade, pelos IFRS, adotados pelo Brasil, possui uma robusta estrutura conceitual desenvolvida desde os primórdios. Os IFRS, transformados no Brasil em pronunciamentos contábeis, pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), dão os princípios que norteiam o reconhecimento, mensuração e divulgação dos bens, direitos a receber, dívidas, receitas e despesas de uma entidade, que reporta seus números. No Brasil, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) é quem recebe os pronunciamentos IFRS, elaborados e divulgados pelo IASB, e faz a versão brasileira, emitindo um pronunciamento CPC respectivo. Os pronunciamentos contábeis emitidos pelo CPC são documentos basilares, fundamentais. A partir dos pronunciamentos do CPC, o Conselho Federal de Contabilidade emite as normas contábeis oficiais. O mesmo procedimento se aplica a outros órgãos governamentais e reguladores, ou seja, a partir dos pronunciamentos do CPC, eles elaboram suas normas respectivamente. Como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que regula empresas de capital aberto, bolsas de valores e toda a indústria de fundos de investimentos; a Receita Federal; a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP): regula sobre seguros, previdência complementar aberta, capitalização, resseguro; a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC): trata sobre previdência complementar fechada Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), entre outras. 8 Figura 1 – Um contador no Brasil, para fazer seu trabalho, segue os pronunciamentos contábeis elaborados pelo CPC. A função do CPC, entre outras, é de elaborar a versão brasileira dos IFRS, elaborados pelo IASB Fonte: GeorgeRudy/iStock.com. A adoção pelo Brasil dos padrões internacionais de Contabilidade, os IFRS, segundo Almeida (2021), se deu em duas etapas subsequentes e conectadas, em 2008 e 2010. Em relação à parte tributária, que gera impactos contábeis nas entidades, o governo à época fixou inicialmente uma regra transitória, denominada Regime Tributário de Transição (RTT), conforme Lei nº 11.941/2009. Depois,com o advento da Lei nº 12.973/2014, estabeleceu-se as regras tributárias definitivas e vigentes. Outrossim, a Lei nº 6.404/1976 é a Lei das Sociedades por Ações e ela e todo arcabouço legal relacionado são muito importantes na prática contábil brasileira. No Brasil, o CPC foi formado pela Resolução CFC nº 1.055/2005. Sua missão é emitir os pronunciamentos que proporcionem a convergência da Contabilidade brasileira aos padrões internacionais. 9 Seus membros são: Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca); Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec Nacional); B3 Brasil Bolsa Balcão; Conselho Federal de Contabilidade (CFC); Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon); Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi); e Entidades representativas de investidores do mercado de capitais. Diversos outros órgãos governamentais e reguladores de mercado podem também participar. O objetivo é que os pronunciamentos contenham o melhor consenso possível, entre os agentes envolvidos, a respeito do tema do pronunciamento, visando ao bom funcionamento dos mercados e da Contabilidade que se faz. Referências bibliográficas ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Teoria da Contabilidade em IFRS e CPC. São Paulo: Atlas, 2021. CPC. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC nº 1.055/05. Cria o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (CPC), e dá outras providências. Brasília, DF: CPC, 2005. BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Brasília, DF: Presidência da República, 1976. BRASIL. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que especifica; institui regime tributário de transição, alterando o Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972 [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2009. BRASIL. Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014. Altera a legislação tributária federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à Contribuição para o PIS/ Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins; revoga o Regime Tributário de Transição - RTT, instituído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 [...]. Brasília, DF: Presidência da República, 2014. 10 PARA SABER MAIS No livro de Hendriksen e Van Breda (2018) consta uma extensa descrição da evolução do pensamento na Contabilidade. Referindo-se aos enunciados de Ananias Charles Littleton, autor seminal, Hendriksen e Van Breda (2018) explicam que, nos primórdios do século XX, anos 1900, diz-se que a Contabilidade principalmente se ocupa em associar, no presente, as receitas identificadas com os seus respectivos custos. E, também, associar, no futuro, as receitas a serem geradas com os respectivos custos. Nesse aspecto, vê-se que os fundamentos da Contabilidade vão se estabelecendo e ganhando forma. Por exemplo, as receitas de vendas que são reconhecidas no dia corrente são confrontadas devidamente com os custos dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos. No entanto, muitos esforços no futuro serão empreendidos pela entidade. Nesse sentido, por exemplo, vê-se as máquinas novas adquiridas que são contabilizadas no Ativo Imobilizado e não como despesas correntes. E essas máquinas, em operação, produzirão benefícios econômicos futuros que vão favorecer a empresa, à medida que os produtos fabricados sejam vendidos com preços compensadores e adequados. A utilização e o consumo dessas máquinas (as máquinas possuem vida útil), vinculadas às receitas que proporcionam, vão sendo apropriados com o tempo, à medida de seu uso, na forma de depreciação de bens. Essa depreciação de bens vai sendo contabilizada como despesa com o passar do tempo, permitindo confrontar tal fato com as receitas que estão sendo geradas, ou seja, com as receitas de vendas dos produtos fabricados pelas máquinas. Aqui, nota-se a evolução da Contabilidade no sentido de evidenciar, de forma fidedigna, a realidade econômica que ocorre na empresa, na entidade contábil. 