Contrainteligência: Fundamentos e Técnicas

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Contrainteligência
Prof. André Mendes da Fonseca Ferraz
Descrição
Os fundamentos teórico-doutrinários e ético-normativos da
contrainteligência, as principais técnicas operacionais e o processo de
planejamento, comando e controle de operações, essenciais ao êxito da
atuação profissional.
Propósito
O êxito da atuação profissional depende do desenvolvimento de
competências e habilidades desejadas, sobretudo o pensamento
sistêmico e antecipatório frente aos riscos, ameaças e oportunidades à
atividade de contrainteligência.
Objetivos
Módulo 1
Fundamentos em contrainteligência
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Reconhecer os fundamentos em contrainteligência necessários ao
desempenho ético, lítico e competente da atividade profissional de
contrainteligência.
Módulo 2
Técnicas operacionais de contrainteligência
Identificar as principais competências técnico-operacionais e o
processo de planejamento, comando e controle e os principais
cuidados da contrainteligência.
Módulo 3
Sinais, tendências, impulsionadores de
transformação
Analisar a habilidade de reconhecer os sinais, compreender as
tendências e impulsionadores de transformação do sistema e
antecipar-se a essas mudanças.
Introdução
Você já percebeu o crescente aumento de notícias sobre o
insucesso, a insuficiência técnica, de meios e recursos
financeiros e seu emprego em operações de agências de
inteligência no combate terrorismo, ao crime organizado e à
corrupção?
Perguntamos isso porque o êxito, o anonimato, a segurança e a
discrição de centenas de operações realizadas por agências de
inteligência no Brasil e no mundo são o principal legado da
atividade de Contrainteligência.

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O domínio dos fundamentos teórico-doutrinários e ético-
normativos da contrainteligência, das principais competências
técnico-operacionais e o processo de planejamento, comando e
controle de operações são competências desejadas e essenciais
ao pensamento sistêmico e diligente do profissional de
contrainteligência.
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1 - Fundamentos em contrainteligência
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer os fundamentos em contrainteligência
necessários ao desempenho ético, lítico e competente da atividade pro�ssional de
contrainteligência.
Elementos teórico-doutrinários
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Neste vídeo, apresentamos uma introdução sobre o que é a
contrainteligência e sobre seus elementos doutrinários, além de
importantes medidas de segurança.
Concepção e escopo da contrainteligência
A atividade de contrainteligência é ramo de inteligência de Estado,
especializada na proteção de tecnologias, bens e conhecimentos de
interesses estratégicos ao país.
O seu escopo inclui a produção de conhecimentos e a realização de
ações e operações para prevenção, identificação e neutralização de
ações de inteligências adversárias, grupos criminosos, terroristas e
simpatizantes de causas específicas, nacionais ou externos, que apoiem
ações antagônicas à segurança, defesa, desenvolvimento e soberania
nacionais, ao Estado de direito, à segurança das pessoas e à integridade
das instituições.
Conceitos e elementos doutrinários
Dentre os principais conceitos e elementos doutrinários da
contrainteligência, destacam-se:
Possibilidade ou oportunidade de obter dados e conhecimentos
protegidos, bem como de ingressar em instalações e áreas
restritas.
Acesso 
Ações de coleta 
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Procedimentos realizados para reunir dados disponíveis em
registros públicos ou privados com acesso irrestrito.
Procedimentos realizados para reunir dados protegidos em
universo antagônico, independentemente de estarem
bloqueados ou protegidos por medidas de segurança.
Elemento orgânico que recebeu treinamento especializado após
processo de recrutamento adequado.
Local onde se realizam ações e operações de inteligência e
contrainteligência.
Princípio basilar pelo qual o acesso estará sempre condicionado
à necessidade de conhecer para a capacidade de atuação
funcional, bem como à pertinente credencial de acesso a
instalações, áreas, documentos, tecnologias, bens e recursos
classificados como sigilosos.
Fragilização de segurança de dados, conhecimentos, pessoas,
recursos materiais, tecnologias e instalações.
Ações de busca 
Agente 
Ambiente operacional 
Compartimentação 
Comprometimento 
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Princípio que impõe o estabelecimento de normas rígidas e
protocolos em gerenciamento de riscos para evitar erros,
comprometimento e vazamento, desvio de conduta e falhas em
sistemas de segurança em instalações, locais e atividades, bem
como para mitigar vulnerabilidades e a possibilidade de serem
explorados ou criados por inteligências adversárias.
Os equipamentos de inteligência são recursos materiais
categorizados conforme o tipo de tecnologia e seu emprego:
fotográficos, ópticos, vídeo, gravação, transmissão e recepção,
interceptação, identificação, segurança etc.
Prospecção realizada para inspirar as decisões com base em um
porvir operacional/emergente (entre o presente e cinco anos),
pós-operacional/estratégico (entre cinco e dez anos), e futuro
(mais de 10 anos).
Elemento recrutado operacionalmente parar funcionar em suas
atividades habituais, em razão de potencial acesso a
informações de interesse para a atividade.
Eliminação das vantagens obtidas pela inteligência adversa
durante a realização de ações clandestinas ou encobertas.
Controle 
Equipamentos de inteligência 
Foresight 
Informante 
Neutralização 
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Antecipação aos riscos e tomada de medidas para evitar futuro
possível, indesejado, mas que esteja mostrando sinais.
Princípio que impõe a disciplina de evitar divulgação e prevenir o
vazamento de informações que possam colocar em risco a
segurança das pessoas, operações, recursos e da própria
agência, além dos interesses da sociedade do Estado.
Princípio norteador pelo qual todas as atividades devem se
pautar pelo equilíbrio entre segurança e eficácia, observando a
legalidade, prevenção, sigilo e controle que o caracterizam.
Conjunto integrado de medidas defensivas para prevenir,
detectar e obstruir ameaças.
Conjunto de medidas ofensivas para neutralizar ameaças e
ações de inteligências adversárias.
Divulgação não autorizada de dados ou conhecimentos
sigilosos.
Prevenção 
Sigilo 
Segurança 
Segurança orgânica 
Segurança ativa 
Vazamento 
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Medidas de segurança e seus objetos
Agora, confira os tipos de segurança!
Segurança orgânica
Planeja e implementa normas, planos e medidas à segurança de
pessoal, da documentação, de recursos materiais e financeiros,
das instalações, das comunicações e informática e de demais
ativos e capacidades da agência de inteligência.
Tais normas, planos e medidas são planejadas em um processo
que vai desde o estudo de situação atual e antecipação de riscos
estimados em futuros possíveis à tomada de decisão, gestão e
controle dos pertinentes planos.
Segurança ativa
Planeja e implementa medidas ofensivas contra ações
adversárias, de forma a garantir o sigilo, a segurança e o
resultado útildas ações e operações.
Essas medidas são planejadas desde a detecção e o
monitoramento de ações adversárias (informes e informações) à
antecipação (apreciações e estimativas) sobre fatos, situações e
ações decorrentes, em ponderação a alternativas, custos, riscos e
impactos.
Elementos ético-normativos
Neste vídeo, abordamos os elementos normativos da contrainteligência
e da política e estratégia nacionais de inteligência.
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SISBIN: Constituição Federal, Lei 9.883/1999 e Decreto
11.693/2023
No âmbito do Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), conforme
preconizado pelos artigos 1º, §§1º e 3º, da Lei 9.883/1999, a
contrainteligência é ramo da atividade de inteligência que objetiva a
ação governamental para a salvaguarda e a segurança da sociedade e
do Estado, o que alcança, inclusive, avaliar as ameaças, internas e
externas, à ordem constitucional, bem como planejar e executar a
proteção de conhecimentos sensíveis.
Atenção!
As atividades de produção, obtenção, análise e disseminação de
conhecimentos dentro e fora do território nacional a respeito de fatos e
situações de imediata ou potencial influência sobre o processo
decisório constituem o objetivo principal do ramo de atividade de
inteligência, e não do ramo da contrainteligência.
