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AULA 3 - INFRAÇÕES, CRIMES DE TRÂNSITO E PENALIDADES Introdução Caro pro�ssional de segurança pública, na aula anterior você viu quais são os documentos exigidos para o condutor e para o veículo de emergência, assim como estudou sobre a importância de prestar atenção à sinalização viária para poder se antecipar a possíveis riscos para o seu deslocamento. Nesta aula, veremos algumas infrações que envolvem os veículos de emergência, além de revisarmos quais são as penalidades e os crimes de trânsito. Recordando: Figura 34: Recordando Fonte: do conteudista; SCD/EaD/Segen. 3.1 INFRAÇÕES Do mesmo modo que nas aulas anteriores, você estudará regras especí�cas para os condutores de veículos de emergência, além de outras situações que envolvem a condução de veículos de emergência. Antes de mais nada, cabe informar que, nas “condições normais de temperatura e pressão”, ou seja, em deslocamentos “normais”, fora de situações de urgência e emergência, você, enquanto condutor especializado, estará sujeito a todas as regras comuns, embora existam algumas regras especí�cas que envolvem os veículos de emergência. A única infração do CTB voltada especialmente para os condutores de veículos de emergência é a prevista no artigo 222: LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); Vamos pensar um pouco sobre a razão da existência dessa norma. Ela visa, antes de mais nada, resguardar a segurança da própria equipe que está realizando o atendimento de emergência. Uma vez que o veículo está em uma via pública, sem as luzes intermitentes ligadas, os outros condutores podem não perceber que a viatura está imobilizada e podem colidir contra ela ou mesmo vir a atropelar algum membro da equipe ou a vítima que está sendo socorrida. Essa preocupação é especialmente importante no período noturno! E se o acidente ou a emergência envolver a imobilização da viatura sobre o leito viário, você saberia como proceder nestes casos? A resposta, caro colega, é que você deve providenciar ao menos a sinalização mínima prevista na norma, que é a seguinte: Acionar, imediatamente, as luzes de advertência (pisca-alerta); e Providenciar a colocação do triângulo de sinalização ou equipamento similar (pode, inclusive, usar os cones de sinalização) à distância mínima de 30 metros da parte traseira do veículo (de acordo com a resolução do Contran nº 36, de 21 de maio de 1998). Art. 222. Deixar de manter ligado, nas situações de atendimento de emergência, o sistema de iluminação vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e salvamento, de �scalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que parados: Infração - média; Penalidade - multa. (BRASIL, 1997, n.p.). IMPORTANTE! Dependendo da situação, especialmente quando do atendimento de ocorrências em rodovias ou vias de trânsito rápido, é importante que a equipe providencie sinalização adicional, por meio de cones, triângulo de segurança e/ou meios de fortuna. Aqui, não há uma infração de trânsito associada, mas lembre-se que a sua segurança vem em primeiro lugar! IMPORTANTE! Fique atento, também, ao fato de nunca utilizar o pisca- alerta do veículo ligado durante os deslocamentos de urgência/emergência. A sinalização do veículo que indica a situação de emergência é o alarme sonoro (sirene) e o dispositivo luminoso intermitente sobre o teto. LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); Veja o que está previsto no art. 40, inciso V, alínea “a” do CTB no tocante aos veículos “normais”: É indispensável que suas manobras sejam percebidas e entendidas, com antecedência, pelos demais usuários da via, por isso a utilização da sinalização indicativa de mudança de direção (setas) é primordial. O uso do pisca-alerta em desacordo com as regras estabelecidas na legislação con�gura infração de natureza média. Além disso, a não indicação com antecedência da mudança de direção ou manobra de ultrapassagem con�gura a infração do artigo 196 do CTB, de natureza grave. Por �m, cumpre informar a existência de duas infrações que envolvem a condução de veículos de emergência, mas que são cometidas não pelo condutor do veículo de emergência, mas sim pelos demais condutores: Art. 40. O uso de luzes em veículo obedecerá às seguintes determinações: V - O condutor utilizará o pisca-alerta nas seguintes situações: a) em imobilizações ou situações de emergência; Art. 189. Deixar de dar passagem aos veículos precedidos de batedores, de socorro de incêndio e salvamento, de polícia, de operação e �scalização de trânsito e às ambulâncias, quando em