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AULA 08 BATALHA ESPIRITUAL. Luta contra as fortalezas mentais. “Porque, embora andando na carne, NÃO MILITAMOS SEGUNDO A CARNE. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir FORTALEZAS, anulando nós SOFISMAS e toda ALTIVEZ que se levante contra o CONHECIMENTO DE DEUS, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” – (2 Co 10.3–5). Paulo diz sobre lutar contra toda fortaleza mental que se levanta contra o conhecimento para que toda mente seja conduzida ao cativeiro da obediência de Cristo Jesus. A luta relacionada às fortalezas mentais é tão nociva contra a operação de satanás e seus demônios. Corinto - Igreja gerada pelo ministério apostólico de Paulo (1 Co 4.15). Não faltava nenhum dom na vida dessa comunidade (1 Co 1.7), que era extremamente carismática, habituada com demonstração de Espírito e poder (1 Co 2.4) e totalmente familiarizada com a operação dos dons proféticos (1Co 14.1–5); Ao mesmo tempo, era uma comunidade carnal; eram como crianças em Cristo, que não podiam se alimentar de “alimento sólido” (uma instrução profunda), apenas com leite espiritual (1 Co 3.1–2); Era uma comunidade que cultivava um ambiente imoral, regado de ciúmes, contendas e divisões (1 Co 3.3); Apresentavam profunda imoralidade sexual. Tinham como costume a permissividade coletiva, ao ponto de um membro da comunidade ter relações sexuais com a mulher do seu pai (1 Co 5.1); Também apresentava o fruto da insubmissão às autoridades estabelecidas por Deus; Havia ambiente de egoísmo, avareza e embriaguez quando se reuniam para celebrar a ceia do Senhor, apresentando uma completa falta de entendimento acerca da comunhão dos santos (1 Co 11.21). Segundo o testemunho dessa carta, Paulo experimentava resistência de alguns membros da comunidade à sua mensagem apostólica (2 Co 10.2). Fortalezas são estruturas de pensamento edificadas em nossa mente; conceitos, argumentos e ideias equivocadas sobre Deus, sobre a vida e sobre nós mesmos, conceitos que são edificados e alimentados em toda a nossa jornada de vida. São pensamentos não “crucificados” que produzem todo tipo de hábitos e atitudes não consagradas a Deus. São raciocínios humanos defendidos com todo o esforço para estabelecer uma opinião pessoal ou ideologia. Essas estruturas de pensamentos podem ter como fonte as experiências do nosso histórico de vida, as emoções, a cultura ou até a religião (Is 55.7-9). Essas estruturas de pensamento não resistiam especificamente a Paulo, mas, sim, ao evangelho que ele testemunhou ao gerar essa comunidade de fé. Mas, afinal, por que Paulo lutava contra essas estruturas mentais? Porque elas são estruturas de pensamentos que se levantam contra o conhecimento de Deus. Conhecer (hebraico = “yâda'”) está constantemente relacionada ao pacto matrimonial, o que podemos observar em alguns textos nas Escrituras (Gn 4.1; Mt 1.24-25). Conhecer está relacionado ao casamento (relação sexual), que é um relacionamento de intimidade e aliança, no qual duas pessoas se conectam para se tornarem um. O conhecimento de Deus não está relacionado apenas ao dia que eu me converti, recebendo-o como Senhor da minha vida, pois conhecer a Deus é um processo diário que durará toda a eternidade (1 Co 6.16-17). Conhecer a Deus produz alteração da minha estrutura espiritual, comprometendo o meu homem interior, pensamentos, coração e a minha conduta de vida. Conhecer o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, o enviado do Pai, é o que me dá acesso a experimentar a vida eterna na era presente (Jo 17.3). Sofismas e Altivez (2 Co 10.4-5). Fortalezas mentais são edificadas sobre dois pilares: sofismas e a altivez. Logo, essas duas realidades são evidências na vida de uma