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Aula 01 Legislações Específicas (Vigilância Sanitária) p/ ANVISA - Técnico Administrativo Professor: Ali Mohamad Jaha Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 129 AULA 01 Tema: A Vigilância Sanitária. Assuntos Abordados: 2. Lei n.º 9.782/1999 (Define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária - SNVS e cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA). 3. Decreto n.º 3.029/1999 (Aprova o Regulamento da ANVISA). Sumário. Sumário. ......................................................................................... 1 Saudações Iniciais. ........................................................................... 1 01. Evolução da Vigilância Sanitária no Mundo e no Brasil. Vigilância Sanitária. ......................................................................................... 1 02. Vigilância Sanitária. ................................................................... 12 03. Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). .......................... 17 04. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)......................... 20 05. Questões Comentadas. .............................................................. 58 06. Questões Sem Comentários. ..................................................... 116 07. Gabarito das Questões. ............................................................ 129 Saudações Iniciais. Olá Concurseiro! Tudo bem? Vamos continuar o nosso curso de Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.)? 01. Evolução da Vigilância Sanitária no Mundo e no Brasil. Vigilância Sanitária. Apesar de o edital trazer expressamente apenas “Evolução da Vigilância Sanitária no Brasil”, decidi dividir esse tópico em duas partes: “Evolução da Vigilância Sanitária no Mundo” e “Evolução da Vigilância Sanitária no Brasil”. Acredito que dessa maneira, o conteúdo flua de forma mais amena e didática. =) Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 129 01. Evolução da Vigilância Sanitária no Mundo. Por definição, a Vigilância Sanitária (VS) é compreendida como um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. A preocupação da sociedade com a VS remonta a milhares de anos, sendo que os primeiros registros de ações nesse sentido datam da Idade Antiga, período compreendido entre a invenção da escrita (4.000 a.C.) e a queda do Império Romano no Ocidente (476 d.C.). Tais ações visavam o controle sobre as práticas de cura, sobre o meio ambiente e sobre produtos relacionados à saúde humana. Conforme se tem observado na história da humanidade, as sociedades sempre estiveram altamente envolvidas com o desenvolvimento e a evolução de atividades ligadas à saúde, bem como com a criação de normas e regras que evitassem comportamentos que pudessem resultar em riscos à saúde da população. A normatização da saúde é tão antiga quanto a própria VS, sendo que encontramos regras sanitaristas expressas, por exemplo, no Antigo Testamento da Bíblia e no Código Hamurabi (povo babilônio), inclusive com sanções para os que descumprissem tais regras. Dando um salto de muitos séculos, por volta de 1550 (meados do século XVI), o mundo, principalmente a Europa, vivia um período de transformações econômicas profundas e marcantes, conhecido como Mercantilismo. Nessa época, a sociedade visava o acúmulo de capital (ouro e prata, escassos à época) e o desenvolvimento econômico. Sob essas condições, surgiu uma nova classe social, a Burguesia, que comandou a formação do Estado Moderno e a efetivação dos conceitos de Estado, Governo, Nação e Povo. Nesse período, os burgueses apresentavam grande preocupação com a saúde do povo, uma vez que com a população crescente e saudável, o aumento do poder e dos lucros era apenas uma questão de tempo. Apesar da preocupação dos burgueses com a saúde do povo, sempre buscando mais poder e riquezas por meio da mão de obra dos trabalhadores, a efetivação das práticas de VS só começaram a se fazer presentes no cotidiano social a partir de 1600 (início do século XVII) na Europa. Por volta de 1750 (meados do século XVIII) surgem os conceitos de polícia médica e de estatística populacional. A doutrina sanitarista Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 129 aponta o ilustre médico alemão Johann Peter Frank (1745-1821) como sendo o responsável pela disseminação desses conceitos pela Europa. Por sua vez, Frank escreveu uma obra, que serviu de verdadeiro manual para os funcionários públicos responsáveis pela regulação da saúde e vigilância sanitária da população em vários países da Europa. Tal obra abarcava propostas de intervenção nos problemas de saúde e de saneamento, sendo que tais problemas eram classificados e organizados dentro de um sistema de higiene pública e privada. O referido sistema era regrado por um código sanitarista (uma lei), cuja responsabilidade da elaboração e aplicação cabia ao Estado. Essa lei garantia a promoção e a manutenção da saúde da população, sob a fiscalização do Estado. Por fim, a responsabilidade das soluções de problemas relacionados à cidade e a garantia de proteção da saúde da sociedade também pertenciam ao Estado. Ainda no século XVIII, o mundo presenciou as crises monárquicas em vários reinos europeus, o que resultou a queda do Absolutismo e a ascensão do Liberalismo, marcado principalmente pela Revolução Francesa de 1789. A essa altura, o Estado passou a pertencer à nova classe social e não mais aos monarcas, firmando-se o Estado Liberal. Esse novo cenário resultou na queda do conceito de polícia médica como estrutura ideológica e surgindo então uma nova visão, pautada na noção da necessidade de sistematização de atividades administrativas e fiscalização de normas sanitárias. Entre o final do século XVIII e o início do século XIX, surge na França um conceito marcante para a história da Vigilância Sanitária: a noção de salubridade. Por definição, o que é salubre é bom para saúde. Tal noção foi o estopim para as ações de higiene pública e de controle do meio ambiente, por meio de políticas-científicas que se estabeleceram a partir de 1900 (início do século XX), através da criação de institutos de pesquisa e laboratórios de saúde pública. Em 1948, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, a saúde foi reconhecida como direito humano, por meio da criação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização estimulou o aperfeiçoamento e a intensificação das práticas de controle sanitário. Por fim, nos dias atuais, é impossível pensar em saúde pública e em vigilância sanitária sem pensar em ações eficazes de controle de salubridade. Esse controle tem sido fortalecido anualmente, com melhorias na regulamentação legislativa que visa à garantia dos produtos e serviços consumidos diariamente pela população de todo o mundo. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;がマ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 129 02. Evolução da Vigilância Sanitária no Brasil. A história nos mostra que as primeiras ações de fiscalização sanitária no Brasil remontam aos meados do século XVI, sendo que eram ações de eficácia reduzida, para não se dizer nula. Alguns séculos mais tarde, com a chegada da Família Real no Brasil em 1808, o país se tornou parte da rota comercial inglesa e sofreu mudanças de ordem econômica e estrutural, aumentando a necessidade de um controle sanitário efetivo que permitisse a aceitação dos produtos brasileiros no mercado e que evitassem a disseminação de doenças pelo país. Em 1810, por meio de um Regimento da Provedoria (ato com força de lei), surge no Brasil a Polícia Sanitária baseada no conceito de polícia médica desenvolvido pelo médico alemão Johann Peter Frank. A partir de então, as atividades sanitárias tinham caráter fiscalizador, julgador e punitivo e as autoridades possuíam o poder de tributar e arrecadar taxas sobre os serviços executados. Normas de controle sanitário passaram a vigorar, como a quarentena, o lazareto (hospital para o isolamento de leprosos), o controle de alimentos, a inspeção de açougues, bares, medicamentos e alimentos, bem como a concessão de licença para o exercício da medicina e da farmácia. Aos poucos, a legislação sanitarista foi sendo completada, revisada e aperfeiçoada, mas durante o império houve pouca evolução do sistema, que apesar de desenvolver essas ações de controle tinha pouco alcance do território e atuava principalmente ao redor da sede do governo (cidade do Rio de Janeiro). Foi somente após a independência do Brasil (1822) que os serviços sanitários foram municipalizados (capilarizados) e passaram a ser exercidos pelas Câmaras Municipais que estabeleceram também seus regimentos. Em 1829 foi criada a Sociedade de Medicina e Cirurgia que passou a atuar como aliada do Estado na elaboração de normas sanitárias e no combate de doenças. Em 1832, foi elaborado, pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro, um Código de Posturas que estabelecia normas para enterros e cemitérios, doenças contagiosas, águas infectadas, matadouros, currais, açougues e outros gêneros alimentícios, bem como para o exercício da medicina e da farmácia, controle de medicamentos, hospitais, casas de saúde. Tal Código de Posturas inovou ao introduzir a prática de licenciamento e controle nas fábricas. