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E-Book Completo_Administração e Economia Criativa

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Adm
inistração e Econom
ia Criativa
ADMINISTRAÇÃO
E ECONOMIA 
CRIATIVA
(Fundamentos 
de Economia e 
Administração)
Rodrigo Vinícius Sartori
ADMINISTRAÇÃO 
E ECONOMIA CRIATIVA
Rodrigo Vinícius Sartori
GRUPO
SER
EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Todo livro que carrega o título de “fundamentos” precisa primordialmente priorizar 
a compreensão de conceitos associados ao domínio de conhecimento ao qual é dire-
cionado. Não é diferente com os fundamentos de Economia – a� nal, dominar com cla-
reza os conceitos econômicos é a base para o entendimento tanto da Economia como 
uma ciência em si quanto do próprio processo de tomada de decisão fundamentada. É 
assim que se constituem verdadeiras ferramentas analíticas para que se possa apre-
ciar questões econômicas tanto em esfera pessoal quanto social.
Assim, convido o aluno a absorver estes conhecimentos, que são úteis para qualquer 
cidadão e pro� ssional da atualidade – portanto, é um conteúdo que não se restrin-
ge a estudantes de Economia. A� nal, com as pessoas conscientes ou não que vivem 
imersas em um sistema econômico, o mínimo de letramento a respeito é necessário 
para melhor desempenho do cidadão, seja no papel de produtor ou de consumidor de 
bens e serviços.
Nesse tocante, esta obra percorre os mais elementares conceitos associados à área 
econômica, investiga as principais correntes teóricas a seu respeito e oferece especial 
atenção a ferramentas de análise, o que permite su� ciente domínio em aspectos tão 
essenciais como escassez, produção, oferta, demanda, concorrência, pontos de equi-
líbrio e desequilíbrio, linearidade, entre tantos outros.
SER_ECPME_FUECOAD_CAPA.indd 1,3 10/03/20 11:02
© Ser Educacional 2020
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do 
Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Rodrigo Vinícius Sartori
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 2 10/03/20 14:34
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 3 10/03/20 14:34
Unidade 1 - Introdução à Economia
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 13
Conceito de economia ......................................................................................................... 14
Escassez e escolha ........................................................................................................ 15
Custo da oportunidade e trade-offs ............................................................................. 16
Produtividade ................................................................................................................... 17
Sistemas econômicos ..................................................................................................... 17
Instituições e incentivos econômicos ......................................................................... 18
Troca, dinheiro e interdependência ............................................................................. 19
O problema econômico fundamental ............................................................................... 20
Problema de alocação de recursos ............................................................................. 22
Problema do pleno emprego dos recursos ................................................................. 23
Problema do crescimento econômico ......................................................................... 23
Curva de possibilidade de produção/custo de oportunidade ...................................... 24
Posição .............................................................................................................................. 27
Propriedades .................................................................................................................... 28
Forma ................................................................................................................................. 30
Custo de oportunidade ................................................................................................... 33
Fatores de produção ............................................................................................................ 35
Algumas escolas de economia ..................................................................................... 36
Sistema econômico.............................................................................................................. 39
Componentes ................................................................................................................... 40
Tipologia ............................................................................................................................ 42
Sumário
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 4 10/03/20 14:34
Relação da economia com as demais ciências ............................................................. 44
Divisão do estudo econômico ............................................................................................ 45
Sintetizando ........................................................................................................................... 47
Referências bibliográficas ................................................................................................. 48
5
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 5 10/03/20 14:34
Sumário
Unidade 2 – Fundamentos de economia e administração
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 52
Introdução à teoria da demanda ....................................................................................... 53
Deslocadores da demanda ............................................................................................ 55
Fatores que afetam a função demanda ............................................................................ 56
Renda do consumidor ..................................................................................................... 57
Preços de bens relacionados ........................................................................................ 58
Publicidade e preferência do consumidor .................................................................. 59
População ......................................................................................................................... 60
Expectativasdo consumidor ......................................................................................... 61
Outros fatores .................................................................................................................. 62
Modelagem da função demanda .................................................................................. 62
Excedente do consumidor ............................................................................................. 65
Introdução à teoria da oferta ............................................................................................. 67
Deslocadores da oferta .................................................................................................. 68
Fatores que afetam a função oferta .................................................................................. 69
Preços dos insumos ........................................................................................................ 69
Nível de tecnologia e regulações governamentais .................................................. 69
Número de empresas no mercado ............................................................................... 70
Substitutos para produção ............................................................................................ 70
Impostos ............................................................................................................................ 70
Expectativas dos produtores ......................................................................................... 72
Modelagem da função oferta ........................................................................................ 73
Excedente do produtor ................................................................................................... 75
O ponto de equilíbrio ........................................................................................................... 76
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 6 10/03/20 14:34
O desequilíbrio de mercado ............................................................................................... 78
Teoria da elasticidade ......................................................................................................... 80
Receita total e elasticidade ........................................................................................... 82
Sintetizando ........................................................................................................................... 85
Referências bibliográficas ................................................................................................. 86
7
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Sumário
Unidade 3 – Produção
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 88
A teoria clássica da produção ........................................................................................... 89
Adam Smith (1723-1790) ................................................................................................. 89
David Ricardo (1772-1823) ............................................................................................. 96
Karl Marx (1818-1883) ................................................................................................... 101
A elasticidade, função exponencial e os rendimentos da escala de produção ................. 104
Comportamento do consumidor .................................................................................. 104
Restrições ....................................................................................................................... 109
Mudanças na renda ...................................................................................................... 111
Mudanças no preço ...................................................................................................... 113
Equilíbrio do consumidor .............................................................................................. 114
Custo econômico de produção ........................................................................................ 116
Custos de curto prazo ................................................................................................... 116
Custo médio e custo marginal ..................................................................................... 117
Custos fixos e irrecuperáveis ...................................................................................... 119
Custos a longo prazo ..................................................................................................... 121
Sintetizando ......................................................................................................................... 123
Referências bibliográficas ............................................................................................... 125
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 8 10/03/20 14:34
Sumário
Unidade 4 - Produção, concorrência e custos
Objetivos da unidade ......................................................................................................... 127
Onde, quando e quanto produzir ...................................................................................... 128
O que e quanto produzir ............................................................................................... 128
Como e para quem produzir ......................................................................................... 129
A estrutura de mercado de concorrência perfeita ...................................................... 129
Condições idealizadoras de concorrência perfeita ................................................ 133
Lucro normal .................................................................................................................. 134
Mercados competitivos e disputados ........................................................................ 135
Mercados não competitivos ........................................................................................ 137
Intervenção governamental ........................................................................................ 138
Resultados ...................................................................................................................... 140
Lucratividade .................................................................................................................. 142
Ponto de desligamento ................................................................................................. 143
Curva de oferta de curto prazo ................................................................................... 146
Críticas ............................................................................................................................ 147
Custos não lineares............................................................................................................ 149
Aplicação ........................................................................................................................ 150
Curvas de custos totais e curvas unitárias ................................................................... 151
Notação ........................................................................................................................... 152
Curvas CTCP e CTLP ..................................................................................................... 153
Curvas CVCP e CFCP ou CV e CF ................................................................................ 154
Curvas CVMED ou CVMEDCP ...................................................................................... 154
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Curvas CMARCP e CMARLP ........................................................................................ 156
Relação entre diferentes curvas ................................................................................157
Relação entre curvas de curto e longo prazos ........................................................ 157
Sintetizando ......................................................................................................................... 160
Referências bibliográficas ............................................................................................... 160
10
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Todo livro que carrega o título de “fundamentos” precisa primordialmente 
priorizar a compreensão de conceitos associados ao domínio de conhecimento 
ao qual é direcionado. Não é diferente com os fundamentos de Economia – 
afi nal, dominar com clareza os conceitos econômicos é a base para o entendi-
mento tanto da Economia como uma ciência em si quanto do próprio processo 
de tomada de decisão fundamentada. É assim que se constituem verdadeiras 
ferramentas analíticas para que se possa apreciar questões econômicas tanto 
em esfera pessoal quanto social.
Assim, convido o aluno a absorver estes conhecimentos, que são úteis para 
qualquer cidadão e profi ssional da atualidade – portanto, é um conteúdo que 
não se restringe a estudantes de Economia. Afi nal, com as pessoas conscientes 
ou não que vivem imersas em um sistema econômico, o mínimo de letramento 
a respeito é necessário para melhor desempenho do cidadão, seja no papel de 
produtor ou de consumidor de bens e serviços.
