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Currículo do conteudista Rafael Barbosa do Nascimento é bacharel em Direito, bacharelando em Administração e especialista em Gestão Pública. No setor privado, é professor de Administração Pública em cursos de pós- graduação e instrutor do Instituto Americano de Desenvolvimento. No setor público, foi servidor do Governo do Distrito Federal, do Ministério da Justiça e, atualmente, é servidor do Ministério Público da União, órgão no qual ocupou os cargos de Secretário-Geral Adjunto, chefe da Assessoria Jurídica Administrativa e chefe da Assessoria Jurídica de Processos Oriundos de Estados Estrangeiros. Introdução O monitoramento e a avaliação de políticas públicas são processos essenciais que permitem aos governos, organizações e partes interessadas avaliar o desempenho e o impacto de suas iniciativas. Os critérios, indicadores e padrões são ferramentas que facilitam o monitoramento e a avaliação, fornecendo uma maneira objetiva e quantificável de medir o desempenho de uma política pública. Eles podem abranger uma variedade de fatores, desde medidas econômicas, como custo-benefício, até medidas sociais, como a redução da desigualdade. No entanto, para entender verdadeiramente o desempenho de uma política, é crucial compreender os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade. Ao longo de nossa discussão, vamos constatar que o monitoramento e a avaliação de políticas públicas, apoiados por critérios, indicadores e padrões claros e pelo entendimento dos conceitos de eficiência, eficácia e efetividade, são fundamentais para garantir um adequado processo de políticas públicas. Capítulo 1 - Monitoramento e avaliação de políticas públicas A avaliação de uma política pública é descrita por Dias e Matos (2012) como “uma área de pesquisa que tem por objetivo medir a utilidade e benefícios da intervenção pública através do emprego de um conjunto de técnicas utilizadas em diferentes campos das ciências sociais”. Para Secchi (2013), a avaliação é a fase do ciclo de políticas públicas em que o processo de implementação e o desempenho da política pública são examinados com o intuito de conhecer melhor o estado da política e o nível de redução do problema que a gerou. Um aspecto relevante sobre o tema, são as diversas classificações das avaliações de políticas públicas. Dias e Matos (2012) consideram os tipos sintetizados na tabela abaixo: Os referidos autores apresentaram um detalhamento das classificações, consoante a seguir transcrito: A. Avaliando a avaliação interna versus externa A avaliação pode ser realizada internamente pela equipe do programa ou pessoal para gerenciar e executar, ou externamente, por peritos externos contratados pela administração. Confrontada com a objetividade e independência da avaliação externa, a avaliação interna tem vantagens como a maior familiaridade com o programa e, portanto, uma melhor compreensão da sua gestão e mecanismos de implementação. Assim, a melhor coisa é a criação de equipes conjuntas de avaliação, compostas por pessoal de fora do programa e alguns com a responsabilidade pela sua gestão e na execução. B. Função Com base na função, há dois tipos de avaliação: a formativa e a somativa. A “avaliação formativa” visa fornecer informações para melhorar o objeto que está sendo avaliado, é um processo de aprendizagem, um instrumento para melhorar o conhecimento das partes envolvidas no programa. E a “avaliação somativa” é concebida como um processo de criação e obtenção de informações que serve para facilitar o processo de tomada de decisão e para julgar entre diferentes alternativas, fornecendo, assim, informações necessárias para decidir se um programa deve continuar, expandir ou, por outro lado, deve terminar. C. Dependendo do conteúdo da avaliação É possível distinguir três tipos de avaliações com base nos elementos do pro- grama a ser avaliado: • Avaliação conceitual ou design – seu objetivo é analisar a concepção do programa, isto é, sua racionalidade, coerência e consistência. A análise visa verificar a qualidade do diagnóstico socioeconômico realizado (avaliação das necessidades), observando a existência de objetivos claramente definidos e mensuráveis, analisar sua correspondência com os problemas e examinar o modelo lógico de intervenções destinadas, tanto internamente como para o programa em relação a outras políticas e programas. • Avaliação do processo de implementação e gestão do programa – trata-se de examinar a maneira na qual ele é gerido e executado, isto é, sua implementação. É medir a capacidade de um organismo em relação à concepção, à implementação, à monitorização e à avaliação de programas e avaliar o grau de envolvimento dos gestores com essas tarefas, a sua atitude, a formação, organização e pessoal e a adoção