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Ensino de História Contemporâneo

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SISTEMA DE ENSINO
HISTÓRIA
Ensino de História
Livro Eletrônico
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Ensino de História
HISTÓRIA
Daniel Vasconcellos
Sumário
Ensino de História e o Conhecimento Histórico Contemporâneo......................................... 3
1. Ensino de História: Saber Histórico Escolar; Seleção e Organização de Conteúdos 
Históricos; Metodologias do Ensino de História; e Trabalho com Documentos e 
Diferentes Linguagens no Ensino de História ........................................................................... 3
1.1. Saber Histórico Escolar ........................................................................................................... 3
1.2. Seleção e Organização de Conteúdos Históricos .............................................................. 6
1.3. Metodologias do Ensino de História ................................................................................... 11
1.4. Trabalho com Documentos e Diferentes Linguagens no Ensino de História ............ 14
2. Conhecimento Histórico Contemporâneo: Saber Histórico e Historiografia; e 
História e Temporalidade .............................................................................................................15
2.1. Saber Histórico e Historiografia ..........................................................................................15
2.2. História e Temporalidade .....................................................................................................24
Resumo ............................................................................................................................................ 29
Mapas Mentais ...............................................................................................................................31
Questões Comentadas em Aula ................................................................................................. 33
Exercícios ........................................................................................................................................ 37
Gabarito ........................................................................................................................................... 55
Gabarito Comentado .................................................................................................................... 56
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Ensino de História
HISTÓRIA
Daniel Vasconcellos
ENSINO DE HISTÓRIA E O CONHECIMENTO HISTÓRICO 
CONTEMPORÂNEO
1. Ensino dE História: sabEr Histórico Escolar; sElEção E organização 
dE contEúdos Históricos; MEtodologias do Ensino dE História; E traba-
lHo coM docuMEntos E difErEntEs linguagEns no Ensino dE História
Professor(a), este primeiro tópico do edital foca na prática mesmo do nosso ofício, des-
tacando as diferenças entre o saber histórico acadêmico e o saber histórico escolar, como 
selecionar e organizar os conteúdos a serem trabalhados, as metodologias que podem e/ou 
devem ser aplicadas no processo de ensino/aprendizagem da história e a utilização de docu-
mentos na prática do ensino.
1.1. sabEr Histórico Escolar
Querido(a), existem várias definições para a História enquanto ciência e tenho certeza de 
que você, como professor, já tem isso em mente. História é uma palavra com origem no antigo 
termo grego “historie”, que significa “conhecimento através da investigação”. Grosso modo, a 
História é uma ciência que investiga a humanidade no tempo e o seu processo de evolução, 
tendo como referência um lugar, uma época, um povo ou um indivíduo específico.
A produção acadêmica sobre o saber histórico aumentou exponencialmente nas últimas 
décadas, sobretudo em função do aumento da oferta de vagas em cursos superiores. Nesse 
sentido, uma discussão recorrente é a que se dá acerca do ensino de História e da formação 
de professores para a educação básica.
Nesses termos, os estudos que tomam essa temática apontam, quase que consensual-
mente, para o fato de que os laços entre o ensino e a pesquisa nos cursos de formação do 
professor são indissociáveis. Contudo, a pesquisa referida é acadêmica e, desse modo, tem 
grandes chances de não encontrar relação com os objetivos do ensino de História propostos 
pela Base Nacional Comum Curricular. A BNCC é um documento que determina os conhe-
cimentos essenciais que todos os alunos da Educação Básica devem aprender, ano a ano, 
independentemente do lugar onde moram ou estudam. Todos os currículos de todas as redes 
públicas e particulares do país deverão conter esses conteúdos.
A História ensinada aos alunos nas escolas é justamente resultado destas pesquisas fei-
tas nas universidades e que, na sala de aula, é divulgada. Eis um problema: leva-se a entender 
que a história a ser ensinada em sala de aula “já vem pronta”, bastando reproduzi-la. Dessa 
maneira, a construção do currículo se limita a listagem de conteúdos, seguindo está ou aquela 
Metodologia da História, revelando, sim, rupturas e permanências do processo histórico aos 
alunos, mas de maneira reprodutivista.
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Ensino de História
HISTÓRIA
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O aumento do fluxo de dados a partir da popularização da internet criou uma expectativa posi-
tiva de que o acesso à rede mundial de computadores possibilitaria a democratização da informa-
ção. De fato, hoje, “dar um google” permite acessar informações antes somente encontradas em 
bibliotecas, o que contribui e muito para a realização de pesquisas no processo de ensino aprendi-
zagem. Contudo, há um verdadeiro bombardeio de conteúdos sobre as pessoas cotidianamente. 
Parte deles produzidos, inclusive, pelos próprios usuários e propalados por algoritmos de inteligên-
cias artificiais. Evidencia-se, portanto, a interferência das redes sociais e das mídias tradicionais 
na formação de conceitos caros à História. Daí o revisionismo e a propagação do senso comum.
A instituição escolar possui certa autonomia em relação à demanda social que legitima sua 
função. Os professores elaboram seus instrumentos de trabalho, suas modalidades de interven-
ção, suas práticas profissionais que constituem uma cultura própria da escola. A aceitação da 
existência de uma cultura própria da escola levou a aprofundamentos a respeito do ensino das 
disciplinas escolares e a formas pelas quais se apresentavam, originando a discussão sobre a 
transposição didática, isto é, a origem e a transformação do saber para que ele seja ensinado.
O saber histórico escolar é um conjunto de saberes que os professores ensinam em sua 
atividade docente, partindo de um paradigma no qual ele é agente produtor desse saber, mas 
dentro da especificidade da experiência educativa escolar. Um saber que se difere do saber 
científico de referência, uma vez que é criado a partir das necessidades e injunções do proces-
so educativo.1 É constituído pelos materiais didáticos e as diversas formas de comunicação 
escolar apresentadas no processo pedagógico.
Produzido na escola, visa o protagonismo do aluno que carrega consigo toda a influência 
conceitual/cultural que recebe no cotidiano também fora da escola. É um saber que leva em 
conta a realidade do aluno que, por sua vez, deve nele encontrar significado e significância.
O objetivo da História na escola não é “transformar os alunos em mini-historiadores 
profissionais”:É ajudá-los a perceber como as interpretações históricas são baseadas na evidência, que as explica-
ções não são o mesmo que afirmações factuais singulares, e que está na natureza da história haver 
diversas versões do passado, embora nada disto signifique que a História é apenas uma questão de 
opinião. A formação histórica revela e define fundamentalmente os procedimentos da consciência 
histórica ou conhecimento histórico dando algumas indicações básicas sobre se dá essa formação: 
em todos os processos de aprendizagem que tem a história como objeto e que não se destinam, 
em primeiro lugar, à obtenção de competência profissional. Trata-se de um campo a que pertencem 
inúmeros fenômenos do aprendizado histórico: o ensino de História nas escolas, a influência dos 
meios de comunicação de massa e os fatores da vida humana prática (família, instituições e cole-
gas), entre outros.2
1 MONTEIRO, Ana Maria. “A história ensinada: algumas configurações do saber escolar”. In:______. HISTÓRIA & ENSINO.V. 9, 
Revista do Laboratório de Ensino de História da Universidade Estadual de Londrina. Londrina: Editora da UEL, 2003. p. 9-35.
2 ABUÃ, Kalia Maria. Processos de construção do saber histórico escolar. In:_____. HISTÓRIA & ENSINO, Londrina, v. 11, jul. 
2005 p. 26.
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HISTÓRIA
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Se os alunos elaborarem conceitos apenas de acordo com sua experiência vivida, se não 
tiverem a possibilidade de vivenciar movimentos e conceitos históricos, colocados em ques-
tão na sala de aula, não formalizarão o conhecimento histórico. Os indícios fornecidos pelos 
textos históricos, sejam eles o texto expresso pelo professor, pelo manual didático, ou pela 
utilização de outras fontes, se concretizam no momento em que outros elementos da apren-
dizagem entram em jogo, como analogia e a empatia. Nesses termos, a utilização das mais 
variadas fontes, como veremos no tópico 1.3 desta aula, oportuniza ao aluno compreender 
como o conhecimento histórico é construído.
