Prévia do material em texto
REPARO DO DNA 1 REPARO DO DNA GENÉTICA https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home REPARO DO DNA 2 REPARO DO DNA CONTEÚDO: CÍNTIA MELLO CURADORIA: FABRÍCIO MONTALVÃO https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home REPARO DO DNA 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 O QUE É O REPARO DO DNA? .................................................................... 4 MECANISMOS DE REPARO DO DNA ......................................................... 4 Reversão direta de bases ............................................................................................ 4 Reparo por excisão de bases ..................................................................................... 5 Reparo por excisão de nucleotídeos ........................................................................ 6 Mas como isso ocorre? ................................................................................................. 7 Reparo de pareamentos incorretos .......................................................................... 8 Reparo de quebras na dupla fita do DNA ........................................................... 10 Recombinação homóloga ......................................................................................... 10 Junção de extremidades não homólogas ............................................................ 10 REFERÊNCIAS ............................................................................................... 11 https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home REPARO DO DNA 4 INTRODUÇÃO Os sistemas de reparo do DNA parecem complexos, porém devemos ter em mente que são resultados da evolução ao longo de milhares e milhares de anos. Como qualquer sistema que possui mecanismos de reparo, não importando o quão primitivo ele seja, possibilita ao indivíduo um fenótipo com uma vantagem e, portanto, uma maior possibilidade de sobrevivência. Ao longo dos anos, a continuação da melhoria dos sistemas de reparo do DNA permitiu alcançar a complexidade que o sistema apresenta no atual estágio de evolução. O sistema de reparo do DNA está longe da perfeição, de tal modo que este sistema é incapaz de lidar com todos os tipos lesões moleculares e ainda de reparar todos os danos na mesma velocidade que eles aparecem no DNA. Na verdade, esta é a causa do envelhecimento e do aumento de doenças à medida que os sistemas biológicos envelhecem. Às vezes, os próprios sistemas de reparo causam danos maiores do que as lesões que deveria reparar. O QUE É O REPARO DO DNA? Quando mencionamos “reparo do DNA”, estamos nos referindo a um conjunto de mecanismos com os quais as células identificam e corrigem lesões induzidas no DNA. Existem agentes capazes de causar esses danos, como: agentes ambientais, principalmente as radiações ionizantes (ra- diação X, radiação gama, partículas beta, partículas alfa, elétrons Auger, elétrons de conversão interna, feixes de íons, nêu- trons); radiações não ionizantes (ultravio- leta); além de um grande número de subs- tâncias químicas e produtos do metabo- lismo interno das células. Diariamente, es- tes agentes são capazes de causar cerca de 1 milhão de lesões na molécula de DNA. O acúmulo desses danos pode induzir ne- oplasias, além de outras doenças e o enve- lhecimento. MECANISMOS DE REPARO DO DNA Reversão direta de bases Este é o mecanismo mais simples de re- paro, mas raramente ocorre, uma vez que a maioria das lesões causadas no DNA é irreversível. No entanto, dependendo do caso, pode funcionar. Por exemplo, a re- versão dos dímeros de pirimidina (um tipo comum de dímero de ciclobutil), que são causados pela radiação ultravioleta. A piri- midina mais implicada na formação destes dímeros é a timina. Por meio do processo de fotoativação, a enzima fotoliase repara a lesão no DNA. A fotorreativação está presente nas maiorias das espécies de https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home REPARO DO DNA 5 bactérias e em eucariotos, incluindo alguns vertebrados, mas está ausente em seres humanos e outros mamíferos. Figura 1: Reparo de um fotodímero de pirimidina causado pela radiação ultravioleta por uma enzima de fotoativação ou fotoliase. A enzima reconhece um fotodímero (representado pelo dímero de ti- mina) e se liga a este. Quando o sistema é exposto à luz (de comprimento de onda entre 300 e 500 nm), a fotoliase usa sua energia para converter o dímero nos monômeros originais. Agentes alquilantes constituem um grupo de substâncias químicas capazes de cau- sar lesões no DNA, alterando as suas ca- deias e impedindo sua replicação. Estas substâncias são normalmente encontradas no ambiente, são utilizadas como agentes antineoplásicos e são encontradas no inte- rior das células. Cortes nas