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OKAGBUE (2001)

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Disciplina:
Geotecnia Experimental (CIV-2553)
Prof. Vitor Nascimento Aguiar
aguiar@puc-rio.br
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental
Curso de Pós-graduação em Engenharia Civil
Aula 6:
Visão geral de ensaios de laboratório
11
22Importância dos ensaios de laboratório
Características peculiares dos solos:
(a) Meio particulado trifásico (sólidos, água e ar)
(b) Heterogêneo
(c) Anisotrópico
(d) Comportamento tensão-deformação fortemente não linear
(e) Elasto-plástico ou visco-elasto-plástico
(f) Comportamento drenado, não drenado ou parcialmente drenado, a depender da 
compatibilidade entre a velocidade de aplicação do carregamento e da capacidade do 
solo de dissipar o excesso de poro-pressão gerado pelas deformações cisalhantes.
(g) Propriedades mecânicas (resistência e comportamento tesão-deformação) que 
dependem da história de tensões (razão de sobreadensamento, OCR), nível de 
tensões e índice de vazios.
(h) Propriedades mecânicas reológicas, ou seja, dependentes do tempo e da 
velocidade de deformação (principalmente em solos argilosos).
33
Ensaios de laboratório em amostras de solo
Desempenham um papel importante tanto em:
Materiais fabricados pela natureza e não pelo homem 
Depósitos de solos diferentes nunca apresentam propriedades exatamente iguais. 
Nenhum depósito é homogêneo
Pelo menos o índice de vazios varia com a 
profundidade
Pesquisas em mecânica dos solosPrática da engenharia geotécnica
- Desenvolvimento de técnicas de
ensaios para a determinação de
parâmetros mecânicos com maior
representatividade e acurácia.
- Elaboração de modelos de
comportamento mais representativos.
- Classificação dos solos em grupos 
diferenciados por seus comportamentos 
mecânicos distintos.
- Determinação de índices físicos
propriedades mecânicas para aplicação
em projetos.
44
Os ensaios de laboratório podem ser divididos em duas principais categorias:
Ensaios de caracterização 
e classificação
Determinação de índices físicos e indicação 
do tipo geral do solo com enquadramento em 
categorias (ou grupos) de engenharia.
Ensaios mecânicos
Determinação de propriedades mecânicas: 
permeabilidade, deformabilidade e resistência
Ensaios de caracterização
Os mais comuns são:
Utilizados para determinar os índices físicos dos solos, caracterizá-los e classificá-los 
em grupos de modo a se ter um ideia preliminar de seu comportamento mecânico. 
2) Determinação de peso específico natural (gn)
1) Determinação de teor de umidade natural (wn)
3) Determinação de peso específico dos grãos (gs)
Índices calculados:
- Porosidade (n)
- Índice de vazios (e)
- Grau de saturação (S)
- Peso específico saturado (gsat)
- Peso específico aparente seco 
(gd)
554) Análise granulométrica (por peneiramento e sedimentação), para a determinação 
da curva de distribuição granulométrica.
5) Determinação dos limites de consistência: limite de liquidez (LL), limite de 
plasticidade (LP), para o caso das argilas, permitindo o cálculo do:
6) Determinação de índice de vazios máximo e índice de vazios mínimo, para o caso 
das areias, permitindo o cálculo:
Índice de plasticidade (IP):
Índice de liquidez (IL):
Índice de consistência (IC):
Atividade das argilas (A):
Compacidade relativa (CR):
á
á í
66
Existem muitas propostas que permitem a obtenção de propriedades mecânicas dos 
solos a partir dos índices físicos, tais como:
Atenção: tais correlações não devem substituir os ensaios mecânicos.
7) Determinação de teor de matéria orgânica
8) Análise mineralógica
- Índice de compressão (Cc) da argila a partir do limite de liquidez (LL);
- Ângulo de atrito efetivo interno (f’) das areias a partir da compacidade relativa 
(CR), do formato dos grãos (angulares ou arredondados) e da graduação (mal 
graduado ou bem graduado).