Nesse tocante, esta obra percorre os mais elementares conceitos associa-
dos à área econômica, investiga as principais correntes teóricas a seu respeito 
e oferece especial atenção a ferramentas de análise, o que permite sufi ciente 
domínio em aspectos tão essenciais como escassez, produção, oferta, deman-
da, concorrência, pontos de equilíbrio e desequilíbrio, linearidade, entre tantos 
outros. Bons estudos!
12
Apresentação
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Este livro é dedicado a todos os pais e mães de família, que, além de outras 
atribuições obrigatórias, são também exímios economistas das instituições 
de seus lares.
O professor Rodrigo Sartori é doutor 
em Administração pela Universidade 
Positivo (2018), com período-sanduí-
che na University of Massachusetts, 
Amherst, EUA (2017), mestre em En-
genharia da Produção pela UTFPR 
(2012), especialista em Gestão do Co-
nhecimento nas Organizações pela 
UTFPR (2005) e Engenheiro Industrial 
Elétrico pela UTFPR (1999). Possui 
mais de 20 anos de experiência em 
indústrias de alta tecnologia. Atua 
como consultor empresarial e pesqui-
sador, com concentração em campos 
como gestão e inovação, incluindo 
atividades nos EUA e na Espanha.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/7251100963170657
13
O autor
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INTRODUÇÃO À 
ECONOMIA
1
UNIDADE
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 14 10/03/20 14:35
Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Compreender os diversos conceitos fundamentais relacionados à economia;
 Aprofundar o entendimento da curva de possibilidade de produção como 
categoria analítica em economia;
 Examinar os vínculos de fatores de produção com sistemas econômicos 
variados.
 Conceito de economia 
 Escassez e escolha 
 Custo da oportunidade e 
trade-offs
 Produtividade
 Sistemas econômicos
 Instituições e incentivos econô-
micos
 Troca, dinheiro e interdepen-
dência
 O problema econômico 
fundamental
 Problema de alocação de 
recursos
 Problema do pleno emprego 
dos recursos
 Problema do crescimento 
econômico
 Curva de possibilidade de 
produção/custo de oportunidade
 Posição
 Propriedades
 Forma
 Custo de oportunidade
 Fatores de produção
 Algumas escolas de economia
 Sistema econômico
 Componentes
 Tipologia
 Relação da economia com as 
demais ciências
 Divisão do estudo econômico
15
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Conceito de economia
Uma economia (do grego οίκος, 
“agregado familiar”, e νέμoμαι, “ad-
ministrar”) é uma área de produção, 
distribuição e comércio, bem como 
consumo de bens e serviços por di-
ferentes agentes. Entendido em seu 
sentido mais amplo, a economia é de-
fi nida como um domínio social que en-
fatiza práticas, discursos e expressões 
materiais associados à produção, ao 
uso e ao gerenciamento de recursos.
Agentes econômicos podem ser indivíduos, empresas, organizações ou 
governos. Diz-se que transações econômicas ocorrem quando dois grupos ou 
partes concordam com o valor ou preço do bem ou serviço transacionado, co-
mumente expresso em uma determinada moeda.
No entanto, as transações monetárias representam apenas uma pequena 
parte do domínio econômico. A atividade econômica é estimulada pela produ-
ção que utiliza recursos naturais, trabalho e capital. Isso mudou ao longo do 
tempo devido à tecnologia e à inovação – e continua e continuará sempre a 
mudar devido a essas mesmas razões.
Uma dada economia é o resultado de um conjunto de processos que envol-
ve sua cultura, valores, educação, evolução tecnológica, história, organização 
social, estrutura política e sistemas jurídicos, além de sua geografi a, recursos 
naturais e ecologia, como principais fatores. Esses fatores fornecem contex-
to, conteúdo e defi nem as condições e parâmetros nos quais uma economia 
funciona. Em outras palavras, o domínio econômico é um domínio social das 
práticas e transações humanas – essencialmente, de uma coletividade.
Convém entender os conceitos da economia como a constituição do mais bási-
co vocabulário desse campo do conhecimento. Conforme apresentado no Quadro 
1, é possível considerar ao menos seis conceitos econômicos fundamentais. Trata-
-se de uma lista que reúne aspectos que grande parte dos economistas considera
os mais básicos dentre inúmeros conceitos que se pode enunciar em economia.
16
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1. Escassez e escolha
2. Custo da oportunidade e trade-off s
3. Produtividade
4. Sistemas econômicos
5. Instituições e incentivos econômicos
6. Troca, dinheiro e interdependência
QUADRO 1. OS SEIS CONCEITOS ECONÔMICOS FUNDAMENTAIS
Fonte: SAUNDERS; GILLIARD, 2005. (Adaptado).
Escassez e escolha
O dilema econômico que se impõe a indivíduos, grupos e sociedade como 
um todo é que os recursos produtivos são limitados em relação às necessida-
des das pessoas; em suma, não se pode ter tudo o que se almeja.
Essa é, precisamente, a condição básica da escassez, que se desdobra então 
em um aspecto bastante prático: a exigência que as pessoas façam escolhas 
sobre como utilizar os recursos disponíveis de maneira mais efi caz para satis-
fazer seus desejos.
De fato, a escassez resulta do desequilíbrio entre níveis relativamente ilimi-
tados de desejos, por um lado, e recursos relativamente limitados disponíveis 
para satisfazer tais desejos, por outro.
É interessante observar que, em estrita análise, nenhuma sociedade, mes-
mo no ápice de seu desenvolvimento, jamais teve recursos sufi cientes para 
produzir quantidade e variedade completa de bens e serviços que seus mem-
bros desejavam.
Por isso, a escassez implica invariavelmente em escolha: se as pessoas não 
podem ter tudo o que gostariam, não resta alternativa senão escolher e, con-
sequentemente, defi nir prioridades.
17
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 17 10/03/20 14:35
Custo da oportunidade e trade-offs
O que se entende por custo da oportunidade é o benefício que se sacri-
fica da próxima melhor alternativa quando recursos escassos são usados 
para um determinado propósito e não para outro. Isso vale, evidentemen-
te, para todo tipo de escolha: por exemplo, se um jovem opta por se tornar 
chefe de cozinha, em vez de advogado, arquiteto ou engenheiro, o custo 
da oportunidade se refere à inevitável perda das alternativas mais impor-
tantes perdidas.
Termo técnico bastante comum na área da economia, trade-off signifi-
ca aceitar ou escolher menos de uma determinadacoisa para, justamente 
devido a isso, conseguir se obter mais de outra coisa.
EXPLICANDO
Na tradução livre para a língua portuguesa, trade-off signifi ca “troca”. Sob 
a ótica econômica, indivíduos que escolhem um bem ou serviço em espe-
cial em vez de outro, ou mais de uma coisa e menos de outra, estão clara-
mente fazendo uma troca. A sociedade também faz trocas dessa natureza: 
entre outros, a necessidade de mais energia versus o desejo de preservar 
o meio ambiente, por exemplo.
É importante apontar que, em estudos econômicos conduzidos de maneira 
cuidadosa e sistemática, a avaliação de trade-off s envolve a comparação dos 
custos e benefícios de cada uma das alternativas disponíveis. É inevitável que 
as compensações feitas pela sociedade também exijam determinar como os 
custos e benefícios das decisões tomadas afetam os diferentes grupos sociais 
(ricos em relação aos pobres, moradores de áreas urbanas frente aos residen-
tes em regiões rurais etc.).
É importante destacar que a maioria das escolhas e trocas não são propo-
sições do tipo “tudo ou nada”: em vez disso, geralmente envolvem pequenas 
alterações na margem – um pouco mais disso, um pouco menos daquilo.
Efetivamente, as decisões sobre pequenas mudanças na margem são to-
madas com bem mais frequência do que aquelas sobre grandes mudanças. 
Não obstante, as primeiras são geralmente mais fáceis de avaliar do que
as últimas.
18
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 18 10/03/20 14:35
Produtividade
Produtividade é a quantidade de produção (tanto bens como serviços) que 
resulta por unidade de produção (recursos produtivos) que é utilizada. De tal 
forma, um aumento na produtividade signifi ca:
• Produzir mais bens e serviços com a mesma quantidade de recursos;
• Produzir a mesma quantidade de bens e serviços com menos recursos;
• Uma combinação dessas duas possibilidades.
Vale destacar que o aumento da produtividade ajuda a reduzir a escassez,
embora não a elimine completamente.
Além disso, o aumento da produtividade em si implica também em custos 
de oportunidade, uma vez que os recursos utilizados para aumentar a produti-
vidade em um empreendimento não podem ser empregados em outro. 
