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Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
K95d Kubba, Sam A. A. 
 Desenho técnico para construção [recurso eletrônico] / 
 Sam A. A. Kubba ; tradução: Alexandre Salvaterra. – Dados 
 eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2014.
 Editado também como livro impresso em 2014.
 ISBN 978-85-8260-157-0
 1. Arquitetura – Técnica. 2. Desenhos técnicos. I. Título. 
CDU 72.02
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Objetivos deste capítulo
 Sintetizar as formas de desenhos ao longo da história.
 Reconhecer os diversos tipos de impressão e elaboração de desenhos.
 Identificar as normas básicas de desenhos, bem como as principais organizações 
normalizadoras.
Além das normas de desenhos técnicos, este primeiro capítulo traz as formas de desenhos ao 
longo dos tempos. Você vai conhecer os diversos tipos de impressão: desde as cópias heliográficas 
tradicionais utilizadas a partir da década de 1940 até as grandes mudanças que o projeto assistido 
por computador (CAD) trouxe para o desenho técnico e o seu aperfeiçoamento.
capítulo 1
Normas de desenho 
técnico
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 Introdução
Um desenho técnico geralmente é impresso em papel e representa o desenho de um objeto ou um 
projeto de máquina, equipamento ou obra de arquitetura ou engenharia. O termo “planta” costuma ser 
utilizado para qualquer desenho técnico detalhado de uma edificação ou objeto. Há milhares de anos 
os desenhos técnicos têm sido uma linguagem universal por meio da qual as informações de projeto e 
construção são transmitidas ao construtor, engenheiro, operário, projetista e outros envolvidos. Assim, 
a leitura dos desenhos técnicos se refere ao processo de interpretação de um desenho de projeto – uma 
imagem mental precisa do artefato concluído poderá ser feita com base nas informações oferecidas.
Há algumas décadas, no período inicial das cópias heliográficas, os desenhos tinham fundo azula-
do com linhas brancas (o resultado do processo de impressão então empregado), mas as melhorias 
subsequentes no processo passaram a envolver o uso de amônia e de papéis revestidos que rea-
giam à luz. Mais tarde, o processo com amônia foi eliminado e passaram a ser empregadas pági-
nas brancas com linhas pretas ou azuis. Atualmente, com o uso do computador (CAD), já não são 
empregadas cópias heliográficas e os desenhos técnicos ou plantas costumam ser impressos com 
impressoras modernas (plotadoras) em papel sulfite. Os desenhos técnicos muitas vezes também 
são chamados simplesmente de “desenhos” ou “plantas”.
Um desenho técnico é uma representação muito precisa de algo que deve ser construído. Evidente-
mente, eles são feitos em tamanhos muito menores do que as edificações ou os objetos propostos, 
ainda que sejam exatos e detalhados. Cada linha de um desenho de construção (também chamado 
de desenho de execução ou projeto executivo, na arquitetura e engenharia) deve ser cuidadosamen-
te pensada e traçada. A relação entre uma linha e outra indica uma distância.
Os desenhos técnicos são formas cruciais de comunicação que transmitem um grande número 
de informações. Se suas impressões não são suficientemente claras para serem lidas e utilizadas, 
você deve aprimorá-las antes de imprimir novamente ou refazê-las. Caso contrário, você terá sérios 
problemas ao longo do projeto. Use sua sensibilidade e seja crítico.
Os desenhos técnicos têm pouco valor se não podem ser reproduzidos satisfatoriamente. Jogos 
completos de pranchas precisam ser apresentados para secretarias municipais de obras (para apro-
vação), bem como para orçamentistas, construtores, empreiteiros e outros envolvidos na constru-
ção da edificação proposta. Um conjunto de plantas costuma ser disponibilizado para cada profis-
sional. Há vários métodos de impressão; eles serão discutidos a seguir.
