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Controle de Impactos Ambientais Gestão Ambiental Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria CAROLINA GALVÃO SARZEDAS AUTORIA Carolina Galvão Sarzedas Olá! Sou formada em Ciências Biológicas, com mestrado e doutorado em Ciências, com experiência técnico-profissional na área de Meio Ambiente há mais de 18 anos. Minha formação acadêmica começou na UFRJ, local em que me apaixonei pela ciência e pela educação. Tenho experiência tanto na área de orientação acadêmica quanto na produção de material didático para grandes empresas de educação. Por isso, fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) .............................................. 10 Impactos Ambientais .................................................................................................................... 10 Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) ............................................................................ 14 Principais Etapas do Processo ........................................................................... 15 Estudo do Impacto Ambiental (EIA) ................................................................................... 17 Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA .....................................20 Estudo de Impacto Ambiental (EIA) .................................................................................. 20 Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)..........................................................................24 Atividades em que EIA/RIMA são Exigidos .................................................................25 Termo de Referência (TR) ..........................................................................................................27 Controle Ambiental e Medidas de Prevenção ................................29 Definição de Plano e Relatório de Controle Ambiental .......................................29 Elementos do Plano de Controle Ambiental .......................................... 30 Plano de Remediação de Áreas Degradadas (PRAD) .......................................... 31 Implantação do PRAD e manutenção ..........................................................32 Exemplos de Degradação Ambiental ..............................................................................33 Medidas de Recuperação de Áreas Degradadas ....................................................34 Planos de Gestão Ambiental .................................................................. 37 Introdução .............................................................................................................................................37 Componentes de um Plano de Gestão Ambiental ................................................ 38 Medidas Mitigadoras ................................................................................................ 40 Plano de Monitoramento ........................................................................................ 41 Medidas Compensatórias ......................................................................................43 Valorização de Efeitos Benéficos .....................................................................44 7 UNIDADE 04 Gestão Ambiental 8 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de Impactos Ambientais é uma das mais importantes do Sistema de Gestão Ambiental (SGA)? Você já deve ter percebido que a maior parte das atividades econômicas gera algum tipo de impacto ambiental, certo? Por isso, o acompanhamento do comportamento ou do impacto ambiental gerado é avaliado por indicadores ambientais. Nesse sentido, a Avaliação do Impacto Ambiental tem por finalidade considerar os impactos ambientais antes de se tomar uma decisão que possa trazer grande degradação ambiental. De todo o processo de AIA, o EIA é o documento mais importante, pois servirá para que todas as principais decisões sobre a viabilidade ambiental de um projeto, suas medidas mitigadoras ou compensatórias sejam tomadas. Portanto, AIA é usada como ferramenta para planejamento de Gestão Ambiental. Isso mesmo. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva, você vai mergulhar neste universo! Gestão Ambiental 9 OBJETIVOS Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 4 – Controle de impactos ambientais. Nosso objetivo é auxiliar você no atingimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Elaborar uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). 2. Desenvolver um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). 3. Distinguir Plano e Relatório de Controle Ambiental. 4. Criar um Plano de Gestão Ambiental. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Gestão Ambiental 10 Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funciona a Avaliação e o Estudo de Impactos Ambientais. Isso será fundamental para facilitar as etapas envolvidas na Gestão Ambiental do futuro empreendimento. E, então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!. Impactos Ambientais Segundo o CONAMA, Impacto Ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do Meio Ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante de atividade humana, que direta ou indiretamente afetem: • A saúde, segurança e bem-estar da população. • As atividades sociais e econômicas. • A biota. • As condições estéticas e sanitárias do Meio Ambiente. • A qualidade dos recursos ambientais. Gestão Ambiental 11 Figura 1 – Poluição ambiental causada pelo processo industrial Fonte: Freepik. Os impactos ambientais podem ser classificados de acordo com suas características: Magnitude: é a grandeza de um impacto em termos absolutos, definida como a mudança de valor de um parâmetro ambiental após uma ação, em termos quantitativos ou qualitativos. EXPLICANDO MELHOR: O padrão para o ruído é 20 decibéis. O uso de uma britadeira eleva esse ruído para 55 decibéis, portanto a magnitude do impacto é de 35 decibéis. Importância: refere-se ao grau de significação de um impacto em relação ao fator ambiental afetado e a outros impactos. Pode ocorrer que um determinado impacto, mesmo sendo de magnitude elevada, não seja importante quando comparamos com outro