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Malária: Revisão e Tratamento

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INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS
CAMPUS BATALHA
CURSO TÉCNICO EM BIOTECNOLOGIA
REVISÃO DE LITERATURA: DOENÇAS PARASITÁRIAS
SHAYANNY JANUARIO SANTOS
BATALHA – AL
2023
REVISÃO DE LITERATURA SOBRE A MALÁRIA
INTRODUÇÃO
A malária é uma doença infecciosa, de transmissão vetorial, cujo o agente etiológico é um protozoário do gênero Plasmodium spp, do qual as espécies que acometem o homem são P. falciparum, P. vivax, P. malariae, P. ovale e P. knowlesi. (Alencar Filho et al., 2014). A origem estaria em um parasita encontrado em chimpanzés na África equatorial. Segundo Francisco Ayala, da Universidade da Califórnia em Irvine, e colegas, o parasita teria sido transmitido de chimpanzés para humanos talvez tão recentemente quanto há 5 mil anos. E muito possivelmente a transmissão se deu por um único mosquito. As doenças relacionadas à pobreza, como a malária, são negligenciadas e a população das áreas endêmicas carregam estigmas sociais que reforçam o ciclo da pobreza onde o trabalho é prejudicado pela saúde abalada em decorrência da doença. (BHUTTA et al., 2014).
DESENVOLVIMENTO 
Geograficamente regiões endêmicas com poucos recursos, abrigam insetos vetores da malária e população vulnerável que apresenta co-infecções mantendo o ciclo de infecção elevando as taxas de morbidade e mortalidade. A incidência de casos de malária ocorre em ambientes propícios à propagação do mosquito fêmea do gênero Anopheles spp, vetor do protozoário do gênero Plasmodium spp, que são transmitidos ao homem, seu hospedeiro intermediário, se multiplicam de forma assexuada nos eritrócitos do hospedeiro causando a doença. É possível observar geograficamente a incidência da malária em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. A maior parte dos óbitos estão concentrados no continente africano, as crianças menores de 5 anos de idade são o grupo mais acometido pela doença tendo o pior desfecho, seguido do grupo de gestantes, pessoas sem contato anterior com o parasita e pacientes com Síndrome da imunodeficiência adquirida (ALENCAR FILHO et al., 2014).
Sendo uma doença febril e de sintomas que inicialmente podem ser leves como calafrios, dores de cabeça e evoluírem para sintomas que vão de dores musculares e articulares, icterícia, dificuldade respiratória, anemia grave, insuficiência renal e malária cerebral. Em um indivíduo não exposto anteriormente ao parasita, os sintomas usualmente aparecem entre 10 e 15 dias após a picada do mosquito infectado (COBAN et al., 2018; SHIVAPURKAR et al., 2019); (ALENCAR FILHO et al., 2014). A malária pode ser classificada como assintomática, não complicada ou grave (complicada) (WHO, 2020). Ela assintomática pode ser causada por qualquer Plamodium spp, o hospedeiro tem o parasita circulante, mas não manifesta sintomas. Já descomplicada pode ser causada por qualquer Plasmodium spp, porém o hospedeiro manifesta sintomas inespecíficos que podem ser confundidos com outras doenças como calafrios, sudorese, dor de cabeça, náusea e vômitos sem disfunções graves dos órgãos.
Diferentes combinações de fármacos são utilizadas para o tratamento de Plasmodium spp. A escolha é direcionada pelos estudos de resistência aos medicamentos que indicam ser menos frequente em P. vivax, P.ovale, P. malarie e P. Knowlesi. Pelo baixo custo, eficácia e segurança, a cloroquina é utilizada na maioria dos casos de malária, exceto nos casos de infecção por P. falciparum, que necessitam de medicamentos mais novos devido à resistência desse protozoário ao fármaco. A OMS recomenda combinações terapêuticas à base de artemisinina (ACTs) para o tratamento da malária causada pelo parasita P. falciparum. Mas mesmo após os estágios que causam sintomas, a malária por P.vivax e P.ovale necessita de tratamento adicional, pela persistência da forma hipnozoítas, sendo realizado com a administração de primaquinas, antimalárico que age nas formas latentes hepáticas do protozoário (ALENCAR FILHO et al., 2014).
No Brasil, as duas primeiras espécies atendem por mais de 99% dos casos e cerca de 99% dos casos da doença encontra-se na Região Amazônica, que responde por aproximadamente 60% de todo o território nacional (Tauil, 1986). A malária não se distribui de forma homogênea na Região Amazônica (Rodrigues e cols., 2008), podendo ser encontrada em paisagens antropizadas por desmatamentos, alterações dos corpos d’água, poluição do solo e da atmosfera e perda de hábitats e de biodiversidade, que é melhor para a sua propagação. Temos como exemplo desses locais a abertura de estradas, os garimpos artesanais (e itinerantes), as áreas de expansão da pecuária bovina e de agricultura empresarial, a exploração de madeira e a construção de barragens e projetos de assentamentos rurais, que frequentemente contam com a participação de migrantes de outras partes do país (em sua maioria não possuindo exposição ao ambiente e cultura amazônicas) (ALVES, 2017). Deste modo, a estrutura social foi alterada tanto nas áreas de evasão como nas de recepção de migrantes, conduzindo a mudança nos perfis epidemiológicos de algumas classes sociais, refletindo nos riscos individuais de doença. No Estado de São Paulo, a situação da endemia que era considerada estável até o ano de 1982, quando se registrava uma média de 1.200 casos ao ano, vem sofrendo modificações avaliadas a partir do aumento da incidência. Em 1987, foram notificados 3.066 casos, principalmente dos Estados de Rondônia, Mato Grosso e Pará. As modificações ocorridas nas áreas de atração, pelos deslocamentos da população, contribuíram para a disseminação da endemia na Região Amazônica e o seu reflexo para outros Estados da Federação, onde a transmissão da doença encontra-se controlada.
CONCLUSÃO
 O impacto da ação humana sobre a natureza tem provocado mudanças socioambientais, atingindo de forma intensa e negativa os ambientes sociais e naturais. Dessa forma, o ser humano encontra-se envolto por uma complexa teia de questões inadequadas ao produzir e ao viver, implicando na sua sobrevivência e na do próprio planeta (ALVES, 2017). A falta de informação aliada à baixa percepção das consequências e, o despreparo profissional, é um dos principais fatores que não favorece a erradicação da malária no Brasil, configurando-se em um grande desafio de ordem social, sendo assim, as ações de controle devem ser mantidas e envolver, necessariamente, todos os segmentos do Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária diante da população (NERES FILHO et al.).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALENCAR FILHO, A.C et al. A Malária e o Endotélio Vascular. Malária, [S. l.], p. 165-169, 2014. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.scielo.br/j/abc/a/fDGp6d9fbznfTBPpVsBFFCP/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 17 maio 2023.
ALVES, M.R. Análise socioeconômica do território da piscicultura e da malária em Mâncio Lima, Acre. Análise socioeconômica, [s. l.], 19 nov. 2017. Disponível em: chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/handle/icict/27007/mario_ribeiro.pdf?sequence=2&isAllowed=y. Acesso em: 17 maio 2023.
NERES FILHO, Oziel Pereira et al. A MALÁRIA NO BRASIL: UMA REVISÃO LITERÁRIA1. Malária, [S. l.], p. 1. Disponível em: http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/mostracientificafarmacia/article/view/1958. Acesso em: 17 maio 2023.
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