- Resistência não drenada (Su) da argila a partir do índice de plasticidade (IP);
- Coeficiente de permeabilidade (k) das areias a partir do índice de vazios (e);
Ensaios de mecânicos
1) Ensaios de compactação, para a obtenção da curva de compactação.
2) Ensaios de permeabilidade, para a obtenção de coeficiente de permeabilidade (k)
Utilizados para determinação direta das propriedades mecânicas dos solos: 
coeficiente de permeabilidade e parâmetros de resistência e de deformabilidade.
77
3) Ensaios de resistência e deformabilidade.
Os três mais comuns são:
(a) Adensamento edométrico
- Determinação dos parâmetros a partir da curva de compressibilidade:
índice de recompressão (Cr), índice de compressão virgem (Cc), índice
de expansão (Ce), tensão de sobreadensasamento (s’p), razão de
sobreadensamento (OCR), módulo edométrico (Eoed) e coeficiente de
compressibilidade volumétrica (mv);
- Determinação do coeficiente de adensamento (cv) e do coeficiente de 
permeabilidade (k).
88
(c) Triaxial (axissimétrico)
Determinação de parâmetros de resistência efetivos (f’ e c’) e totais (f e c) e 
resistência não drenada (Su).
Parâmetros de deformabilidade drenados (E’, n’ e G) e não drenados (Eu). 
Ainda podem ser citados:
(f) Triaxial verdadeiro
(d) Cisalhamento simples (“simple shear”)
(e) Cisalhamento por torção (“ring shear”)
(h) Palheta de laboratório
Além de muitos outros
(b) Cisalhamento direto
Determinação de parâmetros de resistência, em geral drenados, a saber: 
ângulo de atrito efetivo (f’) e coesão efetiva ou intercepto de coesão (c’).
(g) Triaxial sob deformação plana (“plan strain”)
99Vantagens dos ensaios de laboratório em relação aos ensaios de campo
segundo Head, K.H. (1980)
(1) Total controle das condições de ensaio, incluindo as condições de contorno. 
(2) Maior acurácia nas medidas efetuadas.
(3) Controle pode ser exercido sobre a escolha do material (porção das amostra) 
a ser ensaiada. 
(4) Um ensaio pode ser executado em condições semelhantes, ou diferentes das 
que prevalecem in situ, conforme apropriado.
(6) Os ensaios podem ser realizados em amostras reconstituídas, ou preparadas 
de outras formas (com outras características);
(5) Alterações nas condições de ensaio podem ser simuladas, assim como as 
condições que podem ocorrer durante ou após a conclusão da construção.
1010Panorama geral das condições de contorno dos ensaios mecânicos de 
laboratório
segundo Atkinson, J.H. & Bransby, P.L. (1978)
Um corpo de prova é colocado em um equipamento, o estado de tensões ou o
estado de deformações é modificado ao longo do tempo e observa-se o estado de
tensões, o estado de deformações e a poro-pressão gerada, em diversos instantes
ao longo do ensaio.
No caso mais geral possível, um equipamento de ensaio de laboratório é capaz de
aplicar tensões (ou impor deformações) no corpo de prova, em três pares de faces
opostas.
As tensões podem ser aplicadas (ou as deformações podem ser impostas) ao corpo 
de prova por placas rígidas ou membranas flexíveis.
1111
Placas 
rígidas:
São geralmente planas.
Forças normais ou tangenciais são aplicadas nas placas e 
transferidas ao corpo de prova.
Parte-se da premissa de que as tensões de contato são uniformes ao 
longo da área de contato entre a placa e a face do c.p., calculando-se 
a tensão transmitida dividindo a força aplicada pela área de contato.
Se as superfícies das placas forem rugosas, poderão ser
desenvolvidas tensões cisalhantes entre as placas e as superfícies
do c.p. em contato com as placas.