A contrainteligência precisa atuar não apenas na proteção de segredos,
prevenção de riscos, neutralização de ameaças e salvaguarda de ativos
de inteligência, como também na salvaguarda ao resultado útil
(legalidade) das operações e na garantia de direitos individuais.
Destaca-se, quanto à legalidade das operações e garantia de direitos
individuais no compartilhamento de dados pela Agência Brasileira de
Inteligência (ABIN), que o Plenário do STF asseverou em ADI 6529/DF, a
fim de conferir “interpretação conforme à Constituição” ao parágrafo
único do art. 4º da Lei 9.883/99, que os órgãos componentes do SISBIN
somente podem fornecer dados e conhecimentos específicos à ABIN
quando comprovado o interesse público da medida, e que toda e
qualquer decisão de fornecimento desses dados deverá ser devida e
formalmente motivada para eventual controle de legalidade pelo Poder
Judiciário.
Nas hipóteses cabíveis de fornecimento de informações e dados à
ABIN, é imprescindível procedimento formalmente instaurado e
existência de sistemas eletrônicos de segurança e registro de acesso,
inclusive para efeito de responsabilização, em caso de eventuais
omissões, desvios ou abusos, e, mesmo que presente o interesse
público, os dados referentes a comunicações telefônicas ou dados
sujeitos à reserva de jurisdição não podem ser compartilhados na forma
do dispositivo em razão daquela limitação, decorrente do respeito aos
direitos fundamentais.
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Logotipo da ABIN.
O Plenário do STF assegurou também, em sede de ADPF 722/DF, que
caracterizam desvio de finalidade e abuso de poder a colheita, a
produção e o compartilhamento de dados, informações e
conhecimentos específico para satisfazer interesse privado de órgão ou
de agente público; a utilização da máquina estatal para a colheita de
informações de servidores com postura política contrária ao governo
caracteriza desvio de finalidade e afronta aos direitos fundamentais da
livre manifestação do pensamento, da privacidade, reunião e
associação, aos quais deve ser conferida máxima efetividade, pois
essenciais ao regime democrático; os órgãos de inteligência de
qualquer nível hierárquico de qualquer dos Poderes do Estado, embora
sujeitos ao controle externo realizado pelo Poder Legislativo, submetem-
se também ao crivo do Poder Judiciário, em respeito ao princípio da
inafastabilidade da jurisdição.
O Decreto 1.693/2023, que modernizou a estrutura do SISBIN, definiu
em seu art. 7º, a ABIN como órgão central e como órgãos permanentes
as Secretarias-Executivas da Casa Civil da Presidência da República e
do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, e
do Ministério das Relações Exteriores; os Centros de Inteligência da
Aeronáutica, do Exército e da Marinha, todos do Ministério da Defesa;
além da Diretoria de Inteligência Penitenciária da Secretaria Nacional de
Políticas Penais, a Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência
da Secretaria Nacional de Segurança Pública, a Diretoria de Inteligência
Policial da Polícia Federal e a Diretoria de Inteligência da Polícia
Rodoviária Federal, todos do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
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Os órgãos dedicados de que trata o inciso III do caput são órgãos e
entidades do Poder Executivo federal com unidades dedicadas às
atividades de inteligência ou atividades similares e que atuam em
assuntos estratégicos relacionados a temas da Política Nacional de
Inteligência. E os órgãos federados são os órgãos e entidades das
unidades da Federação virem a integrar o SISBIN.
Funcionário acessando o sistema do SISBIN.
Além disso, o decreto em comento, em seu art. 8º, estabeleceu que todo
e qualquer órgão ou entidade do Poder Executivo federal e das unidades
da Federação poderá solicitar ao órgão central o ingresso no SISBIN,
observados os critérios definidos neste Decreto e em demais
procedimentos e padrões a serem estabelecidos em ato do diretor-geral
da ABIN.
Política e estratégia nacionais de inteligência
A Política Nacional de Inteligência é o documento de mais alto nível de
orientação da atividade de inteligência no Brasil, fixado pelo Presidente
da República, após exame e sugestões do competente órgão de controle
externo da atividade de inteligência, no âmbito do Congresso Nacional.
Ela define os parâmetros e limites constitucionais e legais de atuação
da atividade de inteligência e de seus executores e estabelece seus
pressupostos, objetivos, instrumentos e diretrizes, no âmbito do SISBIN.
Dentre os instrumentos essenciais à Inteligência nacional, podemos
destacar o item 5 do anexo ao Decreto 8.793/2016 que afirma o
seguinte:
“[...] o Plano Nacional de Inteligência, a Doutrina Nacional de
Inteligência, o intercâmbio de dados e conhecimentos no âmbito
do SISBIN, a capacitação, formação e desenvolvimento de
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pessoas para a atividade de Inteligência, e a pesquisa e
desenvolvimento tecnológico para as áreas de Inteligência e
Contrainteligência” (Brasil, 2016).
De acordo com a Estratégia Nacional de Inteligência (ENINT), dentre os
novos objetivos estratégicos à inteligência brasileira, é possível
identificarem-se como temas inerentes à contrainteligência:
[...] fomentar a cultura de proteção
do conhecimento na sociedade;
aperfeiçoar o processo de gestão de
riscos; aprimorar a capacidade de
desenvolver e implementar
criptografia de Estado; criar
protocolos específicos para atuação
integrada visando a neutralização de
ações adversas; estabelecer temas
prioritários para produção de
conhecimentos referentes às
seguintes ameaças: corrupção,
crime organizado, ilícitos
transnacionais e terrorismo.
(BRASIL, 2017)
O eixo estruturante de “atuação em rede” da ENINT exige a
responsabilidade pela proteção de fontes, conhecimentos e
profissionais, por meio da gestão eficaz dos riscos inerentes à atividade
de Inteligência, e o fortalecimento da atuação integrada e coordenada
da atividade de inteligência corresponde ao desafio inerente ao eixo. Os
objetivos deste eixo são fortalecer a cultura de proteção do
conhecimento e de preservação do sigilo, criar protocolos conjuntos
para proteção de conhecimentos sensíveis, aperfeiçoar o processo de
gestão de riscos e fomentar a cultura de proteção do conhecimentona
sociedade.
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Proteção a determinados bens
jurídicos
Neste vídeo, explicamos as políticas de proteção à propriedade
intelectual e industrial, ao patrimônio genético e aos dados pessoais.
Sistema de proteção à propriedade intelectual e industrial
O escopo da diretriz PNI de “prevenir ações de espionagem no País”,
sobretudo em relação a “segredos militares, industriais (inovação e
tecnologia), alcança a proteção ao patrimônio genético e às tecnologias
decorrentes do seu acesso, a que se refere a Lei 13.123/2015; o sistema
brasileiro de proteção à propriedade industrial introduzida pela Lei
9.279/1996, e sua Estratégia Nacional de Propriedade Intelectual (ENPI),
pelo Decreto 10.886/2021; o Programa Nacional de Proteção do
Conhecimento Sensível (PNPC) da ABIN; o Programa Nacional de
Integração Estado-Empresa na Área de Bens Sensíveis (PRONABENS)
do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
No Brasil, o sistema de proteção da propriedade intelectual abrange:
 O subsistema de proteção de direitos autorais (Lei
6.910/1998, para criações protegias, direitos morais
e patrimoniais de autor e direitos conexos, em geral,
e a Lei 9.609/1998 para programas de software em
particular).
 O subsistema de proteção à propriedade industrial
e o segredo industrial (Lei 9.279/1996 para marcas,
t t d h i d t i l i di ã áfi
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Contexto em que cultura de proteção exige a cooperação entre
contrainteligência privada e de Estado na proteção de segredos
comerciais e industriais e enfrentamento eficaz de ações adversas à
livre concorrência e à inserção qualificada da indústria de defesa no
mercado internacional, sobretudo ativos de propriedade intelectual,
sistemas de produção, logística e layouts, inclusive know how, contra o
acesso e divulgação não autorizados, a apropriação ou contra o
desenvolvimento de soberania tecnológica em tecnologias militares
duais ou conhecimentos, tecnologias e bens sensíveis objetivos
estratégicos de Estado, conforme artigos 10, 195, XI, XII, XIII e XIV, da Lei
9.279/1996.