 Tipos mais comuns de impressão
Como mencionamos, no século XX, os desenhos técnicos costumavam ser impressos em um papel 
com fundo azul, com linhas em branco (Figura 1.1). Esse método foi praticamente abandonado 
nas últimas décadas e substituído por métodos de impressão mais baratos e por monitores digi-
tais. Hoje, mais de 95% das empresas de arquitetura e engenharia usam programas de desenho 
assistido por computador (CAD) e imprimem suas cópias em grandes impressoras (plotadoras). Os 
métodos mais comuns de reprodução de desenhos técnicos são:
 Processo heliográfico
No início da década de 1940, as cópias feitas com o processo de cianotipia passaram a ser substi-
tuídas por cópias heliográficas, que têm linhas azuis sobre um fundo branco. Esse processo é um 
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método de baixo custo para a produção de cópias por meio do uso de qualquer tipo de papel 
translúcido. Ele resulta de um processo de impressão com luz ultravioleta, que passa através de um 
desenho original, deixando exposta uma folha de papel revestida com produtos químicos, a qual 
é inserida por baixo. Como a luz não passa através das linhas do desenho, o revestimento químico 
sob as linhas permanece sem exposição. O material impresso é então exposto ao vapor de amônia, 
que reage com o revestimento químico remanescente, produzindo as linhas azuis. As cópias helio-
gráficas também podem ser produzidas com linhas de cor preta ou sépia.
Embora os métodos modernos tenham feito com que outras técnicas substituíssem as cópias helio-
gráficas tradicionais, algumas empresas continuam utilizando o processo antigo. Na maioria dos casos, 
contudo, as cópias heliográficas (que não eram poluentes) foram substituídas por processos de cópias 
xerográficas similares às fotocopiadoras comuns, que usam toner e papel sulfite.
 Copiadoras comuns
Esse processo usa máquinas com papel sulfite comum. Por isso, as impressões podem ser feitas a 
partir de originais opacos, enquanto as cópias heliográficas exigem originais translúcidos. As copia-
doras comuns são utilizadas principalmente em escritórios nos quais serão necessárias alterações 
durante as etapas de desenvolvimento dos projetos ou quando os originais precisam ser feitos em 
papel manteiga ou vegetal, que permitem impressões em grande volume feitas com o processo 
heliográfico. O método é especialmente útil para plotagem em papel sulfite de projetos feitos com 
CAD (Figura 1.2). Essas copiadoras comuns também são boas para fazer cópias de originais enve-
lhecidos usando papel vegetal ou manteiga. Algumas copiadoras também permitem a ampliação 
ou redução do tamanho do desenho original.
 Processo de fotocópia
O processo de fotocópia está se tornando cada vez mais corriqueiro na prática de engenharia e ar-
quitetura. Por meio desse método, uma imagem fotográfica do desenho original é utilizada para a 
produção do número de cópias necessário, de modo similar ao feito pelas máquinas Xerox e outras 
Figura 1.1 Ilustração de uma cópia heliográfica tradicional.
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copiadoras. Esse tipo de copiadora apresenta a vantagem extra de fazer reduções ou ampliações 
do desenho original. Essas copiadoras na verdade são muito similares àquelas encontradas nos es-
critórios tradicionais. A principal diferença é a capacidade de copiar grandes desenhos. A crescente 
popularidade dessas máquinas se deve principalmente ao uso de papel sulfite comum, que não 
exige a aplicação de produtos químicos e evita os possíveis danos à saúde provocados pela amônia.
 Reprodução fotográfica
Há vários tipos de reprodução fotográfica disponíveis, oferecendo maior precisão e detalhamento e 
facilitando a leitura, correção e reimpressão das cópias. Podem ser feitas cópias fotostáticas de um 
desenho original por meio do usode uma câmera fotográfica grande e especial, que faz amplia-
ções ou reduções do trabalho original. Esse processo de impressão direta produz um negativo com 
linhas brancas sobre fundo escuro. Estão disponíveis vários métodos de reprodução de alta qualida-
de, como a microfilmagem, usando um negativo de filme feito do desenho original. As impressões 
projetadas de um negativo de fotografia podem ser reproduzidas em papel fosco, papel brilhante, 
papel manteiga e papel vegetal. Essas impressões de altíssima qualidade podem ser ampliadas ou 
reduzidas em escala, de modo preciso, e são muito duradouras.