fator. Gestão Ambiental 12 EXPLICANDO MELHOR: Um desmatamento vai ter seu grau de importância para a drenagem e a cobertura vegetal de uma dada região, sendo importante para o fator socioeconômico, mas não para o fator cultural. Valor: determinase o impacto será positivo (benéfico) ou negativo. EXPLICANDO MELHOR: Positivo: geração de emprego e renda, aumento da produtividade; negativo: redução da vazão de um rio, aumento da concentração de sólidos em um rio. Ordem • Direta: gera o impacto no momento da ação. Exemplo: enchimento de reservatórios de hidrelétricas, a perda das matas e habitats acontece na hora da ação. • Indireta: o impacto é gerado após algum tempo. Exemplo: a instalação de um novo bairro aumenta a demanda por escolas, tratamento de água e esgoto. Espacial: é o tamanho do impacto gerado, podendo ser local (afeta apenas a própria área), regional (efeito se propaga na área além do local de ação), estratégico (afeta um componente de uso coletivo, como um rio) ou de grandes proporções (afeta além das fronteiras, como a instalação de uma hidrelétrica). Gestão Ambiental 13 Reversibilidade • Reversível: quando a atividade humana é cessada, o dano também cessa. Exemplo: um canteiro de obras. • Irreversível: mesmo com o término da ação, o dano permanece. Exemplo: assoreamento de um rio provocado por resíduos de atividade mineradora. A maior parte das atividades econômicas gera algum tipo de impacto ambiental, mas certamente a atividade industrial é a mais danosa ao Meio Ambiente. Isso porque gera uma grande quantidade de resíduos sólidos, efluentes líquidos, poluentes atmosféricos, ruídos e vibrações. Por esses motivos, as instalações de indústria precisam ser afastadas de regiões residenciais, para que a população não esteja próxima à região diretamente atingida. O acompanhamento do comportamento ou do impacto ambiental gerado por uma atividade é avaliado por indicadores ambientais, ou seja, parâmetros que podem ser físico-químicos, biológicos, comportamentais ou sociais. Por exemplo: • Fatores físicos: concentração de metais pesados no solo, pH de lagos, índice de coliformes na água. • Fatores bióticos: número de indivíduos de uma determinada espécie ou presença e desaparecimento de algumas populações comuns naquela região. • Fatores antrópicos: índice de mortalidade e taxa de incidência de doenças. Gestão Ambiental 14 Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) A AIA é considerada um processo de avaliação dos efeitos ecológicos, econômicos e sociais de ações causadas pelo comportamento humano. Também age por meio de monitoramento e controle desses efeitos pelo poder público e pela sociedade. Sua finalidade é a de considerar os impactos ambientais antes de se tomar uma decisão que possa trazer grande degradação ambiental. A AIA tem, também, o papel de facilitar a Gestão Ambiental do futuro empreendimento, pois a aprovação do projeto está relacionada aos compromissos assumidos pelo empreendedor, que são delineados de acordo com os Estudos de Impactos Ambientais. NOTA: O processo de AIA não termina com a aprovação da licença, mas sim continua durante o ciclo do projeto, a partir da avaliação da maneira de implementar as medidas mitigadoras e compensatórias, seu cronograma, a participação de outros atores na qualidade de parceiros e os indicadores de sucesso. A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) tem a AIA como um instrumento de grande importância para a gestão institucional de planos, programas e projetos, em nível federal, estadual e municipal. A operacionalização da AIA é universal, podendo ser concedida maior ou menor importância para algumas atividades, porém, no Brasil, seguem-se os seguintes requisitos básicos: • Criar procedimentos de licenciamento ambiental específicos, conforme os tipos de atividades. • Treinar equipes multidisciplinares na elaboração de Estudos de Impactos Ambientais/Relatório de Impactos Ambientais (EIA/ RIMA). Gestão Ambiental 15 • Treinar pessoal dos órgãos de Meio Ambiente para analisar os casos de AIA no país. • Gerar instruções e guias específicos para conduzir os diferentes tipos de estudos, de acordo com as características dos projetos propostos. A AIA tem os seguintes objetivos: 1. Assegurar que as considerações ambientais sejam explicitamente tratadas e incorporadas ao processo decisório. 2. Antecipar, evitar, minimizar ou compensar os efeitos negativos relevantes, sejam eles biofísicos, sociais e outros. 3. Proteger a produtividade e a capacidade dos sistemas naturais, assim como os processos ecológicos que mantêm suas funções. 4. Promover o desenvolvimento sustentável e otimizar o uso e as oportunidades de gestão de recursos. Principais Etapas do Processo O processo de Avaliação do Impacto Ambiental precisa ser organizado de forma sequencial e de maneira lógica. Pode ser dividido em três etapas: 1. Etapa inicial: Tem a função de avaliar a necessidade de detalhamento dos impactos ambientais causados por uma futura ação, pois nem sempre atividades sujeitas a licenciamento ambiental são passíveis de estudo de impacto ambiental. 2. Etapa de análise e detalhada: Só é aplicada nos casos em que as atividades sejam potencialmente causadoras de impactos ambientais. Essa análise é composta de atividades que vão desde a definição do conteúdo do EIA até sua aprovação. 