serviço de urgência e devidamente identi�cados por dispositivos regulamentados de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes: Infração - gravíssima; Penalidade – multa. Art. 190. Seguir veículo em serviço de urgência, estando este com prioridade de passagem devidamente identi�cada por dispositivos regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha intermitentes: Infração - grave; Penalidade – multa (BRASIL, 1997, N.P.). IMPORTANTE! Caso o seu órgão tenha atribuições relacionadas com a �scalização de trânsito, a exemplo da Polícia Rodoviária Federal, dos batalhões de trânsito da Polícia Militar ou, dependendo do caso, das Guardas Municipais, é importante salientar que podem ser lavrados, contra os demais condutores, os autos de infração referentes às condutas dos artigos 189 e 190 do CTB. No entanto, se você está atendendo uma ocorrência de urgência, o LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); 3.2 PENALIDADES As penalidades administrativas às quais você, como condutor de veículo de emergência, está sujeito, são as mesmas de qualquer outro condutor não especializado. Não existe a previsão de penalidade especí�ca para o condutor de veículo de emergência. Mas você lembra quais são as penalidades administrativas previstas no CTB? Vamos recordar: O rol de penalidades está listado no art. 256, in verbis: Gostaríamos de enfocar as duas penalidades que, em tese, são as mais importantes de conhecer quando se vai conduzir um veículo de emergência, a multa e a suspensão do direito de dirigir. Vamos enfocar essas duas em virtude das novidades trazidas com a entrada em vigor, no dia 12 de abril de 2021, da Lei n. 14.071/2020, que alterou diversos dispositivos da Lei n. 9.503/1997 (CTB). recomendado é que você somente anote as placas e as características dos veículos e faça as autuações em momento posterior, na modalidade “sem abordagem”. Art. 256. A autoridade de trânsito, na esfera das competências estabelecidas neste Código e dentro de sua circunscrição, deverá aplicar, às infrações nele previstas, as seguintes penalidades: I - advertência por escrito; II - multa; III - suspensão do direito de dirigir; IV - (Revogado pela Lei nº 13.281, de 2016); V - cassação da Carteira Nacional de Habilitação; VI - cassação da Permissão para Dirigir; VII - frequência obrigatória em curso de reciclagem (BRASIL, 19997, n.p.). Art. 258. As infrações punidas com multa classi�cam-se, de acordo com sua gravidade, em quatro categorias: I - Infração de natureza Gravíssima, punida com multa no valor de R$ 293,47 (duzentos e noventa e três reais e quarenta e sete centavos); II - Infração de natureza Grave, punida com multa no valor de R$ 195,23 (cento e noventa e cinco reais e vinte e três centavos); III - Infração de natureza Média, punida com multa no valor de R$ 130,16 (cento e trinta reais e dezesseis centavos); IV - Infração de natureza Leve, punida com multa no valor de R$ 88,38 (oitenta e oito reais e trinta e oito centavos) (BRASIL, 2020, n.p.). LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); Além do valor pecuniário da multa, conforme a sua gravidade, são atribuídas a cada infração cometida as seguintes pontuações: A Lei n. 14.071/2020 passou a isentar o condutor da pontuação de algumas infrações de trânsito. Veja o que diz o § 4º do Art. 259 do CTB: Outros quesitos que tiveram alterações provocadas pela Lei n. 14.071/2020 foram os critérios para a imposição da penalidade de Suspensão do Direito deDirigir (SDD). Conforme o CTB, a suspensão do direito de dirigir pode ocorrer por decisão administrativa ou judicial. O texto que segue trata apenas da SDD administrativa. Quanto à SDD por decisão judicial, ela só pode ser determinada, como pena ou de forma cautelar, por um juiz; e seu descumprimento incorre no crime do Art. 307 do CTB. Como é importante que você se mantenha atualizado, vamos dar uma olhada em como �cou essa questão. Basicamente, a penalidade de suspensão do direito de dirigir pode ser aplicada em duas situações: Art. 259. A cada infração cometida são computados os seguintes números de pontos: I - gravíssima - sete pontos; II - grave - cinco pontos; III - média - quatro pontos; IV - leve - três pontos (BRASIL, 2020, n.p.). I - praticadas por passageiros usuários do serviço de transporte rodoviário de passageiros em viagens de longa distância transitando em rodovias com a utilização de ônibus, em linhas regulares intermunicipal, interestadual, internacional e aquelas em viagem de longa distância por fretamento e turismo ou de qualquer modalidade, excluídas as situações