Para microfilmar um desenho, devemos primeiramente converter o desenho original em um qua-
dro microfilmado, usando uma câmera especial de processamento de microfilmes instalada em 
uma estrutura sobre uma plataforma. A câmera reduz o desenho, a fim de que ele caiba dentro da 
área do microfilme; a redução costuma ser controlada por meio da variação da altura da câmera 
em relação ao desenho. Após a revelação do filme, o negativo geralmente é instalado em uma 
abertura de tamanho padronizado ou um cartão de dados, e é sistematicamente arquivado para 
consulta futura. Uma leitora-impressora com a capacidade de ampliar microfilmes acoplada a uma 
tela normalmente é empregada para a consulta de imagens e a reprodução de cópias impressas 
de vários tamanhos, tendo como base o negativo. A microfilmagem também é um excelente meio 
para a armazenagem de desenhos, o que elimina a necessidade de guardar as volumosas plantas 
originais (Figura 1.3).
Figura 1.2 Plotador HP Designjet T610, para a impressão de projetos feitos em CAD e GIS. Cortesia de 
Hewlett-Packard Development Company, L.P.
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 Impressões em offset coloridas
Às vezes as cópias são feitas em várias cores (geralmente azul e vermelho), por meio da impressão 
em offset. Os desenhos originais costumam ser feitos em escalas e tamanhos menores, para maio-
res economias. Várias cores são utilizadas para ressaltar uma reforma ou ampliação de um prédio 
existente ou para mostrar instalações mecânicas ou elétricas complexas em novos projetos. A prin-
cipal vantagem do uso das cores é facilitar a leitura dos desenhos, o que resulta em um número de 
erros menor, bem como em menos tempo para sua interpretação.
Mais recentemente, os desenhos e projetos criados com o uso de técnicas de CAD passaram a ser 
transmitidos, na forma de arquivos digitais, diretamente a uma impressora de computador ou a 
um plotador. Em alguns casos se consegue evitar completamente o uso de papel e a análise é feita 
diretamente nos monitores digitais.
 Projeto assistido por computador (CAD)
O projeto assistido por computador (CAD) trouxe inovações no campo dos projetos de arquitetura 
e engenharia e é discutido em detalhes no Capítulo 2. O CAD é utilizado para desenhar, desenvol-
ver e aperfeiçoar o processo, criando um desenho executivo gerado por computador que é limpo e 
claro e tem dimensões exatas, de acordo com as indicadas. O CAD tem se mostrado uma tecnologia 
extremamente valiosa e com ótimas vantagens, como custos inferiores de desenvolvimento de 
produtos, processamento mais rápido e ciclo de projeto e desenho bastante abreviado. Ele é uma 
tecnologia que permite ao profissional focar a atividade de projeto, em vez de perder tempo bus-
cando e redesenhando velhos documentos.
Os desenhos em CAD podem ser gerados a partir da maioria dos formatos, inclusive com base em 
desenhos feitos à mão, arquivos “tiff” ou qualquer outro tipo de arquivo de imagens que possa ser 
convertido em um arquivo “.dwg”, com o uso de AutoCAD ou outro programa de CAD.
Figura 1.3 A armazenagem de cópias heliográficas e outras plantas pode ser problemática e ocupar 
muito espaço.
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 Normas básicas de desenho e organizações 
normalizadoras
Nos Estados Unidos, o American National Standards Institute (ANSI) e a Organização Internacio-
nal para Padronização (ISO) têm adotado normas de desenho que são de adesão voluntária, mas 
generalizada no mundo inteiro.* Essas normas incorporam e complementam outras normas de 
arquitetura e engenharia desenvolvidas e aceitas por organizações profissionais, como o American 
Institute of Architects (AIA) e a American Society of Mechanical Engineers (ASME). Algumas empre-
sas de grande porte têm suas próprias normas, adequadas às suas necessidades.