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 129 Em 1851 uma portaria do Ministro dos Negócios proíbe a criação de novas casas de saúde sem a consulta prévia à Junta de Higiene Pública. A essa altura da história pátria, mesmo com tantas tentativas de controle sanitário em andamento, o Brasil sofria com epidemias e com o descontrole sanitário que atingia principalmente a camada mais pobre da população. Devido as essas circunstancias, os sistemas de saúde vão se estruturando com foco na doença e com grande descaso para o cunho preventivo e de promoção da saúde. Somente com a instalação da República em 1889 (final do século XIX) que se iniciou a organização das administrações sanitárias estaduais e a constituição de órgão de Vigilância Sanitária nas Unidades da Federação. O estudo das doenças e medidas de profilaxia (meios tendentes a evitar a propagação de doenças) e a fiscalização e análise das substâncias importadas passaram a ser de responsabilidade da União. As ações de combate à doença passaram a ser fundamentadas nas pesquisas bacteriológicas. Entre o final do século XIX e o início do século XX houve o predomínio das campanhas de controle do agente etiológico (agente causador) dos vetores de doenças. Este período foi marcado pelo Sanitarismo Campanhista adotado por Oswaldo Cruz, médico respeitado nos meios acadêmicos, especialista em microbiologia. Cruz enfrentou as críticas da opinião pública e da imprensa que desabonavam seus métodos de desinfecção. O maior conflito enfrentado nesta época foi a Revolta da Vacina que aconteceu no Rio de Janeiro em 1904. No dia 31/10/1904 foi publicada a Lei n.º 1.261, que obrigava todos os cidadãos a tomar vacina contra Varíola. É bastante curioso imaginar qual motivo levou a população carioca a tal ato de rebeldia, haja vista que a medida imposta tinha como única e exclusiva função erradicar a doença própria população. Basta então olharmos para a data dos fatos e acontecimentos. O ano era 1904 e vacinação não era muito comum naquela época. Todos olhavam com medo e desconfiança para a nova medida além dos muitos boatos que circulavam nos jornais. Alguns historiadores contam que os partidos oposicionistas do governo espalhavam falsas informações sobre os perigos da vacina e do local do corpo onde esta deveria ser aplicada, o que culminou na ira da população. No entanto, os governantes, no intuito de sanear a cidade, agiam como se estivessem em guerra. Os agentes de saúde invadiam as residências de forma pouco cortês e polida para vacinar a população. No Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 129 dia 10/11/1904 a população se revoltou e enfrentou a polícia, o resultado foi desastroso: dezenas de mortos, centenas de feridos e aproximadamente mil pessoas presas por se recusarem a tomar a vacina contra Varíola. Apesar dos conflitos ocorridos, Oswaldo Cruz não admitiu interferências políticas em seu trabalho, aspecto que, sem dúvida, deve ser observado rigorosamente para o sucesso das ações de Vigilância Sanitária no país. Ainda no ano de 1904, foi implantado um novo regulamento dos Serviços Sanitários da União, que previu a elaboração de um Código Sanitário e a instituição do Juízo dos Feitos de Saúde Pública, que tinha a incumbência de julgar as causas de interesse da saúde pública. Durante as primeiras duas décadas do século XX, as ações públicas de Vigilância Sanitária adquiriram consistência e efetividade. Na década de 1920, com a Reforma Carlos Chagas, foi criado por meio do Decreto-Lei n.º 3.987, o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP) que veio a substituir a antiga e ultrapassada Diretoria Geral de Saúde Pública que vigia desde 1897, e que, apesar dos esforços, tinha ações de pouco alcance no país. Por sua vez, em 1923, o Decreto de n.º 16.300 incluiu a totalidade da vida social na ordem sanitária e fixando dispositivos e normas minuciosas, mas muitas vezes inaplicáveis. Tal Decreto estabeleceu as competências do DNSP e normatizou o controle do exercício profissional, o licenciamento prévio e a fiscalização de estabelecimentos e produtos e fixou multas e penas de prisão inafiançáveis para falsificadores de produtos sob controle desse departamento. Foi incorporada ainda a expressão Vigilância Sanitária que passou a ser empregada para o controle sanitário de doenças e de estabelecimentos. Com o início da Era Vargas em 1930, o Brasil foi marcado pela emergência de um Estado forte, autoritário, centralizador, que agia independentemente das oligarquias regionais. As estruturas da saúde pública passaram por reformas que resultaram na criação de órgãos especializados com funções ampliadas. Foram eles: Serviço Nacional de Fiscalização de Medicina (SNFM), o Instituto Oswaldo Cruz, a Comissão de revisão da Farmacopeia e a Comissão de Biofarmácia. Além disso, muitos decretos foram publicados nas áreas de alimentos, de entorpecentes e de águas e minerais. Legislações Específicasp/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 129 No ano de 1941, na cidade do Rio de Janeiro, ocorreu a Primeira Conferência Nacional de Saúde. No entanto, quase não existia participação da sociedade nos debates sobre políticas públicas ligadas à saúde. Dessa forma, o evento se aproximou mais de um encontro técnico de administradores da área da Saúde que de uma conferência de âmbito nacional como deveria ser. Deve-se ressaltar que nessa época, a educação e a saúde estavam sob o manto do mesmo Ministério. Com o fim da Era Vargas em 1945, o país viveu uma fase de investimentos estrangeiros, principalmente nas indústrias farmacêuticas e de alimentos. Em 1946, o decreto n.º 20.397 regulou a indústria farmacêutica com normas para controle de produtos, disposições sobre psicotrópicos e entorpecentes e regras que incluíam a licença prévia e a responsabilidade técnica neste tipo de estabelecimento. A área de alimentos teve sua regulamentação decretada em 1950 pela Lei n.º 1283, que tornou obrigatório a prévia fiscalização de produtos de origem animal. A Segunda Conferência Nacional foi realizada em novembro de 1950, mas assim como a primeira não teve grande força política. As discussões se concentraram nas condições de higiene e de segurança no trabalho e na prestação de assistência médica-sanitária e preventiva para trabalhadores e gestantes. Em 1953 a Lei n.º 1944 passou a obrigar a iodação no sal de cozinha, sendo que este foi um marco na prevenção de doenças na área de alimentos uma vez que a ausência do consumo de iodo desencadeia doença conhecida como bócio endêmico (aumento de tamanho da tireoide, formando um inchaço no pescoço). Ainda neste mesmo ano, o Departamento Nacional de Saúde foi transformado em Ministério da Saúde que ampliou e centralizou as ações de Saúde Pública, sem deixar autonomia aos Estados e aos municípios. Em 1961, regulamentou-se o Código Nacional de Saúde. No início dos anos 60, os anos de 1962 e de 1963, que precederam a Ditadura, foram marcados pelas discussões sobre as propostas de descentralizações e municipalizações dos serviços de saúde. A primeira grande discussão se deu na Terceira Conferência de Saúde realizada em dezembro de 1963. Com o Golpe de 1964 o Brasil passa a ser conduzido pelo binômio desenvolvimento e segurança. O Campo de ação da Vigilância Sanitária se expande e há a incorporação de novas práticas e objetivos como, por exemplo, o controle dos produtos e serviços de interesse sanitário. O Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 129 termo Vigilância Sanitária passou a denominar o conjunto de ações nas áreas de portos e fronteiras. Em 1967, acontece uma reforma administrativa que resultou na redefinição das áreas e das competências dos ministérios. O Ministério da Saúde passou a ser responsável pela Política Nacional de Saúde e houve um incremento nas ações de prevenção e vigilância de portos e fronteiras e controles de medicamentos, alimentos e drogas. Em 1970 surge a Secretaria de Saúde Pública. Ainda no início dos anos 70, a Organização Mundial de Saúde (OMS) editou resoluções sobre as condições higiênicas na produção e manipulação de alimentos, sobre os efeitos das técnicas modernas de industrialização de alimentos e sobre resíduos e aditivos. Essas regulamentações influenciaram diretamente as medidas de regulamentação no Brasil. No ano de 1971 foi criada a Central de Medicamentos (CEME), responsável pela regulação, produção e distribuição de medicamentos em todo país. O ano de 1973 foi marcado pela revisão de legislações sanitárias existentes, bem como pela edição de novas (legislações) e decretos, sendo que alguns desses atos legais vigoram até a atualidade. A consagração da Vigilância Sanitária (VS) como atividade permanente com base no controle de qualidade se deu com a edição e publicação da Lei n.