3. Etapa pós-aprovação: Gestão Ambiental 16 Em caso de implementação do empreendimento, a AIA continua em vigor por meio de medidas de gestão previamente discriminadas no EIA, porém agora com objetivos e metas de proteção ambiental e não mais de previsão de consequências futuras. Em caso de um EIA satisfatório e do desenvolvimento de um Sistema de Gestão Ambiental nos moldes preconizados pela ISO 14001, o empreendimento contará com elementos suficientes para sua Gestão Ambiental. A seguir, descreveremos os componentes básicos do processo de AIA: Apresentação da proposta: é o início do processo, no qual o detalhamento da proposta será definido pela organização encarregada de gerir o processo de AIA. As informações serão utilizadas para triagem e deverão conter pelo menos a localização do futuro empreendimento, a área ocupada e quais serão suas principais atividades durante os processos de construção e funcionamento. A descrição também precisará incluir se haverá consumo de recursos naturais ou sobre o efeito de suas atividades nos recursos ambientais ou culturais da região. Triagem: de acordo com o potencial impacto ambiental, ocorre o enquadramento do projeto em uma das três categorias: a. São necessários estudos aprofundados. b. Não são necessários estudos aprofundados. c. Há dúvidas sobre o potencial de causar impactos significativos ou sobre as medidas de controle. E, quais são os critérios usados para enquadrar cada projeto? Listas positivas: são projetos para os quais é obrigatória a realização de um estudo detalhado. Listas negativas: são projetos que já se sabe que não causam impactos significativos ou projetos que se conhecem medidas eficazes para mitigar os possíveis impactos negativos. Critérios de corte: são fundamentados no porte do empreendimento, usados tanto para listas positivas quanto negativas. Gestão Ambiental 17 Localização do empreendimento: se a área do projeto for sensível, pode ser necessária a realização de estudos completos, independentemente do tipo ou porte do empreendimento. Recursos ambientais potencialmente afetados: são usados em caso de projetos que afetem alguns tipos particulares de ambiente, como áreas úmidas de importância internacional ou cavernas, por exemplo. NOTA: A importância do estudo aprofundado é analisar os impactos em detalhes, estabelecendo as condições sob as quais a proposta será implementada. Há casos em que é difícil saber de antemão se os possíveis impactos serão significativos ou da real contribuição da AIA, então há a necessidade de preparação de um EIA. Estudo do Impacto Ambiental (EIA) Determinação do escopo do EIA: se for necessária a preparação de um EIA, antes, é preciso estabelecer seu escopo, isto é, a abrangência (alternativastecnológicas e de localização, por exemplo) e a profundidade (nível de detalhamento e de análises) necessária para o estudo. O plano de trabalho para a realização dos estudos é definido de acordo com os impactos que podem decorrer de cada empreendimento. Ao final, deve mostrar como os impactos se manifestarão, com sua magnitude ou intensidade e meios de compensação e mitigação. Elaboração do EIA: é a atividade central do processo de AIA, a qual ficarão estabelecidas as bases para a análise da viabilidade ambiental do empreendimento. O EIA é elaborado por especialistas de diferentes áreas, de acordo com a extensão e a intensidade dos impactos ambientais gerados. É importante salientar que poderá haver mudanças no projeto para reduzir ou eliminar os impactos negativos. Os relatórios finais Gestão Ambiental 18 costumam ser técnicos, porém é obrigatório o preparo de um resumo em linguagem simplificada, de forma a comunicar a todos os interessados as principais características do empreendimento e seus respectivos impactos. Análise técnica do EIA: a análise é feita por terceiros, geralmente por parte do órgão do governo responsável por autorizar o empreendimento ou pela instituição financeira à qual foi pedido o financiamento. Consulta pública: o Relatório do Impacto Ambiental (RIMA) fica acessível ao público e aos órgãos públicos interessados ou com relação direta no projeto; comentários podem ser enviados dentro de um prazo determinado. Decisão: as decisões são muito variadas e cabem à autoridade ambiental, ao governo ou ao órgão competente. Entre as decisões possíveis, podemos citar: • Não autorização do empreendimento. • Aprovação incondicional. • Aprovação com condições. • Retorno às etapas anteriores, para modificações ou complementações dos estudos. Acompanhamento e monitoramento: o programa de acompanhamento e monitoramento é uma atividade técnica exigida pelo EIA, sendo uma parte essencial das atividades de Gestão Ambiental. Todos os componentes principais do processo de AIA estão presentes na Resolução CONAMA 1/86. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto e saber mais sobre a Resolução do CONAMA responsável pelo processo de AIA, leia o documento na íntegra clicando aqui. Gestão Ambiental http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=890 19 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que Impacto Ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do Meio Ambiente resultante de atividade humana. O processo de avaliação desses efeitos e do monitoramento e controle pelo poder público e pela sociedade é denominado Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). Sua finalidade é a de considerar os impactos ambientais antes de se tomar uma decisão que possa trazer grande degradação ambiental e, ainda, facilitar a Gestão Ambiental do futuro empreendimento por meio do Estudo de Impactos Ambientais (EIA). O EIA é um plano de trabalho que define os impactos que podem decorrer de cada empreendimento e, ao final, deve mostrar como esses impactos se manifestarão, com sua magnitude ou intensidade, meios de compensação e mitigação. Gestão Ambiental 20 Relatório de Impacto Ambiental EIA/ RIMA OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funciona o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o desenvolvimento de um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!. Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Nós todos, como cidadãos, podemos usufruir do Meio Ambiente, certo? Sim, é um bem de interesse público e, por esse motivo, qualquer atividade que possa interferir no equilíbrio da sociedade e que tenha como resultado um possível impacto ambiental precisa ser consentida por órgãos competentes. Nesse contexto, o Licenciamento Ambiental é um procedimento administrativo que autoriza localização, instalação, ampliação, modificação e operação de atividades ou empreendimentos cujas atividades podem ser efetiva ou potencialmente poluidoras. É um processo administrado pelo órgão governamental competente que, geralmente, antecede os estudos de impacto ambiental. Gestão Ambiental 21 Figura 2 – Impacto ambiental Fonte: Freepik. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) foram regulamentados pela resolução CONAMA 1/86 para o licenciamento de diversas atividades potencialmente poluidoras. De todo o processo de Avaliação de Impacto Ambiental, o EIA é o documento mais importante, pois sua base servirá para que todas as principais decisões sobre a viabilidade ambiental de um projeto, assim como suas medidas mitigadoras ou compensatórias sejam tomadas. Além disso, serve como base para as negociações entre o empreendedor, o governo e outras partes interessadas, como órgãos de financiamento. O EIA deve ser elaborado por equipe técnica multidisciplinar habilitada e deverá conter, no mínimo, as seguintes atividades técnicas, conforme Resolução CONAMA 01/1986: Gestão Ambiental 22 I – Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, contendo completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, de modo a considerar: a. O meio físico – o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d’água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas. b. O meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente. c. O meio socioeconômico – o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. II – Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, por intermédio de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, de modo a ressaltar: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. III – Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, de modo a avaliar a eficiência de cada uma delas. IV – Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos), a partir da identificação dos fatores e parâmetros a serem considerados. Gestão Ambiental 23 Além de atender à legislação, em especial à PNMA, o EIA precisa obedecer às seguintes diretrizes: I - Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de localização de projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto. II - Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade. III - Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, de modo a considerar, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza. IV - Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto e sua compatibilidade. O preparo do EIA segue uma sequêncialógica de etapas, sendo cada uma delas dependente da anterior. A maneira de se iniciar e conduzir um EIA irá influenciar toda a qualidade do resultado. Basicamente, algumas atividades são utilizadas na preparação do EIA, de maneira que outras podem ser solicitadas, como estudos do tipo de impacto normalmente associado à atividade em questão. Atividades solicitadas: Planejamento: • Caracterização das alternativas para o empreendimento e reconhecimento ambiental inicial. • Identificação preliminar dos impactos: é a preparação de uma lista das prováveis alterações que o empreendimento poderá causar. Uso de documentação cartográfica e fotografias aéreas são úteis. • Determinação do escopo: primeiro identifica-se as questões relevantes por meio dos métodos da analogia com casos similares, experiência e opinião de especialistas, além da consulta ao público e análise das questões definidas previamente por via legal. • Plano de trabalho. Gestão Ambiental 24 Execução: • Plano de trabalho/termo de referência. • Estudos de base: é a atividade mais cara e demorada de todo o processo. É necessária a definição prévia da área de estudo, aquela em que serão coletadas as informações para o diagnóstico ambiental. • Identificação, previsão e avaliação dos impactos: a identificação é apenas uma enumeração das prováveis consequências das ações, enquanto a previsão engloba a hipótese fundamentada e justificada e, se possível, quantitativa sobre os indicadores ambientais que representem a qualidade ambiental. Já a avaliação tem como função a antecipação das consequências futuras. • Plano de gestão: é o conjunto de medidas necessárias, em qualquer fase do projeto, de modo a evitar, atenuar ou compensar os impactos ambientais negativos e incentivar os impactos positivos. • EIA/RIMA: relatório contendo todos os dados de forma clara e objetiva. Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) O RIMA, como dito anteriormente, é um relatório que deve ser apresentado de forma objetiva e adequada. A equipe multidisciplinar responsável pela elaboração do EIA/ RIMA precisa manter a transparência das informações e estar à disposição para discutir com todos os participantes do processo a respeito da base conceitual do método adotado no EIA. Também precisa apresentar as análises e conclusões do Estudo Ambiental e as possibilidades reais de operacionalização dos programas propostos para o acompanhamento e monitoramento dos impactos ambientais provocados pelas atividades. Conforme disposto na Resolução CONAMA 01/1986, o RIMA refletirá as conclusões do EIA e deverá conter, no mínimo: Gestão Ambiental 25 I – Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais. II – A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada uma delas, nas fases de construção e operação, a área de influência, as matérias-primas e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnica operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados. III – A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto. IV – A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, de modo a considerar o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e mediante a indicação de métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação. V – A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, a partir da comparação entre as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização. VI – A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados e o grau de alteração esperado. VII – O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos. VIII – Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral). Atividades em que EIA/RIMA são Exigidos De acordo com a Resolução Conama 01/86, as atividades passíveis de EIA/RIMA são: Gestão Ambiental 26 • Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento. • Ferrovias. • Portos e terminais de minério, de petróleo e de produtos químicos. • Aeroportos. • Oleodutos. • Gasodutos. • Minerodutos. • Troncos coletores e emissários de esgoto sanitário. • Linhas de transmissão de energia elétrica com tensão superior a 230 KV. • Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como barragem para fins hidrelétricos, superior a 10 MW, barragens