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A DOR QUE O APAIXONADO SENTE Luís Vaz de Camões, tem como particularidade de sua lírica a predominância ao amor. Se uma hora o sentimento lhe entusiasma e o autor canta de suas belezas, como se tudo que tangesse ao amor fosse álacre, esse também aparece como de ordem complexa e contraditória, se manifestando não só no espirito, mas fisicamente. Em A dor que a minha alma sente, de Luis Vaz de Camões, temos um eu-lírico queixoso sobre as dores que o assolam. Assim como o fogo do amor que arde sem se ver, o eu-lírico dos poemas conta sobre o pesar que lhe é sentido, mas que fica escondido em seu peito. O soneto possivelmente trata da estranheza diante do amar, “que estranho caso de amor, que desejado tormento”, ou da dificuldade de lidar com a frustração no geral. Quando o eu-lírico do texto comenta sobre sua dor, mas complementa que será avarento no que diz respeito a fundamenta-la, pode denunciar um indivíduo que idealiza um romance, mas que se apresenta como triste, angustiado e perdido nas dores do amar. Essa ideia pode ser comparada com o trecho de Presságio, poema de Fernando Pessoa: “Mas quem sente muito, cala; Quem quer dizer quanto sente Fica sem alma nem fala Fica só, inteiramente!” Ambos escritos tratam de amor, mas não há o elogio acerca do sentimento, o que é muito comum na lírica camoniana. Uma vez que, a dor da alma é aquela que ninguém diagnostica, o amor está para o poema como doença que não pode ser medicada. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO" UNESP - CAMPUS DE ASSIS FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS GRADUAÇÃO EM LETRAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: MATOS, Maria Vitalina Leal de. Introdução à Poesia de Luís de Camões . 3. ed. Lisboa: Biblioteca Breve, v. 50, 1992. CARREIRA, Camila. Análise do Poema de Fernando Pessoa, Presságio . ln: Camila Carreira. Poemas de amor, rosas & cinzas. 13 ago, 2018. Disponível em: camilacarreirapoesiamor.blogspot.com/2018/08/poema-de-fernando-pessoa-pressagio.html. Acesso em: 26 jun. 2022.