º 6.360/1976, sob a alcunha de Lei da Vigilância Sanitária. Tal lei encontra-se em vigor até os dias atuais. Por seu turno, o Ministério da Saúde, por meio do decreto n.º 79.056, recebeu uma nova estrutura formalizada e o campo de controle sanitário passou à condição de secretaria ministerial surgindo então a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária. Em 1977 a Lei n.º 6.437 atualizou as disposições penais e administrativas e promulgou instrumentos que até hoje são utilizados pela Vigilância Sanitária no exercício de suas funções, que contam com a aplicação de auto de infração, notificação, defesa, impugnação, apreensão de amostras, inutilização de produtos e cancelamento de registros. Em suma, a década de 1970 foi marcada pela intensa produção de leis, decretos e resoluções normativas destinadas ao controle sanitário do país. Dessa estrutura nascem as primeiras ações de Vigilância Sanitária baseada no Poder de Polícia, basicamente cartorial, mas sem ações que repercutissem de forma eficaz na saúde da população. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 129 A década de 1980 foi fundamental para as mudanças ocorridas na saúde pública brasileira. Esse período foi marcado por um intenso movimento de exercício da cidadania e pela redemocratização da sociedade. No setor de Vigilância Sanitária aparecem as dissonâncias das ações do Estado que durante algum tempo oscilou entre o papel de defensor da saúde da população e dos interesses comerciais dos produtos produzidos no país. Por pressão de Órgãos como os Conselhos de Defesa do Consumidor e o Instituto de Defesa do Consumidor o governo passou a se preocupar mais com o cidadão e menos com os empresários do ramo da saúde. Em meado da década de 1980, pela primeira vez uma equipe de sanitaristas assume o órgão nacional de Vigilância Sanitária. O objetivo era submeter o sistema de saúde a uma reforma que visasse a ruptura do modelo autoritário e centralizador e propor a construção de um novo modelo. Essa equipe foi destituída em 1987, ano marcado pela ampla divulgação de eventos de calamidade sanitária e que culminaram em uma produção intensa de normas para regulamentar serviços e produtos em todo país. No final da década de 1980 o Brasil passou por um processo de democratização da saúde, denominado Reforma Sanitária, que resultou em mudanças significativas para o setor. A 8.ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, foi o marco da Reforma e muitas das sugestões ali propostas se concretizaram na Constituição Federal do Brasil de 1988, que reconheceu a saúde como um direito de todos e um dever do Estado, conforme prevê o Art. 196 da nossa Carta Magna. Em 1989, o então Presidente Fernando Collor de Mello assumiu a presidência da República e com sua política neoliberal trouxe custos incalculáveis para o setor de saúde. A criação do Projeto Inovar, que tinha como objetivo dar respostas rápidas a petições dos produtores, resultou em inúmeras liberações de registros de produtos que não vinham ao encontro das normas da Vigilância Sanitária. Entretanto, ao avaliarmos todo o período da década de 1980, principalmente os últimos anos, destacamos mudanças no enfoque dado à Vigilância Sanitária visando uma atuação sobre o risco e a epidemiologia. No início dos anos 90, podem ser observadas as conquistas advindasda Reforma Sanitária, como a Lei Orgânica da Saúde (Lei n.º 8.080/1990), que organizou o Sistema Único de Saúde (SUS) e redefiniu a atuação da Vigilância Sanitária no Brasil. Antes da Reforma, a Vigilância Sanitária era definida pelo Ministério da Saúde como “um conjunto de Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 129 medidas que visam elaborar, controlar a aplicação e fiscalizar o cumprimento de normas e padrões de interesse sanitário, relativos a portos, aeroportos e fronteiras, medicamentos, cosméticos, alimentos, saneantes e bens, respeitada a legislação pertinente, bem como o exercício profissional relacionado com a saúde”. Com a Lei Orgânica da Saúde, a Vigilância Sanitária passa a ser vista como “um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir, ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse a saúde”. Outros destaques devem ser dados a Lei n.º 8.078/1990, conhecida como Código de Defesa do Consumidor (CDC), que estabelece norma de proteção e defesa do consumidor. Em 1994, a Portaria n.º 1.565 do Ministério da Saúde definiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), estabelecendo a descentralização dos serviços e ações de saúde. Como pode ser observado, as conquistas da Reforma Sanitária foram um leque de regulamentações que introduziram normas que levavam em consideração o enfoque de risco epidemiológico, de planejamento de inspeções e de prioridades sanitárias. Apesar de todo esforço, com o aumento da demanda e do reconhecimento da importância da Vigilância Sanitária, não foi possível a criação de políticas públicas que garantissem a capacitação institucional para atender toda demanda. Dessa forma, as críticas sobre a atuação da Vigilância Sanitária aumentaram e propostas de reformulação do modelo foram discutidas no final dos anos 90. No início do ano de 1999, foi então editada e publicada a Lei n.º 9.782, que definiu legalmente o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, algo que a Portaria ministerial de 1994 não poderia fazer. Foi criado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), autarquia pública sob regime especial, com personalidade jurídica de direito público, vinculada ao Ministério da Saúde, com a finalidade institucional de promover a proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e fronteiras. Em suma, no final dos anos 90 nasce a entidade pública máxima de Vigilância Sanitária no país, a gloriosa ANVISA. A ANVISA e as Vigilâncias Sanitárias Estaduais e Municipais trabalham em sintonia, embora cada esfera tenha suas próprias Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 129 competências definidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, a ANVISA é a entidade pública federal responsável pela Vigilância Sanitária no Brasil, realizando a gestão dos serviços que lhe competem em nível federal. O papel da Agência é de coordenar as ações de fiscalização realizadas pelas esferas estaduais e municipais, regulamentar e dar apoio técnico a essas esferas. Cada esfera de governo deve agir dentro de sua área de atuação, sendo assim, o município não pode regular fora de sua área de competência e o mesmo vale para o Estado. No que tange as regulamentações, as duas esferas estão impedidas de aprovar quaisquer tipos de legislações ou atividades que contrariem as normas federais devido à hierarquia de poder. Por fim, segundo a Lei Orgânica da Saúde são competências da União a expedição de normas gerais sobre o sistema nacional de Vigilância Sanitária, definindo e coordenando o serviço em todo território nacional. Os Estados têm o dever de coordenar, executar ações e serviços de Vigilância Sanitária e de saúde do trabalhador, suplementando a legislação sobre normas gerais expedidas pela União. Aos municípios cabem suplementar as legislações federais e estaduais no tocante à aplicação e excussão de ações e serviços de Vigilância Sanitária. 