Se as superfícies das placas forem perfeitamente polidas, não são
desenvolvidas tensões cisalhantes entre as placas e as superfícies
do c.p. em contato com as placas. As tensões normais aplicadas
serão tensões principais e os planos no c.p. paralelos aos planos das
placas serão planos principais de tensões.
1212
Membranas flexíveis:
Consiste em um diafragma fino (geralmente borracha) com 
um fluido agindo sobre ele.
Se o diafragma for fino e flexível, não serão transferidas
tensões cisalhantes ao solo. Planos do corpo de prova
paralelos às faces da membrana serãoplanos principais, e
pressão do fluido aplicado à membrana será uma tensão
principal no corpo de prova.
Em placas rígidas, as deformações normais e distorcionais do corpo de prova podem 
ser determinadas medindo-se o movimento das placas.
No que tange às deformações:
Em membranas flexíveis, é complicado realizar medidas direta de deformações, e não 
se pode garantir que as deformações do corpo de prova serão uniformes ao longo da 
membrana.
1313Controle do carregamento
Existem duas possibilidades quanto a aplicação de carregamento:
Varia-se o estado de tensões adicionando cargas ou pressões ao corpo de prova 
e observa-se a variação resultante no estado de deformações.
(a) Carregamento sob tensão controlada
(b) Carregamento sob deformação controlada
Varia-se o estado de deformações impondo uma velocidade constante às placas 
de carregamento e observa-se a variação resultante no estado de tensões.
Controle da poro-pressão e da drenagem
Durante o ensaio, controla-se a drenagem do corpo de prova, ou a poro-pressão 
ou ambos.
Controlando tanto a tensão total quanto a poro-pressão, controla-se o estado de 
tensões efetivas no corpo de prova.
Estando o solo saturado, assumindo-se que tanto os grãos sólidos quanto a água
são incompressíveis, medindo-se quantidade de água que entra ou sai do corpo de
prova, mede-se a variação de volume do corpo de prova.
1414Para controlar a drenagem durante um ensaio:
- O corpo de prova deve estar isolado por uma membrana impermeável;
- O corpo de prova deve estar conectado a um transdutor de pressão de água 
para medir a poro-pressão;
- Deve-se ter uma válvula para abertura ou fechamento da drenagem conectada 
a um medidor de variação de volume de água que entra e sai do corpo de prova.
Se a válvula de drenagem estiver fechada, nenhuma quantidade de água pode entrar 
ou sair do corpo de prova e o ensaio é do tipo não drenado (volume constante).
O volume do corpo de prova permanecerá constante, mas a poro-pressão irá variar
em função das deformações cisalhantes decorrentes das tensões cisalhantes
impostas pelo carregamento carregamento não drenado.
Se a válvula de drenagem estiver aberta e a poro-pressão permanecer constante, o 
carregamento é do tipo drenado.
Haverá variação de volume do corpo de prova, com a água entrando ou saindo 
livremente do c.p.
Como a poro-pressão permanece constante, a variação do estado de tensões 
efetivas é igual a variação do estado de tensões totais.
A válvula de drenagem aberta não é garantia de que não haverá geração de 
excesso de poro-pressão devido às deformações cisalhantes impostas pelo 
carregamento, ou seja, que o carregamento será do tipo drenado. 
1515
Para que o carregamento seja do tipo drenado, além da válvula de drenagem 
aberta, é necessário que a velocidade de carregamento seja compatível com a 
capacidade do solo de dissipar a poro-pressão gerada. 
Atenção!!!
Se o medidor de variação de volume estiver aberto para a atmosfera, a poro-
pressão é nula. 
Em geral é conveniente se trabalhar com uma contra-pressão aplicada ao 
corpo de prova.
1616Classificação dos ensaios de deformabilidade e resistência
Não se dispõe de um equipamento de carregamento ideal capaz de aplicar um
estado de tensões geral em que os planos principais de tensões e de deformações
possam sofrer rotação ao longo do cisalhamento.