As novas propostas curriculares, nesse sentido, objetivam desenvolver nos alunos um co-
nhecimento do tempo histórico não limitado do tempo cronológico, sugerindo a análise da histó-
ria local ou da “história do lugar”. Pretende-se, assim, estabelecer analogias entre o mais próximo 
e a história nacional, regional e geral ou mundial. Ainda, propõe a apresentação do conteúdo por 
meio de problemas, questões situadas no presente vivenciado, de modo a buscar respostas no 
passado e dar ao aluno a compreensão de que o estudo da História favorece a leitura e o conhe-
cimento sobre a sociedade atual. Noutros termos, possibilitando desconstruir a ideia de que a 
disciplina de História trata apenas do passado e não se relaciona ao real vivido pelos alunos.
O conhecimento científico e o conhecimento escolar se cruzam na escola. É no ambiente 
escolar que os alunos apreendem maneiras de pensar o passado e os ajudarão a se orientar 
no tempo com suas vivências como seres temporais.
001. (QUADRIX/PREFEITURA DE CRISTALINA-GO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2018) Tanto 
quanto a vida humana, a ciência histórica é dinâmica e se renova continuamente. Nessa pers-
pectiva, diferentemente da antiga concepção segundo a qual a história tem no passado sua 
exclusiva razão de ser, hoje o modo mais adequado para defini‐la seria o(a)
a) estudo das ações humanas no presente.
b) análise dos fatos voltada para o futuro.
c) ciência que estuda a natureza.
d) ciência que estuda os homens no tempo.
e) exame aprofundado das relações sociais.
Essa é pra gabaritar. A história é o estudo da humanidade ao longo do tempo.
Letra d.
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1.2. sElEção E organização dE contEúdos Históricos
Estimado(a) professor(a), de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, 
de 1997, o ensino de História está presente em todos os níveis de ensino e constitui uma das 
bases essenciais do conhecimento das Ciências Humanas a partir das séries iniciais até o 
término do ensino básico. Sugere o estudo a partir das séries iniciais a partir da organização 
dos conteúdos em eixos temáticos (temas geradores de discussão e construção do conhe-
cimento). O documento revela a preocupação de introduzir noções e conceitos históricos, os 
quais devem ser progressivamente trabalhados ao longo de todo ensino fundamental e médio.
Contudo, a seleção e a organização de conteúdos históricos a serem trabalhados em sala 
de aula na rede pública e privada de ensino estão subordinadas ao Estado através das Diretrizes 
Curriculares Nacionais – DCNs, de 2002. As DCNs são normas obrigatórias para a Educação 
Básica que orientam o planejamento curricular das escolas e dos sistemas de ensino. Essas 
diretrizes são debatidas, construídas e divulgadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE).
DICA
PCN x DCNs: Os PCNs são apenas referências curriculares, en-
quanto as DCNs são leis, dando as metas e objetivos a serem 
buscados em cada curso.
Importante destacar que, mesmo depois de elaborada a Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC), as Diretrizes continuam valendo porque os documentos são complementares. En-
quanto as Diretrizes dão a estrutura, a BNCC dá o detalhamento de conteúdos e competências.
Existem hoje diretrizes gerais para a Educação Básica. Cada etapa (Educação Infantil, En-
sino Fundamental e Ensino Médio) também apresenta diretrizes curriculares próprias. A mais 
recente é a do Ensino Médio e fora atualizada pelo CNE, em 2018, para atender às mudanças 
proposta pela lei 13.415, da Reforma do Ensino Médio.
Em geral, todos os documentos possibilitam a reflexão sobre o porquê de estudar História. 
Promove a necessidade de repensar a relevância da ciência histórica na formação do aluno na 
Educação Básica e exige do professor a reflexão sobre os objetivos de sua disciplina, a seleção 
dos conteúdos pertinentes e como ensiná-los: Quais os métodos de ensino mais adequados 
para a promoção do ensino de História significativo?
É com base nessa documentação oficial que se lançam as questões fundamentais para a 
seleção do conteúdo histórico: Por quê, o quê, para quê e como ensinar? As propostas curri-
culares mais recentes estabelecem como objetivo para a Educação Básica articular conheci-
mento, competências e valores. Objetiva, assim, capacitar os alunos para que utilizem desse 
conhecimento para transformar sua própria personalidade, bem como, para atuar de maneira 
efetiva na transformação da sociedade.
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1.2.1. O que diz a Base Nacional Curricular Comum?
Como vimos, os conhecimentos essenciais que os alunos de todas as escolas do país 
devem aprender ano a ano na Educação Básica foram definidos pela Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)3. A Base Nacional Comum Curricular é um documento que determina os co-
nhecimentos essenciais que todos os alunos da Educação Básica devem aprender, ano a ano, 
independentemente dolugar onde moram ou estudam. Todos os currículos de todas as redes 
públicas e particulares do país deverão conter esses conteúdos. Nesse sentido, é a BNCC que 
define a História como uma disciplina que deve ser ensinada em todos os níveis de ensino da 
educação básica.
No Ensino Fundamental, segundo o BNCC, um dos importantes objetivos de História é 
estimular a autonomia de pensamento e a capacidade de reconhecer que os indivíduos agem 
de acordo com a época e o lugar nos quais vivem, de forma a preservar ou transformar seus 
hábitos e condutas. A percepção de que existe uma grande diversidade de sujeitos e histórias 
estimula o pensamento crítico, a autonomia e a formação para a cidadania.
A busca de autonomia também exige reconhecimento das bases da epistemologia da His-
tória, a saber:
A natureza compartilhada do sujeito e do objeto de conhecimento, o conceito de tempo histórico em 
seus diferentes ritmos e durações, a concepção de documento como suporte das relações sociais, 
as várias linguagens por meio das quais o ser humano se apropria do mundo. Enfim, percepções 
capazes de responder aos desafios da prática historiadora presente dentro e fora da sala de aula.4
A BNCC define que no ensino fundamental a seleção de conteúdos se dá através de eixos 
temáticos. Desse modo, nos anos iniciais (1º ao 5º ano), as habilidades trabalham com diferen-
tes graus de complexidade, mas o objetivo principal é o reconhecimento do “Eu”, do “Outro” e do 
“Nós”. No 3º e no 4º ano contemplam-se a noção de lugar em que se vive e as dinâmicas em 
torno da cidade, com foco nas diferenciações entre a vida privada e a vida pública, a urbana e a 
rural. Nesse momento, também são analisados processos mais longínquos na escala temporal, 
como a circulação dos primeiros grupos humanos. Essa análise se amplia no 5º ano, cuja ênfase 
está em pensar a diversidade dos povos e culturas e suas formas de organização. A noção de ci-
dadania, com direitos e deveres, e o reconhecimento da diversidade das sociedades pressupõem 
uma educação que estimule o convívio e o respeito entre os povos.
O processo de ensino e aprendizagem da História no Ensino Fundamental – Anos Finais, 6º 
ao 9º ano – está pautado por três procedimentos básicos:
3 Novo Ensino Médio. Itinerários Formativos: Ciências Humanas e Sociais aplicadas. Publicado em 29/06/2021 às 15h40. 
Atualizado em 12/07/2021 às 10h36. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/novo-ensino-medio/itinerarios-formati-
vos-do-novo-ensino-medio/ciencias-humanas-e-socias-aplicadas. Acesso em 04/10/2021.
4 Ministério da Educação: BNCC. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_ver-
saofinal_site.pdf. Acesso em 04/10/2021.
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https://www.gov.br/mec/pt-br/novo-ensino-medio/itinerarios-formativos-do-novo-ensino-medio/ciencias-humanas-e-socias-aplicadas
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf
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HISTÓRIA
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• Pela identificação dos eventos considerados importantes na história do Ocidente (Áfri-
ca, Europa e América, especialmente o Brasil), ordenando-os de forma cronológica e 
localizando-os no espaço geográfico.
• Pelo desenvolvimento das condições necessárias para que os alunos selecionem, com-
preendam e reflitam sobre os significados da produção, circulação e utilização de docu-
mentos (materiais ou imateriais), elaborando críticas sobre formas já consolidadas de 
registro e de memória, por meio de uma ou várias linguagens.
• Pelo reconhecimento e pela interpretação de diferentes versões de um mesmo fenôme-
no, reconhecendo as hipóteses e avaliando os argumentos apresentados com vistas ao 
desenvolvimento de habilidades necessárias para a elaboração de proposições próprias.
No Ensino Médio, o aluno estudará Ciências Humanas e Sociais Aplicadas por meio de 
um olhar articulado da Filosofia, Geografia, História e Sociologia. Sendo o aprofundamento 
de conhecimentos estruturantes para aplicação de diferentes conceitos em contextos sociais 
e de trabalho, estruturando arranjos curriculares que permitam estudos em relações sociais, 
modelos econômicos, processos políticos, pluralidade cultural, historicidade do universo, do 
homem e natureza, dentre outros, considerando o contexto local e as possibilidades de oferta 
pelos sistemas de ensino.
