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Entrevista Dr. Thiago Viegas (Psiquiatra) e Psicóloga Ana Carolina Simões do Instituto Federal na Paraíba esclarecem dúvidas da comunidade sobre a prevenção ao suicídio. Publicado: 01/09/2021 Modificado: 05/11/2021. Resposta: O suicídio é pouco abordado especialmente pelo estigma que se relacionado a ele, o que desperta vergonha e medo em discorrer sobre o tema. Assim, é imperativo esclarecermos essa realidade à população, haja vista o suicídio ser um problema de saúde pública. No contexto educacional, acredito que a informação seja o principal mecanismo de controle do preconceito acerca do suicídio e dos transtornos mentais. A informação é capaz de deixar a pessoa menos resistente a buscar ajuda, reduzindo as chances da consumação do suicídio. Pergunta: 1.O tema do suicídio é pouco abordado. Isso torna um pouco mais difícil de falar sobre ele. Que tipo de abordagens você considera mais adequadas considerando o nosso contexto educacional? 2. É possível falar em algum tipo de prevenção ao suicídio dentro do âmbito escolar? A prevenção ao suicídio pode começar com o debate sobre o tema nas escolas. Muitas vezes, a criança e o adolescente não dispõem de um canal de comunicação saudável em casa ou não se sentem confortáveis em falar sobre o assunto com os familiares, de modo que a escola pode ser o primeiro ambiente de acolhimento desses indivíduos. E não podemos esquecer que a faixa etária dos adolescentes, em conjunto à dos idosos, é das que mais tenta o suicídio. 3.Existem sinais que uma pessoa costuma apresentar que podem indicar a presença de ideias suicidas? Ao perceber alguns desses sinais, como nós, enquanto profissionais da educação, podemos ajudar? Determinados sinais podem indicar que o aluno está em sofrimento emocional e, consequentemente, com pensamentos suicidas. Eu citaria, por exemplo, o retraimento social, a queda no desempenho escolar, faltas, perda de interesse nas atividades antes prazerosas (esportes, dança, música) ou problemas no comportamento (brigas, bullying). 4.Quais são os principais distúrbios relacionados à prática do suicídio? A imensa maioria dos suicídios está relacionada a transtornos mentais. Dentre eles, eu citaria a Depressão, que é a mais associada de todos, o Transtorno Bipolar, os transtornos relacionados ao álcool e outras substâncias, a Esquizofrenia e os transtornos de personalidade. Ficar atento a comentários do tipo “preciso acabar com a minha dor”, “desejo um final mais rápido para o meu sofrimento” e “não tenho mais esperança”. Ao se observar algum desses sinais, o profissional de educação deve acolher o aluno e encaminhá-lo ao atendimento de médicos, psiquiatras ou psicólogos ou até orientá-lo sobre o Centro de Valorização da Vida (CVV), que funciona via telefônica e 24h por dia (número 188). Se houver a descrição de um planejamento suicida, é indicado levar o aluno de imediato a um pronto-atendimento ou CAPS; caso o indivíduo tente o suicídio e esteja muito comprometido física ou mentalmente, liga-se para o SAMU (192). 5.De que forma a comunidade do IFPB (servidores e estudantes) pode agir para não cultivar esses sintomas e cuidar da saúde mental e como os profissionais da educação podem trabalhar na prevenção? image1.png image2.jpeg image3.jpeg