fitas do DNA podem ser repa- rados pela enzima DNA ligase, quando uma ligação fosfodiester está quebrada sem uma alteração nos grupamentos 5’- fosfato e 3’-hidroxil dos nucleotídeos no corte do DNA. Este tipo de lesão pode ser induzido por radiações ionizantes. Figura 2: Reparo de cortes no DNA pela DNA li- gase. Reparo por excisão de bases A lesão em uma base nitrogenada é o dano mais comum no DNA no genoma humano. Uma base nitrogenada do DNA pode ser perdida espontaneamente por hidrólise, oxidação ou alquilação durante o metabo- lismo fisiológico ou ainda por modificação pela ação de agentes genotóxicos exóge- nos. Esse mecanismo de reparo é o mais comumente utilizado para reparar lesões pequenas e que não causam distorções na hélice do DNA, tais como bases incorretas (como uracil) ou bases lesadas (como a 3- metiladenina). Em células humanas, o mecanismo de re- paro por excisão de bases é um meca- nismo eficiente de proteção contra o https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home http://www.nokia.com.my/find-product/all-phones/nokia-e71 REPARO DO DNA 6 acúmulo de bases nitrogenadas alteradas no DNA. O processo de reparação é inici- ado por uma DNA glicosilase, que remove a base nitrogenada modificada, criando um sítio AP (apurínico/apirimidínico), ao qual se liga uma endonuclease apurí- nica/apirimidínica (AP endonuclease) e hi- drolisa a ligação fosfodiéster no sítio abá- sico. Esta quebra simples de DNA não pode ser reparada pela DNA ligase, pois esta quebra simples contém um terminal 5’ desoxirribose fosfato (dRP). Esta termina- ção deve ser removida para que o reparo prossiga. As enzimas capazes de remover a terminação dRP são as DNA desoxirribo- fosfodiesterases (dRPases), que são de duas classes: (i) AP liases e dRPases hidro- líticas. As dRPases hidrolíticas são depen- dentes de Mg+2 e liberam complexos deso- xirribose-fosfato inalterados, enquanto as AP liases removem resíduos dRP pela rea- ção de eliminação delta, liberando a deso- xirribose com uma terminação 3’. A proteína fapy DNA glicosilase é a princi- pal AP liase em E. coli, mas em células de mamíferos a principal atividade AP liase está associada à DNA polimerase delta (Pol δ). Esta polimerase removetermina- ções 5’-desoxirribose fosfato e simultane- amente adiciona um nucleotídeo na termi- nação 3’ do corte. Este corte é selado pela DNA ligase e toda a reação de reparo re- sulta na remoção e substituição de um único nucleotídeo (via de reparo por excisão de base de nucleotídeo único). Esta é a principal via em bactérias e células de mamíferos. Em células humanas, a AP endonuclease 1 (APE1) interage com a Pol δ, que interage com a DNA ligase I, ou com a proteína XRCC1 com a DNA ligase III. Assim, o sistema é bem coordenado e ou- tras proteínas celulares podem ser substi- tuídas. Figura 3: Reparo por excisão de bases. Reparo por excisão de nucleotídeos Se trata de um mecanismo encontrado nas células de todos os organismos, versátil, que pode reparar diversos tipos de dano ao DNA. Tendo como objetivo, remover as https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home REPARO DO DNA 7 lesões volumosas de DNA que podem dis- torcer a sua dupla-hélice. Nos seres huma- nos, vários genes participam desse pro- cesso. Mas como isso ocorre? i e ii: Primeiramente, para que a distorção sofrida pelo DNA seja detectada, um com- plexo de enzimas o analisa procurando distorções da sua configuração tridimensi- onal; iii: Após a detecção da distorção, enzimas adicionais separam as duas fitas de nucleotídeos na região danificada – en- quanto isso, as fitas separadas são estabi- lizadas pelas proteínas ligadoras de fita única; iv: Posteriormente, uma enzima cliva a fita danificada em ambos os lados da lesão; v: Endonucleases removem parte da fita danificada; vi: A lacuna formada é preenchida pela https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home REPARO DO DNA 8 DNA polimerase e “selada” pela DNA li- gase. Reparo de pareamentos incorretos É um mecanismo de reparo altamente con- servado, no qual pareamentos incorretos gerados por substituição de bases ou in- serções/deleções durante a replicação e recombinação do DNA, são reparadas. As vias deste mecanismo mantêm a integri- dade do genoma das células, suprimindo recombinação não homóloga e têm partici- pação na sinalização de lesões no DNA em células eucarióticas. As proteínas envolvidas no reparo de pa- reamentos incorretos foram identificadas inicialmente em procariotos, nos quais a perda de tais proteínas resulta em au- mento de mutações e fenótipo modificado. Estas proteínas são conhecidas como “Mut”. Entre elas, as proteínas MutS, MutL e MutH são essenciais na detecção de pa- reamentos incorretos e no direcionamento da maquinaria de reparo. Este tipo de re- paro também é conhecido