11 Alguns fatos, no entanto, são ineficazes, tanto no presente quanto no futuro, e isso dá margem ao conceito de perda. Por exemplo, um lote dos estoques se perde com uma inundação do armazém da fábrica. Tal ativo (os estoques) não vai gerar benefício econômico algum tanto no presente quanto no futuro. “O problema fundamental da Contabilidade é dissecar um fluxo contínuo de custos e atribuir corretamente partes desse fluxo ao presente e ao futuro.” (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2018, p. 74). Referências bibliográficas HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da Contabilidade. Tradução: Antonio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 2018. TEORIA EM PRÁTICA Há um princípio contábil denominado Prudência ou Conservadorismo. Esse princípio é um desdobramento da Escola Europeia ou Latina, que tinha em sua concepção uma predominância do poder político de governos e de credores na enunciação dos procedimentos contábeis. Isso quer dizer que um banco, no passado longínquo, não queria que os demonstrativos contábeis fossem otimistas, porque, nessa situação, o banco poderia conceder um empréstimo e a empresa devedora, ao final, na realidade, poderia não ter condições de pagar a obrigação. Assim, os bancos queriam uma contabilidade conservadora, com um viés pessimista e realista. O atual pensamento contábil, materializado na Estrutura Conceitual, adotada pelo IASB, privilegia a fidedignidade da informação contábil, abrangendo a sua neutralidade e a prevalência da essência econômica dos fatos sobre a forma jurídica. Porém, há 12 vários pronunciamentos vigentes que ainda contêm o princípio da Prudência evidente, como os pronunciamentos das provisões, dos estoques, e dos testes de impairment (§3º Lei nº 6.404/76). Como deveria ser a informação contábil? Mais prudente, conservadora? Ou evidenciar com neutralidade a realidade econômica da empresa? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicações de leitura 13 Indicação 1 A forma como a Contabilidade se desenvolve é muito interessante. É notória a influência que os usuários da informação contábil, gestores, investidores, governo e auditores, exercem sobre como a Contabilidade é feita. Indica-se a leitura do Capítulo 1 da obra a seguir. NIYAMA, Jorge Katsumi; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Teoria da Contabilidade. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2021. Indicação 2 A História da Contabilidade é muito rica e bonita. A respeito desse assunto, indica-se a leitura do Capítulo 2 do livro recomendado, que versa sobre o desenvolvimento da Contabilidade ao longo do tempo. IUDÍCIBUS, Sérgio. Teoria da Contabilidade. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2021. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais,as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 14 1. Percebe-se, no histórico debate acadêmico entre a Escola Europeia (Code Law – Direito Romano) e a Escola Anglo-Saxônica (Common Law – Direito Consuetudinários, dos costumes e prática), uma forte influência para a formação da Contabilidade contemporânea. Diante disso, assinale a alternativa correta. a. A Escola Anglo-Saxônica tem o seu berço latino, ou, na Itália, em Roma. b. A Escola Europeia é desenvolvida na Inglaterra e nos Estados Unidos, majoritariamente. c. Os banqueiros e os governos tinham grande influência na Escola Europeia. d. Os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos são gerados a partir da Escola Europeia. e. O IASB, autor dos IFRS; e o FASB, autor dos US GAAP são de concepção majoritária latina ou europeia, do Direito Romano. 2. Diversos eventos da História foram muito importantes para o desenvolvimento da Contabilidade. Com isso, assinale a alternativa que contém um fato histórico que não tenha influenciado de forma relevante o desenvolvimento da Contabilidade. a. O surgimento da escrita, aproximadamente 4.000 anos a.C. b. O surgimento de moedas cunhadas, aproximadamente no século VII a.C. c. A queda do Muro de Berlim, no século XX. d. A Revolução Industrial, nos séculos XVIII, XIX e XX. e. A obra do frei Luca Pacioli, sobre o Método das Partidas Dobradas, no século XV. 15 GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: Os banqueiros e os governos tiveram grande influência na formulação do pensar contábil da Escola Europeia ou Latina. A concepção filosófica da Escola Europeia era o Direito Romano, ou seja, tudo tinha que estar previsto e regulado em leis e outros dispositivos legais. Por sua vez, a concepção anglo-saxônica privilegiava a prática, de quem faz a Contabilidade. Daí surgem os Princípios Contábeis Geralmente Aceitos ou Generally Accepted Accounting Principles (GAAP). Questão 2 - Resposta C Resolução: A queda do Muro de Berlim, em 1989, apesar do grande simbolismo que traz para o mundo contemporâneo, não teve influência relevante no desenvolvimento da Contabilidade. Princípios e Convenções da Contabilidade ______________________________________________________________ Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes TEMA 2 TEMA 4TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3INÍCIO 17 DIRETO AO PONTO Os pronunciamentos contábeis, segundo Almeida (2021), elaborados pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), no Brasil, são a base para que o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) emita as respectivas normas contábeis. Por sua vez, no que diz respeito à Contabilidade, os demais órgãos reguladores brasileiros também emitem as normas técnicas conforme suas espécies para que os regulados as possam adotar. Tais órgãos reguladores são a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (para as empresas de capital aberto e para toda a indústria de fundos de investimento); o Banco Central do Brasil (BCB); a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) (para os planos de saúde); a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) (para a indústria de seguros, previdência complementar aberta e capitalização); a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) (para a indústria de previdência complementar fechada); e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) (para os serviços de transportes rodoviários e ferroviários), entre outros. Na prática, isso faz com que todas as entidades brasileiras, desde grandes até pequenas empresas, sigam os pronunciamentos contábeis originalmente feitos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Por sua vez, comenta-se agora quais os insumos que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) utiliza para produzir os pronunciamentos. Conforme os relatos de Almeida (2021), a instituição International Accounting Standards Committee (IASC) foi criada em 1973 e as normas, dessa forma elaboradas, eram denominadas International Accounting Standards (IAS). 