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A bondade de Deus


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IGREJA BATISTA DO FONSECA 
Escola Bíblica Dominical 
 
A bondade de Deus 
 
Por Cristiano Mariella 
 
A bondade é um dos atributos de Deus. Ela é representada em consequência da 
essência e da natureza perfeita do caráter divino. Essa essência de Deus é autossuficiente, ou 
seja, é completa, absoluta, sem defeitos, e sem qualquer necessidade de acréscimos. O ser 
humano, pecador e iníquo, participa passivamente da bondade divina pelo canal relacional 
instituído pelo próprio Deus ao criar os seres e todas as coisas, revelar-se e estabelecer um 
relacionamento de amor que foi capaz de atingir a cruz. O teólogo e apologista cristão Josh 
McDowell fez a seguinte afirmação sobre o relacionamento de Deus com sua criação em um 
documentário autobiográfico: “O cristianismo não é uma religião, é um relacionamento! 
Você diz: - qual é a diferença? Religião se trata de homens e mulheres tentando abrir 
caminho até Deus por meio de boas ações e rituais religiosos. O cristianismo é Deus vindo 
até nós por intermédio do Filho Jesus Cristo, nos oferecendo um relacionamento [de amor]”. 
Todas as decisões de Deus são manifestações da sua bondade desde o início da 
criação, como está escrito: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 
1:31). A bondade de Deus é perceptível na criação (Gn 1;2). Quanto mais próximo da criação 
estiver o homem, sendo participante criado deste meio, mais explícito será na percepção 
humana a benignidade do Criador de todas as coisas, representada em perfeição e cuidado 
amoroso. Portanto, o ser humano tem vantajosos motivos para dizer: “Graças te dou, visto 
que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a 
minha alma o sabe muito bem” (Sl 139:14). O cientista francês Louis Pasteur observa a 
perfeição da criação divina ao afirmar: “Quanto mais eu estudo a natureza, mais eu fico 
maravilhado com as obras do Criador. A ciência me aproxima de Deus”. 
Stephen Charnock, em seu livro intitulado A Bondade de Deus, afirma que a bondade 
é um atributo admirável de Deus que tanto carece a criatura humana sedenta por regeneração, 
mesmo quando é favorecida pelos efeitos redentores da maravilhosa graça de Deus, pois 
sempre será carente da bondade do Pai para seguir neste mundo. Logo, o ser humano só 
consegue ser bom quando observada uma referência de bondade. Essa bondade referencial 
foi comunicada ao homem como um dos frutos do espírito (Gl 5:22). As ações humanas 
devem atestar a bondade do Criador, fazendo a boa obra para a glória de Deus e cumprindo 
os propósitos evangelísticos preceituados na Bíblia (Mt 28:19-20; Mc 16:15-16). 
A bondade de Deus recai sobre toda a criação abundantemente, e não se esgota no 
ser humano. Sobre esse assunto, a Palavra de Deus diz: “Os olhos de todos estão voltados 
para ti com esperança; tu lhes provês o alimento conforme necessitam. Quando abres tua 
mão, satisfazes o anseio de todos os seres vivos” (Sl 145:15-16). Todas as necessidades dos 
seres criados, tanto animais quanto o ser humano (a primazia da criação), são supridas por 
Deus em amor, pois Ele “dá alimento a toda a carne, porque a sua misericórdia dura para 
sempre” (Sl 136:25). Essa realidade faz surgir, verdadeiramente, um grande contentamento 
em saber que “a terra está cheia da bondade do Senhor” (Sl 33:5). 
Mas o ápice da bondade de Deus é perceptível quando envia seu único Filho para 
realizar a obra salvífica na cruz. O apóstolo João, movido por plena inspiração divina, 
escreveu: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo 
o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Foi observável, ainda, o 
quanto Deus é bom quando Paulo escreve que “quando chegou a plenitude do tempo, Deus 
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, a fim de redimir os que 
estavam sob a lei, para que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4:4-5). 
John Stott, ao comentar sobre a bondade de Deus no livro A Cruz de Cristo, citando 
João Calvino, evidencia a realidade do “teatro da cruz”: “Pois na cruz de Cristo, como num 
esplêndido teatro, a incomparável bondade de Deus é apresentada diante do mundo todo. A 
glória de Deus brilha deveras em todas as criaturas de cima e de baixo, mas jamais tão viva 
quanto na cruz”. 
O ser humano deve sempre ser grato por ter sido criado sob o poder e a bondade de 
Deus. A gratidão a Deus é justa, sincera e honesta. Que possamos agradecer cotidianamente 
a bondade de Deus sobre nossa vida. Que possamos render “graças ao Senhor por sua 
bondade e por suas maravilhas para com os filhos dos homens!” (Sl 107:8). “Pois a bondade 
de Deus dura para sempre” (Sl 52:1). 
 
 
Cristiano de Siqueira Mariella 
Professor de EBD na Igreja Batista do Fonseca em Niterói 
Doutorando e Mestre em Teologia pela PUC-Rio 
 
Texto público no Jornal Batista da CBB – Ano CXXII, Edição 27, de 02/07/2023, p. 15: 
https://issuu.com/jornalbatista/docs/ojb_27_f6064a5e01a2fa 
https://issuu.com/jornalbatista/docs/ojb_27_f6064a5e01a2fa