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Concreto Leve com Caroço de Açaí

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Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
72543 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.7, p.72543-72557 jul. 2021 
 
Concreto leve não estrutural com substituição parcial de seixo por 
caroço de Açaí 
 
Lightweight non-structural concrete with partial replacement of 
pebble with Acaí seed 
 
DOI:10.34117/bjdv7n7-436 
 
Recebimento dos originais: 20/06/2021 
Aceitação para publicação: 20/07/2021 
 
Marco Antonio Barbosa de Oliveira 
Mestre em Engenharia Civil pela Instituição UFPA 
Instituição de trabalho: Docente no IFPA (Campus Belém) 
Instituição: Universidade Federal do Pará (Doutorando) 
Endereço: Av. Alm. Barroso, 1155, Bairro Marco – Belém, Pará, CEP: 66093-020 
E-mail: marco.ufra@gmail.com 
 
Ruan Pinheiro Costa 
Técnico em Estradas pela Instituição IFPA 
Endereço: Av. Alm. Barroso, 1155, Bairro Marco – Belém, Pará, CEP: 66093-020 
E-mail: ruan02costa@outlook.com 
 
Stefany Costa Brandão 
Tecnóloga em Saneamento Ambiental pela Instituição IFPA 
Endereço: Av. Alm. Barroso, 1155, Bairro Marco – Belém, Pará, CEP: 66093-020 
E-mail: stefanycostabrandao@hotmail.com 
 
Marcos Vitor Mescouto Miranda 
Técnico em Estradas pela Instituição IFPA 
Endereço: Av. Alm. Barroso, 1155, Bairro Marco – Belém, Pará, CEP: 66093-020 
E-mail: marcosvitormiranda@gmail.com 
 
Carlos Alberto da Costa Marques 
Técnico em Estradas pela Instituição IFPA 
Endereço: Av. Alm. Barroso, 1155, Bairro Marco – Belém, Pará, CEP: 66093-020 
 
Alisson Aleixo Caldas 
Técnico em Estradas pela Instituição IFPA 
Endereço: Av. Alm. Barroso, 1155, Bairro Marco – Belém, Pará, CEP: 66093-020 
 
Welton Raiol de Assunção 
Doutorando em Engenharia Civil pela Instituição UFPA 
Instituição: Universidade Federal do Pará (Doutorando) 
Endereço: Rua Augusto Corrêa, 01, Guamá, CEP: 66075-970), Belém, Pará, Brasil 
E-mail: wra_engenharia@yahoo.com.br 
 
Patrícia da Silva Chaves 
Mestra em Engenharia Civil pela Instituição UFPA 
Instituição de trabalho: Docente no IFPA (Campus Conceição do Araguaia) 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
72544 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.7, p.72543-72557 jul. 2021 
 
Endereço: Rua Augusto Corrêa, 01, Guamá, CEP: 66075-970), Belém, Pará, Brasil 
E-mail: patricia.chaves@ifpa.edu.br 
 
Lêda de Azevedo Racanelli 
Mestra em Engenharia de Processos pela Instituição UFPA 
Instituição: Universidade Federal do Pará (Doutorando) 
Endereço: Rua Augusto Corrêa, 01, Guamá, CEP: 66075-970), Belém, Pará, Brasil 
E-mail: lbsracanelli@hotmail.com 
 