A estratégia adotada em Mecânica dos solos é dispor de uma série de diferentes
equipamentos, cada qual capaz de aplicar o carregamento de um modo particular.
A primeira classe de equipamentos é aquela na qual as placas são rígidas, lisas, não
sofrem rotação e que contam com membranas flexíveis.
(a) as superfícies externas do corpos de prova são planos principais de tensões e de
deformações.
(b) os planos principais de tensões e de deformações coincidem e não podem sofre 
rotação ao longo do carregamento. 
Nesse equipamentos:
1717
sa, sb e sc são tensões principais
Para corpo de prova cilíndrico: 
tensão axial (sa) e tensão radial (sr). 
No ensaio triaxial verdadeiro as três 
tensões podem variar de forma 
independente.
No ensaio de compressão 
hidrostática (ou isotrópica) todas 
as tensões são iguais. 
Os demais casos são intermediários 
entre esses dois casos extremos. 
1818A segunda classe de equipamentos para ensaios de resistência: ensaios de 
cisalhamento. 
As placas de carregamento são rugosas e podem rotacionar. Portanto, as superfícies 
externas do corpo de prova não são planos principais de tensões e nem planos principais 
de deformações.
Cisalhamento direto e cisalhamento 
simples: corpo de prova sob estado 
plano de deformação.
Cisalhamento por torção (“ring
shear test”): seção transversal 
anelar e deformação radial nula. 
Permite grandes deformações.
Em nenhum desses ensaios o 
estado tensional pode ser definido.
Cisalhamento direto: apenas 
parâmetros de resistência
1919
Ensaio de adensamento edométrico
Falar de forma geral do 
ensaio edométrico – item 5.8
As placas de topo e base e o anel lateral não sofrem rotação. Com isso, as faces do c.p. 
são planos principais de deformação. 
O anel lateral é admitido liso e, portanto, as faces do c.p. são planos principais de tensão.
Discos de pedra porosa no topo e na base do c.p. e anel lateral impermeáveis, fazendo 
com que o fluxo seja unidimensional.
Aplicam-se cargas verticais (Fv) no topo do c.p. em estágios de carregamento, 
calculando-se a tensão vertical como: sv = Fv / A, onde A é a área da superfície 
horizontal do c.p. 
Obtenção de parâmetros de 
compressibilidade e de adensamento 
sob condição edométrica (er = 0).
Disco de corpo de prova (normalmente de 
altura de 2cm e diâmetro de 7cm), contido 
por um anel metálico rígido, er = 0, estado 
de deformação unidimensional.
São obtidas medidas da deformação vertical do c.p. ao longo do tempo em cada 
estágio de carregamento.
2020
Existe também o ensaio de deformação controlada, ensaio CRS (constant rate of
strain).
O ensaio mais comum é de tensão controlada e, normalmente, não se obtêm 
medidas de poro-pressão.
No ensaio CRS, impõe-se uma velocidade de deformação constante e são obtidas 
medidas de força vertical (calculando-se a tensão vertical total) e de poro-pressão 
(calculando a tensão vertical efetiva). 
2121
Corpo de prova prismático (normalmente 60cm de lado e altura de 25cm).
Corpo de prova confinado lateralmente em uma caixa metálica secionada segundo 
um plano horizontal.
As duas partes são forçadas a cisalharem segundo um plano horizontal. Impõe-se um 
deslocamento relativo entre as duas partes. O plano de ruptura é imposto.
Não é um ensaio nem de tensão controlada e nem de deformação controlada. 
Pedras porosas no topo e na base.
Obtenção da envoltória de ruptura (parâmetros de resistência). Não se presta à 
obtenção de parâmetros de deformabilidade.
Ensaio de cisalhamento direto
2222
O ensaio pode ser realizado na condição seca ou na condição submersa.