Sistemas econômicos
Pessoas e sociedades organizam a vida econômica para lidar com os pro-
blemas básicos originados da escassez e dos custos de oportunidade por meio 
de sistemas econômicos. Isto posto, um sistema econômico pode ser descrito 
como a coleção de instituições, leis, atividades, valores de controle e motiva-
ções humanas que, de modo coletivo, fornece uma estrutura para a tomada de 
decisões econômicas.
Sem dúvida, podemos considerar que sistemas econômicos sejam tão anti-
gos quanto a própria civilização. O que dá para classifi car como o mais primitivo 
dos sistemas remonta à época das movimentações nômades dos primeiros an-
cestrais humanos. Trata-se, evidentemente, de um contexto em que não havia a 
fi gura de um estado. Todo relacionamento entre os indivíduos de determinado 
grupo era fundamentado em puro coletivismo: signifi ca que tudo o que era ca-
çado, construído ou mesmo encontrado passava a ser propriedade de todos.
O que surgiria na sequência, a partir das primeiras aglomerações humanas 
em sociedades com maior ou menor organização formal, é o que muitos costu-
mam nominar de sistema asiático. Como característica básica, destaca-se a fi gura 
de um estado rigidamente absolutista – normalmente, centrado em fi guras como 
reis, imperadores e faraós. Não há como deixar de reconhecer que costumes eco-
19
SER_ECPME_FUECOAD_UNID1.indd 19 10/03/20 14:35
nômicos eram bastante regidos por crenças religiosas, em sociedades de predo-
mínio politeísta. Nessa confi guração, o que se encontrava era uma exclusividade 
do Estado como dono das terras; o modelo econômico dominante era o agrícola, 
em um primeiro momento, evoluindo posteriormente também para um comer-
cial à medida que as organizações sociais se tornavam mais elaboradas.
Com efeito, o que se observa nas antigas civilizações grega e romana era o 
sistema econômico de cunho escravista. Trata-se de época em que já havia a 
difusão de cidades – signifi cando, com isso, que já estavam instituída a divisão 
de terras e o conceito de propriedade privada. É um cenário de alta disparidade 
econômica na população: os mais nobres tinham posse de muitas terras, e os 
menos favorecidos geralmente não tinham posse alguma. Tal hierarquização 
da sociedade favoreceu para que formas de trabalho como a escravidão e a 
servidão passassem a ser opções. Trabalhadores nessa condição eram absor-
vidos para trabalhar nas terras fragmentadas pela divisão social e conquistas 
de novas terras (como, por exemplo, nas reconfi gurações sociais pós-guerra).
Um tanto quanto derivado do sistema escravista, o sistema feudal se fun-
damentava em uma sociedade baseada no relacionamento entre servos e se-
nhores. Estes últimos detinham a propriedade das terras, sendo que os servos 
costumavam trabalhar tendo como moeda de pagamento proteção, alimento e 
moradia. Como característica, tinha-se nesse sistema uma economia predomi-
nantemente agrícola, além de autossufi ciente em cada unidade feudal. Muitos 
consideram que o que levou este sistema a entrar em crise foi o progressivo 
aumento de abertura dos feudos frente às cidades e com o comércio institucio-
nalizado, enquanto também há os que avaliam que a exploração mais exacer-
bada dos servos levaria o modelo ao colapso.
Instituições e incentivos econômicos
Instituições econômicas são de vários tipos: além de famílias, existem or-
ganizações formais, como corporações, agências governamentais, bancos, 
sindicatos e cooperativas. Também existem maneiras costumeiras de fazer 
as coisas, como o uso do dinheiro, a negociação coletiva e a observância de 
feriados; existem, ainda, diferentes valores e crenças de controle que per-
meiam diferentes sistemas econômicos.
20
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No cerne das instituições econômicas, há que se observar que todas as so-
ciedades têm algum tipo de sistema de propriedade. Nos EUA, por exemplo, a 
propriedade privada é o alicerce do livre mercado – portanto, do próprio capi-
talismo como realidade instituída.
Em outros países, como é o caso da China, a propriedade do governo é a re-
gra – exceto em algumas pequenas empresas e bens pessoais ou domésticos. 
Alinhado à ideologia que lá imperava, o planejamento do governo havia sido 
altamente centralizado e abrangente na antiga URSS.
 Ao mesmo tempo, podia-se encontrar um modelo mais descentralizado na 
Hungria, enquanto na França se trabalhou com um planejamento econômico 
indicativo e de extensa propriedade por parte do Estado.
Algumas instituições existem apenas em certos tipos de sistemas econômi-
cos; por exemplo, a negociação coletiva sobre salários e condições de trabalho 
ocorre apenas em países industrializados democráticos.
Por sua vez, incentivos são fatores que motivam e infl uenciam o comporta-
mento humano. Os incentivos econômicos funcionam oferecendo conveniências 
maiores ou menores a bens e serviços para infl uenciar o comportamento das 
pessoas, geralmente por meio de recompensas e multas fi nanceiras. Sem dúvi-
da, o desejo de obter ganhos fi nanceiros ou materiais e evitar perdas de mesma 
natureza são poderosas forças motivadoras (embora não sejam as únicas).
Troca, dinheiro e interdependência
Indivíduos, grupos, regiões e países geralmente se especializam na produ-
ção de bens específi cos e no desempenho de serviços específi cos. Isso leva à 
produção de mais bens ou serviços do que os próprios produtores desejam 
consumir. Em tais situações, os produtores trocam seus excedentes por outros 
bens e serviços produzidos por pessoas localizadas em outros lugares e, como 
resultado, ao menos em tese, todos fi cam em situação melhor.
De fato, o princípio da troca voluntária se baseia no fato de que todas as 
partes envolvidasesperam obter ganhos com o comércio – afi nal, se assim não 
o fosse, não haveria troca. A forma mais simples de troca é o comércio direto
de bens ou serviços entre as pessoas, mas como a troca pura (escambo) é ge-
ralmente inconveniente, foi instituído o dinheiro para facilitar o intercâmbio.
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CURIOSIDADE
O dinheiro não precisa ter nenhum valor intrínseco para servir como meio 
de troca. Não há, por exemplo, nenhum custo diferenciado de produção de 
uma cédula de R$ 2 e uma outra de R$ 100. O que ocorre é que é a disposi-
ção das pessoas em aceitá-lo em pagamento que dá valor ao dinheiro no 
processo de troca.
Consequentemente, a especialização e a troca reduzem a autossufi ciência 
e, assim, aumentam a interdependência. Isso signifi ca que decisões ou eventos 
em uma parte do mundo ou em um setor da economia afetam decisões e even-
tos em outras partes e em outros setores da economia.
O problema econômico fundamental
É possível aprofundar a análise acerca da escassez como eixo estrutu-
rante do mais fundamental problema econômico – que a literatura especia-
lizada frequentemente nomeia também de problema econômico básico ou 
central. Afi nal, a partir da premissa que os recursos fi nitos de uma econo-
mia são insufi cientes para satisfazer todas as vontades e necessidades hu-
manas, pode-se agregar à economia a atribuição de estudo de como, pois, 
alocar recursos em condições de escassez. Como consequência, entender a 
economia também sob esse prisma, de como a sociedade aloca seus recur-
sos, tende a fundir, senão sobrepor parcialmente, o planejamento econômi-
co normativo e o estudo empírico de como os agentes econômicos operam 
nessas condições. 
Na economia neoclássica convencional, supõe-se que as pessoas bus-
cam seus próprios interesses e que o mecanismo de mercado satisfaz me-
lhor os vários desejos que diferentes indivíduos possam ter. Esses desejos 
são usualmente divididos em desejos individuais (que dependem das pre-
ferências do indivíduo e da paridade do poder de compra) e desejos coleti-
vos (que são os desejos de grupos inteiros de consumidores). Daí que itens 
como alimentos e roupas podem ser classifi cados como desejos ou necessi-
dades, dependendo do tipo e da frequência com que um bem é demandado.
É interessante observar que, por vezes, os economistas caracterizaram o 
“como” produzir como um problema de ordem tecnológica, inerente então 
à efi ciência, restando à alocação do que é produzido como um problema 
22
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de instância econômico. Classifica-
ções à parte, em um mercado livre, 
o “como” produzir e a alocação de re-
cursos são funções mescladas entre
os agentes econômicos. Por sua vez,
em uma economia planejada central-
mente, um decisor se responsabiliza
por determinar como e o que pro-
duzir em nome dos agentes. Entre
um extremo e outro, as economias
modernas são tidas frequentemente
como “capitalistas do bem-estar so-
cial”, sujeitas ao variado arcabouço
de regulamentações, o que tenderia
a tornar o sistema econômico mais equitativo, mantendo ainda a égide de
livre mercado.