de recursos para realizá-las de forma otimizada. Por outro lado, a avaliação da gestão envolve o estudo da organização responsável pela gestão do programa e seus procedimentos e critérios internos de desempenho. Portanto, afeta todos os aspectos que influenciam a implementação das ações que levarão à execução física e financeira dos programas. D. Impactos e resultados da avaliação Trata-se de saber em que medida a política ou programa aplicado alcança os objetivos (quando é em relação aos objetivos) ou atinge o valor de parâmetros ou critérios definidos (quando a avaliação não é focada em objetivos) e custos dis- poníveis (em termos de tempo, recursos humanos, recursos materiais e monetários). No primeiro caso estamos lidando com uma avaliação da eficácia, enquanto que ao considerarmos os custos estamos falando de avaliação da eficiência. Eles são frequentemente realizados em escalas diferentes ou dois níveis: • Avaliação dos resultados – este nível refere-se a esses objetivos, diretos e imediatos, com o desempenho. A avaliação incide analisando os efeitos sobre os usuá- rios/beneficiários do programa (negócios, desempregados, grupos de “atenção especial” etc.). • Avaliação dos impactos – impacto refere-se ao efeito ou resultado mais geral do programa. É para analisar o efeito de agregação política macroeconômica ou espaço (crescimento do PIB, a distribuição de renda, estrutura produtiva, as taxas de desemprego e atividade etc.). Alguns autores igualam o nível dos resultados com efeitos sobre o objetivo da população definidos no programa de ação e o nível de impactos com esses efeitos sobre a população em geral. O avaliador deve deter- minar os efeitos de outro programa externo para determinar quais alterações de extensão são devidas à intervenção. E. De acordo com a perspectiva temporal O quarto critério refere-se ao tempo que levará para realizar a avaliação em relação à aplicação ou execução do programa. • Avaliação ex-ante – é executada antes de se executar o plano, política ou programa, sendo seu objetivo principal analisar sua adequação às necessidades que o motivam e suas chances de sucesso. Ou seja, garantir a priori que o programa, tal como concebido, atingiu os objetivos para que foi planejado. Mas, além da revisão conceitual, a avaliação/exame também se refere à funcionalidade de gestão e monitoramento de mecanismos, à coerência de cada uma das suas linhas de ação e sobre o impacto previsível do programa e sua eficiência, entendida como a relação custos-benefícios sociais e econômicos que podem ser obtidos através da sua aplicação. • Avaliação intermediária (intermedia ou de monitoramento) – é executada durante a implementação. É a análise crítica dos dados coletados sobre o programa como um todo e a medição daforma como os objetivos estão sendo alcançados, explicando as diferenças e estimando, antecipadamente, os resultados da intervenção. As avaliações intermediárias contemplam a validade da intervenção em curso, a pertinência dos objetivos considerados e qualidade do sistema de gestão e acompanhamento do programa. Seu objetivo principal é obter informações precisas e relevantes para habilitar as alterações necessárias na concepção ou execução do programa. Para isto, durante a execução, é essencial coletar dados que descrevam o comportamento do programa. Essa tarefa de coleta de informações é chamada de monitoramento. Assim, o acompanhamento é uma tarefa que exige esforços significativos de recolha de informação, física e financeira; informações pertinentes e necessárias, para avaliar, uma vez concluído o programa ou durante sua implementação, o impacto, a eficiência e a eficácia e cada uma de suas atuações. • Avaliação ex -post – é realizada ao término do programa. Permite avaliar o sucesso do programa, o sucesso da estratégia concebida no mesmo, seu grau de flexibilidade e capacidade de adaptação a uma realidade sempre em mutação, a sua eficácia e a eficiência e a adequação dos mecanismos de gestão e acompanhamento. De modo geral, a avaliação de políticas públicas refere-se ao processo sistemático de análise e mensuração dos benefícios e impactos de uma intervenção pública, por meio de um conjunto de técnicas com o objetivo de examinar a implementação e o desempenho de uma política pública. Esse processo busca entender melhor o estado da política, a utilidade da intervenção e o nível de redução do problema que motivou a criação da política. 