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APG 5 - Doenca de Chagas (SOI 3)


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è Estudar as classes dos principais 
protozoários humanos; 
 
è Explicar a fisiopatologia da 
doença de chagas e o ciclo 
parasitário; 
 
è Compreender as manifestações 
clínicas, diagnóstico e 
tratamento da doença de chagas 
(epidemiologia e fatores de 
risco); 
 
 
Protozoarios 
 
 
Introdução 
 
• Os protozoários englobam todos 
os organismos protistas, 
eucariotas, constituídos por uma 
única célula, sem diferenciação 
em tecidos; 
 
• Protozoários apresentam as mais 
variadas formas, processos de 
alimentação, locomoção e 
reprodução e para cada função 
existe uma organela própria: 
 
è Núcleo: bem definido e revestido 
por membrana nuclear. Alguns 
protozoários têm apenas um 
núcleo, outros tem dois ou mais 
núcleos semelhantes; 
 
è Aparelho de golgi: síntese de 
carboidratos e condensação da 
secreção proteica; 
 
 
 
 
 
è Retículo endoplasmático: liso – 
síntese de esteroides e granuloso 
– síntese de proteínas; 
 
è Mitocôndrias: produção de 
energia, ausente em alguns 
grupos de espécies; 
 
è Lisossoma: permite a digestão 
intracelular de partículas; 
 
è Microtúbulos: formam o 
citoesqueleto. Participam dos 
movimentos celulares 
(contração e distensão) e na 
composição de flagelos e cílios; 
 
è Flagelos, cílios e pseudópodes: 
locomoção e nutrição; 
 
 
• Quanto à morfologia, os 
protozoários apresentam 
grandes variações, conforme sua 
fase evolutiva e meio a que 
estejam adaptados; 
 
è Trofozoíto: é a forma ativa do 
protozoário, na qual ele se 
alimenta e se reproduz por 
diferentes processos; 
 
è Cisto: é uma forma vegetativa de 
resistência. O protozoário 
secreta uma parede resistente 
que o protegerá quando estiver 
em um meio impróprio ou em 
fase de latência (podem ser 
encontrados em tecidos ou fezes 
dos hospedeiros); 
 
è Gameta: é a forma sexuada, que 
aparece em espécies do filo 
Apicomplexa; 
APG 5 – O inimigo mora ao lado Amanda Rocha 
Turma XV 
 
è Oocisto: é uma forma resultante 
de reprodução sexuada. 
 
Reprodução 
 
• Quanto a reprodução, pode ser 
assexuada ou sexuada; 
 
Nutrição 
 
• Quanto ao tipo de alimentação, 
os protozoários pode ser: 
 
è Holofíticos ou autotróficos: são 
os que, a partir de grãos ou 
pigmentos citoplasmáticos 
conseguem sintetizar energia a 
partir da luz solar (fotossíntese); 
 
è Holozoicos ou heterotróficos: 
ingerem partículas orgânicas de 
origem animal (por fagocitose – 
partículas sólidas, ou pinocitose 
– partículas líquidas), digerem-
nas e, posteriormente, expulsam 
os metabólitos; 
 
è Saprozoicos: “absorvem” 
substâncias orgânicas de origem 
vegetal, já decompostas e 
dissolvidas em meio líquido; 
 
è Mixotróficos: quando são 
capazes de se alimentar por mais 
de um dos métodos acima 
descritos; 
 
Excreção 
 
• Pode ser feita por meio de dois 
mecanismos: 
 
è Difusão dos metabólitos através 
da membrana; 
 
 
è Expulsão dos metabólitos através 
de vacúolos contráteis; 
 
 
Respiração 
 
• Podemos encontrar dois tipos 
principais: 
 
è Aeróbicos: são protozoários que 
vivem em meio rico em oxigênio; 
 
è Anaeróbicos: quando vivem em 
ambientes pobres em oxigênio, 
como os parasitos do trato 
digestivo; 
 
Locomoção 
 
• A movimentação dos 
protozoários é feita com auxílio 
de uma ou associação de duas ou 
mais organelas: 
 
è Pseudópodes; 
 
è Flagelos; 
 
è Cílios; 
 
è Microtúbulos subpeculiares que 
permitem a locomoção por 
flexão, deslizamento ou 
ondulação; 
 
 
Amanda Rocha 
Turma XV 
Classificação dos protozoários de 
importância médica 
 
 
 
 
Principais grupos de protozoários 
que parasitam humanos 
 
è GIARDÍASE: infecção no intestino 
delgado causada pela Giárdia 
lamblia. Atinge principalmente 
crianças, frequentemente em 
todo o mundo e em locais com 
condições sanitárias precárias. A 
transmissão ocorre de pessoa 
para pessoa por meio das fezes 
contaminadas com cistos do 
protozoário, alimentos ou água 
contaminados ou entre parceiros 
sexuais; 
 
è AMEBÍASE: a contaminação pode 
ocorrer por meio de várias 
espécies diferentes, entretanto 
as de maior frequência no ser 
humano são: Entamoeba, 
Histolytica e Entamoeba Coli. A 
contaminação tem início com o 
contato com água ou alimentos 
contaminados. 
 