03. História da Vigilância Sanitária no Brasil (ANVISA). O texto abaixo foi retirado diretamente do site da ANVISA, ou seja, é exatamente a forma de pensar da Agência em relação à história e evolução da Vigilância Sanitária no Brasil. Acho interessante ler esse texto com muito carinho para a prova: As atividades ligadas à Vigilância Sanitária foram estruturadas, nos séculos XVIII e XIX, para evitar a propagação de doenças nos agrupamentos urbanos que estavam surgindo. A execução desta atividade exclusiva do Estado, por meio da polícia sanitária, tinha como finalidade observar o exercício de certas atividades profissionais, coibir o charlatanismo, fiscalizar embarcações, cemitérios e áreas de comércio de alimentos. No final do século XIX houve uma reestruturação da Vigilância Sanitária impulsionada pelas descobertas nos campos da bacteriologia e terapêutico nos períodos que incluem a I e a II Grandes Guerras. Após a II Guerra Mundial, com o crescimento econômico, os movimentos de reorientação administrativa ampliaram as atribuições da vigilância sanitária no mesmo ritmo em que a base produtiva do País foi construída, Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 129 bem como conferiram destaque ao planejamento centralizado e à participação intensiva da administração pública no esforço desenvolvimentista. A partir da década de oitenta, a crescente participação popular e de entidades representativas de diversos segmentos da sociedade no processo político moldaram a concepção vigente de Vigilância sanitária, integrando, conforme preceito constitucional, o complexo de atividades concebidas para que o Estado cumpra o papel de guardião dos direitos do consumidor e provedor das condições de saúde da população. 02. Vigilância Sanitária. Nesse tópico, estudaremos os conceitos, áreas de abrangência e funções da Vigilância Sanitária. Vamos continuar, sem perder muito tempo. 01. Conceitos. Podemos dividir o conceito de Vigilância Sanitária (VS) em duas partes: Conceito Legal e Conceito Doutrinário. A priori, vamos observar aquele, que nada mais é que o conceito presente na Lei Orgânica da Saúde (Lei n.º 8.080/1990), a saber: Entende-se por Vigilância Sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo, e; II - O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 129 O conceito legal traz que a VS se preocupa em melhorar as condições de saúde da população, bem como mitigar (diminuir) os problemas sanitários existentes no cotidiano. Por sua vez, o controle sanitário é exercido em duas frentes, controle de bens de consumo e controle da prestação de serviços, relacionados, direta ou indiretamente, com a saúde. Além do conceito legal, considero interessante apresentar alguns conceitos doutrinários de VS, como o apresentado pela ilustre Professora Doutora Edina Alves Costa, pesquisadora atuantes na área de VS, a saber: A Vigilância Sanitária é a forma mais complexa de existência da Saúde Pública, pois suas ações, de natureza eminentemente preventiva, perpassam todas as práticas médico-sanitárias: promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde. Conforma um campo transdisciplinar, compondo-se de um conjunto de saberes de natureza multidisciplinar e práticas de interferência nas relações sociais produção-consumo para prevenir, diminuir ou eliminar riscos e danos à saúde relacionados com objetivos historicamente definidos como de interesse da saúde. Tendo por objeto a proteção e defesa da saúde individual e coletiva. Por seu turno, o ilustre Doutor Geraldo Lucchesi, Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados, define VS da seguinte maneira: A Vigilância Sanitária é abordada como uma área da saúde pública que trata das ameaças à saúde resultantes do modo de vida contemporâneo, do uso e consumo de novos materiais, novos produtos, novas tecnologias, novas necessidades, em suma, de hábitos e de formas complexas da vida coletiva, que são a consequência necessária do desenvolvimento industrial e do que lhe é imanente: o consumo. Por sua natureza, a Vigilância Sanitária pode ser concebida igualmente como espaço de exercício da cidadania e do controle social, que, por sua capacidade transformadora da qualidade dos produtos, dos processos e das relações sociais, exige ação interdisciplinar e interinstitucional. Requer ainda a mediação de diferentes instâncias, de modo a envolver o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e outros setores do Estado e da Sociedade, que devem ter seus canais de participação constituídos. Por fim, o eminente jurista Doutor José Isaac Pilati, define Vigilância Sanitária da seguinte forma: Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 129 A Vigilância Sanitária é um conjunto de saberes e práticas atinentes ao poder de polícia na área da Saúde Pública. Como poder de polícia, representa especificamente as ações restritivas da liberdade e da propriedade em favor da saúde coletiva. 02. Áreas de Abrangência. Com as definições de Vigilância Sanitária supra apresentadas, vê-se que o seu campo de atuação é bastante abrangente, vasto e ilimitado, pois conforme menciona a doutrina sanitária pátria, a Vigilância Sanitária poderá atuar em todos os aspectos que exercem influência direta ou indireta sobre a saúde dos cidadãos. Sendo assim, o abrangente campo de atuação da Vigilância Sanitária se subdivide em dois subsistemas: o de Bens e Serviços de Saúde e o de Meio Ambiente, como veremos a seguir. 02.01. Bens e Serviços de Saúde. O controle sanitário dos bens e dos serviços relacionados, tanto direta quanto indiretamente, com as questões da saúde deve possuir a capacidade de realizar a proteção da saúde da população contra as iatrogenias, que são as doenças relacionadas com os serviços de saúde. Além disso, o controle sanitário deve fornecer os meios para proteção do ambiente de “externalidades negativas” que são devidos do processo de manufatura dos serviços, como o lixo hospitalar, resíduos de materiais radioativos. São bens e serviços de saúde que interessam ao controle sanitário: 1. As tecnologias de alimentos, referentes aos métodos e processos de produção de alimentos necessários ao sustento e nutrição do ser humano; 2. As tecnologias de beleza, limpeza e higiene, relativas aos métodos e processos de produção de cosméticos, perfumes, produtos de higiene pessoal e saneantes domissanitários; 3. As tecnologias de produção industrial e agrícola, referentes à produção de outros bens necessários à vida do ser humano, como produtos agrícolas, químicos e drogas veterinárias; 4. As tecnologias médicas, que interferem diretamente no corpo humano, na busca da cura da doença, alívio ou equilíbrio da saúde, Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 129 e compreendem medicamentos, soros, vacinas, equipamentos médico-hospitalares, cuidados médicos e cirúrgicos e suas organizações de atenção à saúde, seja no atendimento direto ao paciente, seja no suporte diagnóstico, terapêutico e na prevenção ou apoio educacional; 5. As tecnologias do lazer, alusivas aos processos e espaços onde se exercem atividades não médicas, mas que interferem na saúde dos usuários, como centros esportivos, cabeleireiros, barbeiros, manicures, pedicuros, institutos de beleza, espaços culturais, clubes e hotéis, e; 6. As tecnologias da educação e convivência, referentes aos processos e espaços de produção, englobando escolas, creches, asilos, orfanatos, presídios, cujas condições das aglomerações humanas interferem na sua saúde. 02.02. Meio Ambiente. O conceito de Meio Ambiente não é resumido em conceitos de ar, água, terra, porém ao “conjunto de condições de existência humana que integram e influenciam o relacionamento entre os homens, sua saúde e seu desenvolvimento”, portanto, não resumido, mas expandido esse conceito à qualidade de vida, que demanda não fatos pontuais e sim fatos complexos e que demandam fatores físicos, psicológicos e, sobretudo sociais. De modo geral, a Vigilância Sanitária tem sob seu escopo de atuação, a promoção do controle sanitário sobre medicamentos, alimentos, água, bebidas, resíduos em saúde, agrotóxicos, cosméticos, saneantes, produtos de higiene e perfumes, equipamentos, produtos hemoterápicos, imunobiológicos, sangue e hemoderivados, órgãos e tecidos humanos usados em processos de transplantes, radioisótopos, radiofármacos, cigarros, propaganda de produtos que geram risco sanitário, produtos que envolvem risco à saúde, obtidos por engenharia genética, exercer o controle sanitário dos serviços relacionados à saúde, suas instalações físicas, equipamentos, tecnologias, ambientes, processos envolvidos nas fases de produção de bens e produtos, transporte e a distribuição dos produtos acima referidos. O subsistema Meio Ambiente se refere ao conjunto de elementos naturais e daqueles que resultam da construção humana e suas relações sociais: Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 129 1. O meio natural, correspondente a água, ar, solo e