Existe drenagem mas não há controle da drenagem.
Não há medição de poro-pressão.
As tensões só podem ser determinadas no plano de ruptura. Não é possível construir 
o círculo de Mohr e o estado de tensões não pode ser determinado.
Não é possível determinar as deformações em nenhum elemento do corpo de prova
Obtêm-se medidas da força necessária para promover o deslocamento relativo entre as 
duas partes, deslocamento horizontal relativo e deformação vertical no centro do topo. 
Ensaio triaxial de compressão axial (sobs3 constante)
2323
Considerações iniciais
Permitem determinar:
(a) Envoltória de ruptura (parâmetros de resistência) e
(b) Relação tensão-deformação (parâmetros de deformabilidade),
simulando as condições de carregamento que o solo sofrerá no campo (drenado ou 
não drenado) e para o nível de tensões ao qual o solo será submetido no campo. 
Esquema do ensaio de compressão triaxial 2424
a) Corpo de prova cilíndrico, com relação 
H:D = 2:1, é posicionado sobre um 
pedestaldentro de uma câmara cilíndrica. 
Diâmetros comuns: 38, 50, 70 e 100mm.
Câmara preenchida com fluido de 
confinamento.
Aplicação de tensão confinante (sc) 
através do fluido de confinamento.
Drenagem (medição de DV) pelo topo.
b) Pedras porosas no topo e na base.
Poro-pressão medida na base.
c) Membrana de látex envolta do 
c.p.
Aplicação de carregamento axial 
através do pistão (Ds1).
Os planos horizontal e vertical 
são planos principais.
Bureta graduada 
Célula de carga
Câmara triaxial 
Corpo de prova 
Transdutor de 
poropressão
Viga da prensa
Transdutor de 
deslocamento 
Prensa triaxial
Pistão
Haste da prensa
2525
Fases do ensaio de compressão triaxial 2626
De uma forma geral, as fases do ensaio são:
(a) Moldagem do corpo de prova;
(b) Montagem do ensaio (posicionamento do c.p. na câmara, colocação da 
membrana de látex, pedras porosas, top cap e etc....);
(c) Saturação do corpo de prova e verificação (DV do c.p. medido pela quantidade de 
água que sai ou entra no c.p.);
(d) Aplicação da tensão de confinamento hidrostática (sc);
(e) Adensamento hidrostático (ou isotrópico) sob sc (pode ser efetuado ou não);
(f) Aplicação de carregamento axial através do pistão (tensão desviadora sd) por
tensão controlada ou deformação controlada (com a drenagem aberta ou fechada).
2727Moldagem do corpo de prova e montagem do ensaio
Tipos de ensaio de compressão triaxial
2828
Os tipos mais comuns de ensaios de compressão triaxial são:
(a) Ensaio adensado drenado (Consolidated Drained - CD);
(b) Ensaio adensado não drenado (Consolidated Undrained - CU);
(c) Ensaio não adensado e não drenado (Unconsolidated Undrained - UU).
Ensaio adensado hidrostaticamente e cisalhado de forma drenada 
por compressão axial (CIDc)
Exemplo de aplicação
Ladd (1971)
2424
Aterro construído muito lentamente em camadas sobre um depósito 
de argila mole.
3030Procedimento após a etapa de saturação do corpo de prova
1) Aplica-se um acréscimo no estado de tensões hidrostático (Dsc):
Já que DV=0 (drenagem fechada e solo saturado) e não tem distorção (estado 
de tensões hidrostático e solo isotrópico):
2) Abre-se a drenagem dando início ao adensamento hidrostático:
Ao longo do adensamento:
Em diferentes instantes de tempo (t), mede-se:
(a) A variação de volume (DV) do c.p. pela quantidade de água que sai do c.p;
(b) O excesso de poro-pressão (Dua) pelo transdutor de poro-pressão.
Quando ,“fim” do adensamento primário: 
Plota-se a curva ev x t (escala log.), onde: 
volume inicial do c.p.