pessoa que possui estruturas de pensamento que se levantam contra o conhecimento de Deus. Sofismas (“logismos”) são raciocínios presunçosos que tentam preencher a nossa mente. São um tipo de razão que produz pensamentos hostis à fé cristã. "Logismos" são conceitos equivocados, edificados dentro de nós mesmo parecendo estar de acordo com as regras da lógica. Um sofisma é uma ilusão da verdade baseada em uma falácia, através de uma ideologia humanista e rebelde. Sofismas são mentiras que se apresentam com aparência de verdade, o que sempre será muito mais perigoso do que uma “mentira descarada”. Esses falsos argumentos afetam a nossa maneira de olhar para as Escrituras. Parece-me que o maior problema com o conhecimento das Escrituras na igreja brasileira talvez não seja a falta de leitura bíblica, mas, sim, o tipo de mente com a qual os crentes a estão lendo. Um erro muito comum -> usar textos bíblicos para provar os seus raciocínios e ideias. Exemplo de Sofisma = O que define uma pessoa espiritual é a manifestação de dons poderosos. Pessoal espiritual = fruto do espírito -> “profetizamos em teu nome, em teu nome expelimos demônios, em teu nome fizemos muitos milagres”, mas ouvirão da boca do Mestre: “eu nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vocês que praticam iniquidade” (Mateus 7.22–23). Logo, o que define se alguém é espiritual não é o que ela faz em nome de Cristo, mas quem ela é em Cristo. ALTIVEZ (“hupsoma” = estrutura elevada), que está associada ao orgulho e à soberba, o oposto da humildade, da sujeição e da contrição de coração (Tg 4.6). Os sofismas são mentiras que se opõem à Verdade e promovem a altivez. A Verdade não é arrogante e soberba, mas mansa e humilde (Mt 11.29), porque não é uma ideia, mas, sim, uma pessoa que é a expressão de toda a vida; a Verdade é Jesus, o Cristo (Jo 14.6). Por isso, soberba e altivez não são apenas fraquezas, mas um pecado contra o Deus da verdade (Pv 21.4). Desde o início, o homem tem a tendência de levantar fortalezas que expressam a soberba do homem caído, como vemos no episódio da torre de Babel (Gn 10.8,10), constroem uma torre alta e forte, para que pudesse alcançar os céus, para que os seus nomes se tornassem famosos na história. Marcas da humildade: Temor a Deus; Sujeição à Lei divina; Disposição em se submeter à soberania divina sobre as circunstâncias; Ser ensinável; Sempre prestar contas da sua vida; Admitir os seus erros; Ter facilidade em pedir perdão e perdoar; Estar disposto a servir; Ouvir mais do que falar; Nunca lutar por posições e status; Não ter dificuldade de assumir que não sabe algo. Os sofismas e a altivez me levarão a se apresentar diante de Deus para que Ele faça tudo o que eu quero. É quando eu acho que a minha verdade é maior do que aquilo que Deus está falando ao meu respeito. Como batalhar contra as fortalezas mentais? “Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai também o capacete da salvação e a ESPADA DO ESPÍRITO, QUE É A PALAVRA DE DEUS […]” – (Ef 6.14–17). Baseado nisso, a principal arma para destruir as fortalezas de estruturas de pensamento que se levantam “contra o conhecimento de Deus” é a pregação da verdade do evangelho revelada pela Palavra de Deus; o evangelho que não vem apenas em poder (1 Ts 1.5), mas é o próprio poder de Deus (Rm 1.16), capaz de destruir toda doutrina de demônios (1 Tm 4.1) e de denunciar e desfazer toda ideologia rebelde. Por isso, precisamos ter em mente que a pregação do evangelho sempre ofenderá a mente das pessoas, trazendo, muitas vezes, uma sensação de insegurança e confronto, o que é muito bom! A mentira só pode ser anulada com a verdade, e o evangelho, além de falar dos princípios desta, também revela aquele que é a verdade.Fábio Coelho, 2020.