O desenvolvimento produtivo e tecnológico e a inovação em tecnologias
sensíveis, e transbordamentos tecnológicos entre múltiplos setores civis
e militares, são estratégias à inserção internacional qualificada da
indústria de defesa brasileira, em incremento à sua produtividade e
competitividade, e ao desenvolvimento econômico e soberania nacional,
conforme art. 11 da Resolução CNDI/MDIC 1/2023.
Sistema de proteção ao patrimônio genético e tecnologias
decorrentes
A Lei 13.123/2015 disciplina a proteção e o acesso ao patrimônio
genético do País e ao conhecimento tradicional associado, exploração
econômica e repartição justa e equitativa do produto ou material
reprodutivo oriundo deste acesso, e as condições de remessa para o
exterior, como estratégia para conservação e uso sustentável da
biodiversidade.
patentes, desenho industrial, indicação geográfica e
repressão à concorrência desleal)
 O subsistema de proteção suis generes (Lei
11.484/2007 para topografia de circuito integrado,
Lei 9.456/1997 para cultivares e a Lei 13.123/2015
para ativos de proteção intelectual e industrial
resultantes do acesso ao patrimônio genético do
país e a conhecimentos tradicionais associados).
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De igual importância, a Lei 8.617/1993 disciplina a fiscalização em zona
contígua, a soberania no aproveitamento e exploração e gestão de
recursos na zona econômica exclusiva e o acesso ao patrimônio
genético existente na plataforma continental.
A relevância do sistema de proteção ao patrimônio genético e às
tecnologias decorrentes do seu acesso em contrainteligência é
destacado por Cruz (2012), para quem a proteção dos saberes
tradicionais associados ao patrimônio genético, sobretudo da fauna e
flora nacionais e das práticas de manejo e tecnologias culturais, são
objeto de preocupação pela contrainteligência no âmbito do SISBIN,
devido à relevância estratégica da pesquisa e do desenvolvimento,
repartição equitativa de benefícios da exploração econômica, e
interesses estratégicos, segurança e soberania nacionais.
Exemplo
Cruz alerta sobre a cobiça, biopirataria, acesso e exploração econômica
desautorizado por laboratórios e indústrias farmacêuticas e de
cosméticos transnacionais, grupos com interesses antagônicos e
inteligências adversárias, e sobre ações de proteção desenvolvidas no
âmbito do Programa Nacional de Proteção do Conhecimento Sensível
(PNPC) da ABIN.
Legislação de proteção de dados pessoais e acesso à
informação
Na legislação pátria, os principais cuidados na gestão de
conhecimentos, tratamento e proteção de dados e informações das
pessoas encontram-se na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD – Lei
13.709/2018) que estabelece condicionamentos, restrições e vedações
ao tratamento de dados pessoais realizada em território nacional.
Essa Lei excepciona, em seu art. 2º, a necessidade de consentimento
para operação ou tratamento de dados pessoas de pessoa natural titular
que esteja em território nacional, exclusivamente quanto às atividades
de inteligência de Estado orientadas à segurança nacional, segurança
pública e às atividades de investigação e repressão de infrações penais,
sem ter o escopo de afastar o controle externo Legislativo e Judicial da
finalidade e legalidade de tais atividades.
Além disso é de interesse a Política Nacional e o Sistema Nacional de
Arquivos Públicos e Privados (SINARQ), estabelecidos pela Lei
8.159/1991 e regulamentados pelo Decreto 4.073/2002, que disciplina a
possibilidade de arquivos privados serem classificados como de
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relevante interesse público e medidas para garantir o acesso
governamental.
A segurança pública
Neste vídeo, explicamos o que é o SISP, o seu Conselho Especial e a
política nacional de inteligência de segurança pública. Acompanhe!
O SISP e seu conselho especial
O Subsistema de Inteligência de Segurança Pública (SISP) e seu
conselho foram criados pelo Decreto 3.695/2000, com a finalidade de
coordenar e integrar as atividades de inteligência de segurança pública
em todo o País, de potencial interesse à segurança e defesa nacionais e
aos interesses da sociedade e do Estado para identificar, acompanhar e
avaliar ameaças reais ou potenciais de segurança pública e produzir
conhecimentos e informações que subsidiem ações para neutralizar,
coibir e reprimir atos.
É preocupação da contrainteligência garantir que atividade de
inteligência de segurança pública, enquanto atividade permanente de
Estado, e não de governos, assessoramento indispensável à
manutenção do Estado democrático de direito e à defesa de suas
instituições democráticas, e que tem por pressupostos a obediência
à Constituição e às leis, não esteja sujeita a conjunturas econômicas,
ideológicas ou político-partidárias, a grupos ou inteligências
adversárias.
Além do órgão central do sistema, que é a Secretaria Nacional de
Segurança Pública (SENASP) do Ministério da Justiça, integram o SISP
os Ministérios da Justiça, da Fazenda, da Defesa e da Integração
Nacional e o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República, e, nos termos do §2º do art. 2º da Lei no 9.883/1999, os
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órgãos de inteligência de segurança pública dos estados e do Distrito
Federal.
O conselho especial do SISP tem por finalidade disciplinar as atividades
de inteligência no âmbito do SISP, propor iniciativasde integração,
estabelecer as normas operativas e de coordenação, bem como
acompanhar e avaliar o desempenho da atividade de inteligência de
segurança pública no país.
Logotipo do SISP.
Política Nacional de Inteligência de Segurança Pública
A PNISP tem por pressupostos à atividade de inteligência e
contrainteligência que a obediência à Constituição e às leis e a conduta
ética diligente devem balizar tanto os limites de atuação de seus
profissionais, quanto aos usuários do conhecimento produzido, e são
indispensáveis à manutenção do Estado democrático de Direito e à
defesa de suas instituições.
Correspondem à abrangência da PNISP a atividade de inteligência, a
coordenação e controle, interno e externo da atividade e o sigilo para
preservar os profissionais de inteligência no exercício de suas
atividades e os órgãos a que estão vinculados.
A abrangência da atividade de inteligência de
segurança pública deve lhe possibilitar prever, prevenir,
neutralizar e reprimir atos que possam representar
ameaça à ordem pública, à incolumidade das pessoas
e do patrimônio e ao meio ambiente.
Quanto aos seus ramos, a atividade de inteligência de segurança pública
visa à produção e difusão de conhecimentos para subsidiar o processo
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decisório no curso do planejamento e da execução das políticas de
segurança pública, enquanto, por sua vez, a contrainteligência tem como
objetivo a prevenção, a detecção e a neutralização de ações e atividades
que constituam ameaça à atuação livre dos órgãos de segurança
pública e das suas estruturas de inteligência, nas quais se incluem os
dados e o conhecimento sensíveis em poder do Estado.
Estão igualmente elencadas como as principais ameaças, tanto na PNI
quanto na PNISP:
A corrupção.
O crime organizado.
As ações contrárias ao Estado Democrático de Direito, tais como
violações ao pacto federativo e aos direitos e às garantias
fundamentais.
Dentre os instrumentos estabelecidos pela PNISP, destacam-se a ENISP,
o PNISP, a Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública, e a
pesquisa e o desenvolvimento tecnológico em inteligência e
contrainteligência de segurança pública.
Dentre os objetivos da PNISP encontram-se:

Identificar fatos ou
situações que
representem ameaças,
riscos ou oportunidades
que possam impactar
na atuação dos órgãos
que integram o SUSP.

Proteger a atividade de
inteligência de
segurança pública e os
seus ativos, em especial
os profissionais de
inteligência.