Nesse contexto, portanto, no Ensino Médio o estudante desenvolverá capacidade de esta-
belecer diálogos entre indivíduos, grupos sociais e cidadãos de diversas nacionalidades, sabe-
res e culturas distintas. Elemento essencial para a aceitação da alteridade e a adoção de uma 
conduta ética em sociedade. Para tanto, define habilidades relativas ao domínio de concei-
tos e metodologias próprios dessa área. As operações de identificação, seleção, organização, 
comparação, análise, interpretação e compreensão de um dado objeto de conhecimento são 
procedimentos responsáveis pela construção e desconstrução dos significados do que foi se-
lecionado, organizado e conceituado por um determinado sujeito ou grupo social, inserido em 
um tempo, um lugar e uma circunstância específicos.
De posse desses instrumentos, espera-se que os jovens elaborem hipóteses e argumentos 
com base na seleção e na sistematização de dados, obtidos em fontes confiáveis e sólidas. A 
elaboração de uma hipótese é um passo importante tanto para a construção do diálogo como 
para a investigação científica, pois coloca em prática a dúvida sistemática – entendida como 
questionamento e autoquestionamento, conduta contrária à crença em verdades absolutas. 
Nesse sentido, a Área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas favorecerá o protagonismo 
juvenil, investindo para que os estudantes sejam capazes de mobilizar diferentes linguagens 
(textuais, imagéticas, artísticas, gestuais, digitais, tecnológicas, gráficas, cartográficas etc.), 
valorizar os trabalhos de campo (entrevistas, observações, consultas a acervos históricos 
etc.), recorrer a diferentes formas de registros e engajar-se em práticas cooperativas, para a 
formulação e resolução de problemas.
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Veja um mapa mental com os preceitos da BNCC para a História. Dê um zoom porque são 
muitas informações condensadas, mas são fundamentais para que internalize o necessário à 
realização da prova:
Figura 1https://www.mindmeister.com/pt/1274984431/preceitos-da-base-nacional-comum-curricular-bncc?fullscreen=1
1.2.2. Seleção e Organização de Conteúdos Históricos
Como base na BNCC, os professores selecionam os conteúdos que serão trabalhados. 
Mas e os livros didáticos? O Governo Federal criou o PNLD (Programa Nacional do Livro e do 
Material Didático) com o objetivo de disponibilizar livros e materiais didáticos de qualidade 
e de forma gratuita para as instituições de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino 
Médio. A escolha das obras se dá com participação dos professores das escolas públicas que 
avaliam publicações de diversas editoras. Portanto, e isso é importante para a sua prova, exis-
tem mecanismos de análise das obras que sãoutilizadas nas escolas públicas.
É muito comum que os profissionais da educação naveguem para além da abordagem 
que o livro didático oferece, até porque o livro didático é uma ferramenta, mas é o professor o 
verdadeiro facilitador no processo. Desta feita, contudo, há que se respeitar os conteúdos e os 
objetivos postos pela BNCC.
Nesse sentido, imergindo na seleção de conteúdos para o trato em sala de aula, apesar da 
existência, há mais de duas décadas, dos chamados “eixos temáticos”, ainda é prática comum 
a periodização clássica da história, àquela da linha do tempo. Algumas críticas são feitas a 
essa divisão, uma vez que ela usa apenas a cronologia como ferramenta para realizar a divi-
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são dos conteúdos da História. Além disso, ela é criticada por ser eurocêntrica e focar apenas 
nos aspectos e acontecimentos diretamente relacionados ao continente europeu. Atualmente, 
existem historiadores que debatem alternativas ao uso excessivo da cronologia como ferra-
menta de ensino e estudo da história.
Com a implementação do Novo Ensino Médio, em 2022, o professor de História deverá 
construir o currículo com base nos chamados itinerários formativos (linguagens e suas tecno-
logias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias, ciências hu-
manas e sociais aplicadas e formação técnica e profissional) de maneira interdisciplinar com 
as outras Ciências Humanas (Geografia, Filosofia e Sociologia). Isso demandará a organização 
do currículo por eixos temáticos, limitando a utilização da divisão clássica da História.
Como vimos no tópico anterior do edital, nem tudo o que é produzido no campo da ciência 
é ensinável. Dito assim, a tentativa de “transportar” pesquisas desenvolvidas mais recente-
mente nas universidades para a sala de aula pode se revelar incompatível.
Nesses termos, a História Temática busca a quebra da linearidade ilusória dos modelos 
tradicionais e a estruturação do conteúdo em torno de temas: conceitos, visando adaptar as-
suntos aos interesses e necessidades dos alunos e, não menos importante, desenvolver uma 
concepção de História. Dessa maneira, evita-se ensinar um currículo exaustivo de toda a Histó-
ria. Com a História Temática, para atingir os objetivos cognitivos deve se fazer recortes temá-
ticos que encontrem significado e significância na vida do estudante.
A premissa da História Temática, portanto, é de que, se não há logro em ensinar TODA a 
História, a compreensão de conceitos, temáticas, processos históricos, diacronia e sincronia 
são importantes para que o aluno consiga ler informações históricas no futuro, ainda que não 
tenham sido tratadas durante a educação básica.
A partir de um eixo temático ou tema gerador, o ensino de história modifica a concepção de 
tempo tradicional, cientificista, segundo a qual é necessário conhecer os fatos tal qual eles re-
almente aconteceram. Nesse sentido, a ciência histórica ganha maior valor, pois não se limita 
à memorização de fatos. Antes, focaliza no processo histórico, nas permanências e rupturas, 
na capacitação do aluno em ler e debater a história de posse de ferramentas conceituais.
Outra possibilidade de seleção de conteúdos se dá com a História Regressiva. Muito uti-
lizada nos primeiros ciclos do ensino fundamental, entende que é o presente que determina o 
estudo do passado, buscando as origens dos processos que interferem no presente. Tomando 
o aluno como centro da experiência, trata de assuntos que lhe interessam, de uma realidade 
específica que explica sua própria vida e os fenômenos que a afetam.
Tomando a História através de eixos temáticos, oportuniza-se o recorte de conteúdos que 
se aproximam mais dos alunos do que a História linear da divisão clássica: sobre a historiogra-
fia pode-se trabalhar temas como o cotidiano, o imaginário ou a história local; se o recorte for 
político, por exemplo, pode-se trabalhar o multiculturalismo, a cidadania, o racismo, etc. Ainda, 
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se a opção for por trabalhar conceitos, pode-se analisar a temporalidade, o passado como 
construção do presente ou as diacronias nos processos históricos.
Com o Novo Ensino Médio sendo implementado em 2022, a linearidade perderá espaço, já 
que o trabalho se dará em conjunto com as outras disciplinas das Ciências Humanas através 
de “eixos formativos”. É preciso, nesse sentido, para uma boa escolha dos conteúdos a serem 
ministrados, um compromisso com os alunos, motivo principal de todo o processo de ensino/
aprendizagem. Cabe aos professores, portanto, através de suas práticas na seleção dos conte-
údos, serem os sujeitos da mudança a que as DCNs e a BNCC elencam.
002. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2017) África e América foram incorpora-
das à história ocidental a partir do expansionismo comercial e marítimo europeu do início 
dos tempos modernos. O processo de exploração colonial desses continentes seguiu a lógica 
econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do feudalismo ao capitalismo. 
Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se evidente que a herança africana 
marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar, os modos de sentir, pensar, sonhar e 
agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul dos Estados Unidos ao norte do Brasil, 
passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as contribuições culturais herdadas da África 
são visíveis por toda parte; em certos casos, chegam a constituir os fundamentos essenciais 
da identidade cultural de alguns segmentos mais importantes da população”.
O avanço da historiografia brasileira nas últimas décadas ainda não consegue chegar aos li-
vros didáticos, o que pode ser explicado pela inexistência de mecanismos de avaliação por 
parte do Poder Público, que os adquire para distribuir nas escolas de suas redes.
As escolhas dos livros didáticos se dão pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático 
(PNLD), com participação dos professores das escolas públicas. Desenvolvido pelo governo 
federal brasileiro, atende escolas públicas de educação básica. Seu objetivo é disponibilizar 
livros e materiais didáticos de qualidade de forma gratuita para as instituições de Educação 
Infantil, Ensino Fundamental (anos iniciais e finais) e Ensino Médio.
Errado.