de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, para drenagem ou para irrigação, retificação de cursos d’água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques. • Extração de combustível fóssil. • Extração de minério. • Aterro sanitário. • Processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos. • Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, superior a 10 MW. • Complexos e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha). • Distritos industriais e zonas estritamente industriais. • Exploração econômica de madeira ou de lenha em áreas de tamanho superior a 100 hectares ou menores, quando atingirem áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental. Gestão Ambiental 27 • Projetos urbanísticos, superior a 100 hectares ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério do órgão licenciador. • Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade superior a 10 toneladas por dia. • Projetos agropecuários que contemplem áreas superiores a 1.000 hectares ou menores – nesse caso, quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental. • Qualquer atividade que seja potencialmente lesiva ao patrimônio espeleológico nacional. • Outras atividades ou empreendimentos, a critério do órgão licenciador. Termo de Referência (TR) O TR é um instrumento orientador para a colaboração de todos os tipos de Estudo Ambiental (EIA/RIMA, PCA, RCA, PRAD, Plano de Monitoramento etc.) e tem por objetivo estabelecer as diretrizes orientadoras, o conteúdo e a abrangência do estudo, sendo uma etapa que antecede à implantação da atividade potencialmente impactante. É produzido pelo órgão ambiental competente, a partir das informações prestadas pelo empreendedor na fase em que solicitou o licenciamento ambiental. NOTA: Muitas vezes, para agilizar o processo, o próprio empreendedor se adianta e já solicita a proposta de TR com o licenciamento. A boa elaboração do TR é fundamental para que o EIA tenha a qualidade desejada, porém nem sempre isso acontece, em razão da Gestão Ambiental 28 falta de conhecimento técnico sobre as características do espaço e sobre os impactos ambientais possivelmente causados pelas atividades em questão. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto e saber mais sobre EIA/RIMA, consulte a resolução CONAMA 01/86 clicando aqui. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o EIA é um documento importante, porque sua base servirá para todas as principais decisões sobre a viabilidade ambiental de um projeto e para que suas medidas mitigadoras ou compensatórias sejam tomadas. Nesse sentido, além de servir como base paraas negociações entre o empreendedor, o governo e outras partes interessadas, como órgãos de financiamento, o preparo do EIA segue uma sequência lógica de etapas, cada uma delas dependente da anterior e culminando no RIMA, que é um relatório preparado por uma equipe multidisciplinar que deve ser apresentado, de forma objetiva e adequada, com os resultados obtidos no EIA. Por fim, você viu que o Termo de Referência é um instrumento orientador para a colaboração de todos os tipos de Estudo Ambiental e tem por objetivo estabelecer as diretrizes orientadoras, o conteúdo e a abrangência do estudo, sendo uma etapa que antecede à implantação da atividade potencialmente impactante. Gestão Ambiental http://www.siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=8902 29 Controle Ambiental e Medidas de Prevenção OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funcionam os planos de controle ambiental (PCA) que são estudos os quais identificam e propõem medidas mitigadoras relacionadas aos impactos gerados por alguns tipos de empreendimentos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!. Definição de Plano e Relatório de Controle Ambiental Já vimos que, quando uma atividade ou empreendimento com potencial para causar danos ambientais deseja ser instalada em qualquer lugar, ela precisa solicitar junto ao órgão ambiental competente, seu Licenciamento Ambiental. REVISANDO: As fases para o processo de Licenciamento são: Licença Prévia: é o alicerce para o empreendimento, no qual são definidos os aspectos referentes ao controle ambiental e à necessidade de EIA/RIMA. Em casos de dispensa do EIA/RIMA, é solicitado um Relatório de Controle Ambiental (RCA). Licença de Instalação: é quando se dá a construção do empreendimento. Para a obtenção da LI, pode ser solicitado um Plano de Controle Ambiental (PCA). Licença de Operação: é o documento que autoriza o funcionamento ou regulariza a situação das atividades. Nessa etapa, são determinados os métodos de controle e as condições de operação. Gestão Ambiental 30 Portanto, o Relatório de Controle Ambiental (RCA) é um documento exigido pela Resolução CONAMA 10/90 nos casos em que há dispensa do EIA/RIMA, para a obtenção de LP. Em seu conteúdo, precisa haver uma série de informações, estudos e levantamentos de modo a identificar as não conformidades legais, assim como efetivos ou potenciais impactos ambientais, decorrentes da instalação e do funcionamento da atividade ou empreendimento solicitante da Licença. Conteúdo do RCA: Aspectos ambientais referentes à: • Localização. • Instalação. • Operação. • Ampliação. Informações gerais referentes à: • Caracterização do ambiente da instalação. • A localização de acordo com o Plano Diretor Municipal. • Alvarás e documentos. • Plano de Controle Ambiental, que identifique as fontes de poluição ou degradação e as medidas de controle. O Plano de Controle Ambiental (PCA) nada mais é do que um estudo com o objetivo de identificar e propor medidas mitigadoras relacionadas aos impactos gerados por alguns tipos de empreendimentos. Elementos do Plano de Controle Ambiental A realização do PCA necessita de consulta à legislação estadual, municipal ou IBAMA, além de normas e resoluções do CONAMA, pois seu preenchimento, de acordo com a legislação vigente, mantém os órgãos de controle e a população informada sobre o empreendimento e a viabilidade ou não de instalação na região. O PCA precisa conter a descrição dos impactos ambientais resultantes da implantação da atividade ou do empreendimento, de Gestão Ambiental 31 maneira a abordar elementos dos meios socioeconômicos, biológicos e físicos, bem