A diretriz PNISP de “aperfeiçoar as inteligências cibernética, financeira e
de sinais” se desdobra na necessidade de promover a especialização
em inteligência cibernética, financeira e de sinais como ferramenta de
enfrentamento ao crime organizado, à lavagem de dinheiro, à corrupção
e às ações de interesse da segurança pública, no espaço cibernético ou
por meio dele.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Quanto aos elementos ético-normativos da atividade de
contrainteligência, no âmbito dos fundamentos e legalidade das
ações de Sistema Brasileiro de Inteligência, em salvaguarda ao
resultado útil das operações e garantia de direitos individuais no
compartilhamento de dados pela ABIN, é correto afirmar que, a fim
de conferir interpretação conforme à Constituição Federal ao
parágrafo único do art. 4º da Lei 9.883/99, o Plenário do STF
asseverou em sede de liminar e de mérito na ADI 6529/DF:
A
Os órgãos componentes do Sistema Brasileiro de
Inteligência podem fornecer dados e conhecimentos
específicos à ABIN, sem necessidade de
comprovação de interesse público da medida.
B
Nos casos em que seja cabível o fornecimento de
dados e informações à Abin, é essencial a
instauração formal de procedimento e a existência
de sistemas eletrônicos de segurança e registro de
acesso, inclusive para fins de responsabilização, nas
hipóteses de possíveis omissões, desvios ou
abusos.
C
Quando presente o interesse público, os dados
referentes a comunicações telefônicas ou dados
sujeitos à reserva de jurisdição podem ser
compartilhados na forma do dispositivo em razão
daquela limitação, decorrente do respeito aos
direitos fundamentais.
D
Fornecimento de informações e dados à ABIN,
independentemente de procedimento formalmente
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A contrainteligência precisa atuar, não apenas na proteção de
segredos, prevenção de riscos, neutralização de ameaças e
salvaguarda de ativos de inteligência, como também na
salvaguarda ao resultado útil (legalidade) das operações e na
garantia de direitos individuais. Dessa forma, conforme elementos
ético-normativos da atividade de contrainteligência estudados, de
legalidade das operações e garantia de direitos individuais no
compartilhamento de dados pela ABIN, vimos que o Plenário do
STF confirmou que os órgãos componentes do Sistema Brasileiro
de Inteligência podem fornecer dados e conhecimentos específico
à ABIN apenas quando comprovado o interesse público da medida,
e que toda e qualquer decisão de fornecimento desses dados
deverá ser devida e formalmente motivada para eventual controle
de legalidade pelo Poder Judiciário; nas hipóteses cabíveis de
fornecimento de informações e dados à Abin, é imprescindível
procedimento formalmente instaurado e existência de sistemas
eletrônicos de segurança e registro de acesso, inclusive para efeito
de responsabilização, em caso de eventuais omissões, desvios ou
abusos. E, mesmo quando presente o interesse público, os dados
referentes a comunicações telefônicas ou dados sujeitos à reserva
de jurisdição não podem ser compartilhados na forma do
dispositivo em razão daquela limitação, decorrente do respeito aos
direitos fundamentais.
Questão 2
Quanto ao contexto normativo da atividade de contrainteligência, a
Política Nacional de Inteligência (PNI) estabelece a diretriz de
“prevenir ações de espionagem no País”, sobretudo em relação a
“segredos militares, industriais (inovação e tecnologia)”. Por
consequência, é possível identificar como temas de interesse à
contrainteligência
instaurado em sistemas eletrônicos de segurança e
registro de acesso.
E
Decisão de fornecimento desses dados independe
de ser devida e formalmente motivada para eventual
controle de legalidade pelo Poder Judiciário.
A
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Trata-se de decorrência da diretriz do PNI, que alcança a proteção
ao patrimônio genético e às tecnologias decorrentes do seu acesso,
a que se refere a Lei 13.123/2015.
2 - Técnicas operacionais de contrainteligência
somente a proteção das tecnologias decorrentes do
acesso ao patrimônio genético.
B
somente a proteção à propriedade industrial relativa
ao setor de Defesa.
C
somente o Programa Nacional de Proteção do
Conhecimento Sensível (PNPC) da ABIN.
D
a proteção ao patrimônio genético e às tecnologias
decorrentes do seu acesso.
E
apenas o Programa Nacional de Integração Estado-
Empresa na Área de Bens Sensíveis (PRONABENS)
do MCTI.
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Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as principais competências técnico-
operacionais e o processo de planejamento, comando e controle e os principais cuidados da
contrainteligência.
Técnicas operacionais de
contrainteligência
Assista ao vídeo e conheça as técnicas operacionais de
contrainteligência, tais como o reconhecimento e a identificação,as
comunicações sigilosas, o disfarce e a estória de cobertura.
Reconhecimento e identi�cação
São um conjunto de ações de observação, busca, levantamento e coleta
de informações sobre pessoas, organizações, atividades ou alvos,
visando compreender o contexto e a situação de potenciais ameaças.
Em geral, a técnica de reconhecimento é orientada a aspectos gerais do
ambiente operacional – terreno, infraestrutura e instalações, atividades,
rotas e pontos de entrada e saída –, e não visa identificar indivíduos ou
detalhes específicos. Mas, em áreas críticas e conflagradas, pode
demandar ações específicas de identificação.
Homem conferindo dados.
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A técnica de identificação consiste em um conjunto de ações para
identificar pessoas, veículos, armas, tecnologias e alvos da missão.
Comunicações sigilosas, disfarce e estória de cobertura
Comunicação sigilosa consiste no emprego de recursos humanos
tecnológicos, culturais e linguísticos para encobrir e proteger a troca de
informações, evitando a percepção, interceptação, compreensão e
obstrução das mensagens e ou o domínio e apropriação dos meios e do
processo nas comunicações.
Dentre os mais usuais, podemos listar:

As palavras e os sinais de identificação.

A criptografia e a esteganografia.

As medidas de contra vigilância.

As comunicações off-line.
Esteganogra�a
Técnica que consiste em esconder um arquivo dentro do outro, de forma
criptografada.
Para identificar comunicações sigilosas adversas, é possível executar
varredura, testes de intrusão, detecção de criptografia e avaliação de
equipamentos e tecnologias.
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Estória-cobertura
É uma narrativa fictícia ou história de vida criada para encobrir a real
identidade de um agente ou informante, suas atividades e interesses em
operações. Ela fornece uma explicação plausível para a presença e
atividades do indivíduo em determinada área ou situação.
Geralmente envolve as seguintes ações: definição de objetivos, criação
de narrativa fictícia ou de história de vida, documentação de apoio,
ensaios de memorização, comportamento e linguagem, construção de
identidade secundária, monitorar a segurança operacional no uso da
história, bem como medidas de emergência e extração.
Para a identificação de possível estória-cobertura em uso por
inteligências adversárias:
 Análise de inconsistências e contradições.
 Verificação de autenticidade de documentação.
 Avaliação de mudança de padrões de
comportamento.
 Análise de perfis em redes sociais.
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Disfarce
A técnica de disfarce envolve ações para alteração da aparência,
identidade e comportamento de um agente ou informante para evitar a
identificação por parte de agentes adversários, para manter sua
segurança e garantir a eficácia das operações.
Destacam-se utilização de estória-cobertura, uso de maquiagem da
modificação de aparência física, camuflagem, adoção de
comportamentos e linguagem e padrões de vestimenta compatíveis e
comunicações sigilosas.
O principal cuidado no uso de técnicas de identidade fictícia e falsa
identidade é quanto a legalidade da operação, a necessidade prévia de
autorização judicial para infiltração.
Agente disfarçado.
Contravigilância e ações evasivas
Contravigilância e ações evasivas consistem em um conjunto de
técnicas usadas para evitar, dissuadir ou neutralizar atividades de
vigilância adversária. Mas a técnica de contravigilância consiste em um
conjunto de ações para prevenir, detectar e neutralizar ações de
 Análise das possíveis motivações por trás da
estória-cobertura, como proteção da identidade,
obtenção de informações, ou a realização de
atividades ilícitas.
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vigilância adversárias, dentre as quais as ações evasivas são parte
integrante da contravigilância, e envolvem a tomada de medidas para
evitar ser alvo de vigilância.
Na técnica de contravigilância, destacamos o seguinte protocolo:
 Consciência dos padrões do ambiente.
 Variação de rotinas e locais.
 Verificação de veículos e ambientes.
 Contra exames para detecção de vigilância.
 Ação evasiva de despistar.