regulamentadas pelo Contran conforme disposto no art. 65 deste Código; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência). II - previstas no art. 221, nos incisos VII e XXI do art. 230 e nos arts. 232, 233, 233-A, 240 e 241 deste Código, sem prejuízo da aplicação das penalidades e medidas administrativas cabíveis; (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (Vigência). III - puníveis de forma especí�ca com suspensão do direito de dirigir. (Incluído pela Lei nº 14.071, de 2020) (BRASIL, 2020, n.p.). I II Quando se atinge uma determinada pontuação; LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); Vamos dar um exemplo do segundo caso, para que você possa entender melhor. Veja a seguinte infração: Nesse caso, um condutor que seja �agrado conduzindo uma motocicleta sem o capacete de segurança, além do valor pecuniário da multa, estará sujeito também a ter a sua CNH suspensa. Quanto à questão da suspensão do direito de dirigir por pontuação, ela ocorre quando o condutor atingir, no prazo de 12 meses, a seguinte contagem de pontos: Para os pro�ssionais que exercem atividade remunerada, o limite será de QUARENTA pontos, independentemente da gravidade das infrações cometidas, conforme o §5º do Artigo 261. Vamos dar um exemplo prático para você entender: Art. 244. Conduzir motocicleta, motoneta e ciclomotor: I - sem usar capacete de segurança com viseira ou óculos de proteção e vestuário de acordo com as normas e especi�cações aprovadas pelo CONTRAN; […] Infração - gravíssima; Penalidade - multa e suspensão do direito de dirigir; (BRASIL, 2020a, n.p.) (grifo nosso). I II III 20 pontos, caso constem duas ou mais infrações gravíssimas na pontuação; Marcelo cometeu, no espaço de doze meses, as seguintes infrações: dirigir veículo sem o cinto de segurança (art. 165 – infração grave – cinco pontos), estacionar nas vagas de de�ciente, de forma irregular (art. 181, inciso XX – infração gravíssima – sete pontos), deixar de dar passagem a veículo de urgência (art. 189 – infração gravíssima – sete pontos) e seguir veículo de urgência (art. 190 – infração grave – cinco pontos); totalizando 24 pontos. Na prática LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); Por �m, outra importante mudança advinda com a Lei n. 14.071 é a criação do Registro Nacional Positivo de Condutores (RNPC), administrado pelo órgão máximo executivo de trânsito da União (Denatran). Os condutores que não cometerem infração de trânsito sujeita à pontuação prevista no art. 259 do CTB, nos últimos 12 meses, podem solicitar a sua inclusão no RNPC. Mas, além de ser reconhecido, publicamente, como bom condutor, quais vantagens o cidadão pode auferir com o seu cadastro no RNPC? Vejamos: 3.3 CRIMES DE TRÂNSITO Prezados alunos, antes de começarmos a tratar dos crimes de trânsito, em si, gostaria de fazer uma observação: como este curso é voltado, especi�camente, para pro�ssionais de segurança pública, este item tem um foco diferente daquele de um curso voltado para condutores “comuns”. Caso Marcelo seja um condutor comum, como ele cometeu duas infrações gravíssimas, o limite para a suspensão do direito de dirigir seria de 20 pontos. Neste caso, como ele superou esse limite, será aplicada a ele a penalidade de suspensão do direito de dirigir. No entanto, caso Marcelo fosse um motorista pro�ssional, alguém que exerce atividade remunerada na direção do veículo, como um taxista ou caminhoneiro, a sua habilitação não seria suspensa, pois, neste caso, ainda não teriam sido atingidos os 40 pontos. Art. 268-A […] § 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão utilizar o RNPC para conceder benefícios �scais ou tarifários aos condutores cadastrados, na forma da legislação especí�ca de cada ente da Federação (BRASIL, 2020, n.p., grifo nosso). Fica a dica: Por se tratar de uma inovação, o RNPC ainda carece de regulamentação por parte do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). No entanto, é importante que você procure se manter informado sobre a efetivação do RNPC para que possa desfrutar dos benefícios concedidos aos bons condutores. LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); Em relação aos crimes de trânsito cometidos pelo condutor do veículo de emergência, em caso de condenação, ou até mesmo para fundamentar uma decisão condenatória, pode o magistrado levar em consideração a especialização requerida do condutor de veículo de emergência por meio deste curso. Mas, além de conhecer ações que você deve evitar para que não se envolva em situações que podem te prejudicar pessoal e pro�ssionalmente, há um