Frise-se: o problema econômico fundamental reside no aspecto huma-
no. Inegavelmente, os desejos humanos são ilimitados – desejar parece algo 
arraigado à própria concepção de ser humano. Ricos ou pobres, ninguém 
pode afirmar que todos os seus desejos já foram satisfeitos, nada mais res-
tando a ser ambicionado. A começar pela constatação de que a sensação de 
saciedade não é permanente: é fato que todo mundo sente fome em algum 
momento, sede em outro, e isso se dá de forma cíclica e permanente. Por 
vezes, atender um desejo evoca despertar outro, por exemplo conseguir se 
vestir bem e então precisar de um bom transporte para algum compromisso 
específico. Enfim, quando todas as vontades existentes são (aparentemen-
te) satisfeitas, novas vontades começam a ser criadas, e a série de vontades 
vai se renovando indefinidamente, até o último momento da vida.
Portanto, reforça-se que o problema econômico advém da existência de de-
sejos humanos ilimitados. Não obstante, é possível apreciá-lo em componentes 
– o problema econômico poderia ser dividido em três partes distintas, a saber:
• Problema de alocação de recursos;
• Problema do pleno emprego dos recursos;
• Problema do crescimento econômico.
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Problema de alocação de recursos
O problema da alocação de recursos surge como consequência da escassez 
dos mesmos. Diante da constatação, debruça-se sobre a corriqueiramente desa-
fi adora questão de quais desejos devem ser satisfeitos e quais, em função disso, 
devem ser deixados de lado – essencialmente, o que produzir e quanto produzir.
A problematização surge naturalmente: mais produção de um bem impli-
ca, claro, em mais recursos necessários para a produção desse bem; contudo, 
recursos são escassos. Esses dois fatos juntos impõem que, se uma sociedade 
decide aumentar a produção de algum determinado bem, deve inevitavelmen-
te retirar alguns recursos da produção de outros bens. Em suma, mais pro-
dução de uma mercadoria desejada qualquer se viabiliza apenas reduzindo a 
quantidade de recursos utilizados na produção de outros bens.
O problema da alocação envolve a questão de produzir bens de capital ou 
bens de consumo. Ocorre que se a comunidade decide produzir bens de capi-
tal, os recursos devem ser retirados da produção de bens de consumo. A longo 
prazo, no entanto, o investimento em bens de capital aumenta a produção de 
bens de consumo. Inegavelmente, bens de capital e de consumo são importan-
tes – e ambos necessários em última análise. O desafi o, portanto, é determinar 
a taxa (proporção) ideal de produção entre os dois.
Se recursos são escassos, como de fato o são, é importante usá-los da ma-
neira mais efi ciente e inteligente possível. Portanto, é essencial saber se a produ-
ção e a distribuição do produto entregues por uma economia são efi cientes em 
máximo grau. Não é difícil concluir que a produção se torna efi ciente apenas se 
os recursos produtivos forem utilizados de tal maneira que qualquer realocação 
não produza mais de um bem sem reduzir a produção de qualquer outro bem. 
Por assim dizer, uma distribuição efi ciente signifi ca que a redistribuição de bens 
não pode melhorar uma parte envolvida sem prejudicar outra parte.
Na prática, as inefi ciências de produção e distribuição existem em todos 
os tipos de economias. Evidentemente, o bem-estar da população aumenta à 
medida que tais inefi ciências sejam devidamente tratadas. Porém, incorre-se 
em custos específi cos da iniciativa de combater inefi ciências, e é neste ponto 
que a questão se fecha: se o custo de remover as inefi ciências de produção e 
distribuição for superior ao ganho, obviamente não vale a pena removê-las.
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Problema do pleno emprego dos recursos
Em vista da onipresente e universal 
escassez de recursos, a questão quan-
to a saber se todos os recursos dis-
poníveis são totalmente utilizados é 
crucial. Impõe-se que uma comunida-
de deva alcançar a máxima satisfação 
necessariamente usando os recursos 
escassos da melhor maneira possível; 
isso signifi ca não desperdiçá-los ou 
usá-los de modo inefi ciente.
Sob essa ótica, existem dois tipos 
de emprego de recursos:
• Intensivo em trabalho;
• Intensivo em capital.
Nas economias capitalistas, tais recursos disponíveis não são totalmen-
te utilizados. Ocorre ainda que, por exemplo, em tempos de depressão, 
muitas pessoas queiram trabalhar, mas isso seja insuficiente para encon-
trar efetivamente emprego. Por isso conclui-se que, apesar de escassos, os 
recursos podem, ainda, não ser totalmente utilizados – uma face adicional 
ao problema exposto.
Problema do crescimento econômico
Se a capacidade produtiva cresce, uma economiapode produzir progressi-
vamente mais bens, o que eleva o padrão de vida. Por isso, o aumento da ca-
pacidade produtiva de uma economia é chamado de crescimento econômico.
Existem vários fatores que afetam o crescimento econômico. Os proble-
mas inerentes ao crescimento econômico foram discutidos por vários mo-
delos de crescimento, incluindo o modelo Harrod-Domar, os modelos neo-
clássicos de Solow e Swan e os modelos de crescimento de Cambridge de 
Kaldor e Joan Robinson. Essa parte do problema econômico é estudada nas 
economias do desenvolvimento.
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Enfi m, a problemática fundamental da economia transita entre necessida-
des e desejos. Por um lado, necessidades são coisas ou itens materiais que as 
pessoas precisam para sobreviver, como comida, roupas, moradia e água. Evi-
dentemente, admite-se alguma relativização, pois cada qual, em cada época, 
tem necessidades diferentes. Por exemplo, até a Revolução Industrial, a grande 
maioria da população mundial lutava pelo acesso ao atendimento das necessi-
dades humanas mais básicas.
Por outro lado, desejos são ambições frente a um produto em particular ou 
para algo que só pode ser obtido trabalhando orientado a essa conquista (por 
exemplo, ser aprovado em um vestibular). Desejos, todavia, não podem ser 
confundidos com meros supérfl uos: afi nal, a escala entre a mais pura sobrevi-
vência, em um extremo, e luxos sem propósito outro que não ostentação pura 
e simples, em outro, é extensa, permeada por objetivos de conquistas pessoais 
e coletivas.
De todo modo, embora as necessidades fundamentais de sobrevivência se-
jam cruciais na função da economia, os desejos são a força motriz que intensa-
mente estimula a demanda por bens e serviços. Para gerenciar 
o problema econômico, os economistas precisam classifi car
a natureza e as diferentes necessidades dos consumidores,
bem como priorizar tais necessidades e organizar a produ-
ção para satisfazer o maior número possível delas.
Curva de possibilidade de produção/custo de oportunidade
Na área econômica, os termos fron-
teira de possibilidade de produção 
(FPP) e curva de possibilidade de pro-
dução (CPP) são sinônimos. O conceito 
se associa a um gráfi co na forma de 
uma curva que mostra várias combi-
nações das quantidades de dois bens 
que podem ser produzidos dentro dos 
recursos e da tecnologia disponíveis – 
vide exemplo ilustrado no Gráfi co 1.
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GRÁFICO 1. EXEMPLO DE CPP
Fonte: SAMUELSON; NORDHAUS, 2013. (Adaptado).
Quantidade de manteiga produzida
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B
D X
A
C
Portanto, é uma representação gráfica mostrando todas as opções possí-
veis de saída para dois produtos que podem ser produzidos usando todos os 
fatores de produção, em que os recursos fornecidos são total e eficientemente 
utilizados por unidade de tempo. Uma CPP ilustra, assim, vários conceitos eco-
nômicos, como eficiência alocativa, economias de escala, custo de oportuni-
dade (ou taxa marginal de transformação), eficiência produtiva e escassez de 
recursos – este último, o já analisado problema econômico fundamental que 
todas as sociedades precisam enfrentar.
Esse trade-off normalmente é estabelecido em análise econômica, embo-
ra também se aplique a cada indivíduo, família e organização econômica. Em 
suma, um bem só pode ser produzido desviando recursos de outros bens e 
produzindo menos deles.
Limitando graficamente o conjunto de produção para quantidades fixas 
de entrada, o gráfico CPP mostra o nível de produção máximo possível de 
uma mercadoria para qualquer nível de produção da outra, dado o esta-
do existente da tecnologia. Ao fazê-lo, se define a eficiência produtiva no 
27
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contexto desse conjunto de produção. No caso do Gráfico 1, a interpreta-
ção ocorre assim: um ponto na fronteira indica o uso eficiente dos insumos 
disponíveis (como é o caso dos pontos B, D e C ); um ponto abaixo da curva 
(como o ponto A) indica ineficiência; finalmente, um ponto além da curva 
(como o ponto X ) indica impossibilidade.