como as respectivas medidas mitigadoras, de controle ou compensatórias. De acordo com o porte do empreendimento, estudos como destinação dos resíduos gerados, plano de educação ambiental, ou o plano de retorno das águas utilizadas pela atividade, deverão conter no PCA. E, ainda, um mapeamento e descrição das áreas no entorno da atividade, com dados sobre cursos d’água pertencentes à região, estimativa de retirada de terra e sua destinação, áreas sujeitas a alagamentos, estimativa de resíduos gerados, entre outros dados. A adoção de um PCA é fundamental para que o espaço urbano cresça de forma regrada, a partir do uso consciente do Meio Ambiente, de modo que os recursos naturais estejam seguros para as próximas gerações. Plano de Remediação de Áreas Degradadas (PRAD) O PRAD é um conjunto de medidas solicitado pelos órgãos ambientais competentes como parte integrante do processo de Licenciamento Ambiental de atividades potencialmente degradadoras ou que já tenham sido punidas administrativamente por degradação ambiental. Segundo a Instrução Normativa 04/11 do IBAMA, o PRAD deverá reunir informações, diagnósticos, levantamentos e estudos que permitam a avaliação da degradação ou alteração e a consequente definição de medidas adequadas à recuperação da área. Tudo issoem conformidade com as especificações dos Termos de Referência da Norma. O PRAD pode ser completo, quando a situação de degradação exige a realização de grandes intervenções para a recuperação da área; ou pode ser simplificado, em caso de pequena degradação. O PRAD precisa conter as técnicas e métodos que serão empregados de acordo com as características de cada área e, de preferência, que já tenham eficácia comprovada. O PRAD deve conter as seguintes informações: Gestão Ambiental 32 • Caracterização da área degradada e entorno, bem como do(s) agente(s) causador(es) da degradação. • Escolha de proposta de recuperação para a área degradada. • Definição dos parâmetros a serem recuperados com base numa área adotada como referência ou controle. • Adoção de um modelo de recuperação. • Detalhamento das técnicas e ações a serem adotadas para a recuperação. • Inclusão de proposta de monitoramento e avaliação da efetividade da recuperação. • Previsão dos insumos, custos e cronograma referente à execução e consolidação da recuperação. O requerente terá 90 dias a partir da aprovação do PRAD pelo IBAMA para dar início às atividades previstas no cronograma de execução nos termos de referência. Implantação do PRAD e manutenção Área degradada é aquela que se encontra impossibilitada de retornar ao seu estado esperado por meio de uma trajetória natural, por isso a importância da implantação de um Plano de Recuperação. Segundo a Norma 04/11, quando for proposta a implantação direta de vegetais deverão ser utilizadas espécies nativas da região na qual estará inserido o projeto de recuperação, incluindo-se, também, aquelas espécies ameaçadas de extinção, as quais deverão ser destacadas no projeto. Para os casos de plantio de mudas, na definição do número de espécies vegetais nativas e do número de indivíduos por hectare a ser utilizado na recuperação das áreas degradadas ou alteradas, deverão ser considerados trabalhos, pesquisas publicadas, informações técnicas, atos normativos disponíveis, respeitando-se as especificidades e particularidades de cada região. Com isso, objetiva-se identificar a maior diversidade possível de espécies florestais e demais formas de vegetação Gestão Ambiental 33 nativa, buscando-se, dessa forma, obter maior compatibilidade com a fitofisionomia local. As espécies vegetais utilizadas deverão ser listadas e identificadas por família, nome científico e respectivo nome vulgar, de modo que seja dada atenção especial àquelas espécies adaptadas às condições locais e àquelas com síndrome de dispersão zoocórica. Na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural ou dos povos e comunidades tradicionais, poderão ser utilizados Sistemas Agroflorestais (SAF), desde que devidamente justificados no PRAD Simplificado. A possibilidade de uso futuro da área recuperada obedecerá à legislação vigente, inclusive a exploração mediante manejoambientalmente sustentável. Ademais, todos os tratos culturais e intervenções que se fizerem necessários durante o processo de recuperação das áreas degradadas ou alteradas deverão ser detalhados no PRAD e no PRAD Simplificado. DEFINIÇÃO: Zoocóricas são espécies vegetais dispersas pela fauna. O monitoramento e a avaliação do PRAD e do PRAD Simplificado ocorrem durante três anos após sua implantação, podendo ser prorrogado por igual período. O responsável apresentará, no mínimo semestralmente, ao longo da execução do PRAD, os Relatórios de Monitoramento, e as Superintendências do IBAMA farão vistorias por amostragem nas áreas degradadas ou alteradas em processo de recuperação. Exemplos de Degradação Ambiental Para entender como recuperar áreas degradadas, primeiro precisamos conhecer alguns exemplos de degradação ambiental, uma Gestão Ambiental 34 vez que essas modificações impostas pela sociedade aos ecossistemas naturais acabam por comprometer a qualidade de vida dos seres vivos. • Resíduos industriais: lançamento na água e no solo de toneladas de metais pesados que não serão decompostos por processos naturais, tornando-os impróprios para atividades humanas. • Agricultura: o uso de adubos industriais, herbicidas e inseticidas tem poluído o ambiente, além de contaminar os alimentos com substâncias tóxicas. A monocultura, além de ser dependente de constantes intervenções geradoras de poluição e erosão do solo, provoca a redução da biodiversidade local e, em muitos casos, compromete o patrimônio genético da agricultura. • Erosão: quase sempre resultante de algum tipo de degradação ambiental, podendo ser consequência de assoreamento de rios ou da perda de áreas agrícolas. • Desmatamento: nos últimos 50 anos, a Amazônia perdeu cerca de 17% da sua cobertura florestal. • Queimadas e incêndios florestais: a ocorrência de queimadas, principalmente de modo proposital a fim de preparar o solo para agricultura, destrói os nutrientes provenientes da decomposição de folhas, galhos, restos de animais e a formação de húmus, que