1.3. MEtodologias do Ensino dE História
Para que se efetive um ensino de qualidade, é preciso buscar no referencial teórico as 
bases científicas que orientam a ciência que se quer ministrar e que norteiam sua aplicação 
como disciplina escolar nos diferentes níveis de ensino, pois será a partir da clareza teórico-
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-metodológica que o professor terá subsídios para construir uma prática pedagógica significa-
tiva para o aluno5.
Contudo, independentemente das opções teórico‐metodológicas, há consenso em torno 
do tempo, dohomem e do espaço como elementos fundamentais para que a história ocorra, 
condição essencial para que o conhecimento histórico seja produzido. Nesses termos, é im-
prescindível que esses conceitos sejam trabalhados.
No caso da metodologia de ensino da História, ela se relaciona com a História enquanto 
ciência e as ciências pedagógicas. Assim, a edificação do ensino de História tem sua origem 
na metodologia da história. O que as difere, como vimos, é que os procedimentos metodológi-
cos se dão em conjunto com os alunos com objetivos delimitados visando a compreensão do 
processo de construção desse conhecimento.
Para tanto, grosso modo, é preciso seguir alguns passos, quais sejam:
• Elege-se uma problemática (tema, período histórico);
• Tem-se o tempo como categoria principal (como o assunto em estudo foi enfrentado 
por outras sociedades);
• Dialoga-se com o tempo por meio das fontes (utiliza-se o livro didático, mapas, imagens, 
músicas, documentos);
• Utilizam-se instrumentos teóricos e metodológicos (conceitos, formas de proceder);
• Constrói-se uma narrativa/interpretação/análise (pede-se um texto, um debate, uma 
peça teatral, uma redação, uma prova).
É a teoria do conhecimento histórico, portanto, que norteia a investigação histórica para 
que o aluno pense historicamente, se reconheça como sujeito de uma sociedade diferente de 
outras sociedades que convivem no mesmo tempo ou que se construíram em tempos históri-
cos diferentes.
Para tanto, é importante que o professor siga alguns princípios:
• Seguir o caráter científico do ensino;
• Seguir o caráter sistemático do ensino (conteúdo organizado);
• Ser compreensível e de possível assimilação;
• Assegurar a ligação entre teoria e prática;
• Garantir a solidez dos conhecimentos.
No processo de aprendizagem no ensino de história objetiva-se desenvolver as seguintes 
capacidades:
• Comunicação: debates;
• Senso crítico: análise crítica de um texto ou documento;
• Análise e observação: comentários de textos, filmes, gravuras;
5 História: ensino fundamental / Coordenação Margarida Maria Dias de Oliveira. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria 
de Educação Básica, 2010. 212 p.: il. (Coleção Explorando o Ensino; v. 21).
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• Imaginação;
• Empatia e Sensibilidade: análise de obras artísticas, filmes, teatro.
Ressalta-se, ainda, que existem variadas formas de organização do ensino de história. A 
título de exemplo:
• Ensino frontal e coletivo (aula expositiva);
• Excursão (viagem de carácter pedagógico);
• Trabalho independente (pesquisa orientada);
• Ensino com base nas necessidades do aluno (recuperação processual).
Para preparar uma aula de História, o professor deve se atentar às exigências pedagógicas 
como os aspectos lógicos do conteúdo, os aspectos psicológicos que estimulem a capaci-
dade cognoscível do aluno, os aspectos pedagógicos ligados à seleção do método de ensino 
adequados a aula.
Assim, ainda merece destaque que existem 4 tipos de aulas de história:
• Aula de preparação e introdução de conteúdo;
• Aula de apresentação de novos conteúdos (aula nova);
• Aula de consolidação;
• Aula de controle/Avaliação.
Segundo Proença (1999),
O ensino de História pode contribuir para o desenvolvimento pessoal e social do indivíduo não ape-
nas pelo conteúdo formativo do saber histórico, mas também pela metodologia adotada. Práticas 
educativas apoiadas em metodologias implicativas que apelem à participação ativa do aluno como 
sujeito que aprende, tais como o ensino pela descoberta a partir da análise e crítica de fontes, o tra-
balho de projeto centrado em problemas, o estudo independente e outras práticas autorreguladoras 
de aprendizagem contribuem para o desenvolvimento do raciocínio crítico e da autonomia pessoal 
do aluno, que são componentes essenciais da educação cívica.6
O ensino de História, em nossos dias, não pode se restringir ao chamado “giz e lousa”. 
Nosso aluno é fruto da sociedade midiática, convive com a informação rápida da Internet e o 
bombardeio de imagens oriundos da TV. Não se trata de “aposentar” o livro ou a exposição oral, 
mas, sim, de atualizar os instrumentos e a linguagem para que se possa, de fato, estabelecer 
um vínculo de comunicação com os educandos.
003. (QUADRIX/PREFEITURA DE CRISTALINA-GO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2018) Inde-
pendentemente das opções teórico‐metodológicas, há consenso em torno de elementos fun-
6 PROENÇA, M. C. Ensino da História e formação para a cidadania. Curitiba: Aos Quatro Ventos, 1999.
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damentais para que a história ocorra, condição essencial para que o conhecimento histórico 
seja produzido. Esses elementos indispensáveis à história são
a) a divindade, o acaso e a intencionalidade.
b) a vontade, a coragem e a consciência.
c) o homem, o tempo e o espaço.
d) o tempo, a natureza e o divino.
e) o espaço geográfico e a reflexão.
Não há como realizar uma investigação histórica sem que haja esses três elementos.
Letra c.
1.4. trabalHo coM docuMEntos E difErEntEs linguagEns no Ensino dE 
História
O ensino de História, hoje, não pode ser restringido à mera exposição de conteúdos pelo 
professor. Nossos alunos são fruto de uma sociedade midiática e convivem com o bombar-
deio diário de informações pelas redes sociais, cinema e tv. Não se tratar de abandonar o livro 
didático ou a exposição oral. Antes, deve-se buscar atualizar as ferramentas e a linguagem 
para se estabelecer um elo de comunicação com os estudantes.
Variados são os documentos e linguagens com as quais o professor pode propor o proces-
so de aprendizagem. Veja:
• Livro didático;
• Imagens: fotos, obras de arte, charges, desenhos, mapas;
• Museu;
• Música;
• Televisão/ Cinema: Intenções do remetente, meio e o código da mensagem, reações do 
receptor;
• Redes sociais: memes, “bolhas sociais”, canais do youtube;
• Memória: entrevistas.
O objetivo central do uso de novas estratégias, em sala de aula, deverá sempre ser a busca 
por uma linguagem que possibilite uma melhor compreensão das dimensões da problemática 
histórica pelos alunos.
A metodologia e os recursos usados no ensino de História devem oportunizar ao aluno a 
percepção de que a História é social, coletiva, uma produção humana, e que o professor é um 
mediador no processo de elaboração conceitual do educando. Ademais, possibilita ao aluno 
compreender como se produz o conhecimento histórico.
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004. (QUADRIX/PREFEITURA DE CRISTALINA-GO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2018) Nas 
condições do mundo contemporâneo, o saber histórico em sala de aula requer que o professor, 
além do razoável domínio dos conteúdos a serem ministrados, tenha a sensibilidade e dispo-
nha das condições necessárias para oferecer aos seus alunos um material didático‐pedagógi-
co diversificado e o apoio de outras áreas do conhecimento. Assim, uma aulade história mais 
interessante e educativa poderia envolver o(a)
a) uso de obras literárias e de música.
b) exclusiva utilização de fontes primárias.
c) abandono do livro didático.
d) definitiva exclusão dos mapas.
e) opção por apenas aulas expositivas.
Muito fácil. Essa é pra gabaritar. A adoção de outras fontes para o trabalho didático não exclui 
a utilização do livro didático, de mapas ou de aulas expositivas.
Letra a.
2. conHEciMEnto Histórico contEMporânEo: sabEr Histórico E Historio-
grafia; E História E tEMporalidadE
Antes de seguirmos, primeiro, meu(minha) querido(a), é preciso que revisite a definição do 
conceito de historiografia. Assim, historiografia é o estudo sobre como a história foi e é escrita 
e como a compreensão humana da história é passível de mudança com o passar do tempo. 
Nesse sentido, a historiografia considera as abordagens usadas pelos historiadores e busca 
compreender como e por que suas teorias e interpretações são diferentes. Assim, não é o pas-
sado que é alterado e sim a maneira de interpretá-lo, alterando a escrita sobre ele.