0
31313) Mantendo-se a drenagem aberta, com o pistão encostado no “top cap”, liga-se a 
prensa dando início a fase de cisalhamento drenado: 
Atenção: A velocidade de deslocamento da prensa é calculada para que seja 
garantido que o cisalhamento seja de fato drenado. 
Ao longo do cisalhamento drenado:
e
Em diferentes instantes de tempo (t), mede-se:
(a) Deformação axial (DH) do c.p. pelo transdutor de deslocamento (LVDT);
(b) Deformação volumétrica (DV) do c.p. pela quantidade de água que sai (ou 
entra) do c.p;
(c) A força no pistão (Fa) pelo transdutor de força (célula de carga). 
Para cada instante de tempo (t), calcula-se:
(a) Deformação axial específica (ea):
Variação de altura do c.p. em relação a H0
Altura do c.p. no início do cisalhamento
3232(b) Deformação volumétrica específica (ev):
Variação de volume do c.p. em relação a V0
V0: Volume do c.p. no início do cisalhamento
(e) Tensão desviadora (sd):
(c) Área da seção transversal (A):
Força na célula de carga
Área da seção transversal
(f) Tensão principal maior total (s1) e tensão principal maior efetiva (s’1) :
Como: então: 
H0: Altura do c.p. no início do cisalhamento
Volume do c.p. no início do cisalhamento
(d) Deformação radial específica (er):
Área (A) Raio (r)
r0: Raio do c.p. no início do 
cisalhamento
3333Resultados e parâmetros obtidos
Areias fofas e argilas normalmente adensadas
O caminho de tensões efetivas é paralelo ao 
caminho de tensões totais.
Resultado de um corpo de prova submetido a s3c
Como Dus = 0 (cisalhamento drenado), então:
3434
Três corpos de prova A, B e C 
do mesmo solo submetidos a:
A: s3c= 1 u.t.
B: s3c= 2 u.t.
C: s3c= 3 u.t.
sdf é proporcional a s3c :
Envoltória passa pela origem.
Traça-se a envoltória tangente 
aos círculos e obtêm-se o 
ângulo de atrito efetivo (f’).
No plano p, p’ x q, q’, a 
envoltória tem inclinação a’.
(a) Parâmetros de resistência
Areias fofas e argilas normalmente adensadas
3535
Argilas sobreadensadas
Três corpos de prova A, B e C, carregados 
para a mesma tensão s3c = 6 u.t. (por 
exemplo) e descarregados para a tensões 
diferentes de:
A: s3c= 1 u.t. e OCR = 6
B: s3c= 2 u.t. e OCR = 3
C: s3c= 3 u.t. e OCR = 2
3636
(b) Parâmetros de deformabilidade
(b.1) Módulo de elasticidade longitudinal drenado (E’):
Atenção: Os módulos de deformabilidade variam com o nível de tensões.
Estes são determinados dentro da faixa de tensões de interesse.
(b.2) Coeficiente de Poisson drenado (n’)
(b.3) Módulo Cisalhante (G)
=
Ensaio adensado hidrostaticamente e cisalhado de forma não drenada 
por compressão axial (CIUc)
3737
Exemplos de aplicação
Ladd (1971)
Aterro construído por etapas. Construção rápida da etapa 2 
após o adensamento do depósito de solo mole sob a etapa 1.
3838Procedimento
1) Aplicação do estado de tensões hidrostático (s3c):
Igual ao ensaio CD
2) Adensamento hidrostático sob (s3c) :
Igual ao ensaio CD
3) Fecha-se a drenagem e, com o pistão encostado no “top cap”, liga-se a prensa 
dando início a fase de cisalhamento não drenado
Ao longo do cisalhamento não drenado:
e
Em diferentes instantes de tempo (t), mede-se:
(a) A deformação axial (DH) do c.p. pelo transdutor de deslocamento (LVDT);
(b) O excesso de poro-pressão (Dus) pelo transdutor de poro-pressão;
(c) A força no pistão (Fa) pelo transdutor de força (célula de carga). 