è TRICOMONÍASE: Protozoário 
trichomonas vaginalis. Causa 
infecção no trato geniturinário 
do homem e da mulher e não 
sobrevive fora dele. O homem é 
vetor da doença, sua transmissão 
 
 
 
ocorre por meio da relação 
sexual com parceiro 
contaminado. 
 
è TOXOPLASMOSE: Protozoário 
toxoplasma gondii. Possui 
hospedeiro intermediário. O 
ciclo de transmissão inclui gatos 
(hospedeiro intermediário). A 
contaminação ocorre por meio 
de contato com as fezes de gato 
contaminadas, ou pela ingestão 
de água ou alimentos 
contaminados. 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
• A doença de Chagas foi descrita 
pela primeira vez em 1909, pelo 
médico e cientista brasileiro 
Carlos Chagas. Em caso único na 
história da medicina, ele 
descreveu, além da doença, o 
seu agente etiológico, o ciclo de 
transmissão, os hospedeiros 
vertebrados e os vetores, bem 
como as manifestações clínicas 
da fase aguda no primeiro caso 
humano estudado; 
 
• A tripanossomíase americana ou 
doença de Chagas é causada pelo 
protozoário flagelado 
Trypanossoma cruzi, cujo ciclo de 
vida transcorre entre insetos 
vetores e hospedeiros 
mamíferos; 
 
 
Amanda Rocha 
Turma XV 
Doenca de Chagas 
• A OMS classifica a doença de 
Chagas entre as 20 doenças 
tropicais mais negligenciadas, 
constituindo um importante 
problema social e econômico nas 
Américas, com predomínio na 
América Latina; 
 
• Com base no achado de DNA do 
parasito em tecidos de múmias 
de civilizações pré-colombianas, 
acredita-se que T. cruzi infecte 
populações humanas há, pelo 
menos, 4.000 anos; 
 
 
Trypanosoma cruzi 
 
• Segundo a classificação 
tradicional, T. cruzi pertence à 
ordem Kinetoplastidae, que 
reúne protozoários com 
cineplasto (uma estrutura 
intramitocondrial); 
 
• Trypanossoma cruzi apresenta 
grande diversidade biológica, 
associada à sua distribuição 
geográfica, ao grande número de 
mamíferos que podem ser 
infectados e, potencialmente, à 
variedade das manifestações 
clínicas e de resposta ao 
tratamento em pacientes; 
 
• No fim da década de 1970, 
técnica bioquímicas e 
moleculares evidenciaram a 
existência de extensa 
diversidade genética em T. cruzi. 
Esses resultados levaram à 
criação de diferentes tipos de 
classificações; 
 
• Os isolados de T. cruzi foram 
inicialmente agrupados com 
base em padrões de migração de 
isoenzimas em eletroforese. 
Cada grupo de isolados com 
características semelhantes, com 
base nesse critério, forma um 
zimodema; 
 
• Com o desenvolvimento de 
técnicas de tipagem molecular e 
de sequenciamento de DNA, 
surgiram novos critérios para 
classificar isolados e cepas de T. 
cruzi; 
 
• Com base nas diferenças de 
tamanho de produtos de 
digestão do kDNA (DNA do 
citoplasto), são os agrupamentos 
conhecidos como esquizodemas; 
 
• No final da década de 1990, 
observou-se que T. cruzi podia 
ser classificado em dois grupos 
majoritários, T. cruzi I e T. cruzi II, 
a partir da análise de sequencias 
dos genes de RNA ribossômico; 
 
• Com a análise de maior número 
de isolados e cepas, o grupo T. 
cruzi II foi progressivamente 
subdividido em IIa, IIb, IIc, IId e 
IIe; 
 
• Em 2009, chegou-se a um 
consenso que reconhece o 
agrupamento dos isolados em 
seis linhagens genéticas 
denominadas unidades discretas 
de tipagem (DUT, sigla em 
inglês), numerados com 
algarismos romanos de I a VI; 
 
 
 
 
 
 
 
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Turma XV 
Aspectos biológicos 
 
• Os principais estágios do parasito 
encontrados em diferentes 
porções do tubo digestório do 
vetor são os epimastigotas 
(capazes de dividir-se, mas não 
de infectar células) e os 
tripomastigotas metacíclicos 
(estágios infectantes, mas sem 
capacidade de dividir-se); 
 
• Descrevem-se também outros 
estágiosintermediários, de 
presença transitória, como o 
esferomastigota (estágio capaz 
de replicação sem flagelo 
aparente); 
 