2.1. sabEr Histórico E Historiografia
Professor(a), vamos tratar, neste tópico, um pouco sobre a história da escrita, que se con-
funde, obviamente, com a própria história. Como vimos, o saber histórico, hoje, é desenvolvido 
nas universidades. Contudo, a escrita da história passa por toda a história das civilizações, 
desde suas primeiras manifestações.
As primeiras civilizações, seja na Mesopotâmia, na China ou na Índia, criaram a figura dos 
escribas, indivíduos que dominavam a arte da escrita e que se encarregavam de escrever, além 
dos rituais religiosos e da contabilidade econômica das antigas cidades, as memórias das tra-
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dições que fundaram aquela civilização. Portanto, escreviam história. Todavia, o processo de 
escrita esteve relacionado com a mitologia, com uma narrativa do sobrenatural.
Somente com os gregos Heródoto e Tucídides é que a história ganhou uma organização 
sistemática. O objetivo dos primeiros historiadores gregos era não deixar os fatos e feitos de 
sua época caírem no esquecimento, como defendeu Heródoto, o pai da história.
Herdeiros culturais dos gregos, os historiadores romanos desenvolveram sua própria histo-
riografia. Entre eles, destaque para Cícero, Políbio e Tácito. Esse último, inclusive, mencionou 
em uma de suas obras a presença de Jesus de Nazaré na Palestina, província do Império Ro-
mano na época. Os judeus, por sua vez, desenvolveram sua historiografia com Flávio Josefo, 
autor da História Hebraica. Ainda na antiguidade, o cristão Eusébio de Cesareia escreveu a 
História Eclesiástica. Na Idade Média, houve uma historiografia cristã, ligada à Igreja Católica, 
uma historiografia islâmica e uma historiografia renascentista, como a produzida por Maquia-
vel e Guicciardini.
005. (QUADRIX/PREFEITURA DE CRISTALINA-GO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2018) Ele 
viveu e testemunhou dois grandes conflitos na história grega antiga: as Guerras Médias e a 
Guerra do Peloponeso. Foi o primeiro a produzir uma narrativa histórica em que os deuses não 
eram protagonistas. Por isso, Cícero o chamou de “Pai da História”. Trata‐se de
a) Tucídides.
b) Heródoto.
c) Heráclito.
d) Parmênides.
d) Sócrates.
O “pai da história” é Heródoto. Essa é pra gabaritar.
Letra b.
Contudo, somente a partir do século XIX é que a história passou a ser considerada uma 
disciplina dita científica, com métodos próprios e com a particularidade de sua escrita.
Desde a Idade Moderna, na Alemanha, a história já estava presente nas universidades. Des-
se modo, surgiram trabalhos que reuniam e transcreviam as fontes de maneira sistemática. 
É o caso do “Monumenta Germaniae Historica”, a partir de 1819. A partir de então, a história 
ganha uma dimensão erudita, pretendendo rivalizar com as demais ciências.
Na França, a história foi tratada como uma disciplina intelectual distinta de outros gêneros 
literários desde o começo do século, quando os historiadores se profissionalizaram e funda-
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ram os arquivos nacionais franceses (1808). Em 1821, fundou-se a “Ècole nationale des Char-
tes”, primeira grande instituição para o ensino da História no país.
O historiador positivista francês Fustel de Coulanges, em 1860, escreveu que “a história 
não é uma arte, é uma ciência pura, como a física ou a geologia”. Nesses termos, o desenvol-
vimento da ciência histórica esteve marcado pela influência das ideologias em voga no século 
XIX, como o liberalismo de Alexis de Tocqueville e François Guizot. Também fora influenciada 
pelo nacionalismo e pelo racismo do darwinismo social e da “missão civilizadora” que “justifi-
cou” a corrida imperialista.
Diante dos conflitos que levaram às unificações italiana e alemã, Coulanges e Mommsen 
buscaram encontrar as qualidades de seu povo com a fundação das grandes histórias nacio-
nais. Michelet, por seu turno, contribuiu igualmente para a definição da nação francesa contra 
a ditadura dos Bonaparte, em sua “História da Revolução Francesa” (1847-1853). A partir da 
Terceira República Francesa (1870 e 1940), o ensino da História foi utilizado como instrumento 
de propaganda para formação dos cidadãos.
Portanto, é no século XIX que ocorrem as mudanças mais significativas, pelo menos até 
então, na maneira de conceber a história e escrevê-la. Aliás, tenho que destacar que as bancas 
focam suas questões sobre historiografia a partir da elevação da História à categoria de ciência 
acadêmica no século XIX, o que ganha maior notoriedade com o alemão Leopold Von Ranke. 
Adepto das análises e das racionalizações do positivismo de Auguste Comte (fundador da so-
ciologia), seu lema era “escrever a História tal como foi”. Criticou a chamada Filosofia da histó-
ria, particularmente a praticada por Hegel, afirmando que a mesma ignorava o papel do agente 
humano na história. Contudo, a metodologia de história encabeçada por Ranke sofre críticas por 
negar a reflexão sobre as fontes. Apesar de desenvolver uma sistematização racional e necessá-
ria das fontes, se limitava às suas descrições, sem que houvesse uma discussão sobre questões 
econômicas, políticas e/ou sociais do contexto em que estas fontes foram produzidas.
Por tal constatação, o historiador e cofundador da Escola dos Annales, Fernand Braudel, 
considerou as ideias de Ranke ingênuas, tediosas e ultrapassadas.
Outro nome importante e que é muito cobrado nas provas de concursos é o de Karl Marx. O 
filósofo alemão baseou sua explicação histórica para as relações sociais em pilares economi-
cistas. Para explicar o impacto da economia na vida social, Marx utiliza-se de ferramentas como 
o materialismo histórico dialético. Esse método é caracterizado pelo movimento do pensamen-
to através da materialidade histórica da vida dos homens em sociedade, isto é, trata-se de des-
cobrir (pelo movimento do pensamento) as leis fundamentais que definem a forma organizativa 
dos homens durante a história da humanidade. A essas formas de organização, relacionadas à 
maneira como o homem modifica o ambiente através do trabalho no tempo e no espaço para 
sua sobrevivência, Marx chamou de modos-de-produção: comunal, asiático (servidão coletiva), 
escravista, feudal,capitalista. Ainda, propôs que os operários tomem os meios-de-produção 
(ferramentas, fábricas, matéria prima…) e implantem uma ditadura do proletariado, num modo-
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-de-produção que chamou de socialismo. O último dos modos-de-produção seria o comunismo, 
no qual, grosso modo, acabariam as lutas de classes e o estado seria extinto.
Nos princípios do século XX, a história já havia adquirido uma dimensão científica in-
contestável. Nesse sentido, os destaques para o início do século XX foram o positivismo e 
o ensaísmo.
Instalado no mundo acadêmico, erudito, a disciplina foi influenciada por uma versão do 
positivismo de Auguste Comte. Pretendendo a objetividade, a escrita da história positivista foi 
limitada a seu objeto: o fato ou evento isolado. Tampouco se ocupou de estabelecer relações 
de causalidade, substituindo por retórica o discurso que se pretendia científico.
Simultaneamente, e em contraste, desenvolveram-se disciplinas similares, que tenderam à 
generalização, como a história cultural e a história das ideias, com Johan Huizinga (“O Outono 
da Idade Média”) ou Paul Hazard (“A crise da consciência europeia”) entre os seus iniciadores. 
Ensaístas como Oswald Spengler (“O Declínio do Ocidente”) e Arnold J. Toynbee (“Um Estudo 
da História”) publicam reflexões sobre o próprio conceito de civilização que, juntamente com a 
“Revolta das Massas” ou “España invertebrada”, de José Ortega y Gasset, tiveram grande divul-
gação como um reflexo do pessimismo intelectual do período entreguerras. Mais próximo ao 
método do historiador, e não menos profundo, é o trabalho de seus contemporâneos, o belga 
Henri Pirenne (“Mohammed e Charlemagne”, em português, “Maomé e Carlos Magno”), ou o 
australiano Vere Gordon Childe (pai do conceito “Revolução Neolítica”).
Entretanto, a grande transformação na história dos eventos vem de contribuições externas: 
Por um lado, o materialismo histórico de inspiração marxista, que introduz a economia nas 
preocupações do historiador. Por outro lado, a perturbação provocada na historiografia pelo 
desenrolar dos eventos políticos, técnicos, econômicos ou sociais vividos pelo mundo no pri-
meiro terço do século XX, em especial, as duas guerras mundiais.