RESUMO 
A produção da polpa de açaí tem caráter significativo no Estado do Pará, que acarreta 
geração de resíduo de caroço açaí, que requer atenção a destinação. Nos locais onde se 
prepara esse alimento, encontram-se os caroços secos amontoados, representando um 
resíduo a ser destinado. Com a finalidade de reduzir a quantidade de resíduos 
direcionados aos canais e bueiros, que obstruem e causam alagamentos, tem ocorrido a 
uma procura por usos alternativos do caroço. Este estudo tem objetivo de avaliar o caroço 
de açaí como agregado graúdo leve para aplicação em concreto leve não estrutural, sendo 
sua aplicação imprescindível para a redução de resíduo que seria descartado 
inadequadamente. A avaliação do concreto leve não estrutural com a utilização do caroço 
de açaí em substituição parcial ao seixo na proporção de 30/70 (caroço/seixo) ocorreu a 
partir de determinação da consistência pelo abatimento de tronco de cone (slump test), 
conforme NBR NM 67 (ABNT, 1998), massa específica, segundo a NBR 9833 (ABNT, 
2008) e a NBR 9778 (ABNT, 2005), e compressão axial, em consonância com a NBR 
5739 (ABNT, 2018). Verificou-se que o concreto leve não estrutural com caroço de açaí 
submetido à fervura obteve os melhores resultados de massa específica e resistência à 
compressão. E que há diferença estatística significa apenas entre as médias de resistência 
à compressão, quando comparadas as famílias (CLIN), (CLCCA) e (CLF). Desta 
maneira, este estudo indicou uma alternativa tecnológica para uso do caroço de açaí em 
concreto leve não estrutural. 
 
Palavras-Chave: Caroço de Açaí, Seixo, Agregado Graúdo, Concreto Leve. 
 
ABSTRACT 
The production of açaí seed has a significant character in the State of Pará, which leads 
to the generation of açaí seed waste, which requires attention to its destination. In the 
places where this food is prepared, the dry seed are found in heaps, representing a waste 
to be disposed of. In order to reduce the amount of waste sent to channels and manholes, 
which obstruct and cause flooding, there has been a search for alternative uses of the seed. 
This study aims to evaluate the açaí seed as a light coarse aggregate for application in 
non-structural lightweight concrete, its application being essential for the reduction of 
waste that would be improperly discarded. The evaluation of non-structural lightweight 
concrete with the use of açaí seed in partial replacement of pebble in the proportion of 
30/70 (stone/pebble) occurred from the determination of consistency by slump test, 
according to NBR NM 67 (ABNT, 1998), specific mass, according to NBR 9833 (ABNT, 
2008) and NBR 9778 (ABNT, 2005), and axial compression, in line with NBR 5739 
(ABNT, 2018). It was verified that the non-structural lightweight concrete with açaí seed 
submitted to boiling obtained the best results for specific mass and compressive strength. 
And that there is statistical difference only between the averages of compressive strength, 
when comparing the families (CLIN), (CLCCA) and (CLF). Thus, this study indicated a 
technological alternative for the use of açaí seed in lightweight non-structural concrete. 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
72545 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.7, p.72543-72557 jul. 2021 
 
Keywords: Açaí Seed, Peblle, Coarse Aggregate, Ligthweigt Concrete. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O açaizeiro (Euterpe Oleracea) é nativo da Amazônia brasileira, do seu fruto é 
extraído o suco, polpa ou simplesmente açaí, como é conhecido na região, representando 
um importante alimento para populações locais, com produção anual de frutos no Brasil 
por volta de 219.885 t/ano (IBGE, 2017). Durante o beneficiamento, a polpa representa 
15% do peso total do fruto e é aproveitado de forma tradicional, no consumo alimentar, 
sorvetes e outros produtos derivados e o caroço correspondem a 85%. Levando isso em 
consideração, seu beneficiamento produz um resíduo em quantidade exorbitante, resíduo 
que se tornou um inconveniente para os moradores da região metropolitana de Belém, 
principalmente ao que se refere ao seu descarte. 
Segundo Marins et. al. (2014) açaí gera muito rejeito, pois o seu caroço constitui 
cerca de 83% do fruto e é um material orgânico rico em carbono. O destino do resíduo da 
produção do açaí é um fator muito importante, pois a produção diária deste resíduo é 
abundante e deve-se ter um destino para evitar danos ao meio ambiente. Em contrapartida, 
segundo Cervi (2014) a construção civil utiliza muitas matérias-primas não renováveis da 
natureza, que provocam vários impactos ambientais no processo de extração e utilização, 
por exemplo, toxicidade, não reutilização, transformação da natureza, etc. A construção 
civil precisa buscar sustentabilidade na cadeia produtiva de seus processos, pois ocupa a 
terceira posição no ranking quanto a contribuição de emissão de gases para efeito estufa 
da atmosfera (NERI, 2015). A construção civil tem que adotar uso de materiais 
recicláveis, eficiência energética, etc. para ser caracterizada como indústria sustentável 
(GONÇALVES, 2014). A retirada de agregados graúdos do leito de rios ocorre a partir 
de extração mecânica, que promove uma grande preocupação ambiental no mudo todo 
(SILVA et. al., 2013). 
Deste modo, torna-se necessário uso de materiais sustentáveisde origem natural, 
local, reutilizáveis, recicláveis, a fim de propiciar menores níveis de energia para 
processamento, de maneira a reduzir desperdícios. Entre eles, tem-se fruto do açaí, em 
que apenas 17% dele é comestível e destinada para extração do suco ou polpa, e desta 
maneira aproximadamente 83% apresentam-se como caroço, fibra e semente oleaginosa. 
Alguns estudos têm buscado a utilização do caroço de açaí a partir da confecção 
de artesanato, fertilizante orgânico e potencial para biossorvente de íons metálicos de 
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72546 
 