18 Em 2001, o IASC encerra suas atividades e uma nova instituição assume a competência e funções, o International Accounting Standards Board (IASB), que incorpora e mantém válidos os pronunciamentos IAS do IASC, naquele momento encerrado. As novas normas contábeis ou pronunciamentos do IASB, a partir desse ponto, passam a ser denominados de International Financial Reporting Standards (IFRS). Para elaborar os IFRS, o IASB segue um ritual processual. Há reuniões públicas do IASB que são transmitidas ao vivo de Londres, Reino Unido, local da sede. As atas das reuniões são disponibilizadas. Há consultas feitas antecipadamente, à essas reuniões, pelo IASB, para o mundo contábil, para conhecer o pensamento de seus gestores, nos países, entre os quais o CPC e o CFC, no Brasil, para que manifestem os pareceres sobre como deve ser o procedimento contábil para um determinado tema. É um processo participativo e aberto. Lembra-se, aqui, a concepção anglo- saxônica do IASB, ou seja, a do Direito Consuetudinário, da prática, dos costumes, de quem faz. Todos os documentos do ritual do processo de emissão do IFRS são devidamente publicado pelo IASB e há regimentos que normatizam os procedimentos adotados. 19 Figura 1 – Um hospital privado, ao atender à cirurgia de um paciente, que possui plano de saúde, contabiliza os procedimentos médicos e hospitalares segundo as normas da ANS, que segue o preceituado pelo CFC e CPC Fonte: photographer/iStock.com. Nesse sentido, sobre a emissão do IFRS, pelo IASB, Almeida (2021) detalha que, por exemplo, esteja sendo estudado o processo contábil de reconhecimento das receitas. Como isso deve ser feito pela Contabilidade, de forma a ter aderência aos postulados, princípios e estrutura conceitual. Então, o IASB prepara uma minuta de pronunciamento contábil, que é enviada a todos os países participantes, por intermédio de um processo de audiência pública. No caso do Brasil, o CPC e o CFC, após consultar suas bases, enviam sugestões de aprimoramento do pronunciamento para o IASB nesse contexto da audiência pública. O IASB, consolidando tudo, e deliberando, na forma de seu regimento, promove reuniões até culminar com a publicação de um novo IFRS, que rege os 20 procedimentos, no mundo, sobre o reconhecimento contábil das receitas. A convergência mundial para o padrão contábil do IASB, os IFRS, atende a uma lógica da globalização e do multilateralismo entre as nações. Nesse contexto, Almeida (2021) discorre que investidores estrangeiros demandam avaliação das demonstrações contábeis das empresas em que pretendem investir. Assim, a unificação do padrão contábil a ser seguido pelos países viabiliza a comparabilidade entre alternativas de investimento que estejam sendo verificadas. Logo, para essa análise de investimentos, pelos investidores estrangeiros, com alternativas palpáveis em diversos países, é fundamental que haja um padrão internacional de Contabilidade, o que fortalece a possibilidade de investimentos em mercados financeiros, de capitais, de moedas e em projetos reais de novas fábricas e instalações. Referências bibliográficas ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Teoria da Contabilidade em IFRS e CPC. São Paulo: Atlas, 2021. PARA SABER MAIS O pronunciamento contábil CPC 26 versa sobre a apresentação das demonstrações contábeis e, por conseguinte, como devem ser elaboradas. Martins et al. (2021) ponderam que, no CPC 26, item 15, no qual consta que as demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição financeira e patrimonial, o desempenho, em termos de lucros e prejuízos, e os fluxos de caixa da entidade. Para isso, faz-se necessário seguir padrões de como reconhecer, mensurar e evidenciar ativos, passivos, receitas edespesas. 21 Para isso, o CPC 26, item 15, aponta que deve ser seguida a Estrutura Conceitual da Contabilidade, que está consubstanciada em outro pronunciamento, o CPC 00. Com isso em mãos, o CPC 26 conclui que - se a Contabilidade dessa maneira for realizada, com aderência e aplicação dos pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações do CPC - as demonstrações contábeis evidenciarão a representação fidedigna da realidade econômica da entidade reportada. Martins et al. (2021) ainda ressaltam que tanto o CPC 26 quanto o CPC 00 não exprimem abertamente a referência aos postulados e princípios contábeis, mas às características qualitativas da informação contábil, que são fundamentalmente a relevância e a representação fidedigna. O CPC 00 conceitua que as demonstrações contábeis devem apresentar a realidade da empresa reportada, em termos de palavras e números. Assim, para atender às necessidades dos usuários da informação contábil (acionistas, gestores, credores, governo, clientes, fornecedores etc.), as demonstrações contábeis devem representar de forma fidedigna a essência dos fenômenos reportados. “Em muitas circunstâncias, a essência de fenômeno econômico e sua forma legal (jurídica) são as mesmas. Se não forem as mesmas, fornecer informações apenas sobre a forma legal não representaria fidedignamente o fenômeno econômico.” (CPC 00, 2019, item 2.12) Assim, nota-se que os IFRS, aqui especificamente abordando os CPC 00 e CPC 26, concluem Martins et al. (2021), contêm o conceito da Primazia da Essência Sobre a Forma Jurídica, fundamento esse proposto pelo IASB (originalmente pelo IASC) desde o primórdio com o IAS International Accounting Standard 1 (nomenclatura antecessora dos IFRS). Ressalta-se que, embora os CPC 00 e CPC 26 não citem explicitamente os postulados e os princípios contábeis, esses estão nas raízes, no fulcro de toda a Estrutura Conceitual em linguagem mais contemporânea. 