Na prática, os gráficos CPP são normalmente desenhados como abaulados 
para cima ou para fora a partir da origem (por isso, “côncavos” quando vistos 
a partir dela). De todo modo, ainda podem ser representados como abaula-
mentos para baixo (ou seja, para dentro) ou lineares (retos), isso a depender de 
várias suposições e premissas.
O fato é que uma mudança externa da CPP resulta do crescimento da dispo-
nibilidade de insumos, como capital físico ou trabalho, ou do progresso tecno-
lógico no conhecimento de como transformar insumos em produtos (aprimo-
ramento ou inovação tecnológica).
Essa mudança reflete, por exemplo, o crescimento econômico de uma econo-
mia que já opera com sua produtividade total (na CPP), o que significa que então 
mais de ambas as saídas podem ser produzidas durante o período especificado, 
sem sacrificar a saída de qualquer bem. Por outro lado, a CPP muda para dentro 
(“encolhe”) se a força de trabalho diminuir, o suprimento de matérias-primas se 
esgotar ou um desastre natural diminuir o estoque de capital físico.
No entanto, a maioria das contrações econômicas reflete não necessaria-
mente que menos pode ser produzido, mas que a economia começou a operar 
abaixo da fronteira, pois usualmente o capital físico e o trabalho estão subem-
pregados, permanecendo, portanto, ociosos em maior ou menor grau.
Em microeconomia, a CPP mostra as opções possíveis a um indivíduo, famí-
lia ou empresa. Por definição, cada ponto na curva é produtivamente eficiente, 
mas, dada a natureza da demanda do mercado, alguns pontos acabarão se 
revelando mais lucrativos que outros. Portanto, o equilíbrio para uma empresa 
será a combinação de produtos na CPP mais rentável.
Já a partir de uma perspectiva macroeconômica, a CPP revela as possibilida-
des de produção disponíveis para uma nação ou economia durante um determi-
nado período de tempo para amplas categorias de produtos. Tradicionalmente, 
o gráfico é adotado para mostrar o movimento entre comprometer todos os fun-
dos ao consumo no eixo vertical versus investimento no eixo horizontal.
28
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No entanto, é importante ressaltar que uma economia pode alcançar efi ciência 
produtiva sem necessariamente ser alocativamente efi ciente. Condições tais como 
falhas de mercado (como concorrência imperfeita ou externalidades variadas) e 
algumas instituições de tomada de decisões sociais (como governo e tradição cul-
tural) podem levar à combinação errada de bens produzidos (daí advindo a mistura 
errada de recursos sendo alocada entre a produção dos dois bens) em comparação 
com o que os consumidores preferem, dado o que é possível segundo a CPP.
Posição
Os dois principais determinantes da posição da CPP em um dado momento 
são o estado da tecnologia e a capacidade gerencial (que são refl etidos nas 
funções de produção disponíveis) e as quantidades disponíveis de fatores de 
produção (materiais, mão de obra direta e custos indiretos da fábrica).
Pela interpretação gráfi ca, somente pontos sobre ou dentro de uma CPP 
são realmente possíveis de alcançar a curto prazo. A longo prazo, se a tecnolo-
gia melhorar ou se a oferta de fatores de produção aumentar, a capacidade da 
economia de produzir os dois bens aumenta; assim, se esse potencial é realiza-
do, ocorre crescimento econômico.
Esse aumento é mostrado por uma mudança da fronteira de possibilidade de 
produção para a direita no gráfi co. Por outro lado, um desastre natural, militar 
ou ecológico pode mover a CPP para a esquerda em resposta a uma redução na 
capacidade produtiva de uma economia. Assim, todos os pontos sobre ou den-
tro da curva fazem parte do conjunto de produção: eles representam as diversas 
combinações de bens quea economia poderia potencialmente produzir.
Não obstante, se os dois bens de produção representados são investimento 
de capital (para aumentar as possibilidades de produção futura) e bens de con-
sumo atuais, quanto maior o investimento no ano atual, em tese, mais a CPP 
mudaria nos anos seguintes. 
Observa-se que mudanças na curva podem representar como o fator 
progresso tecnológico, que favorece as possibilidades de produção de um 
bem tal como armas (Gráfi co 1) mais do que o outro, desloca a CPP para fora 
mais ao longo do eixo do bem favorecido, “infl uenciando” as possibilidades 
de produção nessa direção. Da mesma forma, se um bem faz mais uso do 
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capital e se o capital cresce mais rapidamente do que outros fatores, as pos-
sibilidades de crescimento podem, evidentemente, ser tendenciosas a favor 
do bem intensivo em capital.
Propriedades
São duas as propriedades a se considerar ao realizar análises com CPP: efi -
ciência e taxa marginal de transformação.
No que se refere à efi ciência, há que se considerar que a CPP delineia a quan-
tidade máxima de produtos (bens/serviços) que uma economia pode alcançar, da-
dos os fi xos recursos (fatores de produção) e o progresso tecnológico. Em suma:
• Pontos que estão sobre ou abaixo da curva das possibilidades de produ-
ção são possíveis/alcançáveis: as quantidades podem ser produzidas com os 
recursos e a tecnologia atualmente disponíveis;
• Pontos acima da curva das possibilidades de produção são inatingíveis,
porque as quantidades não podem ser produzidas usando os recursos e a tec-
nologia atualmente disponíveis;
• Pontos estritamente abaixo da curva são inefi cientes, porque a economia
pode produzir mais de pelo menos um bem sem sacrifi car a produção de qual-
quer outro bem com os recursos e a tecnologia existentes;
• Os pontos que estão na curva são, a rigor, efi cientes.
Com efeito, ao longo de todos os pontos que constituem a curva do gráfi co,
a economia alcança plena efi ciência produtiva: não é possível obter mais ne-
nhum bem sem sacrifi car outro.
Alguns pontos produtivos efi cientes são considerados como de efi ciência 
de Pareto, que é quando se identifi ca um estado de alocação de recursos em 
que impossibilita-se realocá-los de tal modo que qualquer participante seja 
benefi ciado sem piorar a situação individual de outro participante. A efi ciência 
de Pareto é alcançada quando a taxa marginal de transformação (inclinação da 
fronteira/custo de oportunidade dos bens) é igual à taxa marginal de substitui-
ção de todos os consumidores.
Da mesma forma, nem todos os pontos efi cientes de Pareto na linha da 
curva são de efi ciência alocativa; afi nal, esta só é alcançada quando a economia 
produz em quantidades que correspondem à preferência da sociedade.
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Como visto, uma CPP normalmente assume a forma da curva ilustrada no 
Gráfico 1. Assim, diz-se que uma economia que está operando na CPP é efi-
ciente, pois nessa condição é impossível produzir mais de um bem sem dimi-
nuir a produção do outro bem. Por outro lado, se a economia estiver operando 
abaixo da curva, considera-se que está operando ineficientemente porque, em 
tese, poderia realocar recursos para produzir mais bens. Provavelmente, al-
guns recursos, como trabalho ou capital, estão ociosos e podem ser totalmente 
empregados para produzir mais de ambos os bens.
Por exemplo, evocando ainda o exemplo sugerido pelo Gráfico 1, se alguém 
assumir que as quantidades disponíveis de fatores de produção da economia 
não mudam ao longo do tempo e que o progresso tecnológico não ocorre, se 
a economia estiver operando na CPP, a produção de armas (defesa nacional) 
precisará ser sacrificada para produzir mais manteiga (bens de consumo). É 
claro que, se a produção é eficiente, a economia pode escolher entre combina-
ções (pontos) na CPP: nesse caso, o ponto B, se as armas forem de interesse; o 
ponto C, se for necessária mais manteiga; ou o ponto D, se for necessária uma 
combinação igual de oferta de manteiga e de armas. 
Já o Gráfico 2 é útil para se compreender o conceito da taxa marginal de 
transformação.
GRÁFICO 2. TAXA MARGINAL DE TRANSFORMAÇÃO
Fonte: SAMUELSON; NORDHAUS, 2013. (Adaptado).