 
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soluções aquosas (RECH, 2014). Na Indústria da Construção Civil, como por exemplo, a 
análise da utilização do caroço do fruto do açaí como agregado graúdo no revestimento 
da pavimentação em misturas tipo concreto asfáltico (CA), baseado em estudo realizado 
antes por Silva et. al. (2011). 
Cruz (2011) realizou estudos com granulado de caroço de espiga de milho para 
isolamento térmico e acústico. O caroço de espiga de milho pode ser utilizado com 
agregado para utilização em concreto leve não estrutural (PINTO; PEREIRA; PAIVA, 
2015). Hoffmann (2016) realizou um estudo com caroço de dendê que apresentou 
características físicas e químicas que apontam a possibilidade de utilização em 
compósitos cimentícios, que por apresentar parcialmente amorfo e baixa atividade 
pozolânica poderia ser utilizado como carga em pequenos teores em substituição a areia 
para a produção de argamassa. No estudo de concreto leve para camada de regularização 
com agregado de granulado e fatiado de caroço da espiga de milho verificou-se apresenta 
densidade e desempenho térmico semelhante ao concreto leve com argila expandida, 
entretanto obteve-se resistência a compressão menores e ciclo de secagem mais lentos 
(PINTO; PEREIRA; PAIVA, 2015). Faustino et. al. (2014) também atingiu resultados 
satisfatórios de desempenho e resistência ao fogo para a utilização de concreto leve com 
agregado granulado de caroço de espiga de milho. 
Pinto, Pereira e Paiva (2015) caroço de espiga de milho foi caracterizado por uma 
elevada heterogeneidade, que se deve ao fato de material orgânico e natural, bem como, 
com propriedades que apresentam potencial de aplicação como material de construção. É 
constituído por três camadas diferenciadas entre si para a forma, textura, densidade e cor. 
A microestrutura, composição química e densidade apresentam-se semelhantes em 
relação a outros materiais de isolamento térmico, como a cortiça e da argila expandida. A 
caroço de espiga de milho tem uma absorção de água com resistência à água aceitável 
para certas aplicações de construção e ainda tem um desempenho de condutibilidade 
térmica similar ou melhor aos demais materiais isolantes térmicos, quando submetido ao 
fogo. Deste modo, apontou para a utilização como agregado em substituição a argila 
expandida para concreto leve não estrutural, sendo assim como matéria-prima para a 
produção de elementos de isolamento térmico, paredes divisórias leves, painéis de 
revestimento de tetos, portas interiores, mobiliário. 
Este estudo tem a finalidade de contribuir na avaliação de concreto com 
substituição de seixo rolado de rio por caroço de açaí “in natura” ou tratado com cinza de 
caroço de açaí ou fervido a partir de ensaios no estado fresco (slump test e massa 
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específica) e estado endurecido (massa específica e resistência à compressão), e ainda se 
houve ou não diferenças significativas estatísticas entre as médias quando comparadas as 
famílias de concreto (CLIN), (CLCCA) e (CLF) com as categorias das variáveis de 
modo individual por meio de Análise de Variância (ANOVA). 
 