atmosfera. Interessam ao controle sanitário as tecnologias utilizadas na construção de sistemas de abastecimento de água potável para o consumo humano, na proteção de mananciais, no controle da poluição do ar, na proteção do solo, no controle dos sistemas de esgoto sanitário e dos resíduos sólidos, entre outros, visando à proteção dos recursos naturais e à garantia do equilíbrio ecológicoe consequentemente da saúde humana; 2. O meio construído, referente às edificações e formas do uso e parcelamento do solo. Aqui o controle sanitário é exercido sobre as tecnologias utilizadas na construção das edificações humanas (casas, edifícios, indústrias, estabelecimentos comerciais, etc.) e a forma de parcelamento do solo no ambiente urbano e rural; sobre os meios de locomoção e toda a infraestrutura urbana e de serviços; sobre o ruído urbano e outros fatores, no sentido de prevenir acidentes, danos individuais e coletivos e proteger o meio ambiente, e; 3. O ambiente de trabalho, relativo às condições dos locais de trabalho, geralmente resultantes de modelos de processos produtivos de alto risco ao ser humano. O controle sanitário se dirige a esse ambiente, onde frequentemente encontra cidadãos que são obrigados a dedicar grande parte de seu tempo ao trabalho em condições desagradáveis, em ambientes fechados e insalubres, em processos repetitivos, competitivos e sob pressão, o que altera e põe em risco a saúde física e psicológica e a vida dos indivíduos e da comunidade. 03. Funções. As ações de vigilância sanitária possuem um caráter multidisciplinar além de possuir a capacidade de interferir nas relações sociais de produção-consumo para realizar a prevenção, diminuição ou eliminação de riscos e/ou danos à saúde. São devidas à Vigilância Sanitária as funções de desenvolver metodologias e políticas públicas destinadas a englobar o crescente aumento da qualidade de vida. Conforme dispõe a doutrina sanitarista, as ações de vigilância sanitária são principalmente de caráter preventivo, percorrendo quase todas, senão todas, as atividades médico-sanitárias, partindo da promoção chegando à proteção/recuperação e reabilitação da saúde. Sua atuação abrange fatores de risco e danos em conexão a produtos, insumos e serviços que englobam a saúde, com o meio ambiente incluindo Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 129 nesse o de trabalho, com a circulação internacional de transportes, cargas e pessoas. Os modelos institucionais de organização da proteção da saúde são os mais variados entre os países, podendo-se descrever para o Brasil as seguintes funções de vigilância sanitária: 1. Normatização e controle de bens, da produção, armazenamento, guarda, circulação, transporte, comercialização e consumo de substancias e produtos de interesse da saúde, suas matérias- primas, coadjuvantes de tecnologias, processos e equipamentos; 2. Normatização e controle de tecnologias médicas, procedimentos e equipamentos e aspectos da pesquisa em saúde; 3. Normatização e controle de serviços direta ou indiretamente relacionados com a saúde, prestados pelo estado e modalidades do setor privado; 4. Normatização e controle específico de portos, aeroportos e fronteiras, contemplando veículos, cargas e pessoas, e; 5. Normatização e controle de aspectos do ambiente, e processos de trabalho, e saúde do trabalhador. 03. Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). No final dos anos 90, especificamente no ano de 1999, foi publicada a Lei n.º 9.782, um marco para a Vigilância Sanitária, uma vez que esse ato normativo definiu o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), bem como criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Conforme dispõe esse diploma legal, o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) compreende o conjunto de ações definido pela Lei Orgânica da Saúde (Lei n.º 8.080/1990), executado por instituições da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. Em outras palavras, as ações do SNVS são executadas em todas as esferas da administração pública (federal, estadual e municipal). Devemos nos lembrar que é a Lei Orgânica da Saúde (LOS), que define o conceito legal de Vigilância Sanitária, a saber: Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 129 Art. 6.º, § 1.º Entende-se por Vigilância Sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - O controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo, e; II - O controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. Por sua vez, no âmbito do SNVS, compete a União: 1. Definir a Política Nacional de Vigilância Sanitária (PNVS); A União definirá a PNVS, ou seja, indicará as prioridades na área da Vigilância Sanitária. Em suma, cabe a União indicar o Norte a ser seguido pelos Estados e Municípios. 2. Definir o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS); Também cabe a União definir o SNVS, que compreende o conjunto de ações definido pela Lei Orgânica da Saúde, executado por instituições da Administração Pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que exerçam atividades de regulação, normatização, controle e fiscalização na área de vigilância sanitária. 3. Normatizar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde; Os produtos e os serviços vinculados à saúde (medicamentos, drogas, atendimentos e afins) estarão sujeitos a normatização, controle e fiscalização, sendo que tais ações são de competência da União. 4. Exercer a Vigilância Sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo essa atribuição ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios; É comum nos pontos de fronteira a presença constante de três órgãos: Receita Federal (controle aduaneiro e tributário), Polícia Federal (controle de imigração de pessoas) e ANVISA (controle sanitarista). O controle da vigilância sanitária também poderá ser exercido pelo Estado ou pelo Munícipio, quando for o caso, de forma suplementar. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 129 As atividades de vigilância epidemiológica e de controle de vetores relativas a portos, aeroportos e fronteiras serão executadas pela ANVISA sob orientação técnica e normativa da área de vigilância epidemiológica e ambiental do Ministério da Saúde. 5. Acompanhar e coordenar as ações estaduais, distrital e municipais de Vigilância Sanitária; Cabe a União coordenar e acompanhas ações de VS nas outras esferas de governo (estadual, distrital e municipal). 6. Prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; Da mesma forma que a União coordena e acompanha as ações de VS nas outras esferas de governo, cabe a própria União prestar cooperação técnica e financeira a esses entes políticos, para que realizem as ações de VS de forma eficiente. 7. Atuar em circunstâncias especiais de risco à saúde, e; Em circunstancias especiais de risco à saúde, faz-se necessário atuação da União, como nos casos de epidemias generalizadasno território nacional, como foi o caso da gripe H1N1, no ano de 2009. 8. Manter sistema de informações em Vigilância Sanitária, em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Além de acompanhar e prestar cooperação técnica e financeira, cabe ainda à União manter o sistema de informações (base de dados) relacionadas à VS, em cooperação com os outros entes políticos (União, Estados, Distrito Federal e Munícipios). As competências da União supracitadas, serão exercidas por meio das seguintes instituições: 1. Pelo Ministério da Saúde (MS), no que se refere à formulação, ao acompanhamento e à avaliação da Política Nacional de Vigilância Sanitária (PNVS) e das diretrizes gerais do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS); 2. Pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), em conformidade com as atribuições que lhe são conferidas pela Lei n.º 9.782/1999 e pelo Decreto n.º 3.029/1999, e; Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 129 3. Pelos demais órgãos e entidades do Poder Executivo Federal, cujas áreas de atuação se relacionem com o sistema. Como pode ser observado, o órgão deliberativo na área da vigilância sanitária é o Ministério da Saúde (MS), que formula, acompanha e avalia a PNVS, bem como define as diretrizes gerais do SNVS. Por sua vez, cabe a ANVISA exercer suas atribuições legais, sempre respeitando a PNVS e o SNVS. Além disso, o Poder Executivo Federal definirá a alocação, entre os seus órgãos e entidades, das demais atribuições e atividades executadas pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), não abrangidas pela Lei n.