Com certeza, uma das temáticas mais cobradas nos concursos para professores de histó-
ria, a Escola dos Annales formou-se em torno da revista “Annales d’histoiren économique et so-
ciale”, fundada por Lucien Febvre e Marc Bloch em 15 de janeiro de 1929 e editado pela Librai-
rie Armand Colin em Paris. Essa revista trimestral aparece com uma proposta mais abrangente 
tanto temporariamente quanto aos novos objetos de estudo e novas abordagens. Portanto, 
buscaram uma nova metodologia que se enveredasse nas interdisciplinaridades para passar 
de discursos teóricos para a prática, como uma maneira de redescobrir o homem. Alargou o 
âmbito da disciplina, solicitando a confluência das outras ciências, em particular a da Socio-
logia, e, de maneira mais geral, transforma a história, ampliando o seu objeto para além do 
evento e inscrevendo-o na longa duração (“longue durée”). Cabe ainda lembrar da influência 
da psicologia, uma ciência que chamava a atenção dentre historiadores do início do século e 
a luta contra o que Febvre chamava de a história “Historicisante”, ou seja, a história política, 
diplomática e militar feita até então.
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No ano em que a revista foi lançada, a situação europeia não era das melhores, pois havia 
uma grave crise econômica e política, como reflexo do fim da Primeira Guerra Mundial. Após o 
hiato da Segunda Guerra Mundial, Fernand Braudel continuou a editar a revista e recorreu, pela 
primeira vez, à geografia, à economia e à sociologia para desenvolver a sua tese de “economia-
-mundo” (o exemplo clássico é “O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico na época de Filipe II”).
O papel do testemunho histórico muda com a Escola dos Annales: permanece no centro das 
preocupações do historiador, mas já não é o objeto, senão o que se considera como um útil para 
construir a história e que pode ser obtido em qualquer domínio do conhecimento. Uma conste-
lação de autores mais ou menos próximos à “Annales” participa dessa renovação metodológi-
ca, que preenche as décadas centrais do século XX (Georges Lefebvre, Ernest Labrousse).
A visão da Idade Média mudou completamente após uma releitura crítica das fontes, que 
têm a sua melhor parte justamente no que não mencionam (Georges Duby). Privilegiando a 
longa duração ao tempo curto da história dos eventos, muitos historiadores propõem repen-
sar o campo da história a partir dos “Annales”, entre eles Emmanuel Le Roy Ladurie ou Pier-
re Goubert.
006. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO DE HISTÓRIA/2018) O grande medievalis-
ta francês Marc Bloch, autor do clássico Apologia da História ou o ofício do historiador, inau-
gurou a concepção de “história como problema”, em oposição a uma historiografia positivista 
que se apoiava em fatos, datas, grandes nomes e heróis. Com Lucien Febvre, ele foi um dos 
criadores da moderna historiografia conhecida como Escola dos Anais (Annales).
Relativamente às transformações pelas quais passou a produção e a escrita do conhecimento 
histórico a partir das primeiras décadas do século XX, julgue o item seguinte.
Eis uma síntese da historiografia contemporânea surgida com os Anais: novos objetos, novos pro-
blemas e novas abordagens, reconfigurando a maneira de se produzir o conhecimento histórico.
Querido(a), a Escola dos Annales rompeu com a pretensão positivista de limitar a escrita da 
história ao relato de fatos. Dessa maneira, abriu-se um leque de possibilidade de investigações 
como descreve a afirmativa.
Certo.
Já a “Nova História” é a denominação, popularizada por Pierre Nora e Jacques Le Goff 
(“Fazer a História”, 1973), que designa a corrente historiográfica que anima a terceira geração 
dos “Annales”. A nova história trata de estabelecer uma história serial das mentalidades, ou 
seja, das representações coletivas e das estruturas mentais das sociedades.
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Outros historiadores franceses, alheios aos “Annales”, que também se destacaram na nova 
história são Philippe Ariès, Jean Delumeau e Michel Foucault. Este último, nas fronteiras da 
filosofia, descreve a história dos temas da vida quotidiana, como a morte, o medo e a sexuali-
dade. Os integrantes da Nova História pretendem que a história escreva sobre todos os temas, 
e que todas as perguntas sejam respondidas.
A história das mentalidades apresentou, como principais precursores, dois grandes histo-
riadores ligados à escola dos Annales: Marc Bloch e Lucien Febvre. O primeiro publicou, em 
1922, Os Reis Taumaturgos, uma obra comparativa que examinava a relação entre a crença no 
poder curativo dos reis e a autoridade das grandes dinastiasfrancesas e inglesas. Lucien Feb-
vre, por seu turno, publicou O Problema do Ateísmo no Século XVI: a religião de Rabelais, obra 
na qual já defendia a tese da História como estudo interdisciplinar.
A história das mentalidades é uma modalidade historiográfica que privilegia os modos de 
pensar e de sentir dos indivíduos de uma mesma época. Segundo Michel Vovelle, é o estudo 
das mediações e da relação dialética entre, de um lado, as condições objetivas da vida dos 
homens e, de outro, a maneira como eles a narram e mesmo como a vivem. Por outro lado, 
segundo Robert Mandrou, a história das mentalidades é uma história centrada nas visões de 
mundo. Já para Roger Chartier, a história das mentalidades é uma história do sistema de cren-
ças, de valores e de representações próprios a uma época ou grupo.
As definições da história das mentalidades ajustavam-se à necessidade de explicar o que 
de mais fundo persiste e dá sentido à vida material das sociedades, qual seja, as ideias que 
os indivíduos formam das suas condições de existência que comandam de forma imperativa 
a organização e o destino dos grupos humanos. Nesses termos, perguntava Lucien Febvre, 
haveria uma “mentalidade coletiva”? Existiriam modos de sentir e de pensar que fossem co-
muns a Cristovão Colombo e ao mais humilde marinheiro de suas caravelas? Esta pergunta 
foi retomada a partir dos anos 1960 e começou a se formar mais claramente como uma nova 
orientação da pesquisa histórica a partir de autores como Philippe Ariés, Robert Mandrou e 
Michel Vovelle.
Ainda, a história das mentalidades associou-se também ao conceito de “longa duração” ou 
“tempo longo”, característico da escola dos Annales. Tal como o compreendia Fernand Brau-
del, as mentalidades constituiriam um padrão de pensamento ou de sensibilidade que mudaria 
muito lentamente, vindo a formar uma estrutura de longa duração. Objetos típicos da história 
das mentalidades seriam as sensibilidades do Homem diante da morte (Philippe Ariès, Michel 
Vovelle), a história dos grandes medos dos seres humanos nos diversos períodos (Jean Delu-
meau), da feitiçaria (Robert Mandrou) e tantas outras que, à época em que começa a aflorar a 
História das mentalidades, pareciam constituir temáticas exóticas para os historiadores que 
se dedicavam a temas historiográficos mais tradicionais.
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ta francês Marc Bloch, autor do clássico Apologia da História ou o ofício do historiador, inau-
gurou a concepção de “história como problema”, em oposição a uma historiografia positivista 
que se apoiava em fatos, datas, grandes nomes e heróis. Com Lucien Febvre, ele foi um dos 
criadores da moderna historiografia conhecida como Escola dos Anais (Annales).
Relativamente às transformações pelas quais passou a produção e a escrita do conhecimento 
histórico a partir das primeiras décadas do século XX, julgue o item seguinte.
Uma característica marcante da nova história, na esteira das inovações trazidas pela Escola dos 
Anais, foi o radical afastamento da história em relação às demais ciências humanas e sociais.
Querido(a), uma das características mais marcantes da nova história é a interdisciplinaridade.
Errado.
De uma orientação completamente oposta à nova história (a da direita católica), Roland 
Mousnier realizou uma contribuição decisiva para a História Social do Antigo Regime, negando 
a existência de luta de classes em benefício do que descreve como uma sociedade de ordens 
e relações clientelistas.
A partir de meados da década de 1980, ainda na França, muitas das temáticas antes abor-
dadas pela história das mentalidades começaram a ser abordadas pela história cultural. Aliás, 
história cultural frequentemente combina as abordagens da antropologia e da história para 
olhar para as tradições da cultura popular e interpretações culturais da experiência histórica e 
humana. Pretende decifrar a realidade do passado por meio das suas representações, tentan-
do chegar àquelas formas, discursivas e imagéticas, pelas quais os homens expressam a si 
próprios e o mundo.
Ainda na França, houve um renascimento da história política com René Rémond, a partir 
dos anos de 1970, que foi um historiador especialista em economia política. Publicou diversas 
obras de história, em especial sobre a História Contemporânea, foi secretário-geral da Juven-
tude Estudantil Católica francesa em 1943, e, desde 1981, é presidente da Fundação Nacional 
das Ciências Políticas.