2 METODOLOGIA 
2.1 MATERIAIS 
Inicialmente houve a coleta do caroço de açaí, conforme a NBR NM 26 ABNT: 
2001(15), que estava armazenado em maxis sacos “big bag” de polipropileno 
provenientes do box da feira, localizada na Av. 25 de setembro no Município de Belém 
do Para (Figura 1). 
 
Figura 1 - Local de coleta do Caroço de Açaí 
 
 
Em seguida, ocorreu à lavagem para retirada de fibras moídas durante processo 
de extração do suco ou polpa de açaí (Figura 2). E espalhou-se sobre lona à temperatura 
ambiente para secagem por uma semana (Figura 3). Por conseguinte, houve secagem em 
estufa à temperatura de 50ºC com verificação de constância de massa a cada 24 horas 
para perda apenas de umidade. Obteve-se massa constante após terceiro dia desse 
procedimento de secagem com ciclo de 24 horas. 
 
Figura 2 - Lavagem do Caroço 
 
 
 
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Figura 3 – Secagem do Caroço 
 
 
2.1.1 Cimento 
Para a realização das análises, foi utilizado cimento Portland do tipo CP II-E-32. 
Possui fácil aquisição na Região Metropolitana de Belém e por não ser objeto de estudo 
nesta pesquisa a interação química entre cinza e cimento Portland. 
 
2.1.2 Agregado Miúdo 
O agregado miúdo (areia) é proveniente do Município de Castanhal no Estado 
Pará. A caracterização física está apresentada na Tabela 1 e composição granulométrica 
mostrada na Figura 4. 
 
Tabela 1 – Propriedades físicas do agregado miúdo 
Propriedades Resultados Método de Ensaio 
Modulo de finura 2,06 ABNT NBR NM 248 (2006) 
Massa Unitária (g/cm³) 1,48 
ABNT NBR NM 45 (2006) 
Índice de Vazios (%) 43,30 
Massa Específica (g/cm³) 2,64 ABNT NBR NM 52 (2003) 
Material Fino (%) 0,01 ABNT NBR NM 46 (2003) 
Absorção de Água (%) 0,56 ABNT NBR NM 30 (2000) 
Dimensão Máxima Característica (DMC) 1,18 mm ABNT NBR NM 248 (2006) 
 
Figura 4 – Composição granulométrica do agregado miúdo 
 
 
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2.1.3 Agregado Graúdo 
 O agregado graúdo (seixo de rio) é proveniente do Município de Ourém no Estado 
do Pará. A caracterização física está apresentada na Tabela 2 e composição 
granulométrica mostrada na Figura 5. 
 
Tabela 2 – Propriedades físicas do agregado graúdo 
Modulo de finura 6,55 ABNT NBR NM 248 (2006) 
Massa Unitária (g/cm³) 1,52 
ABNT NBR NM 45 (2006) 
Índice de Vazios 42,4 
Massa Específica (g/cm³) 2,50 ABNT NBR NM 53 (2009) 
Dimensão Máxima Característica (DMC) 19,0 mm ABNT NBR NM 248 (2006) 
 
Figura 5 – Composição granulométrica do agregado graúdo 
 
 
2.1.4 Caroço de Açaí 
O caroço de açaí foi coletado de maxis sacos “big bag” de polipropileno 
provenientes do box da feira, localizada na Av. 25 de setembro no Município de Belém 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
< 0,150,150,300,601,182,364,756,309,50
P
o
rc
e
ta
g
e
m
 [
%
]
Abertura das Peneiras [mm]
Composição Granulométrica - Agregado Miúdo
Massa Retida
Massa Passante Acumulada
Massa Retida Acumulada
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
72550 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.7, p.72543-72557 jul. 2021 
 
do Para. Apresenta-se a caracterização física na Tabela 3 e a Figura 6 mostra a curva 
granulométrica, conforme citado anteriormente, que foram obtidos no projeto de pesquisa 
inicial. 
 