22 Além disso, o CPC 00 permeia todos os pronunciamentos emitidos, uma vez que ele é o radical de onde emanam todas as orientações sobre procedimentos contábeis. Referências bibliográficas CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro - Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade - Conceptual Framework. Brasília, DF: CPC, 2019. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80. Acesso em: 1 set. 2021. CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 26. Apresentação das demonstrações contábeis. Brasília, DF: CPC, 2011. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57. Acesso em: 13 jan. 2022. MARTINS, Eliseu et al. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades de acordo com as normas internacionais e do CPC. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2021. TEORIA EM PRÁTICA O art. 183, da Lei nº 6.404, de 1976, a Lei das Sociedades por Ações, estabelece que, nas demonstrações contábeis, em particular, no Balanço Patrimonial BP, os ativos devem ser mensurados de acordo com critérios. Então: (I) as aplicações em instrumentos financeiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: (a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda (por exemplo, operações de hedge); e (b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais 23 aplicações e os direitos e títulos de crédito (por exemplo, CDB bancário). Além disso, (II) os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior (duplicatas a receber e estoques). Por que a legislação das Sociedades por Ações possui critérios diferentes para mensurar os ativos citados, como operações de hedge, CDB, duplicatas a receber e estoques? Os postulados e princípios contábeis influenciam isso? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, Indicações de leitura 24 portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 A estrutura conceitual da Contabilidade é fruto de um processo histórico, desde os postulados e princípios. Logo, torna-se importante conhecer os passos seguidos até os dias atuais. Para isso, indica-se a leitura do Capítulo 4, que aborda a evolução da Contabilidade no Brasil e o surgimento do arcabouço teórico, do livro referenciado a seguir. NIYAMA, Jorge Katsumi, SILVA, César Augusto Tibúrcio. Teoria da Contabilidade. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2021. Indicação 2 Ainda sobre a evolução histórica da Contabilidade, temos o relato de como o linguajar do arcabouço teórico vai evoluindo desde os postulados e princípios até a Estrutura Conceitual. Leia o Capítulo 2, do livro referenciado a seguir, que versa sobre características qualitativas fundamentais de informações contábeis úteis. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Teoria da Contabilidade em IFRS e CPC. São Paulo: Atlas, 2021. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 25 Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Um determinado ativo, três máquinas novas, é adquirido por uma empresa e contabilizado pelo valor que consta na nota fiscal emitida pelo fornecedor. Pressupõe-se que esse valor é o que melhor estima os benefícios econômicos futuros a serem gerados por esse ativo. Esse procedimento contábil é feito em decorrência da aplicação pelo Contador de um princípio da Contabilidade. Indique entre as alternativas a seguir a que contém a indicação correta do princípio contábil aplicado. a. Competência. b. Custo Original como Base de Valor. c. Denominador Comum Monetário. d. Continuidade. e. Entidade. 2. Segundo a taxonomia enunciada pelo autor, Iudícibus (2021) afirma que há postulados, princípios e convenções da Contabilidade. IUDÍCIBUS, Sérgio. Teoria da Contabilidade. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2021. 26 Nesse contexto, assinale a alternativa que contém somente convenções contábeis declaradas por Iudícibus (2021). a. Objetividade, Competência, Prudência e Uniformidade. b. Objetividade, Relevância, Denominador Comum Monetário e Uniformidade. c. Objetividade, Relevância, Prudência e Continuidade. d. Entidade, Relevância, Prudência e Uniformidade. e. Objetividade, Relevância, Prudência e Uniformidade. GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: O princípio do CustoOriginal, de Aquisição, como Base de Valor é o aplicado nesse exemplo. Assim, pressupõe- se que a empresa, ao decidir comprar as três máquinas para desenvolver um projeto, fez análise desse investimento. Caso os fluxos de caixa futuros a serem gerados não fossem compensadores, a empresa não teria feito o investimento. Logo, o custo de aquisição do ativo é uma relevante estimativa do valor do bem, nessa data da aquisição. Questão 2 - Resposta E Resolução: A Objetividade, Relevância, Prudência e Uniformidade são as convenções contábeis declaradas por Iudícibus (2021). Entidade e Continuidade são postulados; já Custo de Aquisição como Base de Valor, Competência e Denominador Comum Monetário são princípios. Pronunciamentos Contábeis. Estrutura Conceitual ______________________________________________________________ Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes TEMA 3 TEMA 4TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3INÍCIO 28 DIRETO AO PONTO O CPC 00 (R2) (2019) preceitua que o objetivo das demonstrações contábeis é propiciar informações sobre a entidade, ou seja, a empresa que reporta os seus números, que sejam úteis para os usuários das informações, em particular, investidores e credores, existentes e potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de recursos à entidade. Contudo, para que as informações sejam úteis, elas devem ser relevantes e fidedignas. Os investidores e os credores, existentes e potenciais, visam os propósitos, entre os quais, respectivamente, comprar