Outro polo de desenvolvimento historiográfico são os Estados Unidos. Nesse sentido, os 
historiadores norte-americanos foram prodigiosos na experimentação de novas abordagens 
metodológicas. Veja:
• O quantitativismo da cliometria ou “new economic history” (“nova história económica”) 
dos estadunidenses de Robert Fogel e Douglass North, laureados com o Prêmio Nobel 
de Economia de 1993.
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• Os estudos de caso (a partir da década de 1970). Um estudo de caso é um método par-
ticular de investigação qualitativa. Em vez de utilizar grandes bases de dados e rígidos 
protocolos para examinar um número limitado de variáveis, este método envolve um 
corte longitudinal de um caso: um único fato. A história, assim, se aproximou do método 
experimental.
• A chamada “World History” (desde a década de 1980), que compara as diferenças e se-
melhanças entre regiões do mundo e chega a novos conceitos para descrevê-las. Arnold 
J. Toynbee é o grande precursor dessa metodologia.
Também merece destaque o papel dos Estados Unidos como anfitrião dos intelectuais eu-
ropeus antes e depois da Segunda Guerra Mundial, como foi o caso de Mircea Eliade, o maior 
renovador da história das religiões ou história das crenças (“O sagrado e o profano”, “O mito do 
eterno retorno”).
Já na Inglaterra, a história marxista influenciou e recebeu contribuições de autores como 
E. P. Thompson, Eric Hobsbawm, Perry Anderson, Maurice Dobb, Christopher Hill, Rodney Hil-
ton, Paul Sweezy, John Merrington, entre outros.
Fundado em 1952, a Past & Present é amplamente reconhecida como a principal publica-
ção histórica do mundo de língua inglesa. Portanto, tem status comparável à “Revue des An-
nales”. A tendência marxista na historiografia inglesa deve ser entendida a partir do contexto 
da Segunda Guerra Mundial, em que surgiu o Grupo de Historiadores do Partido Comunista da 
Grã-Bretanha
Eric Hobsbawm é um dos historiadores ingleses mais estudados e cobrados em concur-
sos, sejam eles para professores de história, seja para outras carreiras do serviço público ou 
mesmo no ENEM. Entre sua vasta obra, destacamos aqui “As Eras”: A era das revoluções, A era 
do Capital, A era dos impérios e A era dos extremos – o breve século XX.
008. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO DE HISTÓRIA/2018) O grande medievalis-
ta francês Marc Bloch, autor do clássico Apologia da História ou o ofício do historiador, inau-
gurou a concepção de “história como problema”, em oposição a uma historiografia positivista 
que se apoiava em fatos, datas, grandes nomes e heróis. Com Lucien Febvre, ele foi um dos 
criadores da moderna historiografia conhecida como Escola dos Anais (Annales).
Relativamente às transformações pelasquais passou a produção e a escrita do conhecimento 
histórico a partir das primeiras décadas do século XX, julgue o item seguinte.
O historiador britânico Eric Hobsbawm, que encontrou no materialismo histórico o suporte 
teórico‐metodológico para a elaboração de sua obra, notabilizou‐se pela publicação de livros 
referenciais para a compreensão da contemporaneidade (séculos XIX e XX).
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Eric Hobsbawn, com suas “eras”, retrata a ascensão da burguesia ao poder, o avanço do ca-
pitalismo, a formação dos impérios industriais europeus no século XIX e os extremos que se 
desenrolaram no século XX. São livros referenciais para explicar o mundo contemporâneo.
Certo.
A partir do fim do século XX, na Itália, um grupo de historiadores desenvolveu a revista 
“Quaderni Storici”. Nela, historiadores como Giovanni Levi e Carlo Ginzburg criaram uma ex-
tensão inovadora da história social, a que denominaram Micro-história.
Na Espanha, a disponibilidade de matéria-prima documental nos arquivos espanhóis atraiu 
profissionais formados nas universidades europeias e estadunidenses, o possibilitou a renova-
ção da metodologia e as perspectivas dos historiadores espanhóis. Veja:
• Hispanismo francês. Maurice Legendre foi um dos iniciadores do através da “Casa de 
Velazquez”, seguido por uma lista impressionante: Marcel Bataillon, Pierre Vilar, Bartolo-
mé Bennassar, Georges Demerson, Joseph Pérez, Jean Sarrailh.
• Hispanismo anglo-saxão: Gerald Brenan, Hugh Thomas, John Elliott, John Lynch, Henry 
Kamen, Ian Gibson, Paul Preston, Gabriel Jackson, Stanley G. Payne, Raymond Carr, Ge-
offrey Parker, Edward Malefakis e outros.
Com o advento da Guerra Civil Espanhola, contudo, as universidades espanholas viram-se 
esvaziadas pelo exílio interno e externo. Na metade do século XX, espalhados pelo mundo, 
figuraram: Ramón Menéndez Pidal, Américo Castro, Claudio Sánchez Albornoz, Julio Caro Ba-
roja José Antonio Maravall, Jaume Vicens Vives, Antonio Domínguez Ortiz, Luis García de Val-
deavellano, Ramon Carande y Thovar…
Alguns historiadores espanhóis retornaram do exílio que lhes fora imposto pela Guerra 
Civil Espanhola. É o caso de Manuel Tuñón de Lara, preocupado com a reflexão metodológica 
acerca do materialismo histórico, uma vez que adotou uma postura militante na política contra 
a ditadura de Francisco Franco. Outros nomes importantes da historiografia espanhola: Luis 
Suárez Fernández, Ricardo de la Cierva, Gonzalo Anes, Julio Aróstegui, Miguel Artola, Ángel 
Bahamonde, Bartolomé Clavero, Manuel Espadas Burgos, Manuel Fernández Álvarez Emiliano 
Fernández de Pinedo, Josep Fontana, Jordi Nadal, Gabriel Tortella, Javier Tusell, Julio Valdeón, 
Francisco Tomás y Valiente, Alfonso García-Gallo, Emilio García Gómez, Guillermo Céspedes 
del Castillo, Antonio García y Bellido, Antonio Blanco Freijeiro, Pedro Bosch Gimpera, Luis Pe-
ricot, Juan Maluquer, Emiliano Aguirre, Juan Luis Arsuaga, Eudald Carbonell e José María Ber-
múdez de Castro.
Ainda, mais recentemente, existe um escrever a história chamado de “história excêntrica”, 
aquela escrita fora do “consenso” ou campo central do trabalho dos historiadores “oficiais”. 
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Esse tipo de escrita é chamada de revisionismo histórico, em paralelo com o negacionismo 
do Holocausto ou a afirmação de que os eventos que culminaram no regime militar no Brasil 
de 1934 a 1985 não constituíram um golpe ou que o regime instituído não fora uma ditadura. 
Ultrapassar a fronteira da história excêntrica é ingressar na fraude histórica. Essa utilização 
da historiografia para falsear a história é tão antiga como a própria disciplina, mas, no século 
XX, ocorre um aumento da capacidade de o Estado e os meios de comunicação alcançarem 
as massas. Isso permitiu, por exemplo, aos regimes totalitários, jogar com a capacidade de 
mudar a história, não só em direção ao futuro, mas para o passado.
Atualmente, a historiografia é foco de estudo, enfocando na visão ideológica dos historia-
dores e nas metodologias de sua construção: historiografia marxista, historiografia conserva-
dora, historiografia brasileira, historiografia francesa, história oral.
009. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO DE HISTÓRIA/2018) O grande medievalis-
ta francês Marc Bloch, autor do clássico Apologia da História ou o ofício do historiador, inau-
gurou a concepção de “história como problema”, em oposição a uma historiografia positivista 
que se apoiava em fatos, datas, grandes nomes e heróis. Com Lucien Febvre, ele foi um dos 
criadores da moderna historiografia conhecida como Escola dos Anais (Annales).
Relativamente às transformações pelas quais passou a produção e a escrita do conhecimento 
histórico a partir das primeiras décadas do século XX, julgue o item seguinte.
A história oral é uma modalidade de escrita da história utilizada com relativa frequência nos 
dias de hoje, notadamente na história política, seguindo técnicas específicas que se agregam 
ao método histórico já consagrado.
A história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas 
com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, mo-
dos de vida ou outros aspectos da história contemporânea.
Certo.