Tabela 3 – Propriedades físicas do caroço de açaí 
Modulo de finura 0,99 ABNT NBR NM 248 (2006) 
Massa Unitária (g/cm³) 0,64 ABNT NBR NM 45 (2006) 
Massa Específica (g/cm³) 1,49 ABNT NBR NM 53 (2009) 
Dimensão Máxima Característica (DMC) 12,5 mm ABNT NBR NM 248 (2006) 
 
Figura 6 - Curva granulométrica do caroço de açaí 
 
 
3 MÉTODOS 
3.1 CAROÇO DE AÇAÍ COMO AGREGADO LEVE 
Houve a caracterização granulométrica, massa unitária e específica, 
respectivamente, conforme a NBR NM 248 (ABNT,2003), NBR NM 45 (ABNT, 2006) 
e NBR NM 53 (ABNT, 2009), conforme é utilizada para agregado graúdo normal. 
Posteriormente houve enquadramento do caroço de açaí na faixa granulométrica e massa 
unitária, de acordo com a ASTM C330/330M (2017a). 
 
3.2 CONCRETO COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE SEIXO POR CAROÇO DE 
AÇAÍ 
O estudo de proporções ocorreu com a determinação da massa constante de partida 
de seixo e variação da massa de caroço de açaí “in natura” com a finalidade de identificar 
maiores resultados de massa unitária e específica e, por conseguintes menores índices de 
vazios entre as proporções de agregados, conforme apresentado na Tabela 4 e mostrado 
na Figura 7. A proporção com melhores resultados dos parâmetros foi utilizada para 
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
1 10 100
%
 R
e
ti
d
a
 A
c
u
m
u
la
d
a
 
Abertura das Peneiras (mm)
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Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.7, p.72543-72557 jul. 2021 
 
produção do concreto leve não estrutural, segundo método de dosagem da ABCP com 
traço definido (1:2,69:0,65:0,97:0,6), teor de argamassa de 75,3% (α) e consumo de 
cimento de 353,3 kg/m³. Houveram a combinação de agregados miúdos normal, 
agregados graúdos normal e leve na dosagem. Segundo ACI 213R (2003) para 
combinação de agregados normal e leve recomenda-se consumo mínimo de cimento de 
335 kg/m³ para concreto por bombeamento. O slump test do concreto leve para aplicação 
em piso deve estar entre 75 mm e 125 mm, com a finalidade de garantir uma 
trabalhabilidade e coesão satisfatória. E se for por bombeamento deve ficar entre 100 mm 
e 150 mm. 
Em detrimento da matéria orgânica presente no caroço de açaí houve tratamento 
superficial com cinza de caroço de açaí e fervura do caroço “in natura” por 1 hora e 30 
minutos. E desta maneira houve para cada família de concreto leve não estrutural com 
caroço de açaí a moldagem de 03 corpos de prova, estabelecidas por CLIN (concreto leve 
com caroço de açaí in natura), CLCCA (concreto leve com caroço de açaí tratado com 
cinza de caroço de açaí) e CLF (concreto leve com caroço de açaí tratado com fervura). 
A preparação do concreto ocorreu em consonância com a NBR 12821 (ABNT, 2009). A 
moldagem, adensamento, e cura imersa em água, conforme a NBR 5738 (ABNT, 2015). 
No estado fresco houve a determinação da consistência pelo abatimento de tronco de cone 
(slump test) de 100 ± 10 mm, de acordo com a NBR 16889 (ABNT, 2020), conforme 
mostra a Figura 8, e massa específica no estado fresco, segundo NBR 9833 (ABNT, 
2008). No estado endurecido houve ensaio de compressão axial, conforme a NBR 5739 
(ABNT, 2018) e massa específica aos 28 dias, conforme NBR 9778 (ABNT, 2009). 
Para verificar se há ou não influência das variáveis e se suas categorias nas 
famílias de concreto utilizou-se a análise de variância (ANOVA) a partir da comparação 
das categorias das variáveis, e quando verificada diferenças estatísticas, foi utilizado teste 
de Tukey para verificação do efeito das categorias de variáveis: CLIN, CLCCA e CLF. 
Foi adotado um nível de confiança de 95% e erro aceitável de significância α = 5% para 
todos os testes realizados. 
 