outro aspecto: em diversas vezes, na nossa luta diária contra o crime, encontramos criminosos e infratores sociais que cometem, também, crimes de trânsito. E é importante que você conheça isso, para que eles possam ter a punição merecida por seus atos torpes. No trabalho policial, não raras vezes, o criminoso, quando está de posse de um veículo automotor, empreende fuga para tentar se evadir da polícia e fugir das consequências de seus atos, o que desencadeia um acompanhamento tático, que é quando a equipe policial diligencia por alcançar o veículo do infrator ou do suspeito. Vale a pena lembrar que o acompanhamento tático é um tipo de deslocamento de urgência, devendo ser feito com a as luzes intermitentes e com a sirene ligadas, para a própria segurança e integridade da equipe policial. Na imensa maioria das vezes em que o criminoso opta por fugir, ele acaba por cometer um ou mais crimes de trânsito. Se ele vier a ser capturado e levado para a Polícia Judiciária, esses crimes também devem ser relatados, para que o criminoso receba a pena devida pelos seus atos. Note que isso é válido mesmo no caso de veículos roubados ou furtados, pois a pena do crime não �ca vinculada ao veículo, não gerando nenhum ônus para a vítima. Vejamos, agora quais são os crimes de trânsito previstos no Código de Trânsito brasileiro, bem como algumas de suas características principais: Comentário: Este tipo penal se aplica apenas para o homicídio cometido de forma culposa (seja por Imprudência, Negligência ou Imperícia), na direção de veículo automotor. Se o veículo tiver sido usado de forma intencional para matar alguém, o autor do crime responderá pela forma dolosa do crime de homicídio (art. 121 do Código Penal). Atentar para a forma quali�cada pela in�uência do álcool, prevista no § 3º. Comentário: Este tipo penal se aplica apenas para a lesão corporal cometida de forma culposa (seja por Imprudência, Negligência ou Imperícia), na direção de veículo automotor. Se o veículo tiver sido usado de forma intencional para lesionar alguém, o autor do crime responderá pela forma dolosa do crime de lesão corporal (art. 129 do Código Penal). Atentar para a forma quali�cada pela in�uência do álcool, prevista no § 2º. A lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) não se aplica para as formas quali�cadas deste tipo infracional.a) Homicídio Culposo praticado na Direção de Veículo Automotor: b) Lesão Corporal Culposa praticada na Direção de Veículo Automotor: c) Omissão de Socorro: LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); Comentários: O crime de Art. 306 ocorre quando um condutor é �agrado conduzindo um veículo automotor com a capacidade psicomotora alterada pelo álcool ou uma substância psicoativa que determine dependência. Se o condutor sob o efeito de álcool tiver se envolvido em acidente com vítima, ele responderá pelos crimes previstos nas formas quali�cadas do Art. 302 e 303, conforme o caso. A caracterização deste tipo infracional implica, necessariamente, no cometimento da infração de trânsito prevista no art. 165 do CTB. Via de regra, a �scalização de alcoolemia se dá através da utilização de etilômetros. No entanto, o crime do Artigo 306 pode ser materializado mesmo sem o uso do etilômetro, tendo nas provas testemunhais, vídeos e imagens algumas das formas atualmente admitidas no direito. Comentário: Parte signi�cativa dos criminosos e infratores sociais têm um desrespeito contumaz pelas normas básicas de convivência em sociedade. Por isso, não é nenhuma surpresa o fato de que boa parte deles não se preocupe em seguir as normas necessárias para tirar uma habilitação. No entanto, quando esse criminoso, inabilitado, está de posse de um veículo automotor e empreende fuga, invariavelmente, ele vai cometer atos que colocam a vida de outras pessoas em risco, no seu afã de se evadir das forças policiais. Para a con�guração deste tipo penal, não há a necessidade da ocorrência de um acidente ou da existência de uma vítima, mas sim que se comprove que houve o chamado “perigo de dano”. O perigo de dano, neste caso, se caracteriza por meio de um comportamento ou manobra que seja caracterizado como infração de trânsito (avançar sinal vermelho, transitar pela contramão) ou que, efetivamente, coloque outras pessoas em risco (tirar “�no” de pedestres, fazer com que o carro que segue no sentido contrário tenha que sair da pista etc. É imprescindível que o policial conste essas informações na narrativa do boletim de ocorrência! Vale salientar que a tese majoritária da jurisprudência tem reconhecido a validade e a