1.1. Critérios, indicadores e padrões Para a realização do monitoramento e avaliação de uma política pública, mostra-se de extrema relevância a definição de critérios, indicadores e padrões, analisados a seguir: 1.1.1. Critérios Conforme Secchi (2013), os critérios são mecanismos lógicos que servem como base para escolhas ou julgamentos, sendo fundamentados no entendimento valorativo da realidade. Fornecem ao avaliador parâmetros para julgar se uma política pública funcionou, ou não. ● Economicidade: Nível de utilização dos recursos. ● Produtividade: Nível de saídas de um processo produtivo. ● Eficiência econômica: Relação entre saídas e entradas. ● Eficiência administrativa: Grau de cumprimento das prescrições e métodos estabelecidos. ● Eficácia: Nível de alcance dos objetivos estabelecidos. ● Equidade: Homogeneidade de distribuição de benefícios entre os destinatários da política pública. Vamos considerar uma política pública hipotética que visa melhorar a qualidade do transporte público no Distrito Federal através da implementação de novas linhas de ônibus e treinamento de motoristas. Economicidade: Aqui, avaliamos o nível de utilização dos recursos. Por exemplo, se os novos ônibus operam em sua capacidade máxima, viajando todas as rotas planejadas e acomodando todos os passageiros, eles têm alta economicidade. Se, por outro lado, os ônibus só operam metade das vezes planejadas e muitos assentos ficam vazios, a política pode ter baixa economicidade. Produtividade: Este é o nível de saídas do processo produtivo. No nosso exemplo, poderíamos medir a produtividade pelo número de passageiros transportados ou pelo número de viagens realizadas pelos ônibus. Eficiência econômica: Esta é a relação entre as saídas e as entradas. Aqui, comparamos o número de passageiros transportados (saídas) com o custo de operação dos novos ônibus e treinamento dos motoristas (entradas). Uma alta eficiência econômica significaria que muitos passageiros são transportados por um custo relativamente baixo. Eficiência administrativa: Este critério avalia o grau de cumprimento das prescrições, métodos e normas estabelecidas. No caso dos novos ônibus, isso poderia envolver se os ônibus estão seguindo as rotas planejadas, se os motoristas estão aderindo às técnicas de direção aprendidas no treinamento, e crucialmente, se estão cumprindo todas as normas e regulamentos de segurança e operação de transporte público. Uma alta eficiência administrativa significaria que as operações do transporte público estão em conformidade com as expectativas e as regras estabelecidas. Eficácia: Este é o nível de alcance dos objetivos estabelecidos. Se o objetivo era melhorar a qualidade do transporte público em 20% e a política alcança ou supera essa meta (por exemplo, através de pesquisas de satisfação do cliente), então é eficaz. Se, no entanto, a política não atinge a meta, sua eficácia seria baixa. Equidade: Esta se refere à homogeneidade de distribuição de benefícios entre os destinatários da política pública. No caso dos novos ônibus, a política seria considerada equitativa se todas as áreas do Distrito Federal tivessem acesso igual ao transporte público e se todos os cidadãos, independentemente de seu gênero, etnia ou condição socioeconômica, tivessem a mesma oportunidade de usar seus serviços e benefícios. 1.1.2. Indicadores Indicadores são medidas quantitativas ou qualitativas que fornecem uma maneira simples e confiável de medir conquistas, refletir as mudanças conectadas a uma intervenção ou ajudar a avaliar o desempenho de uma organização ou sistema. Eles são frequentemente usados para acompanhar o progresso na implementação de um programa ou políticas, ou para medir o desempenho de uma entidade em relação a um objetivo específico. Para Secchi (2013), os indicadores podem ser criados para medir input, output e outcomes. ● Indicadores de Input: relacionam-se aos gastos financeiros, recursos humanos e materiais utilizados, entre outros. ● Indicadores de output: relacionam-se à produtividade de serviços ou produtos. ● Indicadores de outcome: relacionam-se aos efeitos da política pública sobre seus destinatários, com a consequente mitigação ou redução do problema. Usando o exemplo anterior da política de transporte público no Distrito Federal, podemos definir os seguintes indicadores: Indicadores de Input (entrada): Estes se relacionam com os recursos utilizados para implementar a política. Neste caso, poderíamos medir o valor gasto na compra de novos ônibus, o número de horas de treinamento dos motoristas, a quantidade de combustível usado, o custo de manutenção dos veículos, entre outros. Indicadores de Output (saída): Estes se relacionam com a produtividade dos serviços ou produtos. No exemplo do transporte público, poderíamos considerar o número de viagens feitas pelos ônibus por dia, o número de passageiros transportados, a quantidade de rotas atendidas, ou o tempo médio de viagem. Indicadores de Outcome (resultado): Estes se relacionam com os efeitos da política pública sobre seus destinatários. No nosso exemplo, os indicadores de outcome poderiam incluir a satisfação dos usuários do transporte público (medida através de pesquisas), a redução do tempo de viagem médio, a diminuição da quantidade de pessoas que reclamam da qualidade do transporte público, ou a redução do número de acidentes envolvendo ônibus. 