º 9.782/1999. Em suma, cabe ao Poder Executivo Federal, responsável pela União, distribuir entres seus órgãos e entidades, as atribuições e atividades, não previstas na Lei n.º 9.782/1999, relacionadas ao SNVS. Dessa forma, o Executivo poderá ampliar o leque de atribuições e atividades previstos pela lei supracitada. Por fim, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios fornecerão, mediante convênio, as informações solicitadas pela coordenação do SNVS. Como já foi apresentado, os entes políticos manterão, sob a responsabilidade da União, um sistema de informações referentes a VS. Dessa forma, a Coordenação do SNVS, quando achar necessário, poderá solicitar informações a outros entes políticos (Estados, Distrito Federal e Municípios, mas sempre mediante convênio. 04. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A base legal da ANVISA encontra-se presente na Lei n.º 9.782/1999, que cria a Agência, bem como define sua natureza e finalidade, suas competências, sua estrutura organizacional, entre outras características, e no Decreto n.º 3.029/1999, que define o Regulamento da ANVISA. Entretanto, ao realizar o cotejo entre a Lei n.º 9.782/1999 (atualizada até a Lei n.º 13.097/2015) e o Decreto n.º 3.029/1999 (atualizado até o Decreto n.º 8.037/2013), podemos observar que o Decreto transcreve mais de 95% do texto da Lei, de forma mais detalhada, uma vez que essa é a finalidade do Decreto, explicar e detalhar a Lei. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 129 Diante dessa situação, não faz sentido estudarmos a Lei e o Decreto em separado, isso seria uma perda de tempo sem fim! Por isso, utilizarei o Decreto como texto-base para esse tópico e eventualmente utilizarei a Lei em assuntos não abordados pelo Decreto, com intuito de abordarmos por completo o exposto tanto na Lei quanto no Decreto. =) 01. Natureza e Finalidade Institucional. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), criada pela Lei n.º 9.782/1999, é uma Autarquia sob Regime Especial, com personalidade jurídica de direito público, vinculada ao Ministério da Saúde (MS), pertencente a administração pública indireta federal. A natureza de Autarquia Especial confere à ANVISA as seguintes características: independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes e autonomia financeira. Esses atributos garantem independência funcional à ANVISA, ou seja, evita que a Agência sofra pressão política ou econômica em seu campo de atuação. Dessa forma, a Agência atuará como entidade administrativa independente, sendo-lhe assegurado as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de suas atribuições. C ar ac te rí st ic as ANVISA = Autarquia Especial Independência Administrativa Estabilidade de seus Dirigentes Autonomia Financeira A ANVISA tem sede e foro no Distrito Federal, prazo de duração indeterminado e atuação em todo território nacional. Por fim, a legislação prevê que a ANVISA terá por finalidade institucional promover a proteção da saúde da população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados, bem como o controle de portos, aeroportos e fronteiras. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 129 02. Competências. Em nossa aula de hoje, apresentaremos as 8 competências da União no âmbito do SNVS. Das 8 competências apresentadas, 6 competências estão sob a responsabilidade da ANVISA para serem implementadas e executadas. Constam abaixo as 8 competências da União, com as 6 competências da ANVISA em vermelho: MS 1. Definir a Política Nacional de Vigilância Sanitária (PNVS); ANVISA 2. Definir o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS); 3. Normatizar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde; 4. Exercer a Vigilância Sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, podendo essa atribuição ser supletivamente exercida pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios; 5. Acompanhar e coordenar as ações estaduais, distrital e municipais de Vigilância Sanitária; 6. Prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; 7. Atuar em circunstâncias especiais de risco à saúde, e; 8. Manter sistema de informações em Vigilância Sanitária, em cooperação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Antes de continuarmos, devemos relembrar e destacar que o órgão deliberativo na área da vigilância sanitária é o Ministério da Saúde (MS), que formula, acompanha e avalia a PNVS, bem como define as diretrizes gerais do SNVS. Com isso a primeira competência supracitada, está sob a responsabilidade do MS. Dando continuidade, além das competências apresentadas no quadro acima, a legislação sanitarista prevê outras competências para a Agência, a saber: 1. Coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS); Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 129 Como já foi estudado, é de responsabilidade do Ministério da Saúde (MS) a definição das diretrizes gerais do SNVS, cabendo à ANVISA a definição e a coordenação do SNVS. 2. Fomentar e realizar estudos e pesquisasno âmbito de suas atribuições; Cabe a própria Agência incentivar e realizar estudos e pesquisas na área da Vigilância Sanitária. Essa é a face acadêmica da ANVISA, que por meio do seu próprio corpo técnico de Especialistas em Regulação ou por meio de incentivo a programas de pós-graduação (mestrado e doutorado), incentiva a busca de novas soluções sanitaristas. 3. Estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de Vigilância Sanitária; Além do poder normativo, de estabelecer normas sanitaristas em âmbito nacional por meio de Resoluções ou Instruções Normativas, por exemplo, cabe ainda à Agência, a competência para propor, acompanhar e executar as políticas, as diretrizes e as ações de Vigilância Sanitária. 4. Estabelecer normas e padrões sobre limites de contaminantes, resíduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que envolvam risco à saúde; Com base em seu poder normativo, cabe a ANVISA determinar quais são os limites aceitáveis de substâncias maléficas que envolvam risco à saúde da sociedade. 5. Intervir, temporariamente, na administração de entidades produtoras, que sejam financiadas, subsidiadas ou mantidas com recursos públicos, assim como nos prestadores de serviços e ou produtores exclusivos ou estratégicos para o abastecimento do mercado nacional, obedecido o disposto no art. 5.º da Lei n.º 6.437/1977; A intervenção estatal na iniciativa privada é uma medida extremamente excepcional. No caso, cabe à ANVISA intervir, temporariamente quando for necessário, nas empresas privadas da área da saúde (produtoras ou prestadoras de serviços) que são subsidiadas com dinheiro público. Além disso, o dispositivo supracitado faz menção ao Art. 5.º da Lei n.º 6.437/1977, que traz a seguinte redação: Art. 5.º A intervenção no estabelecimento que receba recursos públicos de qualquer esfera, será decretada pelo Ministro da Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 129 Saúde, que designará interventor, o qual ficará investido de poderes de gestão, afastados os sócios, gerentes ou diretores que contratual ou estatutariamente são detentores de tais poderes e não poderá exceder a 180 dias, renováveis por igual período. Como podemos observar, essa Lei foi publicada há mais de 20 anos antes da criação da ANVISA, sendo assim, a interpretação correta do dispositivo é que cabe à ANVISA decretar a intervenção na empresa, bem como designar interventor com poderes de gestão, afastando todos os sócios, gerentes e diretores. Por fim, a intervenção terá o prazo máximo de 180 dias sendo prorrogável por igual período, ou seja, a intervenção da Agência sobre a empresa subsidiada poderá alcançar 360 dias. 6. Administrar e arrecadar a Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária (TFVS), instituída pela Lei n.º 9.782/1999; A priori, devemos ter em mente que o gênero tributo, conforme entendimento jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal (STF), conta com cinco espécies: Impostos, Taxas, Contribuições de Melhoria, Empréstimos Compulsórios e Contribuições Especiais. Além disso, do Código Tributário Nacional de 1966, temos que a competência para instituir um tributo pertence ao ente político, no caso, a União, sendo esta indelegável. Entretanto, as funções de administrar, arrecadar, fiscalizar e executar as leis tributárias podem ser delegadas pela União para outra pessoa jurídica de direito público, no caso a ANVISA (Autarquia Especial), em relação à Taxa de Fiscalização de Vigilância Sanitária (TFVS). Por enquanto, essas informações são suficientes. Em tópico específico, veremos maiores detalhes sobre a TFVS. =) 7. Autorizar o funcionamento de empresas de fabricação, distribuição e importação dos produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária e de comercialização de medicamentos; As empresas que fabricam e comercializam produtos sujeitos ao controle e fiscalização sanitária deverão ter autorização expressa da ANVISA para o seu regular funcionamento. 