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Quantidade de manteiga produzida
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Por defi nição, a inclinação da CPP em qualquer ponto 
é chamada de taxa marginal de transformação (TMT). A 
seguinte interpretação é aplicada: a inclinação na curva 
defi ne a taxa na qual a produção de um bem pode ser re-
direcionada (pela realocação de recursos produtivos) 
para a produção do outro item. Por isso, é também 
usualmente denominado de “custo de oportunida-
de” (marginal) de uma mercadoria. Isto signifi ca que 
é o custo de oportunidade de X em termos de Y na mar-
gem; ele mede quanto do bem Y é dado para mais uma unidade do 
bem X e vice-versa. Com efeito, a forma de uma CPP é comumente desenhada 
como côncava em relação à origem para representar o aumento do custo de 
oportunidade com o aumento da produção de um bem. Assim, a TMT aumenta 
em tamanho absoluto à medida que se move da parte superior esquerda da 
CPP para o canto inferior direito do gráfi co.
Sem dúvida, a TMT pode ser expressa em termos de qualquer mercado-
ria. No caso ainda do exemplo sobre armas e manteiga, o custo marginal de 
oportunidade das armas em termos de manteiga é simplesmente o recíproco 
do custo marginal de oportunidade da manteiga em termos de armas. Se no 
mesmo exemplo ilustrado no Gráfi co 2 a inclinação (absoluta) no ponto BB no 
diagrama for igual a dois, para produzir mais um pacote de manteiga, a produ-
ção de duas armas precisa ser sacrifi cada. Contudo, se em AA o custo marginal 
de oportunidade da manteiga em termos de armas é igual a 0,25, o sacrifício de 
uma arma pode produzir então quatro pacotes de manteiga, resultando que o 
custo de oportunidade das armas em termos de manteiga é quatro. Enfi m, pelo 
gráfi co, é possível observar que a taxa marginal de transformação aumenta 
quando a transição é feita de AA para BB.
Forma
O aumento dos custos de oportunidade, ilustrado com uma curva côn-
cava à origem, é a forma mais comum de CPP. Contudo, se reta ou convexa, 
o que também pode acontecer, a interpretação quanto ao custo é signifi ca-
tivamente diferente.
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GRÁFICO 3. CPP COM FORMA CÔNCAVA
Fonte: SAMUELSON; NORDHAUS, 2013. (Adaptado).
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Quantidade de manteiga produzida
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-5
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A B
C
D
No caso mais corriqueiro (curva côncava), o que se representa é uma dis-
paridade nas intensidades fatoriais e nas tecnologias dos dois setores produ-
tivos. Ou seja, como uma economia se especializa cada vez mais em um único 
produto (como passar do ponto B para o ponto D, no exemplo do Gráfico 3), o 
custo de oportunidade de produzir esse produto aumenta, 
porque se está empregando cada vez mais recursos me-
nos eficientes na produção.
Em tal exemplo, com o aumento da produção de 
manteiga, os trabalhadores da indústria de armas mi-
gram para lá. Na prática, a princípio, os trabalha-
dores menos qualificados (ou de funções mais 
básicas) serão transferidos para produzir mais 
manteiga, sendo que a mudança desses trabalha-
dores acarreta pouco impacto no custo de oportu-
nidade do aumento da produção de manteiga: por assim dizer, 
a perda na produção de armas será pequena.
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GRÁFICO 4. CPP COM FORMA RETA
Fonte: SAMUELSON; NORDHAUS, 2013. (Adaptado).
No entanto, o custo de produção de unidades sucessivas de manteiga sem 
dúvida aumenta à medida que os recursos cada vez mais especializados na 
produção de armas forem transferidos para a indústria demanteiga (como, por 
exemplo, pessoal mais qualificado – e mais caro).
Evidentemente, se os custos de oportunidade forem constantes, uma CPP 
linear é produzida (uma “curva reta”). Este caso reflete uma situação em que os 
recursos não são especializados e podem ser substituídos um pelo outro por 
qualquer custo adicional. Os produtos que requerem recursos semelhantes 
(pão e pastelaria, para citar um exemplo) terão uma CPP praticamente reta, e, 
portanto, custos de oportunidade quase constantes.
Mais especificamente, com retornos constantes de escala, há duas opor-
tunidades para uma CPP linear: se houvesse apenas um fator de produção a 
considerar ou se as razões de intensidade de fator nos dois setores fossem 
constantes em todos os pontos da curva de possibilidades de produção. Com 
retornos variados de escala, no entanto, ocorre de não poder ser totalmente 
linear nos dois casos.
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Quantidade de manteiga produzida
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+10 +10
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GRÁFICO 5. CPP COM FORMA CONVEXA
Fonte: SAMUELSON; NORDHAUS, 2013. (Adaptado).
Com economias de escala, a CPP se recolheria, com o custo de oportunida-
de de um bem caindo à medida que mais dele fosse produzido. A especializa-
ção na produção de unidades sucessivas de um bem determina seu custo de 
oportunidade (por exemplo, a partir de métodos de produção em massa ou 
especialização do trabalho). 
Enfi m:
• CPP comum: representa aumento do custo de oportunidade;
• CPP linear: representa custo de oportunidade constante;
• CPP invertido: representa redução do custo de oportunidade.
Custo de oportunidade
Como bem indica o Gráfi co 6, aumentar a manteiga de A a B acarreta pouco 
custo de oportunidade, mas, no caso de um movimento de C a D, esse custo se 
torna muito maior.
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Quantidade de manteiga produzida
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-5-5
-5
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C
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GRÁFICO 6. AVALIAÇÃO DO CUSTO DE OPORTUNIDADE
Fonte: SAMUELSON; NORDHAUS, 2013. (Adaptado).
Desde o ponto inicial da curva, se não houver aumento nos recursos pro-
dutivos, impõe-se que aumentar a produção de um primeiro bem implica di-
minuir a produção de um segundo, porque os recursos devem ser transferidos 
para o primeiro e, assim, afastados do segundo. Os pontos ao longo da curva 
descrevem o trade-off entre dois bens em análise. Como visto, o sacrifício na 
produção do segundo bem é chamado de custo de oportunidade – justamente 
porque aumentar a produção do primeiro bem implica em abrir mão da opor-
tunidade de produzir uma certa quantidade do segundo. Por isso, o custo de 
oportunidade é medido no número de unidades renunciadas do segundo bem 
por uma ou mais unidades do primeiro bem.
No contexto da interpretação de uma CPP, o custo de oportunidade está 
diretamente relacionado ao formato da curva (vide Gráficos 3 a 5). Sabe-se que 
se o formato da curva no gráfico CPP for linear, o custo de oportunidade será 
constante conforme a produção de diferentes mercadorias estiver mudando; 
entretanto, o custo da oportunidade geralmente varia dependendo dos pon-
tos de partida e de chegada.
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Quantidade de manteiga produzida
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No exemplo ilustrado na Gráfi co 6, a produção de mais dez pacotes de mantei-
ga em um nível baixo de produção custa a renúncia de produção de cinco armas 
(mostradas como um movimento de A para B). No ponto C, a economia já está 
próxima do seu potencial máximo de produção de manteiga; isso im-
plica que, a fi m de se produzir mais dez pacotes de manteiga, 50 ar-
mas devem ser sacrifi cadas (representado pelo movimento de C 
para D). De tal forma, emprega-se o conceito já visto de TMT para 
estabelecer precisamente essa relação entre ganhos e perdas.
Fatores de produção
Na economia, fatores de produção – também denominados recursos ou in-
sumos – são usados no processo produtivo para que se viabilize a elaboração 
de produtos resultantes desse processo – ou seja, bens e serviços acabados. As 
quantidades utilizadas dos vários insumos determinam a quantidade de pro-
duto de acordo com o relacionamento chamado função de produção.
Existem quatro recursos ou fatores básicos de produção: terra, trabalho, em-
presa e capital. Os fatores também são frequentemente rotulados como “bens 
ou serviços de produtor” a fi m de distingui-los dos bens ou serviços adquiridos pe-
los consumidores, que são frequentemente rotulados como “bens de consumo”.
Existem dois tipos de fatores: primário e secundário. Os fatores primários já 
mencionados são terra, trabalho, empresa e bens de capital; materiais e ener-
gia são considerados fatores secundários na economia clássica porque são 
obtidos de terras, mão de obra e capital. Os fatores primários facilitam a pro-
dução, mas ocorre que não se tornam parte do produto (como nas matérias-
-primas) nem se transformam signifi cativamente pelo processo de produção
(como no combustível usado para alimentar as máquinas).
A terra inclui não apenas o local da produção, mas também recursos na-
turais acima ou abaixo do solo. A abordagem mais recente distingue o capital 
humano (o “estoque” de conhecimento na força de trabalho) do labor propria-
mente dito. Muitas vezes, o empreendedorismo também é considerado um 
fator de produção, assim como o estado geral da tecnologia. Evidentemente, 
o que se observa é que a quantifi cação e a qualifi cação de fatores variam, de-
pendendo do objetivo teórico, da ênfase empírica ou da escola de economia.