é o fertilizante natural do solo, o que impede que as raízes absorvam esses nutrientes e, por consequência, alterando o microclima da região. • Poluição da água e da atmosfera: é decorrente do escapamento dos veículos e das indústrias, de modo a prejudicar todos os seres vivos. Medidas de Recuperação de Áreas Degradadas Para se iniciar o planejamento de recuperação de áreas degradadas, alguns termos precisam ser definidos, no intuito de escolher o processo correto de recuperação. São eles: Gestão Ambiental 35 • Reabilitação: é o retorno da área a um estado biológico apropriado, porém não significando que a área será produtiva novamente. O local pode ser usado de maneira alternativa como recreação ou para valorização estético-ecológica, mas não será possível reconstituir a vegetação original. • Recuperação: há possibilidade de repovoamento vegetal e de elementos da fauna, permitindo o desenvolvimento ecológico, porém sem a preocupação de alcançar as mesmas condições ecológicas anteriores à degradação. • Restauração: tem o objetivo de restaurar as condições ecológicas o mais próximo possível às condições anteriores à degradação. • Remediação: é a intervenção com o objetivo de anular os efeitos nocivos de elementos tóxicos ou contaminantes, os quais possam prejudicar os seres vivos. Para se iniciar um processo de recuperação, é importante observar quais foram as causas da degradação (queimadas, uso de agrotóxicos, passagem de gado etc.) e quais são os remanescentes florestais (espécies nativas) dos locais que serão reflorestados. Posteriormente, escolha o melhor modelo de recuperação de acordo com os objetivos e características do local e quais espécies serão plantadas, com base na vegetação original. Porém, em um primeiro momento, as espécies escolhidas devem ser resistentes ao ambiente degradado e ter boa adaptação ao clima da região. Além disso, as sementes devem ter fácil propagação, bem como ter crescimento rápido, de modo a fornecer cobertura e matéria orgânica para o solo. A instalação de organismos de forma gradual em locais desabitados é conhecida como sucessão ecológica primária, mas, no caso de um local desmatado ou queimado, pode-se definir como sucessão ecológica secundária. É um estudo importante e fundamental para auxiliar de maneira positiva no desenvolvimento da vegetação, seja aumentando a velocidade de recomposição ou contornando as possíveis perturbações ambientais. Gestão Ambiental 36 Nesse sentido, é importante lembrarmos que a vem sofrendo algumas mudanças nos últimos anos. É a chamada Revolução Verde, que se trata do desenvolvimento de alternativas para gerar produção de alimentos mais saudáveis e com menos impactos ao Meio Ambiente. Entre as novas formas de produção, podemos citar: permacultura, sistemas agroflorestais, agricultura biodinâmica, controle biológico de pragas, ou, como é popularmente chamada, de agricultura orgânica ou agroecologia. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, de maneira a saber mais sobre agroecologia e outras formas de cultivo menos degradantes ao Meio Ambiente, leia o artigo intitulado O que é agroecologia, do site Ecycle, clicando aqui. RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o Relatório de Controle Ambiental (RCA) é um documento exigido pela Resolução CONAMA 10/90 nos casos em que se dispensa o EIA/RIMA, para a obtenção de LP. Deve ter compreendido que no conteúdo desse relatório precisa haver uma série de informações, estudos e levantamentos que identifiquem as não conformidades legais e efetivos ou potenciais impactos ambientais, decorrentes da instalação e do funcionamento da atividade ou empreendimento solicitante da licença. Além disso, viu que a adoção de um Plano de Controle Ambiental (PCA) é fundamental para que o espaço urbano cresça de forma regrada com uso consciente do Meio Ambiente. Também estudou que, junto ao PCA, é importante ter um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), que é um conjunto de medidas solicitado pelos órgãos ambientais competentes como parte integrante do processo de Licenciamento Ambiental de atividades potencialmente degradadoras ou que já tenham sido punidas administrativamente por degradação ambiental. Gestão Ambiental https://www.ecycle.com.br/6493-agroecologia.html 37 Planos de Gestão Ambiental OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funcionam os Planos de Gestão Ambiental que asseguram o desenvolvimento de um empreendimento de acordo com as leis vigentes. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!. Introdução Pudemos perceber que a Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) é usada como ferramenta para planejamento de Gestão Ambiental. Pois, quando a equipe técnica estuda de forma detalhada as possíveis interações ambientais com a proposta da sua atividade, mostra um bom posicionamento em ações que reduzam os impactos adversos, de modo a realçar os benefícios e trabalhando a fim de mitigar os danos causados. Isso coloca a AIA como uma análise ou avaliação de sustentabilidade. Figura 3 – Planos de Gestão Ambiental Fonte: Pinterest. Gestão Ambiental 38 Gestão Ambiental é um conjunto de medidas de ordem técnica e gerencial que visam assegurar que o empreendimento seja implantado, operado e desativado em conformidade com a legislação ambiental e outras diretrizes relevantes, a fim de minimizar os riscos ambientais e os impactos adversos, além de maximizar os efeitos benéficos (SANCHEZ, 2013). O Plano de Gestão Ambiental resultante de uma AIA, elaborado e implantado por uma equipe competente e cuidadosa,eleva um projeto tradicional a um projeto inovador, se tornando-se uma importante ferramenta de contribuição para o desenvolvimento sustentável. Portanto, para o sucesso de um Plano de Gestão Ambiental se faz necessário que três condições sejam atendidas: 1. Preparação cuidadosa do diagnóstico e do plano de gestão. 2. Envolvimento de equipes realmente interessadas na elaboração do plano, entre elas parceiros institucionais, órgãos governamentais e não governamentais. 