2.2. História E tEMporalidadE
Pode-se dizer que a discussão acerca da temporalidade na história foi ampliada com mais 
ênfase a partir dos estudos da Escola dos Annales, revelando que a História não é apenas o 
que se conta ou se destaca. A história passou a ser entendida como algo mutável no decorrer 
do tempo, dependendo de cada material e da memória social que existe no momento de sua 
escrita. Nesses termos, a noção de “tempo longo” e “tempo curto” permitem recortes que ultra-
passam o fato em si, valorizando seus efeitos na memória.
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Se o passado é o objeto da história, mais especificamente o fato no passado, a temporali-
dade é a percepção da passagem do tempo, permitindo a reconfiguração destes fatos. Tudo o 
que acontece é um fato e são os fatos que produzem a história. Assim, vai depender da impor-
tância deste ou daquele fato para saber se irá ficar registrado por muito tempo ou não.
Ao pensarmos em História, temos que pensar também nos fenômenos sociais e em que 
tempo eles se tornaram relevantes. Assim, o historiador depende do tempo presente para a 
definição da importância ou não de determinado processo histórico.
O tempo não é um assunto apenas abordado pela história. É objeto também de reflexões 
no campo da física, geografia, psicologia, dentre outras áreas do conhecimento.
Em história, que é o que nos interessa, pode-se dizer que tempo é a perspectiva de tempo-
ralidade que caracteriza o que denominamos de conhecimento histórico. São vários os histo-
riadores que reiteram esta assertiva. Le Goff e Pierre Nora vão nos dizer que a História“é um 
sistema de explicação das sociedades pelo tempo”. Marc Bloch afirma que a “história é a ciência 
do homem no tempo ou o estudo das mudanças nas durações”. Braudel enfatiza a necessidade 
de entrecruzar as durações e os ritmos da história (do tempo, do acontecimento, da conjuntura 
e estrutura) para compreendermos a complexidade dos movimentos de continuidade e ruptu-
ras na história.
Trabalhar o tempo enquanto noção básica para a aprendizagem histórica é provocar o alu-
no para que estabeleça relações cognitivas entre a forma como pensa e vive, compreendendo 
historicamente este pensar e viver. Contudo, para que esta aprendizagem possa se constituir, 
é imprescindível trabalhar com o aluno na perspectiva de levá-lo a uma atitude de abstração 
do conceito de temporalidade. Isso lhe permitirá identificar seu pensar e questionar-se por que 
pensa de determinada forma, comparando-a com o pensar de outras sociedades no tempo e 
no espaço.
A temporalidade, como produção humana, é uma ferramenta da história, mais visível como 
referência expressa em calendários e cronologias, demarcando os anos e séculos, situando 
acontecimentos, ajudando a organizar as narrativas históricas para facilitar o entendimento da 
passagem do homem pelo tempo. Desse modo, dependendo da escola ou corrente teórica, a 
percepção das temporalidades interfere diretamente na concepção de história.
O tempo, portanto, é a categoria principal com a qual o historiador trabalha porque este só 
pode construir conhecimentos sobre o passado, a História, descolando-se do presente. Faz-se 
necessário formular indagações no presente e embrenhar-se no passado em busca de respos-
tas. No entanto, o historiador, para não se perder na imensidão do passado, define um recorte 
temporal para analisar.
O recorte sempre será necessário porque nenhum historiador consegue abarcar e, assim, 
recuperar a totalidade dos acontecimentos passados. Ademais, o ‘conteúdo’ desses aconteci-
mentos é praticamente ilimitado.
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Podemos concluir que entre os historiadores não pairam dúvidas quanto à importância que 
a categoria tempo tem em seu ofício. Quando deslocamos nossas análises para o contexto 
escolar, deparamo-nos com algumas peculiaridades. Nos manuais de livros didáticos para pro-
fessores identifica-se, frequentemente, a intenção dos autores em apresentar para o professor 
a importância que a categoria tempo tem para o conhecimento histórico.
Numa concepção cíclica, não existe apenas um início para a história, mas vários, com fatos 
que se sucedem e se repetem ou que impõe rupturas. Desse modo, o conceito de ciclo foi, pelo 
menos parcialmente, utilizado para o tratamento das temporalidades pela história econômica 
no início do século XX. Assim, a temporalidade linear e a cíclica constituíram um antagonismo 
que demonstrou a dificuldade teórica em definir as fronteiras da história, já que o próprio con-
ceito de tempo, seja físico, social ou histórico, forma um conjunto único, inseparável, que exige 
uma visão do conhecimento totalizante.
Isto posto, a temporalidade é mais que uma produção humana, é uma ferramenta da histó-
ria. O tempo, contextualizado pelos historiadores, torna-se temporalidade em narrativas linea-
res ou cíclicas, com dinâmicas determinadas pela corrente teórica adotada no processo.
Para cada civilização e cultura, há uma noção de tempo, cíclico ou linear, “presentificado” ou 
projetado para o futuro, estático ou dinâmico, lento ou acelerado, forma de apreensão do real e 
do relacionamento do indivíduo com o conjunto de seus semelhantes, ponto de partida para a 
compreensão da relação Homem – Natureza e Homem – Sociedade na perspectiva ocidental.
Avaliar a noção de tempo histórico que se adota em uma pesquisa é fundamental para o 
bom exercício da pesquisa histórica, seja ela na academia ou em sala de aula. É necessário de-
finir previamente, em razão do método adotado, qual é a noção de tempo que se utilizará na pes-
quisa histórica. Nesse sentido, é importante tratarmos de dois conceitos, quais sejam: sincronia 
e diacronia. Por sincronia, em história, entende-se o conjunto dos fatos considerados como 
formando um sistema, num momento dado de uma evolução, sendo a diacronia, por seu turno, 
considerada como a sucessão de sincronias. Por sincronia, entende-se ainda, em termos tem-
porais, uma simultaneidade de acontecimentos e de fatos que aconteceram ao mesmo tempo.
Quando trabalhamos com a sucessão dos acontecimentos, entramos no universo das cro-
nologias e dos processos que definem a forma diacrônica. Nesse caso, a palavra é a lineari-
dade e a sucessão dos acontecimentos. Isso pode ser observado na organização dos índices 
dos livros didáticos de História, em que os séculos ou as décadas e os anos são apresentados 
numa sucessão linear (diacrônica).
Entretanto, quando precisamos sincronizar os acontecimentos, quando comparamos épo-
cas ou avaliamos as práticas culturais, sem colocar em primeiro plano os aspectos da crono-
logia ou da evolução delas, tendemos a adotar a noção sincrônica do tempo histórico. Nesse 
caso, o que importa é a sincronia das diferentes épocas ou práticas sociais, sem levar em conta 
a evolução ou a sucessão. Estuda-se a vida privada, por exemplo, em diferentes épocas sem pre-
ocupação com a linearidade do tempo. A comparação é, portanto, o fundamento da sincronia.
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Todas estas transformações marcaram as relações dos homens com o passado, e atuam 
em seu presente tanto em seus atos como nas formas de percepção do passado: do mito à 
História, do tempo cíclico ao linear progressivo, do tempo teleológico (relaciona um aconteci-
mento com seu efeito final) ao devir, da causalidade primária sequencial cronológica às tempo-
ralidades braudelianas (longa duração); da passagem do tempo da natureza ao tempo social, 
do tempo do trabalho natural ao tempo do trabalho industrial.
Exercitar-se nessas escolhas de pensar sobre a noção de tempo histórico que se está operan-
do é importante para a prática profissional e para os bons resultados da pesquisa. Ao trabalhar 
com o tempo passado, o historiador precisar enfrentar essa reflexão. Sobretudo, porque o tempo 
histórico é uma construção social, uma abstração indispensável, mas de difícil entendimento.
Qualquer que seja a temporalidade escolhida pelo historiador, ela passa a integrar o objeto 
de estudo desde a seleção do tema, na escolha das fontes (escritas, iconográficas, objetos 
tridimensionais), no viés analítico do campo e no conceitual teórico selecionado.
A temporalidade escolhida fica interiorizada no objeto e os marcos de periodização, datas 
iniciais e finais do estudo, são apenas recortes temporais, que devem guardar coerência inter-
na, e não elementos de explicação causal. Assim, o século XX pode ser longo ou curto, depen-
dendo dos critérios do autor e dos elementos selecionados para dar significação e conteúdo 
ao que pretende estudar.
010. (AOCP/IBC/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL/2013) Sobre o ensino e a apren-
dizagem de História, assinale a alternativa INCORRETA.
a) Envolvem uma distinção básica entre o saber histórico, como um campo de pesquisa e pro-
dução de conhecimento do domínio de especialistas, e o