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Algumas escolas de economia
Na economia clássica, em que os estudos conduzidos por Adam Smith e 
David Ricardo são os baluartes, o foco são os recursos físicos na defi nição dos 
fatores de produção, discutindo-se, a partir deles, a distribuição de custo e 
valor entre esses fatores. Nessa perspectiva teórica, as chamadas “partes com-
ponentes do preço” são custos relacionados aos seguintes usos:
• Terra ou recurso natural: bens naturais, como água, ar, solo, minerais,
fl ora, fauna e clima, usados na criação de produtos. O pagamento dado a um 
proprietário de terra é aluguel, lealdade, comissão e boa vontade.
• Labor: esforço humano usado na produção, que também inclui conheci-
mentos técnicos e de marketing. O pagamento pelo trabalho de outra pessoa 
e toda a renda recebida do próprio trabalho são salários. O trabalho também 
pode ser classifi cado como a contribuição física e mental de um funcionário 
para a produção dos bens resultantes.
• Estoque de capital: bens intermediários fabricados pelo homem que
são utilizados na produção de outros bens fi nalísticos. Isso inclui máquinas, 
ferramentas e edifícios. Eles são de dois tipos: fi xos e funcionais. Fixos são 
investimentos únicos, como máquinas, ferramentas e trabalho, que consis-
tem em dinheiro líquido ou em dinheiro na mão e em matérias-primas; os 
demais são funcionais.
É interessante observar que os economistas clássicos também emprega-
ram a palavra “capital” em referência ao dinheiro. O dinheiro, no entanto, não 
foi considerado um fator de produção no sentido do estoque de capital, uma 
vez que não é usado para produzir diretamente nenhum bem. O retorno ao 
dinheiro emprestado ou ao estoque emprestado é denominado como juros, 
enquanto o retorno ao proprietário real do estoque de capital (ferramentas 
etc.) é denominado como lucro.
Por sua vez, a economia neoclássica, um dos ramos da economia conven-
cional, começou também com os fatores clássicos de produção de terra, labor e 
capital. No entanto, desenvolveu uma teoria alternativa de valor e distribuição. 
Muitos de seus expoentes adicionaram vários outros fatores de produção.
Assim, vale ressaltar que distinções adicionaisdas microeconomias clássica 
e neoclássica incluem o seguinte entendimento:
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• Capital: o conceito envolve muitos significados, incluindo o capital finan-
ceiro levantado para operar e expandir um negócio. Em grande parte da eco-
nomia, no entanto, “capital” (sem qualquer qualificação adicional) significa 
essencialmente bens que podem ajudar a produzir outros bens no futuro; re-
sultado de investimento. Refere-se, portanto, a máquinas, estradas, fábricas, 
escolas, infraestrutura e edifícios de escritórios que as pessoas produziram 
com a finalidade de poder criar bens e serviços.
• Capital fixo: é um recorte conceitual, que inclui máquinas, fábricas,
equipamentos, novas tecnologias, edifícios, computadores e outros bens 
projetados para aumentar o potencial produtivo da economia nos próxi-
mos anos. Atualmente, muitos consideram que o software é uma forma de 
capital fixo. Esse tipo de capital não muda devido à produção do bem (é, 
portanto, preservado).
• Capital de giro: inclui os estoques de bens acabados e semiacabados
que serão consumidos economicamente no futuro próximo ou que serão 
transformados em bens de consumo acabados no futuro próximo. Estes são 
frequentemente chamados de inventário. O termo “capital de giro” também 
se adota para se referir a ativos líquidos (dinheiro) necessários para despe-
sas imediatas relacionadas ao processo de produção (para pagar salários, 
faturas, impostos, juros etc.). De qualquer forma, a característica básica é 
que o valor ou a natureza deste tipo de capital geralmente muda durante o 
processo de produção.
• Capital financeiro: é simplesmente a quantidade de dinheiro que o em-
preendedor do negócio investiu nele. “Capital financeiro” geralmente se refe-
re ao patrimônio líquido vinculado ao negócio (ativos menos passivos), mas a 
expressão geralmente inclui dinheiro emprestado de terceiros (como bancos).
• Progresso tecnológico: há pelo menos mais de um século, os economis-
tas admitem que capital e trabalho não são responsáveis por todo o cresci-
mento econômico. Isso se reflete na produtividade total dos fatores usados 
em modelos econômicos chamados funções de produção que respondem 
pelas contribuições de capital e trabalho, e ainda assim têm algum compo-
nente “imprevisível” que é comumente chamado de progresso tecnológico 
– não raro, uma tecnologia de próxima geração tem potencial de redefinir por
completo negócios, mercados e a economia como um todo.
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EXPLICANDO
Modelos econômicos são formulações matemáticas: uma tentativa utiliza-
da pelos economistas para procurar explicar as interações entre as pes-
soas e as empresas. Modelos econômicos são, pois, simplificações das 
interações entre os agentes econômicos da vida real. Por meio delas é 
possível melhor compreender como as pessoas interagem na economia e 
qual o equilíbrio de longo prazo para qual um mercado avança. A despeito 
de simplificação, o que implica que os modelos podem não retratar fiel-
mente a realidade, ocorre que mesmo os mais simples ajudam os econo-
mistas a atingir conclusões que impactam os negócios na vida real.
Por fim, a economia ecológica se apresenta como uma alternativa à eco-
nomia neoclássica. Essa abordagem econômica integra, entre outras coisas, 
a primeira e a segunda leis da Termodinâmica como elementos de analogia 
para formular sistemas econômicos mais realistas, aderindo a limitações físi-
cas fundamentais.
Além do foco neoclássico na alocação eficiente, a economia ecológica en-
fatiza a sustentabilidade da escala e a distribuição justa. Ela também difere 
das teorias neoclássicas em suas definições de fatores de produção, substi-
tuindo-as pelos seguintes itens:
• Matéria: o material substancial a partir do qual os bens são produzidos.
A matéria pode ser reciclada ou reutilizada por meio de refino ou reforma, 
mas, a rigor, não pode ser criada ou destruída, colocando um limite supe-
rior na quantidade de material que pode ser retirado e usado. Consequen-
temente, a quantidade total de matéria disponível é fixa e, uma vez que toda 
a matéria disponível é usada, nada mais pode ser produzido sem reciclar ou 
reutilizar a matéria de produtos anteriores.
• Energia: os insumos físicos, embora não materiais, da produção. Pode-
-se colocar diferentes formas de energia em uma escala de utilidade, depen-
dendo de como seja útil para criar um produto. Devido à lei da entropia, a
energia tende a diminuir em utilidade ao longo do tempo. Por exemplo, eletri-
cidade, uma forma muito útil de energia, é usada para acionar uma máquina
que constrói um brinquedo; no processo, no entanto, a eletricidade é con-
vertida também em calor, uma forma menos útil de energia – normalmente
desperdiçada no processo produtivo. Como a matéria, a energia não pode
ser criada nem destruída e, portanto, há também um forçoso limite superior
à quantidade total de energia utilizável.
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• Inteligência de design: é um fator que incorpora o conhecimento, a
criatividade e a efi ciência de como os produtos são criados. Nesse sentido, 
quanto melhor o design, mais efi ciente e benéfi ca é a criação. Projetos geral-
mente são melhorias em relação a seus antecessores, já que o estoque de 
conhecimento acumulado cresce com o tempo (lições aprendidas/memória 
organizacional). Curiosamente, um possível análogo neoclássico da inteligên-
cia de design é o progresso tecnológico.
A seguinte noção é preceito central da economia ecológica: nas taxas má-
ximas de matéria sustentável e captação de energia, a única maneira de au-
mentar a produtividade é por meio do aumento da inteligência do projeto. 
Isso fornece a base para um princípio básico da economia ecológica, que pre-
coniza que o crescimento infi nito é virtualmente impossível. 
Sistema econômico
Um sistema econômico (ou ordem econômica) é um complexo de pro-
dução, alocação de recursos e distribuição de bens e serviços dentro de 
uma sociedade ou de uma determinada área geográfica. Inclui a combina-
ção de várias instituições, agências, entidades, processos de tomada de 
decisão e padrões de consumo que compõem a estrutura econômica de 
uma determinada comunidade. Como tal, um sistema econômico é neces-
sariamente um tipo de sistema social. O modo de produção é um conceito 
relacionado. Todos os sistemas econômicos têm três perguntas básicas a 
serem feitas:
• O que produzir?
• Como produzir e em que quantidades?
• Quem recebe a produção?