8. Anuir com a importação e exportação dos produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária; Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 129 Essa é uma situação típica de ponto de fronteira. Quando o viajante procedente do Paraguai adentra ao Brasil, trazendo remédios sujeitos a controle, cabe primeiramente a ANVISA dar anuência (autorização) a essa importação. Somente após a anuência da Agência, que o viajante poderá declarar seus remédios junto a Receita Federal do Brasil. 9. Conceder registros de produtos, segundo as normas de sua área de atuação; A concessão de registro de produtos da área da Vigilância Sanitária (medicamentos, cosméticos, perfumes, alimentos, etc.) cabe à ANVISA. 10. Conceder e cancelar o Certificado de Cumprimento de Boas Práticas de Fabricação; A legislação em ”Boas Práticas” relacionada a produtos para área de Vigilância Sanitária determina os requisitos aplicáveis aos estabelecimentos que fabriquem ou comercializem esses produtos de forma a garantir a qualidade do processo, visando à segurança e eficácia dos mesmos e o controle dos fatores de risco à saúde do consumidor. Caso a empresa preencha todos os requisitos da legislação, ela poderá solicitar a certificação junto à ANVISA, sendo que a concessão será de responsabilidade da Agência, e se for o caso, o cancelamento, caso a empresa deixe de cumprir as Boas Práticas em seus processos industriais. Para o cumprimento da concessão ou do cancelamento do referido Certificado, desde o advento da Lei n.º 13.097/2015, a Agência poderá se utilizar de informações confidenciais sobre inspeções recebidas no âmbito de acordos ou convênios com autoridade sanitária de outros países, bem como autorizar a realização de vistorias e inspeções em plantas fabris por instituições nacionais ou internacionais credenciadas pela Agência para tais atividades. 11. Interditar, como medida de Vigilância Sanitária, os locais de fabricação, controle, importação, armazenamento, distribuição e venda de produtos e de prestação de serviços relativos à saúde, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; Estamos diante do poder de interdição da ANVISA. Caso seja necessário, cabe à Agência interditar os locais de fabricação, controle, importação, armazenamento, distribuição e venda de produtos e de prestação de serviços relacionados à saúde. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 129 12. Proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; Cabe a ANVISA proibir atividades relacionadas a produtos e insumos, em caso de violação a legislação sanitarista, bem como nos casos de risco iminente à saúde das pessoas. 13. Cancelar a autorização, inclusive a especial, de funcionamento de empresas, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; A priori, é interessante observamos que existem dois tipos de autorização: Autorização de Funcionamento (AF) e Autorização Especial de Funcionamento (AEF), ambas concedidaspela própria ANVISA. A AF é a permissão para que a empresa exerça as suas atividades sob regime de Vigilância Sanitária. Por sua vez, a AEF é a licença concedida às empresas, para o exercício de atividades de extração, produção, transformação, fabricação, fracionamento, manipulação, embalagem, distribuição, transporte, reembalagem, importação e exportação das substâncias constantes de Portaria do Ministério da Saúde. Para esclarecer um pouco mais o assunto, vou transcrever o que está disposto no endereço eletrônico da Agência: AF: Chamada de Autorização de Funcionamento Comum. Deve ser requerida junto à Anvisa, para que a empresa possa comercializar medicamentos industrializados em sua embalagem original, incluindo os medicamentos “controlados” presentes na Portaria SVS/MS n.º 344/1998. AEF: Chamada de Autorização Especial. Somente pode ser requerida por Farmácias de Manipulação que já possuam AF e que usem para a manipulação de seus medicamentos substâncias “controladas” presentes na Portaria SVS/MS n.º 344/1998 Por fim, cabe a ANVISA cancelar a AF e a AEF, nos casos em que a empresa viole a legislação da Vigilância Sanitária ou quando houve risco iminente à saúde. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 129 14. Coordenar as ações de Vigilância Sanitária realizadas por todos os laboratórios que compõem a rede oficial de laboratórios de controle de qualidade em saúde; Cabe à ANVISA coordenar as ações de VS nos laboratórios que compõem a Rede Oficial de Laboratórios de Controle de Qualidade em Saúde. O dispositivo é autoexplicativo. 15. Estabelecer, coordenar e monitorar os sistemas de vigilância toxicológica e farmacológica; A priori, devemos entender que a Toxicologia é a ciência que tem como objeto de estudo os efeitos adversos das substâncias químicas sobre os organismos. Por seu turno, a Farmacologia é a ciência que estuda como as substâncias químicas interagem com os sistemas biológicos. O dispositivo informa que está sob a responsabilidade da ANVISA, o estabelecimento, coordenação e monitoramento dos sistemas de vigilância toxicológica e farmacológica. 16. Promover a revisão e atualização periódica da farmacopeia; Farmacopeia é um conjunto de informações que retratam a nomenclatura das drogas, dos medicamentos simples, dos requisitos de qualidade, dos insumos, dos compostos e dos artigos farmacêuticos. Em suma, é o registro dos medicamentos existentes no Brasil. A revisão e atualização da Farmacopeia é de responsabilidade da ANVISA. 17. Manter sistema de informação contínuo e permanente para integrar suas atividades com as demais ações de saúde, com prioridade para as ações de vigilância epidemiológica e assistência ambulatorial e hospitalar; A priori, temos que ter em mente que a Vigilância Epidemiológica é um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos. Por sua vez, as informações da ANVISA devem ser compartilhadas nas demais ações de saúde, mormente nas ações de vigilância epidemiológica e de assistência ambulatorial e hospitalar. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 129 18. Monitorar e auditar os órgãos e entidades estaduais, distritais e municipais que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), incluindo-se os laboratórios oficiais de controle de qualidade em saúde; Além da definição e coordenação do SNVS, cabe à ANVISA o monitoramento e auditoria dos órgãos e entidades das outras esferas (Estados, Distrito Federal e Munícipios) que integram o SNVS. 19. Coordenar e executar o controle da qualidade de bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária, por meio de análises previstas na legislação sanitária, ou de programas especiais de monitoramento da qualidade em saúde; O controle de qualidade dos produtos submetidos ao controle sanitário é de responsabilidade da ANVISA, por meio de análises previstas na legislação sanitária ou em programas de monitoramento da qualidade em saúde. 20. Fomentar o desenvolvimento de recursos humanos para o sistema e a cooperação técnico-científica nacional e internacional; Cabe a ANVISA fomentar o desenvolvimento intelectual dos seus servidores, para que os mesmos estejam melhor preparados para cooperar com o SNVS ou possam participar de cooperações técnico- científicas nacionais e internacionais. 21. Autuar e aplicar as penalidades previstas em lei; Cabe a ANVISA autuar e aplicar as sanções necessárias quando determinado ato configurar infração à legislação sanitária federal. 22. Monitorar a evolução dos preços de medicamentos, equipamentos, componentes, insumos e serviços de saúde, podendo para tanto: a) requisitar, quando julgar necessário, informações sobre produção, insumos, matérias-primas, vendas e quaisquer outros dados, em poder de pessoas de direito público ou privado que se dediquem às atividades de produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços previstos neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso; b) proceder ao exame de estoques, papéis e escritas de quaisquer empresas ou pessoas de direito público ou privado Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 129 que se dediquem às atividades de produção, distribuição e comercialização dos bens e serviços previstos neste inciso, mantendo o sigilo legal quando for o caso; c) quando for verificada a existência de indícios da ocorrência das seguintes infrações previstas no Art. 36, incisos III e IV da Lei n.