 Ação evasiva de variação de identidade.
 Comunicação segura.
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Recrutamento e in�ltração
Estas são duas técnicas para obter informações úteis e insights sobre
agentes e atividades de inteligências adversas e as ameaças que
representam. Vejamos.
Recrutamento
Consiste em identificar, abordar e persuadir indivíduos que têm
acesso a informações sensíveis, ou que estão envolvidos em
atividades hostis, a cooperarem voluntariamente com as
autoridades de contrainteligência.
In�ltração
Envolve ações para a inserção de agentes, informantes ou
recursos dentro de grupos, organizações e atividades hostis.
Vejamos agora as estratégias para cada uma das técnicas.
Técnica de recrutamento
Coerção
Cooperação voluntária
Motivação financeira
Motivação ideológica
Motivação ego-afetiva
Técnica de in�ltração
Infiltração de agentes
Infiltração de informantes
Infiltração de dispositivos de coleta
falso traidor
 Avaliação de riscos e medidas de emergência.
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Outras técnicas operacionais de
contrainteligência
Neste vídeo, explicamos outras técnicas operacionais de
contrainteligência, como o contracomboio, a contraemboscada, a
desinformação, a propaganda e a provocação. Confira!
Contraemboscada e contracomboio
As medidas de contraemboscada são projetadas para detectar e
responder a emboscadas, que são ataques surpresa planejados por
inimigos, em qualquer meio operacional ou posição, visando garantir a
proteção de pessoas, recursos, veículos e operações.
Elas envolvem a preparação por meio de reconhecimento prévio do
ambiente operacional e definição de rotas alternativas e pontos de
apoio, a implementação de medidas e dispositivos, e execução de
táticas de evasão e coordenação de ações de resposta.
As ações de contracomboio são especificamente projetadas para
detectar e responder a tentativas de ataque e sabotagem durante
deslocamentos motorizados. Envolvem o reconhecimento prévio do
trajeto de deslocamento, definição de rotas alternativas e controle de
acesso às rotas e estradas, verificação de veículos e cargas antes da
partida, monitoramento durante o deslocamento e coordenação de
ações de resposta.
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Caminhões de carga na estrada.
Desinformação, provocação, propaganda e contrapropaganda
A desinformação consiste na divulgação de informações falsas ou
distorcidas, sem necessariamente atacar um alvo específico, mas com o
objetivo de criar dúvidas ou incertezas, desorientar, desacreditar fontes
e informações confiáveis.
A técnica de desinformação envolve a divulgação de notícias falsas; o
uso de pseudônimos; contas e perfis falsos nas redes sociais; o uso de
técnicas de engenharia social; propaganda cinza (ambiguidade e fonte
duvidosa).
Para prevenir, detectar e neutralizar possível desinformação por
inteligências adversárias é preciso:
 Verificar as fontes.
 Analisar perfis e comportamentos online.
 Comunicar às autoridades sobre atividades
suspeitas.
21/05/2024, 15:16 Contrainteligência
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/40242/index.html?brand=estacio# 29/53A provocação consiste na divulgação de informações polêmicas,
provocativas ou ofensivas contra um alvo específico, com o objetivo de
gerar uma incidência emocional, desestabilizar e criar conflitos, não
necessariamente divulgar informações falsas. Pode ser usada como
parte de uma estratégia de desinformação.
A técnica de provocação envolve ataques cibernéticos falsos; operações
de bandeira falsa; trolling; uso de trolls; divulgação de opiniões
extremas para chocar ou irritar pessoas nas redes sociais; divulgação
de comentários depreciativos, ofensivos e caluniosos.
Para prevenir, detectar e neutralizar possível ação de provocação
realizada por inteligências adversárias é preciso:
Bandeira falsa
É uma ação política ou militar efetuada com a finalidade de culpar um
oponente pelo ocorrido.
Trolling
É a ação realizada por pessoas chamadas trolls em um fórum de discussão
ou em comentários em artigos acessíveis ao público.
 Realizar contrapropaganda.
 Ter conscientização do público sobre táticas de
desinformação.
 Verificar as fontes.
 Avaliar a origem e motivação.
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A propaganda dirigida é uma estratégia de comunicação aberta, que
visa promover uma mensagem específica de forma a influenciar a
opinião pública a favor de um determinado grupo, governo ou causa.
Envolve mensagens persuasivas, muitas vezes seletivas, mas não
necessariamente para enganar. Pode ser usada para desinformação.
A contrapropaganda consiste em ação para neutralizar ações de
desinformação realizadas por inteligências adversárias e mitigar seu
impacto, desafiando ou desacreditando as mensagens, narrativas e
esforços de propaganda do adversário.
A técnica de contrapropaganda envolve:
 Comunicar às autoridades policiais.
 Promover a investigação das atividades suspeitas.
 Identificação da fonte da propaganda adversária.
 Análise do conteúdo das mensagens.
 Verificação de veracidade e integridade das
informações e delimitação de informações
equivocadas e enganosas.
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Contraespionagem, contrassabotagem e contraterrorismo
A contraespionagem é o conjunto de ações e estratégias usadas para
detectar, impedir e neutralizar atividades de espionagem, ou seja, a
obtenção de acesso e divulgação não autorizada de informações
sensíveis.
Ações de contraespionagem envolvem identificação potenciais de alvos;
proteção de informações sensíveis; verificação de antecedentes;
varreduras; monitoramento de comportamentos de pessoas com
potencial acesso; vazamento provocado; falso traidor; interrogatórios
suspeitos para coletar informações e evidências.
A contrassabotagem é o conjunto de ações e estratégias usadas para
detectar, impedir e neutralizar atividades de sabotagem, ou seja, ações
ou tentativas de danificar ou destruir ativos de valor à inteligência e
infraestruturas críticas, interromper o funcionamento de instalações e
serviços governamentais.
Contra a sabotagem ativa (ações intencionais) utilizam-se o reforço à
segurança de locais e instalações, sistemas de detecção de intrusão,
equipes de resposta rápida e equipes de proteção de sistemas e redes
contra os ataques cibernéticos. Contra a sabotagem passiva
(negligência preordenada), os treinamentos e inspeções, manutenção
preventiva e controle de acesso, gerenciamento de riscos.
 Promoção da verdade.
 Campanhas de conscientização.
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Inspeção em instalações industriais.
O contraterrorismo é o conjunto de ações e estratégias usadas para
detectar, impedir e neutralizar atividades terroristas. Ele envolve a
identificação de grupos terroristas, ações de inteligência para antecipar
ataques terroristas e a implementação de medidas para proteger alvos
vulneráveis contra ameaças terroristas.
A Lei 13.260/2016 disciplina o conceito de terrorismo e trata de
disposições investigatórias e processuais de combate ao terrorismo no
país.
Operações de contrainteligência
Neste vídeo, tratamos das operações de contrainteligência, seu
planejamento e os principais cuidados no comando e controle.
Principais cuidados no planejamento de uma operação
O planejamento, o comando e o controle de uma operação de
contrainteligência requerem uma abordagem abrangente, cuidados
meticulosos e protocolos bem definidos devido à sensibilidade e
complexidade das atividades envolvidas.
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Diversas ações preparatórias e complementares de busca e
reconhecimento podem ser necessárias, ao longo dos processos de
planejamento e de preparação das operações.
As técnicas operacionais de inteligência são
essenciais para as ações preparatórias e operações de
contrainteligência em si, sobretudo o reconhecimento
e a identificação, o recrutamento e a infiltração, as
comunicações sigilosas, o disfarce e a estória de
cobertura.
A confidencialidade e segurança das ações e operações dependerá de
cuidados e medidas para prevenir, detectar e neutralizar ações de
vigilância, desinformação, provocação, recrutamento, infiltração de
agentes e recursos em locais de planejamento e atividades, por parte de
inteligências adversárias.
O primeiro cuidado que deve ser tomado no processo de planejamento
de uma operação de contrainteligência é certificar-se primeiramente de
que todas as informações estejam atualizadas e precisas, e dos
responsáveis por sua permanente atualização.