 
 
 
 
 
Brazilian Journal of Development 
ISSN: 2525-8761 
72552 
 
 
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.7, p.72543-72557 jul. 2021 
 
Tabela 4 – Proporção de misturas 
 
 
Figura 7 - Curva de proporção de mistura 
 
 
Figura 8 – Ensaio de abatimento (slump test) 
 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1 CONCRETO LEVE NÃO ESTRUTURAL COM SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE 
SEIXO POR CAROÇO DE AÇAÍ 
Conforme apresentado na Tabela 4 observa-se que no estudo de proporção houve 
maior resultado de massa unitária e menor índice de vazios para a proporção de açaí/seixo 
40
45
50
55
60
65
70
75
10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ín
d
ic
e 
d
e 
v
a
zi
o
s 
(%
)
Proporções (seixo/açai)
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(50/50), entretanto em decorrência da resistência e presença de matéria orgânica no 
caroço de açaí optou-se por utilizar a proporção de 30/70 (açaí/seixo). Os resultados de 
slump test, massa específica no estado fresco e endurecido (ρ – EE) e resistência à 
compressão (fck) aos 28 dias de idade são apresentados na Tabela 5 e mostrados na Figura 
10. Em que se pode observar um aumento da massa específica no estado endurecido à 
medida que cresceu a resistência à compressão, conforme pode ser observado na ASTM 
330/C330M (2017a). No entanto verifica-se que menores resultados massa específica no 
estado fresco para concreto leve não estrutural com caroço in natura e submetido à 
fervura, isto, pode ser explicado pela presença de maiores volumes de poros permeáveis, 
que conseguiram absorver mais água, enquanto concreto leve não estrutural tratado cinza 
de caroço de açaí apresenta maiores resultados de massa específica no estado fresco, 
tendo em vista que os poros permeáveis foram preenchidos com cinza de caroço de açaí, 
que ocasionou menores níveis de absorção de água. De acordo com ACI 213R (2003) a 
massa específica no estado fresco do concreto leve tem influência das proporções de 
mistura, teor de ar, consumo de água, massa específica dos materiais e teor de umidade 
absorvido pelo agregado leve. 
O menor resultado de massa específica obtida (1950 kg/m³) no estado endurecido 
está acima do mínimo estabelecido pela ASTM 330/C330M (2017a), que corresponde a 
1840 kg/m³ para a condição de combinação entre agregado normal e leve. Entretanto, 
ainda se encontra abaixo da massa específica do concreto normal, que possui 
aproximadamente valores acima de 2400 kg/m³. Conforme ACI 213R (2003), quando a 
massa específica do concreto leve estiver acima de 1920 kg/m³ pode ser denominado de 
concreto com densidade especificada. Ademais, não houve diferença estatística 
significativa (ρ = 0,442), (ρ = 0,651) e (ρ = 0,06), respectivamente, entre os valores 
médios de abatimento no slump test, massa específica no estado fresco e endurecido, 
quando comparadas as famílias de concreto leve (CLIN), (CLCCA), (CLF). No entanto 
houve diferença estatística significativa (ρ = 0,002 – F = 19,2 | Fcr = 5,1) entre as médias 
de resistência a compressão, quando comparadas as famílias de concreto leve (CLIN), 
(CLCCA) e (CLF), e ainda quando analisadas as médias de resistência a compressão, 
quando comparadas as famílias de concreto leve (CLIN) e (CLCCA) (ρ = 0,006 – F = 7,8 
| Fcr = 7,7), e comparadas (CLCCA) e (CLF) (ρ = 0,003 – F = 10,2 | Fcr = 7,7), conforme 
mostra a Figura 10. Ainda foi possível constata-se que as amostras de concreto leve com 
caroço de açaí “in natura” apresentaram fissuras durante cura imersa em água, conforme 
mostra Figura 9, nesse caso, caroço de açaí tem a capacidade de absorver água e 
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desenvolver processo de germinação, que fica inibida pelo tratamento com cinza de 
caroço de açaí ou fervura, que neste último de caso proporciona redução da matéria 
orgânica apesar de aumentar número de poros. A ACI 213R (2003) relata que concreto 
leve com baixa resistência possui a possibilidade de atingir maiores níveis de contração 
em relação a resistências mais elevadas. 
Alguns estudos como realizado por Scobar (2016) com a utilização da proporção 
de 30/70 (argila expandida/brita) e relação a/c de 0,60 obteve resistência à compressão de 
13,85 MPa e massa específica de 1436,1 kg/m³, em média, para concreto leve. Rosário 
(2013) desenvolveu uma pesquisa com a proporção de (50/50) para agregado de lama 
vermelha/seixo de rio, consumo de cimento de 345 kg/m³, slump test de 80 mm, relação 
a/c de 0,58 atingiu massa específica noestado fresco e endurecido, respectivamente, de 
2150 kg/m³ e 2050 kg/m³, em média, bem como, resistência à compressão de 23,20 MPa, 
em média, aos 28 dias de idade para concreto leve. 
 