ou vender ações da empresa que analisam; e conceder ou reduzir os empréstimos concedidos da empresa que avaliam. Lembra-se que as ações ordinárias são os títulos patrimoniais, representativos do capital de uma entidade, que concedem ao seu detentor o direito a voto nas assembleias de acionistas. Assim, quanto maior a participação acionária, maior a capacidade de influência nos destinos da empresa ou da entidade. As decisões de investidores e credores, atuais e potenciais, envolvem perspectivas de rentabilidade e ganhos, de diversas maneiras, como recebimento de dividendos e juros sobre o capital próprio; valorização do preço de mercado, cotado em bolsas de valores, das ações que possuem; e recebimento do principal dos empréstimos concedidos acrescidos dos respectivos encargos financeiros cobrados. Para tomar essas decisões, eles avaliam, usando as demonstrações contábeis, valor, época, riscos e perspectivas de futuros fluxos de entrada de caixa líquidos para a entidade em que fazem o investimento ou para quem concedem empréstimos. Se esses fluxos líquidos de caixa forem em montante adequado, isso rentabiliza 29 os investimentos em ações e fortalece a previsão de capacidade da empresa tomadora pagar os empréstimos nas datas aprazadas. Sabe-se que investidores e credores, em particular os de menor porte, atuais ou potenciais, nem sempre podem exigir que as entidades que reportam as suas demonstrações contábeis forneçam informações complementares diretamente a eles, devendo se basear unicamente nas demonstrações contábeis divulgadas para decidir o que fazer. Por exemplo, para um grande banco conceder um empréstimo vultoso, ele pode visitar a empresa proponente e obter informações mais detalhadas sobre determinados aspectos, além daquelas que já constam das demonstrações contábeis publicadas. Figura 1 – Um analista de uma corretora de valores mobiliários analisa as demonstrações contábeis de empresas de capital aberto para fazer recomendações de investimentos aos seus clientes Fonte: g-stockstudio/iStock.com. 30 O CPC 00 (R2) (2019) explica que as demonstrações contábeis, elaboradas com base nos postulados, princípios, convenções e estrutura conceitual da Contabilidade, com informações úteis, relevantes e fidedignas, mesmo assim, não têm o poder de fornecer todas as informações que os investidores e credores eventualmente precisam. Assim, a consulta de dados de outras fontes confiáveis é adequada, ao se considerar projeções econômicas especializadas, efeitos de eventos políticos e do próprio ambiente político, além de perspectivas do setor e da empresa. Caso a empresa analisada esteja em outro país, o fato da Contabilidade ser padronizada no mundo contribui para o fazimento e acuidade da análise. Além disso, o CPC 00 (R2) (2019) assevera que as demonstrações contábeis, elaboradas conforme a Estrutura Conceitual, que embute os postulados, princípios e convenções, não se destinam a apresentar o valor da entidade que reporta, mas fornecem informações para auxiliar os investidores e credores a terem elementos para esse cálculo de valor. Logo, o Patrimônio Líquido da Contabilidade não é a melhor medida para se fazer avaliação de empresas. A doutrina de Finanças indica o método do Fluxo de Caixa Descontado como o mais apropriado para essa finalidade. Por fim, o CPC 00 (R2) (2019) diz que gestores e administradores de empresa também precisam de informações contábeis e financeiras sobre a entidade para avaliação de desempenho. Contudo, a administração não precisa se basear nas demonstrações contábeis publicadas, pois, ela pode obter internamente as informações financeiras de que precisa. A Contabilidade Gerencial é um instrumento para isso. Por sua vez, o governo, os reguladores, os clientes, o público em geral, que não sejam investidores ou credores, podem também utilizar as demonstrações contábeis para aferir tributos, práticas contábeis, estudos de tendências etc. 31 Referências bibliográficas CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro - Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade - Conceptual Framework. Brasília, DF: CPC, 2019. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80. Acesso em: 1 set. 2021. PARA SABER MAIS “A entidade que reporta”, expressão utilizada pelos pronunciamentos CPC, quer dizer a entidade que é obrigada a, ou decide, elaborar demonstrações contábeis. A entidade que reporta pode ser uma única entidade ou parte da entidade ou pode, ainda, compreender mais de uma entidade, segundo o CPC 00 (R2) (2019). Por exemplo, uma empresa dita controladora (de outras) é a que tem o controle acionário ou legal sobre outras entidades, que são as controladas. Se a “entidade que reporta” compreende tanto a controladora como suas controladas, as demonstrações contábeis são denominadas demonstrações contábeis consolidadas, ou seja, consolidam as demonstrações contábeis individuais das diversas entidades que compõem a controladora. Quanto à definição de ativo, o CPC 00 (R2) (2019) afirma que ativo é um recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de eventos passados. O recurso econômico é um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos. Nota-se que ao dizer um recurso controlado pela entidade isso indica que não é necessário ter a propriedade do ativo. Por exemplo, uma empresa obtém seus caminhões mediante contratos de arrendamento mercantil ou leasing. A propriedade dos caminhões é da empresa de arrendamento mercantil, porém, o controle e o uso sobre os 32 caminhões é da entidade que obteve o leasing, logo, os caminhões compõem o Ativo Não Circulante dessa entidade. Por sua vez, ao dizer que um ativo é um recurso econômico, sendo um direito que tem o potencial de produzir benefícios econômicos, significa que o potencial de produzir benefícios econômicos, como a geração de caixa incremental, não precisa ser certo ou mesmo provável. Entretanto, é fundamental que o direito sobre o ativo já exista e que, em pelo menos uma circunstância, produzirá para a entidade benefícios econômicos. Por exemplo, uma determinada empresa compra cinco novas máquinas em substituição às que estão totalmente depreciadas. Essas novas máquinas têm o poder de viabilizar que produtos mais adequados sejam produzidos,de maneira ainda mais eficiente, e isso resulte em ganhos incrementais para a empresa ou benefícios econômicos. Pode ser que, no futuro tais expectativas se frustrem, em função de condições de mercado fortuitas e inesperadas. Porém, no momento da aquisição das novas máquinas, o potencial de geração de benefícios econômicos futuros era real e existia. Referências bibliográficas CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro - Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade - Conceptual Framework. Brasília, DF: CPC, 2019. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80. Acesso em: 1 set. 2021. TEORIA EM PRÁTICA O contador da empresa A está examinando um contrato firmado pela companhia para poder contabilizar os seus efeitos econômicos. 33 Esse contrato abrange os direitos sobre o uso de uma marca comercial da empresa A, por uma outra empresa B, cliente, no valor de R$ 10.000.000,00. Contudo, há uma cláusula nesse contrato que, dependendo de certas circunstâncias adversas de mercado, o valor do contrato pode ser de até R$ 7.000.000,00, pelas análises feitas pelo contador, ouvido o parecer de dois especialistas independentes em marcas e patentes. Logo, se o valor dos direitos sobre essa marca da empresa A caírem de R$ 10 milhões para R$ 7 milhões, isso seria um risco de perda de direitos ou desvalorização do efeito econômico do contrato de uso da marca da empresa A pela empresa B. Então, supondo que não haja um pronunciamento CPC específico para o caso, como o contador deve proceder para efetuar a contabilização? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Indicações de leitura 34 Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 A Estrutura Conceitual da Contabilidade, conforme o CPC 00 (R2) (2019), prevê que reconhecimento contábil é o processo de captação - para inclusão no Balanço Patrimonial BP, na Demonstração do Resultado do Exercício DRE e na Demonstração do Resultado Abrangente DRA - de item que atenda à definição de um dos elementos das demonstrações contábeis, ou seja, ativo, passivo, patrimônio líquido, receita ou despesa. Diante disso, sobre o reconhecimento contábil, indica-se aqui a leitura do Capítulo 5 da Estrutura Conceitual da Contabilidade, presente no CPC 00 (R2) (2019). CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro - Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade - Conceptual Framework. Brasília, DF: CPC, 2019. Indicação 2 A Estrutura Conceitual da Contabilidade, conforme o CPC 00 (R2) (2019), afirma que mensuração envolve os elementos reconhecidos nas demonstrações contábeis, quando são quantificados em termos monetários. 35 Isso exige a seleção de uma base de mensuração. A base de mensuração é uma característica identificada, podendo ser custo histórico, valor justo ou valor de cumprimento, de um determinado item. A respeito da mensuração contábil, indica-se a leitura do Capítulo 6, da Estrutura Conceitual da Contabilidade, presente no CPC 00 (R2) (2019). CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro - Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade - Conceptual Framework. Brasília, DF: CPC, 2019. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. A adoção de padrão internacional de Contabilidade pelo Brasil foi um passo muito importante. Principalmente em uma economia globalizada, com agenda multilateral entre países, um padrão internacional de Contabilidade contribui para aprimorar o intercâmbio comercial e financeiro entre agentes econômicos, empresas, bolsas de valores, investidores e credores, localizados em qualquer parte do planeta. 36 O padrão internacional são os International Financial Reporting Standards IFRS, que são elaborados pelo International Accounting Standards Board (IASB). Assinale a alternativa que contém as duas leis brasileiras que são o marco da adoção dos IFRS pelo Brasil. a. Lei nº 11.638/2007 e Lei nº 13.709/2018. b. Lei nº 10.406/2002 e Lei nº 11.941/2009. c. Lei nº 11.638/2007 e Lei nº 11.941/2009. d. Lei nº 10.406/2002 e Lei nº 13.105/2015. e. Lei nº 6.404/1976 e Lei nº 13.105/2015. 2. Segundo o CPC 00 (R2) (2019), para as informações contábeis e financeiras serem úteis, elas não devem apenas representar fenômenos relevantes, mas também representar de forma fidedigna a essência dos fenômenos que pretendem representar. Em muitas circunstâncias, a essência de fenômeno econômico e sua forma legal são as mesmas. Se não forem as mesmas, fornecer informações apenas sobre a forma legal não representaria fidedignamente o fenômeno econômico. Para que a informação contenha representação fidedigna, além disso já citado, a informação deve possuir três características. Diante disso, assinale a alternativa que apresenta as três características que a representação fidedigna da informação contábil deve apresentar. Fonte: CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro 37 - Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade - Conceptual Framework. Brasília, DF: CPC, 2019. a. Tempestividade, completude e uniformidade. b. Neutralidade, uniformidade e continuidade. c. Tempestividade, ser livre de erros e prudência. d. Assertividade, prudência e comparabilidade. e. Completude, neutralidade e ser livre de erros. GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: A Lei nº 11.638/2007 e a Lei nº 11.941/2009 são o marco da adoção dos IFRS no Brasil. A primeira diz respeito às modificações na Lei das Sociedades por Ações, Lei nº 6.404, de 1976, especificamente no seu capítulo XV, que trata de Exercício Social e Demonstrações Financeiras. A segunda versava sobre questões tributárias e outras atualizações da Lei das Sociedades por Ações. Questão 2 - Resposta E Resolução: As três características da representação fidedigna da informação contábil, segundo o CPC 00 (R2) (2019), são a completude (ser completa), neutralidade (ser neutra, sem vieses) e ser livre de erros. Pronunciamentos, Interpretações