constitucionalidade do tipo penal do art. 309 do CTB: d) Afastar-se do local do acidente: e) Embriaguez ao Volante: f) Dirigir com a CNH Suspensa: g) Disputar corrida em via pública: h) Conduzir sem possuir CNH, gerando perigo de dano: LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); Vale salientar que o mero ato de conduzir sem habilitação, sem o cometimento de infrações ou de manobras perigosas, não se constitui no tipo penal do art. 309. É o caso, por exemplo, de condutor abordado em blitz, sem possuir CNH, mas que vinha conduzindo de forma correta e que obedeceu aos comandos emanados pelos policiais ou agentes de trânsito. Comentário: O Artigo 310 visa punir os proprietários que emprestam os seus veículos automotores a pessoas não habilitadas, com CNH cassada, com o direito de dirigir suspenso e para aqueles que não puderem conduzir devido ao seu estado físico e mental. Trata-se de um crime de mera conduta. Não é necessário que o condutor tenha cometido nenhum ato imprudente ou tenha gerado “perigo de dano”. Trata-se de uma forma de responsabilizar àqueles que permitam que criminosos se utilizem do veículo automotor para o cometimento de crimes, não deixando impune os proprietários que, direta ou indiretamente, contribuem para a intranquilidade pública. Comentário: Na maioria das vezes em que o criminoso decide fugir da polícia, ele o faz em alta velocidade e executando diversas manobras arriscadas ou perigosas para os pedestres e/ou para os demais veículos na via. Quando esta situação ocorre nas proximidades de escolas, hospitais, estações de embarque e desembarque de passageiros, logradouros estreitos, ou onde haja grande movimentação ou concentração de pessoas, gerando um perigo de dano para as pessoas, nós temos caracterizado o crime do art. 311. TJ-RS – Recurso Crime RC 71001406065 RS (TJ-RS) Jurisprudência – Data de publicação: 21/09/2007 APELAÇÃO CRIME. FALTA DE HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR. ART. 309 DO CTB. DELITO DE TRÂNSITO. PERIGO DE DANO. SENTENÇA CONDENATÓRIA MANTIDA. Conduta caracterizada como ilícito penal, quando o condutor invadiu a pista contrária em manobra de conversão à esquerda e, com esta, atravessou-se à frente do outro veículo, concretizando o perigo com a colisão. NEGADO PROVIMENTO À APELAÇÃO. UNÂNIME. (Recurso Crime Nº 71001406065, Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais, Relator: Nara Leonel Castro Garcia, Julgado em 17/09/2007 (BRASIL, 2007, n.p). […] § 6º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão utilizar o RNPC para conceder benefícios �scais ou tarifários aos condutores cadastrados, na forma da legislação especí�ca de cada ente da Federação (BRASIL, 2020, n.p., grifo nosso). i) Entregar a Direção de Veículo a pessoa não habilitada: j) Velocidade Incompatível: LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0); Note que não é necessário que haja, efetivamente, um atropelamento ou um acidente. Não é necessária a existência de uma vítima determinada. Basta que a conduta tenha, efetivamente, exposto outras pessoas ou veículos a riscos. Para a caracterização deste tipo infracional também não há a necessidade de qualquer aparelho para medição de velocidade, bastando a análise subjetiva do agente considerando também o tipo de via (Trânsito rápido; Arterial; Coletora; Local; Rodovias e Estradas) em que o fato ocorreu. Nesses casos, é importante que a equipe policial descreva, pormenorizadamente, as condutas cometidas e o local no qual isso aconteceu. Vale a pena frisar que a tese jurisprudencial dominante é pelo reconhecimento da validade jurídica do crime do art. 311 do CTB: TJ-RS - Recurso Crime RC 71001553239 RS (TJ-RS) Data de publicação: 14/02/2008 APELAÇÃO CRIME. TRAFEGAR EM VELOCIDADE INCOMPATÍVEL COM A SEGURANÇA. ART. 311 DO CTB. DELITO DE TRÂNSITO. PERIGO DE DANO. REINCIDÊNCIA. CONDENAÇÃO. 1. Comprovadas a existência e a autoria do delito, e a direção com velocidade incompatível à segurança, mediante manobras perigosas com o veículo, em via pública, onde havia circulação de pessoas, gerando perigo de dano. 2. Circunstâncias judiciais adequadamente analisadas e su�cientes para embasar a pena base �xada além do mínimo legal, mas em quantidade menor que a �xada na origem. 3. Reincidência aplicada em face da comprovação de anterior condenação. PROVIDO EM PARTE À APELAÇÃO. UNÂNIME. (Recurso Crime Nº 71001553239, Turma Recursal Criminal, Turmas Recursais, Relator: Nara Leonor Castro Garcia, Julgado em 11/02/2008) (BRASIL, 2008, n.p.). k) Inovar arti�ciosamente: LEGISLAÇÃO DE TRÂNSITO javascript:void(0);