O processo de planejamento abrange o estabelecimento de objetivos
geral e específicos frente a possíveis estratégias para a missão, bem
como de alvos, agentes adversários, possibilidades de recrutamento e
infiltração; a elaboração de listagem de vulnerabilidades em todas as
fases da operação, áreas, tecnologias e recursos a serem empregados;
a elaboração de listagem de medidas e ações de cautela para garantir a
segurança de infiltrados, informantes, agentes e civis inocentes, bem
como para garantir a confidencialidade e eficácia da própria operação; a
definição de recursos e orçamento necessários em relação a cada uma
estratégias e situações prospectadas; a definição da estratégias
principal e secundária, em ponderação a alternativas, custos, riscos,
impacto, segurança e eficácia da operação; definição de meios, as
equipes e funções a serem empregados.
Principais cuidados no comando e controle
O sucesso do comando e controle de operações de contrainteligência
depende do plano de operações e das habilidades do líder da operação.
Deve-se designar um líder da operação responsável pela coordenação
de equipes, da comunicação e combinação tática e operacional dos
agentes em campo.
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A preparação e o treinamento das equipes devem ser realizados por
todos, com simulações em condições próximas à realidade em que vão
operar.
O treinamento deverá abranger as ações inerentes às estratégias
primária e secundária e os protocolos de medidas para manter a
confidencialidade, uso de tecnologias para comunicações sigilosas,
medidas de proteção e, conforme a natureza da missão, o uso de
armamentos para neutralização de agentes de inteligência adversárias.
Reunião de equipe.
A preparação também deve envolver a rechecagem de meios e recursos
antes de dar início à execução da operação.
Durante a coordenação da operação os canais de comunicação devem
ficar desobstruídos e as equipes de apoio de prontidão.
Após a operação, deve-se realizar a produção de relatórios pelos
agentes, a revisão de protocolos e avaliação de resultados e legalidade
das ações, o feedbackda equipe, e a documentação, classificação e
arquivamento adequados.
O êxito de uma operação é expresso pelo anonimato,
confidencialidade e discrição, bem como pela
legalidade e resultado útil à sociedade e ao Estado.
O posterior vazamento ou o comprometimento dos conhecimentos e
resultados de uma operação também são objeto de preocupação da
atividade de contrainteligência, de forma que a custódia,
compartimentação e controle de acesso, e outras medidas, como a
criptografia, são cuidados essenciais.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A partir do que você estudou, identifique as principais técnicas
operacionais de contrainteligência.
Parabéns! A alternativa E está correta.
Como vimos, a técnica de reconhecimento é orientada a aspectos
gerais do ambiente operacional – terreno, infraestrutura e
instalações, atividades, rotas e pontos de entrada e saída –, e não
busca identificar indivíduos ou detalhes específicos. A técnica de
identificação consiste em um conjunto de ações para identificar
pessoas, veículos, armas, tecnologias e alvos da missão. Além
disso, o recrutamento consiste em identificar, abordar e persuadir
A
O reconhecimento de pessoas, armas, tecnologias e
alvos da missão.
B
O recrutamento, com ações para inserção de
agentes, informantes ou recursos dentro de grupos,
organizações e atividades hostis.
C
A identificação de terrenos, infraestruturas e
instalações.
D
A infiltração, com ações para identificação e
recrutamento de alvos com potencial acesso a
informações sensíveis.
E
A infiltração, com ações para inserção de agentes,
informantes ou recursos dentro de grupos,
organizações e atividades hostis.
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indivíduos que têm acesso a informações sensíveis ou estão
envolvidos em atividades hostis a cooperarem voluntariamente com
as autoridades de contrainteligência. Enquanto, a infiltração, por
sua vez, envolve ações para a inserção de agentes, informantes ou
recursos dentro de grupos, organizações e atividades hostis.
Questão 2
Identifique qual técnica operacional de contrainteligência está
descrita corretamente.
Parabéns! A alternativa C está correta.
A técnica de comunicações sigilosas abrange ações como uso de
palavras e os sinais de identificação, criptografia e esteganografia.
A
Estória-cobertura, por meio de uso de maquiagem
da modificação de aparência física.
B
Ações evasivas, para prevenir ser alvo de vigilância,
com ações como variação de rotinas e locais e
verificação de veículos e ambientes.
C
Comunicações sigilosas, inclusive por meio de
palavras e sinais de identificação, ou criptografia e
esteganografia.
D
Disfarces, sem a necessidade de cuidado de prévia
autorização judicial para uso de identidade fictícia e
falsa identidade em operações de infiltração.
E
Contravigilância, enquanto espécie do qual as ações
evasivas são gênero.
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3 - Sinais, tendências, impulsionadores de transformação
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a habilidade de reconhecer os sinais,
compreender as tendências e impulsionadores de transformação do sistema e antecipar-se a
essas mudanças.
Novas ameaças
Assista ao vídeo e conheça as principais ameaças encontradas na
atualidade, assim como o papel fundamental da contrainteligência.
De acordo com a ENINT (Brasil, 2017), a espionagem, a sabotagem, a
criminalidade organizada e os ataques cibernéticos, a corrupção e
ações contrárias aos direitos e garantias fundamentais, ao estado
democrático de direito e à soberania nacional, bem como atividades
ilegais envolvendo bens de uso dual e tecnologias sensíveis, são as
principais ameaças atuais, em relação às quais a ENINT estabeleceu
como objetivos prioritários a produção de informações e a criação de
protocolos específicos para atuação integrada do SISBIN em relação a
essas ameaças.
Atenção!
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Recentemente a Lei 14.197/2021 revogou a Lei de crimes contra a
segurança nacional (Lei 7.170/1983) e alterou as disposições de nosso
Código Penal estabelecendo crimes: contra o Estado democrático de
direito (atentado à soberania, art. 359-I; Atentado à integridade nacional,
art. 359-J e espionagem, art. 359-K); contra as instituições democráticas
(abolição violenta do Estado democrático de direito, art. 359-L, e; Golpe
de Estado, art. 359-M); e; crimes contra o Processo Eleitoral (interrupção
do processo eleitoral, art. 359-N; violência política, art. 359-P).
Corrupção e lavagem de dinheiro
A PNI descreve a corrupção como ameaça à integridade e legitimidade
das instituições democráticas, que demanda a cooperação com órgãos
de controle na prevenção, identificação e combate às suas diversas
manifestações, inclusive quando advindas do campo externo, que
colocam em risco o interesse público.
Mãos passando dinheiro embaixo da mesa.
Por complemento, na PNISP, é possível constatar que a repressão
qualificada da corrupção demanda a cooperação de órgãos de
inteligência de segurança pública, fiscalização e controle quanto a
informações sobre atividades relacionadas à lavagem de dinheiro,
evasão de divisas e crimes financeiros.
Crime organizado e ilícitos transnacionais
A efetiva a atuação integrada nas vertentes preventiva (inteligência) e
reativa (policial), sobretudo no intercâmbio de dados e conhecimentos,
técnico-científicos, nacionais e internacionais, se faz essencial aos
procedimentos de identificação e interrupção dos fluxos financeiros que
lhe dão sustentação, em âmbito nacional e internacional.
21/05/2024, 15:16 Contrainteligência
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A lavagem de dinheiro constitui o principal mecanismo de ocultação e
dissimulação da origem ilícita do dinheiro do crime organizado, de sua
localização, bem como à movimentação e propriedades e valores.
A evasão de divisas compromete a regularidade da política cambial,
além de obstruir a fiscalização do registro adequado das operações
financeiras e a devida arrecadação fiscal.
Contexto em que merece destaque o Decreto 5.015/2004, que
promulgou a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado
Transnacional, estabeleceu o compromisso recíproco dos Estados
partes em adotar medidas para criminalizar e combater a corrupção
(art. 9), ocultação de produtos de crime (art. 6), a lavagem de dinheiro
(art. 7), promovendo cooperação internacional, técnico-científica para
prevenir, investigar e combater mais eficazmente a criminalidade
organizada transnacional (arts. 1º e 20), e a assistência recíproca e
cooperação por autoridades policiais (art. 27) e por autoridades
judiciárias (art.18) para fins de fins de confisco (art. 13), extradição (art.