 Normas ISO
No Brasil, nos países europeus e em muitos outros países, são empregados os padrões da ISO, que 
utilizam o Sistema Internacional de Unidades (o “sistema métrico” – Figura 1.4). A ISO define um con-
junto de formatos no sistema métrico para o desenho técnico. Por exemplo, a série de formatos de 
papel é baseada em uma razão constante entre largura e comprimento de 1: . Assim, cada formato 
subsequentemente menor tem exatamente a metade da área do formato anterior, de modo que se 
cortarmos uma folha A0 pela metade teremos duas folhas A1; se cortarmos esta pela metade, tere-
mos duas folhas A2, e assim por diante. Na Figura 1.4, o formato A0 é definido como tendo uma área 
de um metro quadrado. Isso possibilita que as espessuras de papel possam ser expressas por meio de 
seus pesos, ou seja, em gramas por metro quadrado.
A razão de 1: é especialmente importante para a redução em microfilmes e a redução e 
ampliação em fotocopiadoras. Os equipamentos métricos, incluindo câmeras de microfilma-
gem, impressoras de microfilmes, fotocopiadoras e as penas de desenho são desenvolvidos 
* N. de T.: No Brasil, temos a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e as principais normas técnicas para o desenho de 
arquitetura são a NBR 6492/94 (representação de projetos), a NBR 8196/99 (emprego de escalas), a NBR 8403/84 (tipos e larguras 
de linhas), a NBR 10068/87 (leiaute e dimensões das folhas de desenho) e NBR 13142/99 (dobramento e cópia das folhas).
Tabela 1.1 Tamanhos de folhas de desenho padronizados recomendados pelo ANSI (American 
National Standards Institute)
ENGENHARIA – ESTADOS UNIDOS DIMENSÕES (polegadas) DIMENSÕES (mm)
ANSI A
ANSI B
ANSI C
ANSI D
ANSI E
8,5 × 11
11 × 17
17 × 22
22 × 34
34 × 44
215,9 × 279,4
279,4 × 431,8
431,8 × 558,8
558,8 × 863,6
863,6 × 1117,6
ARQUITETURA – ESTADOS UNIDOS DIMENSÕES (polegadas) DIMENSÕES (mm)
ARCH A
ARCH B
ARCH C
ARCH D
ARCH E
9 × 12
12 × 18
18 × 24
24 × 36
36 × 48
228,6 × 304,8
304,8 × 457,2
457,2 × 609,6
609,6 × 914,4
914,4 × 1219,2
DIVERSAS DIMENSÕES (polegadas) DIMENSÕES (mm)
CARTA
LEGAL
GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS
EXTRATO
8,5 × 11
8,5 × 14
8 × 11
5 × 8,5
215,9 × 279,4
215,9 × 355,6
203,2 × 279,4
139,7 × 215,9
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com base nessa razão. Isso simplifica o processo de arquivamento, redimensionamento e mo-
dificação de desenhos.
Assim como os formatos de folhas da série A da ISO, os tamanhos de penas de desenho aumentam 
em um fator de dois, possibilitando acréscimos e correções nas ampliações ou reduções dos dese-
nhos. A cada espessura de pena é atribuída uma cor. Esse código de cores corresponde àquele dos 
estênceis de letras. As espessuras de pena e os códigos de cor são padronizados e utilizados por 
todos os fabricantes de materiais.
 Outras organizações normalizadoras
Como mencionamos, o ANSI e a ISO são as duas principais entidades internacionais que estabele-
cem as normas de desenho técnico. Contudo, há outras organizações que têm desenvolvido pa-
drões complementares. Assim como a ANSI, a American Society of Mechanical Engineers (ASME) 
tem formatos de pranchas de desenho padronizados que são designados por letras e publicados em 
MIL-STD-100A. A ASME também publicou a norma ASME Y14.5M-1994 Dimensioningand Toleran-
cing. Entre as outras várias organizações normalizadoras temos o American Institute of Architects 
(AIA), a Canadian Standards Association (CSA) e a American Welding Society (AWS). Além disso, al-
gus grandes escritórios de projeto têm adotado suas próprias normas, de acordo com suas necessi-
dades específicas. Em última análise, os formatos de prancha que você usa são determinados pelas 
necessidades de seu empregador ou cliente, bem como suas necessidades de organizar de modo 
econômico as informações necessárias.
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Visite o ambiente virtual 
de aprendizagem Tekne 
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atividades para reforçar o 
seu aprendizado.
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esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
	Capítulo 1 - Normas de desenho técnico
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