Atualmente, o ensaio CIU é quase sempre feito com medição de poro-pressão.
3939Para cada instante de tempo (t), calcula-se:
(a) Deformação axial específica (ea):
Altura do c.p. no início do cisalhamento
(b) Área da seção transversal (A):
Como ev é nulo 
(não drenado):
Volume do c.p. no início 
do cisalhamento
(c) Tensão desviadora (sd):
Força no pistão
Área da seção transversal
(d) Tensão principal menor efetiva (s’3) :
(e) Tensão principal maior total (s1) e tensão principal maior efetiva (s’1) :
e
e
Variação de altura do c.p. em relação a H0
4040Resultados e parâmetros obtidos
Argilas normalmente adensadas
Resultado de um corpo de prova submetido a um dado s3c
Como Dus > 0 
(cisalhamento não 
drenado) então:
0D su
CMTE afastado do CMTT 
de uma distância de Dus.
CTE afastado CTT de 
uma distância de Dus. 
Resultados e parâmetros obtidos
(a) Parâmetros de resistência
Três corpos de prova A, 
B e C do mesmo solo 
submetidos a:
A: s3c= 1 u.t.
B: s3c= 2 u.t.
C: s3c= 3 u.t.
sdf é proporcional a s3c, 
então as envoltórias em 
termos de TE e em termos 
de TT passam pela 
origem. 
Determina-se: 
Ângulo de atrito efetivo (f’);
Ângulo de atrito total (f);
Resistência não drenada 
(Su) normalizada em relação 
a tensão de adensamento:
4141
Argilas normalmente adensadas
4242Resultados e parâmetros obtidos
(b) Parâmetros de deformabilidade
(b.1) Módulo de Elasticidade não drenado (Eu):
(b.2) Módulo Cisalhante (G)
Como: Então: 
Atenção: Os módulos de deformabilidade variam com o nível de tensões.
Eles são determinados dentro da faixa de tensões de interesse.
= 
Ensaio não adensado não drenado (UU)
Exemplo de aplicação
Ladd (1971)
4343
Aterro construído rapidamente e em uma única etapa sobre um 
depósito de argila mole 
Ensaio não adensado não drenado (UU)
Procedimento
4444
1) Aplicação do estado de tensões hidrostático (s3c):
Igual aos ensaios CIDc e CIUc
2) Não tem fase adensamento hidrostático 
O ensaio UU é comumente feito sem medição de poro-pressão.
3) Com o pistão encostado no “top cap”, liga-se a prensadando início a fase de 
cisalhamento não drenado
Em diferentes instantes de tempo (t), mede-se:
(a) A deformação axial (DH) do c.p. pelo transdutor de deslocamento (LVDT);
(b) A força no pistão (Fa) pelo transdutor de força (célula de carga). 
4545Para cada instante de tempo (t), calcula-se:
(a) Deformação axial específica (ea):
(b) Área da seção transversal (A):
Como ev é nulo 
(não drenado):
Volume do c.p. no início 
do cisalhamento
(c) Tensão desviadora (sd):
Força no pistão
Área da seção transversal
(d) Tensão principal maior total (s1):
Variação de altura do c.p. em relação a H0
= 
= 
Resultados e parâmetros obtidos 4646
Ao aplicar-se s3c com a drenagem fechada: Du = s3c
Solo saturado e drenagem fechada Não há variação de volume
Estado de tensões hidrostático e solo isotrópico Não há distorção
Não há variação de volume e nem distorção Não há variação do ETE
Consequência: Para qualquer s3c aplicado, o solo parte do mesmo ETE no início do 
cisalhamento, e rompe com o mesmo ETE. Portanto, Su medido é o 
mesmo.
Obtêm-se: Su

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