13) e transferência de pessoas condenadas (artigo 17), inclusive para
fins de apreensão de documentos bancários, financeiros ou comerciais
(art. 12).
Ataques cibernéticos
Dentre as ações preocupações da contrainteligência no espaço
cibernético, destacadas pela PNI, temos os ataques cibernéticos, a
manipulação de opiniões, mediante ações de propaganda ou de
desinformação, bem como o desenvolvimento de capacidade (guerra
cibernética) por inteligências adversárias, organizações criminosas e
simpatizantes de causas específicas, nacionais ou externos, que apoiem
ações antagônicas.
Ataque cibernético.
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Ataques cibernéticos são ações deliberadas com o empregode
recursos da tecnologia da informação e comunicação para interromper,
penetrar, adulterar ou destruir redes utilizadas por setores públicos e
privados essenciais à sociedade e ao Estado, e a infraestrutura crítica
nacional.
Mesmo no Brasil, muitas organizações criminosas e redes terroristas, de
forma regular e dissimulada, com empresas ou instituições de fachada,
tentam obter acesso a conhecimentos, bens e tecnologias sensíveis,
sobretudo tecnologias militares de potencial uso dual no meio civil, e
tecnologias civis de potencial de interesse à segurança e defesa
nacionais.
Por isso, o país desenvolveu uma legislação avançada para o controle
das tecnologias de uso dual, de modo a preservar o desenvolvimento
científico e tecnológico para fins pacíficos, de acordo com os
instrumentos internacionais incorporados ao ordenamento jurídico
nacional.
Já no âmbito da PNISP, ataques cibernéticos com potencial de
comprometer a ordem pública, a incolumidade das pessoas e do
patrimônio, o bom funcionamento de serviços públicos essenciais, ou
de possibilitar ocultação de outros crimes, causar desastres
tecnológicos com impactos consideráveis à vida, saúde e ao meio
ambiente, e danos à própria infraestrutura crítica das instituições de
segurança pública, evidenciam sua relevância contrainteligência.
Novos desa�os e oportunidades
Neste vídeo, apresentamos os principais desafios e as oportunidades
que surgem na contrainteligência com as novas tecnologias e a
cooperação internacional. Acompanhe!
Pesquisa, desenvolvimento e inovação e novas tecnologias
21/05/2024, 15:16 Contrainteligência
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O potencial dissuasório e a capacidade operacional de potências como
Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia e China estão alicerçadas na
supremacia tecnológica disruptiva. Neste sentido, para Corrêa (2022, p.
54), o atual poder estrutural político-financeiro das empresas da base
industrial de defesa, decorrente da dependência tecnológica das forças
militares dos demais países, é uma realidade que evidencia a relevância
do tema.
A Política Nacional de Defesa (Brasil, 2012, p. 11, 13, 15) é instrumento
de governança do planejamento de Estado voltado ao estabelecimento
de objetivos e medidas de competência do setor militar da defesa para
ameaças preponderantemente externas à soberania e à paz, mas
também tem por função conscientizar e mobilizar segmentos civis
quanto a objetivos estratégicos e medidas de preparação à segurança e
à integridade federativa e ao desenvolvimento nacional, tais como
inteligência, segurança pública e as políticas econômica, científico-
tecnológica e industrial.
Política Nacional de Defesa.
A Lei 13.123/2015, ao disciplinar a repartição justa e equitativa dos
benefícios derivados da exploração econômica de produto acabado ou
material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio genético do país
ou ao conhecimento tradicional associado, estabeleceu em seu art. 33,
dentre as principais finalidades Programa Nacional de Repartição de
Benefícios (PNRB), o fomento à pesquisa e desenvolvimento
tecnológico associado ao patrimônio genético e ao conhecimento
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tradicional associado, e o desenvolvimento de um sistema eficiente de
pesquisa e desenvolvimento e transferência de tecnologias.
Frente ao desafio do tema inovação e da propriedade intelectual no
contexto da defesa identificados na PND, a Estratégia Nacional de
Defesa (END) estabeleceu o eixo de “Ciência, Tecnologia e Inovação”
para desenvolvimento e fabricação de tecnologias prioritárias às
tecnologias de autonomia e do aumento das capacidades institucionais.
Além disso, Cifo (2022, p. 66) esclarece que o desenvolvimento, a
inovação e as invenções atraem a atenção de governos que buscam
controlar e evitar se expor a ameaças. Neste contexto, não apenas as
normas sobre propriedade industrial, mas também regras específicas
que pretendem assegurar e proteger as capacidades operacionais, são
relevantes para a segurança e defesa nacional.
Tecnologias sensíveis e prioritárias
De acordo com a Estratégia Nacional de Inteligência (Brasil, 2017, p. 18-
20), são desafios para inovação em inteligência:
A qualificação de profissionais de inteligência para o
desenvolvimento de competências científicas e tecnológicas.
Investimentos para maior utilização de tecnologia e,
principalmente, a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias
no campo cibernético, de infraestrutura e para tratamento e
análise de grandes volumes de dados, e o fomento ao uso e
desenvolvimento de criptografia de Estado.
Na PNISP (Decreto 10.777/2021), ao enfrentamento do crime
organizado, à lavagem de dinheiro e à corrupção e às atividades
criminosas no espaço cibernético, temos como prioridades as
inteligências tecnológica, cibernética e financeira, bem como o
desenvolvimento de competências tecnológicas para o uso de novas
tecnologias virtuais emergentes.
Cooperação internacional
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Dentre os instrumentos essenciais à Inteligência nacional estabelecidos
pela PNI (item 5, inciso XII, anexo ao Decreto 8.793/2016), temos o
intercâmbio e a cooperação técnica internacional de inteligência,
policiais e técnico-científica, orientados à prevenção e ao combate do
crime organizado e ao narcotráfico internacionais, do terrorismo e suas
fontes de financiamento, às armas de destruição em massa e a outras
atividades ilegais relacionadas ao comércio de bens de uso dual e de
tecnologias sensíveis.
No âmbito da PNISP, temos como instrumentos essenciais (item 5.2,
“m”, do anexo ao Decreto 10.777/2021) o intercâmbio de inteligência de
segurança pública e a cooperação técnica internacional, sobretudo a
missão de combate à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas, às
ações contrárias à segurança pública, a instalações, serviços e bens, e
os sistemas cuja interrupção ou destruição, total ou parcial, possa
provocar sérios impactos sociais, ambientais, econômicos, políticos e
internacionais. Assim, são necessárias medidas para preservar a ordem
pública e a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
Habilidades e competências
pro�ssionais
Assista ao vídeo e veja quais são as principais habilidades e
competências que o profissional de contrainteligência do futuro deve
possuir.
Habilidades
A capacidade humana de sobrevivência pode ser historicamente
associada a habilidades que lhe permitiram perceber, se adaptar e se
apropriar reflexivamente das transformações do ambiente e de seus
recursos, antecipando-se a riscos e ameaças, e realizar-se no mundo,
conforme seu nível de consciência, desejos e aspirações.
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O futuro do trabalho de inteligência e contrainteligência está em focar
em habilidades que se evidenciam como essenciais aos desafios e
oportunidades de crescimento neste campo de atuação profissional.
Confira!
Consiste no alinhamento de propósito pessoal ao propósito e
aos valores organizacionais, expressos em processos, rotinas,
padrões de comportamento ético e de decisão desejados.
Corresponde à capacidade de comunicação e uso da linguagem
corporal para transmitir emoções autênticas, caracterizando
personagens e expressando de forma convincente e impactante
as estórias-cobertura e narrativas em determinada missão.
É a capacidade de produzir cooperativamente e de tomar
decisões com auxílio de tecnologias de inteligência artificial,
alavancada por competências técnicas em ciência de dados,
engenharia e arquitetura de IA, gestão de projetos de IA e
segurança em IA.
Corresponde à capacidade de empatia e conexão, e de
governança das própriasemoções em situações emocionais
desafiadoras.