º 12.529/2011, respectivamente: aumentar arbitrariamente os lucros e exercer de forma abusiva posição dominante, mediante aumento injustificado de preços ou imposição de preços excessivos, dos bens e serviços referidos no tópico 22, convocar os responsáveis para, no prazo máximo de 10 dias úteis, justificar a respectiva conduta, e; d) aplicar a penalidade prevista no Art. 40 da Lei n.º 12.529/2011, a saber: a recusa, omissão ou retardamento injustificado de informação ou documentos solicitados pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) ou pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (SAE) constitui infração punível com multa diária de R$ 5.000,00, podendo ser aumentada em até 20 vezes (até R$ 100.000,00), se necessário para garantir sua eficácia, em razão da situação econômica do infrator. O monitoramento dos preços de medicamentos, equipamentos, serviços de saúde e de outros assuntos correlatos a Vigilância Sanitária é realizado diretamente pela ANVISA. Esse controle é realizado de diversas formas, como a requisição de informações às empresas fabricantes ou exame escritural da contabilidade das mesmas. Além disso, os aumentos exacerbados (exagerado) de produtos e serviços deverão ser devidamente justificados. Por fim, ainda existe a possibilidade de aplicação de multa diária, variando entre R$ 5.000,00 e R$ 100.000,00, nos casos de recusa, omissão ou retardamento de informação solicitada. 23. Controlar, fiscalizare acompanhar, sob o prisma da legislação sanitária, a propaganda e publicidade de produtos submetidos ao regime de vigilância sanitária; A ANVISA também tem o papel de regular as propagandas e publicidades dos produtos sujeitos ao seu controle. 24. Definir, em ato próprio, os locais de entrada e saída de entorpecentes, psicotrópicos e precursores no País, ouvido o Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 129 Departamento de Polícia Federal (DPF) e a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Estranhamente essa competência não está prevista no Decreto n.º 3.029/1999 (Regulamento da ANVISA), entretanto está presente no Art. 7, inciso XXVII da Lei n.º 9.782/1999 (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e criação da ANVISA). Conforme o dispositivo, cabe à própria ANVISA, após ouvir o Departamento da Polícia Federal (órgão responsável pela imigração de pessoas) e a Receita Federal do Brasil (órgão responsável pelo controle aduaneiro e tributário), definir quais pontos de fronteira estarão autorizados a entrada e saída de produtos sujeitos ao controle sanitário. Uma vez apresentadas todas as competências da Agência, devemos ter em mente que, em regra, essas competências poderão ser delegadas, por decisão da Diretoria Colegiada da ANVISA, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Munícipios. Entretanto, algumas competências são indelegáveis, a saber: Competências Indelegáveis da ANVISA: 1. Coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS); 4. Estabelecer normas e padrões sobre limites de contaminantes, resíduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que envolvam risco à saúde; 5. Intervir, temporariamente, na administração de entidades produtoras, que sejam financiadas, subsidiadas ou mantidas com recursos públicos, assim como nos prestadores de serviços e ou produtores exclusivos ou estratégicos para o abastecimento do mercado nacional, obedecido o disposto no art. 5.º da Lei n.º 6.437/1977; 8. Anuir com a importação e exportação dos produtos submetidos ao controle e fiscalização sanitária; 9. Conceder registros de produtos, segundo as normas de sua área de atuação; Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 129 12. Proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição e a comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; 13. Cancelar a autorização, inclusive a especial, de funcionamento de empresas, em caso de violação da legislação pertinente ou de risco iminente à saúde; 14. Coordenar as ações de Vigilância Sanitária realizadas por todos os laboratórios que compõem a rede oficial de laboratórios de controle de qualidade em saúde; 15. Estabelecer, coordenar e monitorar os sistemas de vigilância toxicológica e farmacológica; 16. Promover a revisão e atualização periódica da farmacopeia; 18. Monitorar e auditar os órgãos e entidades estaduais, distritais e municipais que integram o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS), incluindo-se os laboratórios oficiais de controle de qualidade em saúde; Além disso, a ANVISA poderá delegar a órgão do Ministério da Saúde (MS) a execução de atribuições relacionadas a serviços médico- ambulatorial-hospitalares, exceto em relação às atribuições relacionadas às competências indelegáveis supracitadas. A Agência ainda poderá assessorar, complementar ou suplementar as ações estaduais, do Distrito Federal e municipais para exercício do controle sanitário. Por seu turno, a ANVISA deverá pautar sua atuação sempre em observância às diretrizes estabelecidas pela Lei Orgânica da Saúde (Lei n.º 8.080/1990), para dar seguimento ao processo de descentralização da execução de atividades para Estados, Distrito Federal e Municípios, observadas competências indelegáveis supracitadas. Essa descentralização será efetivada somente após manifestação favorável dos respectivos Conselhos Estaduais, Distrital e Municipais de Saúde. Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 129 A legislação ainda dispõe que a Agência poderá dispensar de registro os imunobiológicos, inseticidas, medicamentos e outros insumos estratégicos, quando adquiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais, para uso em programas de saúde pública pelo Ministério da Saúde e suas entidades vinculadas. O Ministro de Estado da Saúde poderá determinar a realização de ações previstas nas competências da Agência, em casos específicos e que impliquem riscos à saúde da população, sendo que tal ato ministerial deverá ser publicado no Diário Oficial da União (DOU). Ainda sobre o tema competência, a legislação sanitária informa que na apuração de infrações à legislação sanitária federal, a ANVISA observará o disposto na Lei n.º 6.437/1977, que trata do assunto. Como você já sabe, compete à Agência Nacional de Vigilância Sanitária regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública. Mas quais bens estão compreendidos no conceito de produtos e serviços? Conforme dispõe a legislação sanitarista, consideram-se BENS E PRODUTOS submetidos ao controle e fiscalização sanitária pela ANVISA: 1. Medicamentos de uso humano, suas substâncias ativas e demais insumos, processos e tecnologias; 2. Alimentos, inclusive bebidas, águas envasadas, seus insumos, suas embalagens, aditivos alimentares, limites de contaminantes orgânicos, resíduos de agrotóxicos e de medicamentos veterinários; 3. Cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes; 4. Saneantes destinados à higienização, desinfecção ou desinfestação em ambientes domiciliares, hospitalares e coletivos; 5. Conjuntos, reagentes e insumos destinados a diagnóstico; 6. Equipamentos e materiais médico-hospitalares, odontológicos, hemoterápicos e de diagnóstico laboratorial e por imagem; 7. Imunobiológicos e suas substâncias ativas, sangue e hemoderivados; Legislações Específicas p/ ANVISA (Téc. Adm.) Teoria e Questões Comentadas Prof. Ali Mohamad Jaha - Aula 01 Prof. Ali Mohamad Jaha www.fb.com/amjahafp さQ┌;ミデラ マ;キゲ IWSラ ┗ラIZ ゲW IラマヮヴラマWデWヴ Iラマ ; ┗キS;が マ;キゲ IWSラ Wノ; ゲラヴヴキヴ= ヮ;ヴ; ┗ラIZざ www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 129 8. Órgãos, tecidos humanos e veterinários para uso em transplantes ou reconstituições; 9. Radioisótopos para uso diagnóstico “in vivo”, radiofármacos e produtos radioativos utilizados em diagnóstico e terapia; 10. Cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, e; 11. Quaisquer produtos que envolvam a possibilidade de risco à saúde, obtidos por engenharia genética, por outro procedimento ou ainda submetidos a fontes de radiação. Como podemos observar, não é só de remédios que vive a ANVISA! A lista de bens e produtos submetidos ao controle e fiscalização da Agência é imensa e variada, incluindo alimentos, cosméticos e drogas lícitas como cigarros. Além dos próprios bens e produtos supracitados, submetem-se ao regime de vigilância sanitária as instalações físicas, equipamentos, tecnologias, ambientes e procedimentos envolvidos em todas as fases de seus processos