Figura 9 – Moldagens iniciais de concreto leve com caroço de açaí in natura 
 
 
Tabela 5 – Propriedades no estado fresco e endurecido das famílias de concreto leve 
Família Slump Test (mm) 
Massa Específica (kg/m³) 
fck (MPa) 
Estado Fresco Estado Endurecido 
CLIN 100,0 2100,0 1950,0 4,0 
CLCCA 90,0 2160,0 2100,0 6,0 
CLF 90,0 2080,0 2185,0 9,0 
 
Figura 10 – Propriedades no estado fresco e endurecido das famílias de concreto leve 
 
0
2
4
6
8
10
12
14
CLIN CLCCA CLF
0
20
40
60
80
100
fc
k
(M
P
a)
S
lu
m
p 
T
es
t 
(m
m
)
fck (MPa) Slump Test (mm)
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5 CONCLUSÃO 
O caroço de açaí apresenta características que habilitam como agregado leve e 
utilização na dosagem de concretos como agregado graúdo leve, contudo é necessária 
uma análise das proporções de agregado graúdo normal/caroço de açaí e tratamento por 
ser matéria orgânica, para que a se tenha um resultado mais exato dos benefícios da 
utilização do caroço de açaí em concreto leve não estrutural. Deste modo, dentro das 
condições e análises experimentais dessa pesquisa, pode-se concluir que é possível a 
utilização do caroço do açaí como substituto parcial do seixo para concreto leve não 
estrutural. O estudo atende critérios ambientais e sustentabilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
6
9
12
15
18
21
24
CLIN CLCCA CLF
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
fc
k
 (
M
P
a
)
ρ
 -
E
E
 (
kg
/m
³)
ρ - EE (kg/m³) fck (MPa)
R² = 0,4681
0
2
4
6
8
10
12
1500 1750 2000 2250 2500
fc
k
(M
P
a
)
ρ - EE (kg/m³) 
0
2
4
6
8
10
CLIN CLCCA CLF
fc
k 
(M
P
a
) c
b
a
[a,b] F (7,8) = Fcr (7,7) | ρ = 0,05
[b,c] F (10,2) = Fcr (7,7) | ρ = 0,03
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