Representa a habilidade de tomar decisões rápidas, confiando na
intuição e em experiências passadas, ao invés de analisar todos
Alinhamento cultural 
Atuação 
Colaboração humana com IA 
Inteligência emocional 
Inteligência intuitiva 
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os detalhes de uma situação de crise, com poucas informações
disponíveis, e que se precisa dar uma resposta imediata.
Modelo mental alavancado por ferramentas e técnicas de
liderança e aprendizagem contínua com as pessoas e
organizações, ao longo da vida profissional, de forma a ampliar
continuamente sua capacidade de se superar e criar futuros
desejados.
Consiste em um modelo mental alavancado por ferramentas e
técnicas para reconhecer os sinais, compreender as tendências e
impulsionadores de transformação de sistemas e antecipar-se a
essas mudanças, preparando-se no presente para os futuros
possíveis. Além disso, corresponde ao modo de eleger aquele
cenário ao qual se pretende construir, bem como evitar aquele
que não é desejado e participar daquele que já está mostrando
sinais.
Indica a habilidade de domínio de fala e escrita em mais de três
idiomas, alavancada por técnicas de estudos e aceleração de
aprendizado de diversas línguas.
Representa a aptidão para domínio de muitas ciências e áreas do
conhecimento, alavancadas por estudos e pesquisas
multidisciplinares, que permite melhor percepção, compreensão
e capacidade de resposta a problemas complexos.
Pensamento sistêmico 
Pensamento antecipatório 
Plurilinguismo 
Polimatia 
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Competências
As competências em atuação podem ser alavancadas por ferramentas e
técnicas de artes cênicas, orientadas ao desenvolvimento de
capacidades de expressão corporal e facial, memorização de diálogos e
roteiros, improvisação, empatia e compreensão psicológica dos
personagens, bem como técnicas de voz, dicção e projeção.
Quanto às competências técnicas que podem alavancar a capacidade
de colaboração humana com IA em contrainteligência, sugerimos:
 Aprender os fundamentos da IA.
 Investigar e monitorar as tecnologias emergentes
em IA e suas diversas aplicações.
 Explorar recursos educacionais gratuitos em IA.
 Acompanhar as discussões sobre ética em IA.
 Participar de cursos on-line, comunidades e
projetos práticos em IA.
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Quanto às competências técnicas que podem alavancar o pensamento
antecipatório, destacam-se o conhecimento em disciplinas de Futures
Literacy e Futures Studies, atualmente reconhecidas pela ONU, UNESCO
e universidades renomadas, como a MIT Sloan (USA), como essenciais
para a formação de profissionais do futuro em 2025, nas mais diversas
áreas do conhecimento.
Orientações
As habilidades e as competências técnicas que podem alavancá-las,
respectivamente, aqui apresentadas, foram meramente exemplificativas,
para fins de direcionamento inicial aos que desejarem se aprofundar e
trilhar esse caminho de aprendizado contínuo ao longo de toda a vida.
Deve-se dar ainda atenção a outros fatores impulsionadores de
transformação da atividade que forem sendo observadas ao longo do
tempo.
De modo geral, a pesquisa e a atualização permanentes sobre essas
competências devem se tornar hábito rotineiro, e já há tecnologias de IA
que realizam essa atividade automaticamente para os mais diversos
campos de atuação profissional, de modo a facilitar essa atividade.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
De acordo com os elementos ético-normativos da atividade de
contrainteligência e com a Estratégia Nacional de Inteligência,
dentre as principais ameaças à integridade da sociedade e do
Estado e à segurança nacional, a serem prevenidas, detectadas e
neutralizadas pela Contrainteligência, estão
 Buscar certificações relevantes e construir sua rede
profissional.
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Parabéns! A alternativa E está correta.
De acordo com a Estratégia Nacional de Inteligência (Brasil, 2017, p.
7, 16-18), a espionagem, a sabotagem, a criminalidade organizada e
os ataques cibernéticos, a corrupção e as ações contrárias aos
direitos e às garantias fundamentais, ao estado democrático de
direito e à soberania nacional, bem como as atividades ilegais
envolvendo bens de uso dual e tecnologias sensíveis, são as
principais ameaças atualmente percebidas à integridade da
sociedade e do Estado e à segurança nacional.
Questão 2
De acordo com a Estratégia Nacional de Inteligência, a
oportunidade de prospecção e de desenvolvimento científico e
tecnológico em áreas estratégicas aos interesses nacionais,
sobretudo à atividade de Inteligência, tem por desafios a priorização
de esforços em
A
a espionagem, a sabotagem, criminalidade urbana
violenta e ataques cibernéticos.
B
a corrupção e as ações contrárias aos interesses
político-partidários.
C
as ações contrárias ao estado policial e à soberania
nacional.
D
as atividades ilegais envolvendo bens de uso
comum.
E
as ações contrárias ao estado democrático de
direito, aos direitos e às garantias fundamentais.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
De acordo com a Estratégia Nacional de Inteligência (Brasil, 2017, p.
18-20), são desafios a serem objeto de priorização de esforços ao
aproveitamento efetivo de oportunidades para inovação em
inteligência (orientada à missão) a qualificação de profissionais de
inteligência para o desenvolvimento de competências científicas e
tecnológicas e os investimentos para maior utilização de
tecnologia, especialmente no campo cibernético e infraestrutura e
tecnologias de informação comunicação para tratamento e análise
de grandes volumes de dados.
Considerações �nais
Sem a pretensão de esgotar o tema da contrainteligência em sua
complexidade, relevância e multidisciplinariedade, procuramos abordar
os principais aspectos necessários à atuação profissional frente aos
desafios da atualidade.
A
desenvolvimento de competências profissionais
técnicas, não científicas ou tecnológicas.
B
investimentos para inovação na indústria
agropecuária.
C
maior utilização de tecnologia, especialmente no
campo cibernético.
D
maior utilização de tecnologia, especialmente na
indústria agropecuária.
E tecnologias de blindagem de veículos militares.
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Os fundamentos teórico-doutrinários e as técnicas operacionais de
contrainteligência apresentados são meramente introdutórios, não
afastando a necessidade de formação e especialização por agências
autorizadas, em áreas de atuação específica em operações, análise,
ensino, pesquisa e desenvolvimento.
A nobreza da profissão, em suas missões, no anonimato, e virtudes de
disciplina, resiliência e discrição necessárias ao longo da vida
profissional, a torna como um sacerdócio cujo principal legado é
justamente o silêncio.
Explore +
Leia o artigo PF prende servidores da Abin por uso irregular de sistema
de geolocalização para perceber a preocupação da contrainteligência
com a legalidade das operações, a garantia de direitos individuais, do
resultado útil das ações e da preservação das instituições no âmbito do
SISBIN.
Pesquise o artigo Smartphones de funcionários da UE foram
comprometidos com software de espionagem para perceber a
preocupação da contrainteligência com a espionagem.
Pesquiseo artigo Polícia prende hackers que vendiam dados de
ministros do STF, governadores e deputados para perceber a
preocupação da contrainteligência com a proteção de ativos
informacionais, dados pessoais e autoridades institucionais.
Pesquise o artigo Exército chinês se infiltrou em fábricas para plantar
chip de espionagem em placas-mãe. Pelo menos 30 empresas norte-
americanas, a CIA e a Marinha teriam recebido hardware adulterado
para perceber a preocupação da contrainteligência com o domínio de
tecnologias sensíveis e a problemática da dependência tecnológica.
Procure e consulte o anexo 5 do decreto 8.793/2016.
Referências
21/05/2024, 15:16 Contrainteligência
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BRASIL. Lei 13.123/2015. Consultado na internet em: 26 out. 2023.
BRASIL.  Decreto 8.793/2016, que estabeleceu a Política Nacional de
Inteligência. Presidência da República, 2000. Consultado na internet em:
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BRASIL.  Decreto 10.777/2021. Presidência da República, 2000.
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CAVALCANTE, Márcio André. Critérios para que o parágrafo único do
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ataque já imaginado. In: Revista iScience. Consultado na internet em: 24
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