1.1.3. Padrões Os padrões constituem uma referência comparativa para os indicadores, podendo ser classificados em três tipos básicos segundo Secchi (2013): ● Padrões absolutos: metas qualitativas ou quantitativas estabelecidas anteriormente à implementação da política pública. ● Padrões históricos: valores ou descrições já alcançados no passado e que facilitam a comparação por períodos (meses, anos) e, por consequência, geram informações sobre declínio ou melhora da política pública. ● Padrões normativos: metas qualitativas ou quantitativas estabelecidascom base em um benchmark ou standard ideal. Usando novamente o exemplo da política de transporte público no Distrito Federal, vamos considerar exemplos para cada tipo de padrão: Padrões absolutos: Antes de implementar a nova política de transporte público, as autoridades estabelecem que desejam reduzir o tempo médio de viagem em 15% e aumentar a satisfação do usuário em 20%. Estas são metas quantitativas estabelecidas previamente que servirão como padrões absolutos contra os quais o desempenho da política pode ser medido. Padrões históricos: As autoridades podem olhar para os dados do passado para estabelecer padrões. Por exemplo, se nos anos anteriores o tempo médio de viagem foi de 45 minutos e a satisfação do usuário foi de 65%, esses valores servirão como padrões históricos. O desempenho da nova política pode ser comparado a esses padrões para determinar se houve uma melhoria. Padrões normativos: As autoridades também podem estabelecer padrões com base em uma ideia ideal ou benchmark. Por exemplo, elas podem decidir que o tempo de viagem ideal é de 30 minutos e que a satisfação do usuário ideal é de 90%. Estes seriam os padrões normativos. O desempenho da política seria então comparado a esses padrões ideais. Capítulo 2 - Conceito de eficiência, eficácia e efetividade Eficiência, eficácia e efetividade são três conceitos fundamentais na avaliação do desempenho de qualquer política pública ou organização. Embora não haja uma única definição absoluta para esses termos, eles geralmente são entendidos da seguinte maneira: ● Eficiência: Refere-se à relação entre os recursos utilizados (input) e os produtos ou serviços gerados (output) em uma política ou processo. Uma política ou processo é considerado eficiente se produz a maior quantidade de output com a menor quantidade de input. Isso poderia ser medido, por exemplo, pelo número de pessoas servidas por dólar gasto em um programa social, ou pela quantidade de resíduos produzidos por unidade de um produto manufaturado. No entanto, diferentes campos ou disciplinas podem ter suas próprias maneiras de medir e definir eficiência. ● Eficácia: Refere-se à medida em que uma política ou processo atinge os objetivos ou metas definidas. Uma política ou processo é considerado eficaz se os resultados (outcome) alcançados correspondem aos resultados desejados ou esperados. Por exemplo, se o objetivo de uma política de saúde é reduzir a incidência de uma determinada doença, a eficácia seria medida pela redução real da incidência da doença. Novamente, a maneira exata como a eficácia é medida pode variar dependendo do contexto. ● Efetividade: Enquanto a eficácia está relacionada à realização de metas imediatas, a efetividade se refere ao impacto de longo prazo de uma política ou processo. Uma política ou processo é considerado efetivo se produz mudanças duradouras e significativas nas condições que visava melhorar. Por exemplo, uma política de educação poderia ser considerada efetiva se levasse a melhorias sustentadas nas taxas de alfabetização ou nos resultados dos testes ao longo do tempo. Estudo de caso O Governo do Distrito Federal identificou que o tráfego intenso e a falta de alternativas de transporte eficientes estão afetando negativamente a qualidade de vida dos moradores e a produtividade econômica da região. Para resolver esse problema, decide implementar uma política pública de expansão do sistema de transporte público, incluindo a ampliação das linhas de metrô, a introdução de mais ônibus e a criação de ciclovias. Quais indicadores poderiam ser úteis para avaliar essa política pública? Comentário sobre o caso prático Entre os indicadores que poderiam ser úteis para avaliar a referida política pública, podemos indicar os seguintes: Índice de pontualidade do transporte público: Este indicador poderia medir o percentual de ônibus e trens de metrô que chegam e partem conforme o horário programado. A pontualidade é um elemento importante na eficácia do transporte público e na satisfação do usuário. Acessibilidade do transporte público: Este