como reparo de mal pareamento A primeira etapa desse mecanismo en- volve o reconhecimento eficiente de dis- torções na hélice do DNA, que resultam da incorporação incorreta de um nucleotídeo pela DNA polimerase. Após, a nova fita de Figura 4: Reparo por excisão de nucleotídeos https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home REPARO DO DNA 9 DNA sintetizada contendo o nucleotídeo incorreto deve ser removido e re-sinteti- zado. A discriminação da fita do DNA é uma característica essencial das vias do reparo de pareamento incorreto. Enquanto as últimas etapas requerem proteínas en- volvidas no metabolismo geral do DNA, as etapas iniciais de reconhecimento e remo- ção do nucleotídeo incorreto requerem proteínas especializadas (proteínas Mut, em E. coli), que são altamente conservadas evolutivamente. As proteínas desse mecanismo corrigem pareamentos incorretos de pares de bases e pequenas inserções/deleções originadas durante a síntese de DNA. Se esses erros não forem corrigidos, eles serão fixados no genoma e, dessa forma, deficiências no re- paro de pareamentos incorretos resultarão em elevadas taxas de mutação e instabili- dade genômica. Em seres humanos, defici- ências no reparo de pareamentos incorre- tos favorecem neoplasias, como o câncer de cólon. O mecanismo de reparo é inici- ado com o reconhecimento do pareamento incorreto pela MutS (em eucariotos, pelos complexos Msh2-Msh6 e Msh2-Msh3), que recruta outras proteínas para iniciar a excisão e re-síntese da fita que contém o pareamento incorreto. A proteína MutS também reconhece lesões produzidas por agentes genotóxicos. Assim, deficiência da proteína MutS e outras proteínas do meca- nismo de reparo de pareamentos incorre- tos leva a uma maior suscetibilidade à Figura 5: Reparo de pareamentos incorretos. SSB, proteína ligadora de DNA de fita simples. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home REPARO DO DNA 10 carcinogênese e a uma menor suscetibili- dade a agentes quimioterápicos. Reparo de quebras na dupla fita do DNA Quando ambos os filamentos ou fitas de DNA são danificados, pode ocorrer uma quebra de fita dupla. Se não reparada, essa quebra bifilamentar pode desencadear uma diversidade de alterações cromossô- micas, que resultarão desde morte celular até um estado pré-neoplásico. Exemplos de causadores desse tipo de dano são: a radiação ionizante, radicais livres oxi- dantes e outros agentes que danifi- cam o DNA. A fim de reparar essas quebras duplas (que podem ser espontâneas, por exemplo em resposta às espécies reativas de oxigê- nio produzidas pelo metabolismo celular) existem dois mecanismos principais distin- tos: a recombinação homóloga e a jun- ção de extremidades não homólogas. Recombinação homóloga Neste mecanismo, haverá o reparo de uma molécula de DNA que foi rompida ao usar a informação genética idêntica ou quase, presente em outra molécula de DNA (ge- ralmente, em uma cromátide-irmã). Inicialmente, ocorre a remoção de alguns nucleotídeos nas extremidades rompidas. Após, há invasão, deslocamento e replica- ção da fita. Nesse processo, grande parte das mesmas enzimas que fazem o cros- sing over são usadas. Entre elas: BRCA1 e BRCA2. No câncer de mama, os genes que codificam essas proteínas frequentemente sofrem mutação. Junção de extremidades não homólogas Neste outro mecanismo, ocorre o reparo das quebras bifilamentares por meio de um molde homólogo. Esse tipo de via será utilizado quando a célula estiver na fase G1 e uma cromátide-irmã não estiver dis- ponível para o reparo – como no meca- nismo por recombinação homóloga. Sendo assim, serão utilizadas proteínas que irão reconhecer as extremidades do DNA que estão rompidas, ligando-as. No entanto, esse tipo de processo está mais susceptível a erros, podendo desencadear deleções, inserções ou translocações no DNA. https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home REPARO DO DNA 11 @jalekoacademicos Jaleko Acadêmicos @grupoJaleko REFERÊNCIAS GRIFFITHS, A. J. F. et al. Introdução à genética. 10a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013 PIERCE, B.A. Genética: um enforque conceitual. 3a ed. Rio de Janeiro: Gua- nabara Koogan, 2011. VISITE NOSSAS REDES SOCIAIS https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.jaleko.com.br/home https://www.instagram.com/jalekoacademicos/?hl=pt-brhttps://www.jaleko.com.br/home https://www.youtube.com/channel/UCoGDzJkGOb2YfM-VQ9rJyMg https://www.jaleko.com.br/home https://www.facebook.com/grupoJaleko/ INTRODUÇÃO O QUE É O REPARO DO DNA? MECANISMOS DE REPARO DO DNA Reversão direta de bases Reparo por excisão de bases Reparo por excisão de nucleotídeos Mas como isso ocorre? Reparo de pareamentos incorretos Reparo de quebras na dupla fita do DNA Recombinação homóloga Junção de extremidades não homólogas Referências