O estudo dos sistemas econômicos inclui como essas várias agências e
instituições estão ligadas entre si, como as informações fluem entre elas 
e as relações sociais dentro do sistema (incluindo direitos de proprieda-
de e estrutura de gestão). De início, a análise dos sistemas econômicos 
tradicionalmente costumava focar nas dicotomias e comparações entre 
economias de mercado e economias planejadas e nas distinções entre ca-
pitalismo e socialismo.
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Posteriormente, a categorização dos sistemas econômicos se expandiu 
para incluir outros tópicos e modelos que não estão de acordo com a dicoto-
mia tradicional. Atualmente, a forma dominante de organização econômica em 
nível mundial é baseada em economias mistas orientadas para o mercado.
O estudo comparativo de sistemas econômicos comparativos inclui as se-
guintes categorias analíticas:
• Planejamento, coordenação e reforma;
• Empresas produtivas, mercados de fatores e produtos, preços e população;
• Economia pública e economia fi nanceira;
• Renda nacional, produto e despesa, dinheiro e infl ação;
• Comércio internacional, fi nanças, investimentos e ajuda;
• Economia do consumidor, bem-estar e pobreza;
• Desempenho e perspectivas;
• Recursos naturais, energia, meio ambiente e estudos regionais;
• Economia política, instituições legaise direitos de propriedade.
Componentes
Como já ficou evidente, existem 
variados componentes em um siste-
ma econômico. As estruturas de to-
mada de decisão de uma economia 
determinam o uso de insumos eco-
nômicos (os fatores de produção), a 
distribuição da produção, o nível de 
centralização na tomada de decisão 
e quem toma essas decisões. As de-
cisões podem ser tomadas por con-
selhos industriais, por uma agência 
governamental ou por proprietários 
privados.
É preciso considerar que um sistema econômico tem o caráter macro de 
um sistema de produção, alocação de recursos, troca e distribuição de bens e 
serviços em uma sociedade ou em uma determinada área geográfi ca. 
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Toda economia é, portanto, um sistema que aloca recursos para troca, 
produção, distribuição e consumo. O sistema costuma ser estabilizado por 
meio de uma combinação de ameaça e confiança, que são o resultado de 
acordos institucionais. Nesse sentido, um sistema econômico reúne as se-
guintes instituições:
• Métodos de controle sobre os fatores ou meios de produção: isso pode in-
cluir a propriedade ou os direitos de propriedade sobre os meios de produção 
e, portanto, pode dar origem a reclamações sobre o produto da produção. Os 
meios de produção podem ser de propriedade privada, do Estado, daqueles 
que os utilizam ou serem mantidos em comum.
• Um sistema de tomada de decisão: determina quem é elegível para tomar
decisões sobre atividades econômicas. Agentes econômicos com poder de de-
cisão podem celebrar contratos vinculativos entre si.
• Um mecanismo de coordenação: determina como as informações são ob-
tidas e usadas na tomada de decisões. As duas formas dominantes de coorde-
nação são planejamento e mercados; o planejamento pode ser descentralizado 
ou centralizado, e os dois mecanismos de coordenação não são mutuamente 
exclusivos e geralmente coexistem.
• Um sistema de incentivos: induz e motiva os agentes econômicos a se
envolverem em atividades produtivas. Pode se fundamentar em recompensa 
material (compensação ou interesse próprio) ou persuasão moral (por exem-
plo, prestígio social ou por meio de um processo democrático de tomada de 
decisão que vincula os envolvidos). O sistema de incentivos pode incentivar a 
especialização e a divisão do trabalho.
• Forma organizacional: existem duas formas básicas de organização, que
são os atores e os reguladores. Os atores econômicos incluem famílias, gru-
pos de trabalho e equipes de produção, empresas, joint ventures e cartéis. 
Organizações economicamente reguladoras são representadas pelas autori-
dades do poder público e de mercado – estes últimos podem ser entidades 
públicas ou privadas.
• Um sistema de distribuição: aloca o produto da atividade produtiva, que
é distribuída como renda entre organizações econômicas, indivíduos e gru-
pos da sociedade, como proprietários, trabalhadores e não trabalhadores ou 
o Estado (impostos).
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• Um mecanismo de escolha pública para legislar, estabelecendo regras,
normas e padrões e cobrando impostos. Geralmente, isso é de responsabilida-
de do Estado, mas outros meios de tomada de decisão coletiva são possíveis, 
como câmaras de comércio ou conselhos de trabalhadores.
Tipologia
Existem várias questões básicas que devem tentar ser respondidas para que 
uma economia funcione satisfatoriamente. O problema da escassez, por exem-
plo, requer respostas para perguntas essenciais, como o que produzir, como 
produzi-lo e quem recebe o que é produzido. Um sistema econômico, como vis-
to, é uma maneira de responder a essas perguntas básicas: diferentes sistemas 
econômicos respondem de maneira diferente, espelhando seus matizes ideoló-
gicos. De todo modo, muitos objetivos diferentes podem ser vistos como dese-
jáveis para uma economia, como efi ciência, crescimento, liberdade e igualdade.
Os sistemas econômicos são geralmente segmentados pelo regime de di-
reitos de propriedade dos meios de produção e pelo mecanismo dominante 
de alocação de recursos. Economias que combinam propriedade privada com 
alocação de mercado são chamadas de “capitalismo de mercado” e economias 
que combinam propriedade privada com planejamento econômico são deno-
minadas “capitalismo de comando” ou dirigismo. Da mesma forma, sistemas 
que misturam propriedade pública ou cooperativa dos meios de produção com 
planejamento econômico são chamados de “economias socialistas planejadas” e 
sistemas que combinam propriedade pública ou cooperativa com mercados são 
chamados “socialismo de mercado”.
Algumas perspectivas se baseiam nessa nomenclatura básica para levar em 
consideração outras variáveis, como processos de classe 
dentro de uma economia. Isso leva alguns economistas 
a categorizar, por exemplo, a economia da antiga URSS 
como capitalismo de estado, com base na análise de 
que a classe trabalhadora foi explorada pela liderança 
do partido. Em vez de considerar a propriedade nomi-
nal, essa perspectiva leva em consideração a forma orga-
nizacional das empresas econômicas.
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Nos sistemas econômicos socialistas, a produção para uso é realizada; as 
decisões sobre o uso dos meios de produção são ajustadas para satisfazer a 
demanda econômica, e o investimento é determinado por meio de procedi-
mentos de um centralizado planejamento econômico. Existe uma ampla gama 
de procedimentos de planejamento e estruturas de propriedade propostos 
para sistemas socialistas, sendo característica comum en-
tre eles a propriedade social dos meios de produção. Isso 
pode assumir a forma de propriedade pública por toda a 
sociedade ou propriedade de forma cooperativa 
por seus funcionários. Um sistema econômico 
socialista que possui propriedade social, mas 
que se baseia no processo de acumulação de 
capital e utilização de mercados de capital para 
a alocação de bens de capital entre empresas de pro-
priedade social, adentra usualmente a subcategoria de 
socialismo de mercado.
Por sua vez, em um sistema econômico capitalista, a produção é realizada 
para lucro privado e as decisões relativas ao investimento e à alocação de fato-
res são determinadas pelos proprietários dos negócios nos mercados de fato-
res. Os meios de produção pertencem principalmente a empresas privadas e 
as decisões sobre produção e investimento são determinadas pelos proprietá-
rios nos mercados de capitais. Os sistemas capitalistas variam do laissez-faire, 
com mínima regulamentação governamental e empresa estatal, aos sistemas 
regulamentados e de mercado social, com o objetivo de melhorar as falhas do 
mercado ou complementar o mercado privado com políticas sociais para pro-
mover a igualdade de oportunidades, respectivamente.
CURIOSIDADE
Laissez-faire é sentença escrita em francês, parte da expressão “laissez 
faire, laissez aller, laissez passer” que significa, em tradução livre, “deixai 
fazer, deixai ir, deixai passar”. É, portanto, o símbolo do liberalismo econô-
mico na versão mais pura de capitalismo, que preconiza que o mercado 
deve funcionar de modo absolutamente livre, sem interferência, taxas, 
tampouco subsídios, apenas com regulamentos suficientes para proteger 
os direitos de propriedade.
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Relação da economia com as demais ciências
Não resta dúvida que a economia está intimamente relacionada a muitas 
outras ciências. Inicialmente, há que se considerar que toda a discussão so-
bre juízo de valor, evidentemente, depende intimamente de considerações 
de ordem psicológica. Não por acaso, a escola de economia que desenvol-
veu mais extensivamente a teoria do valor é comumente chamada de esco-
la psicológica. Dela, derivam abordagens bastante interessantes, como é o 
caso da economia comportamental.
ASSISTA
A economia comportamental se ocupa do estudo

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