indicador poderia medir o percentual de moradores que vivem a uma distância razoável (por exemplo, 500 metros) de uma parada de ônibus ou estação de metrô. Isso ajudaria a avaliar se a política está tornando o transporte público uma opção viável para mais pessoas. Satisfação do usuário: Este indicador poderia ser medido através de pesquisas de opinião regulares com usuários do transporte público. A satisfação do usuário é uma medida importante da qualidade do serviço de transporte público. Índice de segurança: Este indicador poderia medir a taxa de incidentes de segurança (como acidentes ou crimes) no sistema de transporte público. A segurança é uma preocupação importante para os usuários do transporte público. Emissões de gases de efeito estufa: Este indicador poderia medir a mudança nas emissões de gases de efeito estufa do setor de transporte. Isso ajudaria a avaliar o impacto ambiental da política. Uso de modos alternativos de transporte: Este indicador poderia medir o uso de bicicletas ou caminhadas como meio de transporte. Isso ajudaria a avaliar se a política está promovendo com sucesso modos de transporte mais sustentáveis. Índice de congestionamento: Medir a mudança no índice de congestionamento antes e depois da implementação da política ajudaria a entender se a política está de fato contribuindo para a melhoria do tráfego na cidade. Saiba mais Conforme o Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual para Construção de Indicadores, disponível no site da Biblioteca Digital do Ministério da Economia, os componentes básicos de um indicador são: ● Medida: grandeza qualitativa ou quantitativa que permite classificar as características, resultados e consequências dos produtos, processos ou sistemas; ● Fórmula: padrão matemático que expressa à forma de realização do cálculo; ● Índice (número): valor de um indicador em determinado momento; ● Padrão de comparação: índice arbitrário e aceitável para uma avaliação comparativa de padrão de cumprimento; e ● Meta: índice (número) orientado por um indicador em relação a um padrão de comparação a ser alcançado durante certo período. https://bibliotecadigital.economia.gov.br/bitstream/777/613/1/guia_indicadores_jun2 010.pdf Considerações finais Ao longo de nossa discussão, exploramos a complexidade e a importância do monitoramento e avaliação de políticas públicas, utilizando exemplos ligados ao transporte no Distrito Federal. Primeiramente, abordamos os critérios de avaliação de políticas públicas, incluindo economicidade, produtividade, eficiência econômica e administrativa, eficácia e equidade. Cada um destes critérios oferece uma lente diferente para avaliar o sucesso de uma política, mas a aplicação e interpretação de cada critério podem variar de acordo com o contexto e os objetivos específicos da política. Em seguida, discutimos o papel dos indicadores, que são ferramentas essenciais para medir o progresso e o impacto de uma política. Novamente, a seleção e a interpretação https://bibliotecadigital.economia.gov.br/bitstream/777/613/1/guia_indicadores_jun2010.pdf https://bibliotecadigital.economia.gov.br/bitstream/777/613/1/guia_indicadores_jun2010.pdf https://bibliotecadigital.economia.gov.br/bitstream/777/613/1/guia_indicadores_jun2010.pdf de indicadores envolvem muitas decisões e julgamentos, e podem surgir conflitos conceituais. Além disso, os indicadores devem ser considerados em relação aos padrões, que fornecem uma referência para avaliar se o desempenho da política é bom ou ruim. Finalmente, discutimos os conceitos de eficiência, eficácia e efetividade,que são frequentemente usados para avaliar o sucesso de políticas públicas. Cada um destes conceitos tem múltiplas interpretações e pode ser medido de várias maneiras, dependendo dos objetivos e do contexto da política. Logo, podemos concluir que, embora existam princípios gerais e melhores práticas, não há uma "fórmula mágica" ou manual definitivo para o monitoramento e a avaliação de políticas públicas. A avaliação de políticas públicas é uma tarefa complexa e multifacetada que exige uma análise cuidadosa e casuística. Cada política é única e enfrenta seu próprio conjunto de desafios e oportunidades. Portanto, é importante que os formuladores de políticas, gestores e avaliadores sejam flexíveis, reflexivos e adaptáveis em seu trabalho, e estejam dispostos a aprender e ajustar suas abordagens à medida que a política é implementada e os resultados são observados. Referências SECCHI, Leonardo. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 2. ed. São Paulo: Cengage Leaning, 2013. DIAS, Reinaldo; MATOS, Fernanda Costa de. Políticas públicas: princípios, propósitos e processos. Grupo GEN, 2012. E-book. ISBN 9788522484478. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522484478/. Acesso em: 08 mai. 2023.