• No hospedeiro mamífero, 
predominam os amastigotas 
(estágios capazes de dividir-se, 
mas pouco infectantes para as 
células) no interior das células 
nucleadas) e os tripomastigotas 
(não se reproduzem, mas são 
muito infectantes) na corrente 
sanguínea; 
 
• Os amastigotas de T. cruzi são 
tipicamente arredondados ou 
ovoides, medem 
aproximadamente 3 a 5 
micrômetros de diâmetro; 
 
• Os tripomastigotas são formas 
extracelulares alongadas, de 
aproximadamente 15 µm de 
comprimento; 
 
• No hospedeiro vertebrado, os 
tripomastigotas são encontrados 
majoritariamente no sangue, e 
são conhecidos como 
tripomastigotas sanguíneos. 
 
 
 
 
• Os tripomastigotas não se 
reproduzem, mas são as 
principais formas infectantes do 
parasito. 
 
• Os epimastigotas são estágios 
extracelulares alongados, 
medem aproximadamente 20 
µm de comprimento; 
 
 
 
 
 
 
 
Aspectos clínicos 
 
• A doença de Chagas apresenta 
duas fases: aguda e crônica; 
 
è Fase aguda: 
 
• A fase aguda inicia-se no 
momento da infecção e é 
caracterizada parasitemia 
patente e pelos baixos títulos de 
anticorpos específicos de classe 
igG; 
 
• A maior parte das infecções 
agudas é assintomática ou 
inaparente. O quadro clínico da 
doença de Chagas aguda 
Amanda Rocha 
Turma XV 
tipicamente se instala nos 
primeiros dias ou meses após a 
infecção primária (geralmente 
entre 1 e 2 semanas após a 
transmissão vetorial) e dura 
entre 4 e 12 semanas, quando 
não há tratamento; 
 
• Caracteriza-se por febre baixa e 
mal-estar acompanhados de 
linfadenopatia e de 
hepatoesplenomegalia; 
 
• Quase sempre são encontrados 
sinais eletrocardiográficos 
sugestivos de miocardite, 
embora nem sempre 
acompanhados de expressão 
clínica; 
 
• Podem ser observados sinais 
associados à porta de entrada do 
parasito, como sinal de Romaña 
(edema biplapebral unilateral 
que sugere entrada do parasito 
pela mucosa da conjuntiva) ou o 
chagoma de inoculação (lesão 
cutânea eritematosa e 
endurecida, porém indolor, que 
 
se desenvolve no sítio da 
penetração do parasito); 
 
• Em 1 a 5% dos casps decorrentes 
de transmissão vetorial, a fase 
aguda é grave; 
 
• As complicações mais comuns, 
nesses casos, são miocardite e a 
meningoencefalite; 
 
• Sugere-se, entretanto, que as 
infecções adquiridas por via oral 
são mais frequentemente 
acompanhadas por miocardite 
grave, potencialmente levando a 
óbito; 
 
è Fase crônica: 
 
• A fase crônica inicia-se entre 
algumas semanas e uns poucos 
meses depois de adquirida a 
infecção e é caracterizada pela 
ausência de parasitemia patente 
e por uma intensa resposta 
imune humoral, com predomínio 
de anticorpos de tipo igG; 
 
• Pode ser indeterminada ou 
sintomática; 
 
• A forma indeterminada é aquela 
que vem após a fase aguda, em 
que o indivíduo permanece 
assintomático; 
 
• Cerca de 70% dos indivíduos 
cronicamente infectados têm a 
forma indeterminada, de 
duração variável, podendo 
estender-se por alguns meses ou 
muitos anos, até o fim da vida do 
paciente; 
 
• Eventualmente, a forma 
indeterminada pode evoluir para 
formas sintomáticas ou 
determinadas, das quais as mais 
comuns são as cardíacas e as 
digestivas; 
 
• Na forma cardíaca, que acomete 
cerca de 20 a 30% dos indivíduos 
infectados, a manifestação 
clínica mais comum é a 
insuficiência cardíaca congestiva, 
acompanhada de alterações 
eletrocardiográficas típicas como 
o bloqueio completo do ramo 
direito e, frequentemente, o 
hemibloqueio anterior esquerdo; 
 
 
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Turma XV 
• Em casos avançados, ocorre 
cardiomegalia. 
 
• Arritmias complexas e morte 
súbita são relativamente 
comuns; 
 
• Nas câmaras cardíacas 
(especialmente no ventrículo 
esquerdo) formam-se trombos 
que, ao se desprenderem, 
causam embolia sistêmica grave, 
como AVC isquêmico; 
 
• Em paciente 
imunocomprometidos, uma 
infecção chagásica crônica pode 
reativar-se, ex. HIV 
 
Amanda Rocha 
Turma XV

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