e Orientações Contábeis ______________________________________________________________ Autoria: Nelson Bueno de Oliveira Leitura crítica: Miriane de Almeida Fernandes TEMA 4 TEMA 4TEMA 1 TEMA 2 TEMA 3INÍCIO 39 DIRETO AO PONTO Os pronunciamentos, as interpretações e as orientações técnicos do CPC têm o propósito de conduzir, balizar o trabalho dos Contadores, bem como propiciar aos usuários da informação contábil condiçõesde compreender a realidade da empresa, a partir dos números contábeis reportados. O Pronunciamento CPC 00 (2019) contém a Estrutura Conceitual, que é o alicerce para todos os documentos emitidos pelo CPC. Ainda, ressalta-se que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), no Brasil, obtém os IFRS elaborados pelo IASB e, por meio deles, na forma do regimento interno do CPC, elabora os pronunciamentos, as interpretações e as orientações. O CPC 33 (R1) (2012) abrange os procedimentos contábeis relativos aos benefícios pagos aos empregados da empresa. Naturalmente, os benefícios, em termos de salário, são bastante comuns e amplamente conhecidos. Porém, há outros benefícios mais sofisticados, frequentes e praticados pelas empresas para programas de bem-estar e de retenção de talentos, como planos de previdência complementar e planos de assistência médica e odontológica, entre outros. O objetivo do CPC 33 (R1) (2012) é conduzir a contabilização e a divulgação dos efeitos econômicos dos benefícios concedidos aos empregados. Assim, a empresa deve contabilizar um passivo quando o empregado trabalhou em troca de benefícios a serem pagos no futuro; e uma despesa quando a entidade se utiliza do benefício econômico proveniente do trabalho recebido do empregado em troca de benefícios a esse empregado. Por exemplo, em termos bem simples, ao final do mês, a empresa debita Despesas de Pessoal e credita Salários a Pagar. 40 Os benefícios aos empregados, segundo o CPC 33 (R1) (2012) abrangem ordenados, salários e contribuições para a seguridade social; licença anual remunerada e licença médica remunerada; participação nos lucros e bônus; e benefícios não monetários, como assistência médica, moradia e carros. Contemplam também, dependendo do relacionamento entre empresas e empregados, e os sindicatos, benefícios pós-emprego, como previdência complementar. Figura 1 – As empresas adotam programas de benefícios a seus empregados com o objetivo de gerar felicidade corporativa e motivação, os planos de previdência complementar e de assistência médica estão nesse contexto. A Contabilidade precisa dar tratamento a essas iniciativas Fonte: skynesher/iStock.com. Um plano de previdência complementar de benefício definido é aquele em que a empresa patrocinadora, a empregadora, garante ao empregado, quando se aposenta, um determinado nível de remuneração, normalmente atrelado ao valor que o servidor recebia em atividade nos últimos tempos de trabalho. O risco atuarial é 41 relevante para a empresa, por causa da natureza de esse plano ser de benefício definido. A empresa garante um nível de remuneração futura ao empregado, quando se aposentar, nos critérios do plano de previdência complementar. Por outro lado, nos planos de previdência complementar de contribuição definida, segundo o CPC 33 (R1) (2012), a obrigação legal da entidade está limitada à quantia que a empresa aceita contribuir para o fundo de previdência dos empregados. Logo, o valor da remuneração que o empregado tiver, na sua aposentadoria, como benefício pós-emprego, é somente determinado pelo montante de contribuições pagas pela entidade patrocinadora e, conforme o caso, pelo empregado ao longo do tempo de acumulação. Nesse caso, o risco atuarial é do empregado e não da empresa. O risco atuarial, nos planos de contribuição definida, abrange o fato de que os benefícios a serem recebidos na aposentadoria serão o que forem não havendo benefício (remuneração) definido ou garantido. Nota-se que há um risco de investimento associado, ou seja, o risco de que os ativos investidos, ao longo do tempo, no período de acumulação das reservas do plano de previdência, venham a ser insuficientes para cobrir os benefícios projetados inicialmente. No entanto, ressalta-se que o valor do benefício não é garantido. Nesse caso, o plano de previdência complementar de contribuição definida, como se disse, o risco atuarial e o de investimento pertencem ao empregado e não à empresa. Dada essa realidade complexa e sofisticada, o CPC 33 (R1) (2012) baliza, orienta e conduz o trabalho do Contador, no sentido de, por intermédio da Contabilidade, evidenciar a realidade econômica da empresa. Caso essa realidade da empresa, por exemplo, conceda planos de previdência complementar ou de benefício definido ou de contribuição definida para seus empregados. Lembra-se que 42 a previdência complementar é algo extra, à parte, em relação à previdência oficial do INSS, que possui regras próprias. Referências bibliográficas CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2). Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro - Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade - Conceptual Framework. Brasília, DF: CPC, 2019. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/ Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80. Acesso em: 1 set. 2021. CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 33 (R1). Benefícios a Empregados. Brasília, DF: CPC, 2012. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/ Pronunciamento?Id=64. Acesso em: 12 out. 2021. PARA SABER MAIS Ainda sobre o CPC 33 (R1) (2012), a respeito dos planos de previdência complementar de benefício definido, eles irão constituir um fundo para receber as contribuições, tanto da empresa quanto dos empregados, ao longo do tempo. Esse fundo é juridicamente apartado da empresa patrocinadora (empregadora) e será o responsável por pagar os benefícios (as aposentadorias complementares, extra, à parte do INSS) aos empregados. A contribuição ao longo do tempo, tanto por parte da empresa patrocinadora quanto por parte dos empregados, depende de acordo prévio entre eles. Dessa forma, pode-se, desde um extremo, ficar tudo sob a responsabilidade da empresa ou, a depender das tratativas entre as partes, essa obrigação pode em conjunto, ser repartida, em proporções iguais ou não. No futuro, o pagamento dos benefícios concedidos não depende somente da situação financeira e do desempenho dos investimentos 43 acumulados ao longo do tempo no fundo, mas da entidade patrocinadora (a empregadora) suprir qualquer insuficiência nos ativos do fundo para honrar o pagamento das aposentadorias, que possuem o valor do benefício definido. Portanto, de acordo com o CPC 33 (R1) (2012), a entidade assume, na essência, os riscos atuariais e de investimento associados ao plano. Assim, pode-se perceber que a contabilização dos planos de benefício definido é algo mais complexo. Além de reconhecer a despesa mensal referente às contribuições da empresa para o plano, há a necessidade de se estimar, com recursos das Ciências Atuariais, os impactos financeiros e econômicos provenientes da obrigação que a empresa patrocinadora detém ao manter um plano de benefício definido. Isso significa estimar o valor presente dos desembolsos futuros dos benefícios garantidos aos empregados, ao se aposentarem, e confrontá-lo com o valor presente dos ativos que existem no fundo acumulado, que existem para garantir tais obrigações de pagamentos futuros. No CPC 33 (R1) (2012), há orientações sobre uma parte dessa contabilização envolver receitas e despesas correntes e uma parte abranger ganhos e perdas atuariais, que transitam em Outros Resultados Abrangentes, diretamente no Patrimônio Líquido da empresa patrocinadora (empregadora). O CPC 33 (R1) (2012) não obriga a empresa patrocinadora a contratar um especialista atuário para fazer os cálculos. Porém, na prática, isso se mostra recomendável e necessário. Segundo os padrões internacionais IFRS, é a beleza da Contabilidade ao deter fundamentos e mecanismos que permitam captar e evidenciar as complexas realidades que envolvem as empresas e seus usuários. 44 Referências bibliográficas CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 33 (R1). Benefícios a Empregados. Brasília, DF: CPC, 2012. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=64. Acesso em: 12 out. 2021. TEORIA EM PRÁTICA Chegou a época de divulgação das demonstrações contábeis da empresa e o Contador, ainda um tanto inexperiente, quer revisar quais são as demonstrações contábeis obrigatórias e como elas devem ser apresentadas. Como você poderia ajudar esse colega? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos Indicações de leitura 45 que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 O Patrimônio Líquido (PL) é a participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus passivos. Por sua vez, diferentes classes de ações, tais como ordinárias e preferenciais, podem conferir aos seus detentores direitos diferentes. Alguns requisitos legais ou contratuais permitem que uma entidade faça distribuições de lucros, ou seja, dividendos aos detentores de ações. Nesse contexto, indica-se a leitura do Capítulo 6, Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas, do livro referenciado a seguir. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Teoria da Contabilidade em IFRS e CPC. São Paulo: Atlas, 2021. Indicação 2 O Patrimônio Líquido é um item fundamental do Balanço Patrimonial, ao lado dos Ativos e Passivos. Na realidade brasileira, há também implicações interessantes. Assim, indica-se a leitura do Capítulo 11, Patrimônio Líquido no ambiente brasileiro, do seguinte livro. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Teoria da Contabilidade em IFRS e CPC. São Paulo: Atlas, 2021. 46 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Segundo o CPC 26 (R1) (2011), há uma demonstração contábil específica que tem o intuito de evidenciar o desempenho da entidade que reporta. Assinale a alternativas que contém essa demonstração contábil. Fonte: CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 26. Apresentação das demonstrações contábeis. Brasília, DF: CPC, 2011. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57. Acesso em: 13 jan. 2022. a. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DMPL. b. Demonstração dos Fluxos de Caixa DFC. c. Balanço Patrimonial BP. d. Demonstração do Resultado do Exercício DRE. e. Demonstração do Valor Adicionado DVA. 2. Segundo o CPC 26 (R1) (2011), há no Balanço Patrimonial alguns itens componentes de sua estrutura. Atente-se para esta definição: “(a) espera-se que seja realizado, ou pretende- se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo 47 operacional da entidade; (b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; (c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou (d) é caixa ou equivalente de caixa [...].” Diante disso, assinale a alternativa que apresenta o componente do Balanço Patrimonial BP que se encaixa perfeitamente na definição acima exarada, ao atender pelo menos um de seus requisitos. Fonte: CPC. Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 26. Apresentação das demonstrações contábeis. Brasília, DF: CPC, 2011. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57. Acesso em: 13 jan. 2022. a. Patrimônio Líquido. b. Passivo Não Circulante. c. Ativo Circulante. d. Ativo Não Circulante. e. Passivo Circulante. GABARITO Questão 1 - Resposta D Resolução: Segundo o CPC 26 (R1) (2011), a Demonstração do Resultado do Exercício DRE é a que contém a evidenciação do desempenho em termos de lucros e prejuízos. A Demonstração do Resultado Abrangente DRA, não solicitada no exercício, seria uma continuidade da DRE. Questão 2 - Resposta C Resolução: O CPC 26 (R1) (2011) atribui ao Ativo Circulante essa definição: 48 “O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios: (a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade; (b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; (c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou (d) é caixa ou equivalente de caixa [...]. Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes.” BONS ESTUDOS!