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Mobile Learning: Explorando a IA nos Aplicativos para o Ensino de Línguas Charlie Krauskoph - Letras, Diurno OBJETIVO: O objetivo deste simpósio é explorar as implicações da inteligência artificial no ensino de línguas, começando pelo conceito de mobile learning, ou seja, o ensino que ocorre por meio de dispositivos móveis. Pretende-se demonstrar que esse tipo de ensino pode ser “facilitado” por meio de aplicativos que incorporam inteligência artificial em sua interface. AUTONOMIA DO DISCENTE O ensino de idiomas ainda permanece preso a métodos tradicionais, carecendo de estímulo para os estudantes da atual geração, que já nasceram conectados à internet e estão acostumados ao manuseio constante de diferentes dispositivos tecnológicos. Dessa forma, não é de se surpreender que um novo perfil de aluno tenha surgido, ansiando por aulas mais dinâmicas, interativas e que busque ser sujeito ativo do seu processo de aprendizagem. PAULO FREIRE É preciso, sobretudo, e aí já vai um destes saberes indispensáveis, que o formando, desde o princípio mesmo de sua experiência formadora, assumindo-se como sujeito também da produção do saber, se convença definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção (FREIRE, 1996). OS APLICATIVOS MÓVEIS: A EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA Graças a constantes evoluções tecnológicas, os aplicativos de ensino de línguas estão em destaque dentre os aplicativos educativos, não apenas pela facilidade de acesso ao conhecimento de línguas, mas também por representarem outras possibilidades de aprendizagem, que são autônomas nesse meio. “Portanto, entende-se que aplicativos são programas que têm propósitos de oferecer aos seus usuários tarefas variadas e específicas e estão sempre associados aos desejos e objetivos de quem os usam” (BORGES, 2016, p. 135). CARACTERÍSTICAS DOS APLICATIVOS A importância de se trabalhar os aplicativos móveis dentro e/ou fora da sala de aula, segundo Corrêa (2014, p. 3) é porque “a postura dos alunos se torna mais engajada e se sentem mais motivados, pois estão utilizando uma tecnologia atual que faz parte do seu dia a dia e pode ser personalizada de acordo com as suas necessidades. Uma das principais características da aprendizagem móvel [...], é possibilitar uma aprendizagem personalizada, espontânea, informal e ubíqua. Além disso, as tecnologias móveis se adaptam com facilidade à rotina dos aprendizes, conferindo a eles uma grande sensação de liberdade, em relação ao tempo e lugar, devido à capacidade de fazer escolhas. (ALDA; LEFFA, 2014, p. 81) DUOLINGO: APP DA CORUJINHA O Duolingo utiliza diferentes IA's. Uma delas é o Large Language Model (LLM), ou "modelo de linguagem em larga escala" em português, que atua prevendo o modo mais provável de completar um fragmento de texto. Outra, chamada BirdBrain, é responsável por garantir que os exercícios se equiparem ao nível de dificuldade do usuário. Além disso, foi criado recentemente o Duolingo Max, em parceria com a OpenAI, utilizando o GPT-4, que disponibiliza um chat para que o usuário possa receber uma resposta sobre por que sua resposta está certa ou errada, além de proporcionar um bate-papo com personagens do aplicativo “Para criar uma experiência de aprendizagem de alta qualidade, aprendemos que o melhor a se fazer é combinar o conhecimento humano com a inteligência artificial de uma forma que amplifique as forças de ambos.” MEMRISE Assim como o Duolingo, o Memrise é uma plataforma popular para o ensino gamificado de línguas, disponível nas lojas de aplicativos. Eles foram responsáveis por desenvolver o primeiro parceiro de idiomas com inteligência artificial do mundo, chamado de "Membot", baseado na IA generativa da OpenAI. Essa inteligência artificial é responsável por montar missões e jogos com conversas faladas e escritas, sempre diversificadas para o usuário. Diz-se que ela é compreensível, podendo dar dicas e sugestões, e não apenas coloca o usuário em vários cenários, mas também tem conhecimento em diversas áreas, como história, matemática, ciências e muito mais. Para eles, como o texto é um método de prática de menor estresse, as pessoas acabam ficando menos nervosas ao praticar. IMPLICAÇÕES NO ENSINO Dentro da sala de aula, o professor pode promover reflexões sobre as expressões aprendidas pelos alunos nos aplicativos, abordando sua estrutura, funções comunicativas e até mesmo o contraste com a língua nativa ao analisar as traduções apresentadas. Fora da sala de aula, os aplicativos se tornam uma opção complementar às atividades formais, permitindo que os alunos se dediquem ao estudo e contato com a língua estrangeira em momentos extraclasse. É importante que os professores acompanhem as mudanças tecnológicas para contribuir com um aprendizado significativo dos alunos. O interesse destes por tais aplicações está relacionado à sua gamificação e dinamicidade, que rompem com a tradição da sala de aula regular, além da possibilidade de contato com a tecnologia, um campo importante para eles. Mesmo havendo maior motivação, ainda é necessário uma avaliação metodológica e cuidadosa por parte do professor. RISCOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL Embora o Duolingo tenha um sistema para que os usuários possam julgar se uma informação está correta ou não, ainda existe o risco de que informações imprecisas ou incorretas sejam apresentadas aos usuários. Isso pode atrasar o aprendizado do aluno ou lhe dar uma noção equivocada do conteúdo aprendido. Logo, faz-se importante que os usuários se atentem a esse risco e sejam incentivados a verificar as informações com fontes confiáveis sempre que possível. Uma desvantagem da inteligência artificial é a substituição ou redução do papel do ser humano em atividades laborais. O próprio Duolingo, apesar de enfatizar a importância do olhar humano, demitiu funcionários devido à ampliação do uso de IAs. HARRES, V. M.; RUBIN, L.; BRAWERMAN-ALBINI, A. Análise e uso de aplicativos celulares para o ensino de língua inglesa. Revista CBTecle. v. 1, n. 1, 2020. RIBEIRO, Elinayara Jovelina da Silva; BORGES, Kleiton de Souza; GONÇALVES, Manoel Jaci da Silva. Aplicativos móveis e o processo de desenvolvimento da autonomia na aprendizagem de língua inglesa. In: Revista Falas Breves, n..9, junho, 2021, Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Marajó – Breves, Breves-PA. ISSN 2358 1069 SANTOS, S. L. dos; BAIMA, G. M.; BOTTENTUIT JÚNIOR, J. B. . APLICATIVOS MÓVEIS PARA APRENDIZAGEM DE LÍNGUA INGLESA: BUSUU, DUOLINGO E MEMRISE. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 15, n. 45, p. 632–662, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.8371380. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/2165. Acesso em: 1 maio. 2024. NUNES, G. M.; BERGMANN, J. C. F. ELABORAÇÃO DE CRITÉRIOS DE ANÁLISE PARA APLICATIVOS DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS COMO RECURSOS DIDÁTICOS AO ENSINO FORMAL. Trama, Marechal Cândido Rondon, v. 15, n. 35, p. 70–78, 2019. DOI: 10.48075/rt.v15i35.21571. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/trama/article/view/21571. Acesso em: 1 maio. 2024. RIBEIRO, Elinayara Jovelina da Silva; BORGES, Kleiton de Souza; GONÇALVES, Manoel Jaci da Silva. Aplicativos móveis e o processo de desenvolvimento da autonomia na aprendizagem de língua inglesa. In: Revista Falas Breves, n..9, junho, 2021, Universidade Federal do Pará, Campus Universitário do Marajó – Breves, Breves-PA. ISSN 2358 1069 REFERÊNCIAS