3. Implementação adequada, dentro dos prazos e sob supervisão, fiscalização, auditoria e monitoramento ambiental. Componentes de um Plano de Gestão Ambiental Precisamos entender que um PGA não é apenas um “plano de boas intenções”. Ele é apresentado como um capítulo específico do EIA, em que estão descritas as medidas propostas, com os resultados esperados de sua aplicação e uma margem dos custos esperados. É obrigatória a descrição do cronograma e a designação de um responsável para cada ação. Diante disso, para o sucesso de um programa de gestão, podemos citar algumas condições necessárias: • Clareza, precisão e detalhamento do programa: programas apresentados no EIA ou como condicionantes para licenças ambientais prezam pela clareza e detalhamento suficientes a fim de que sejam auditados pelas partes interessadas. Gestão Ambiental 39 • Atribuição de responsabilidade e compromissos das partes: algumas responsabilidades estão ao alcance do empreendedor, outras fazem parte da jurisdição do órgão ambiental competente. • Orçamento realista: os custos totais das medidas e o cronograma de pagamentos devem ser totalmente descritos. Para valorizar o projeto e facilitar as atividades de acompanhamento, fiscalização e auditoria, pede-se uma padronização do formato acompanhada da descrição dos programas constituintes. O EIA precisa apontar pelo menos uma medida de gestão para cada impacto significativo, e de preferência por meio de quadros ou diagramas. A seguir, citaremos um exemplo de conteúdo de um programa de gestão: • Descrição do programa e das ações que o compõem. • Identificação dos parceiros ou de outras partes inseridas no projeto com suas respectivas responsabilidades. • Situação das negociações já iniciadas com as partes interessadas. • Estratégia de execução. • Recursos necessários e suas respectivas fontes. • Cronograma de implementação. • Indicadores utilizados para avaliação dos resultados. • Conteúdo e datas previstas para apresentar relatórios de andamento e conclusão do projeto. NOTA: A capacidade de implementação depende tanto da capacidade gerencial do responsável pelo empreendimento, quanto da fiscalização e dos arranjos institucionais para a fase de acompanhamento da AIA. Gestão Ambiental 40 Um plano de Gestão Ambiental precisa conter medidas mitigadoras, plano de monitoramento, medidas compensatórias e medidas para valorizar os efeitos benéficos, além de eventuais outros estudos necessários para entender melhor os impactos gerados pelo empreendimento e suas medidas de gestão. E o conjunto dos programas de controle ambiental (PCA) com os programas de gestão é chamado de Sistema de Gestão Ambiental (SGA). A gestão por sistemas é diferente da gestão por programas, pois funciona ao redor de ciclos de planejamento, implementação e controle, cuja experiência adquirida serve para melhorar gradativamente o sistema. IMPORTANTE: Gestão por programas se dá a partir de medidas e ações que não precisam ser articulados entre si, e podem não incluir um sistema de avaliação. Medidas Mitigadoras O que são medidas mitigadoras? São aquelas que têm por objetivo minimizar a magnitude ou a importância dos impactos ambientais adversos. Por exemplo: tratamento de efluentes líquidos, instalação de barreiras antirruídos e de filtros para diminuição de emissões atmosféricas. Além de modificações no projeto para evitar ou reduzir impactos adversos, como aumentar o espaço entre linhas de transmissão para que aves de grande envergadura não sejam eletrocutadas ou enterrar partes de uma linha de transmissão para não interferir na rota de migração de aves, entre muitas outras medidas. Porém, nem todas são simples, podendo abranger técnicas sofisticadas de redução de emissões atmosféricas. Nessa perspectiva, o plano de gestão pode fazer uso da seguinte ordem das medidas mitigadoras: • Evitar os impactos e prevenir os riscos. Gestão Ambiental 41 • Reduzir ou minimizar os impactos negativos. • Compensar os impactos negativos que não puderem ser evitados ou reduzidos. • Recuperar o ambiente degradado ao final de cada etapa do ciclo de vida do empreendimento. EXPLICANDO MELHOR: Em uma fábrica de cimentos, faz parte do projeto de engenharia e de viabilidade econômica, de maneira indissociável, a instalação de sistemas de captação de poeira, como filtros de manga e eletrostáticos, pois essas ferramentas não evitam somente a emissão de poluentes atmosféricos, mas também reduzem a perda de matéria- prima. Hoje em dia, praticamente todos os setores de atividades econômicas já foram estudados de maneira a oferecer as principais medidas de mitigação e prevenção de impactos adversos. Plano de Monitoramento Embora sejam realizadas inúmeras previsões acerca das possíveis respostas ambientais ao empreendimento, a validade das hipóteses só poderá ser confirmada com a implantação de um plano de monitoramento. Sendo assim, o monitoramento ambiental segue as etapas do empreendimento e pode ser dividido em fases: • Pré-operacional: é o monitoramento feito durante os estudos de base, antes de ser iniciada a implantação do empreendimento, porém pode continuar depois da conclusão do EIA. • Operacional: é feito durante as etapas de implantação, funcionamento e desativação. Gestão Ambiental 42 • Pós-operacional: pode ser necessário, depois do encerramento da atividade, para aquelas atividades com potencial impacto residual. O Plano de Monitoramento precisa conter: • Os parâmetros a serem monitorados. • A localização das estações de coleta. • A periodicidade das amostragens. • A técnica de coleta, preservação e análise das amostras. IMPORTANTE: Monitoramento ambiental de um projeto não é o controle da qualidade ambiental realizado por órgãos do governo, mas sim o controle dos impactos identificados e previstos causados pelas mudanças realizadas pelo empreendimento. Podemos dizer que o monitoramento ambiental operacional e pós- operacional tem objetivos bem definidos, como: • Verificar os impactos reais de um empreendimento. • Compará-los com as previsões. • Detectar a ocorrência de mudanças não previstas. • Alertar sobre a necessidade de agir, caso os limites sejam ultrapassados. • Avaliar a capacidade da AIA em fazer previsões válidas, de modo a formular recomendações melhores em futuros estudos ambientais. Contudo, o monitoramento não pode ficar restrito a parâmetros físicos e biológicos. Também deve conter avaliações de impactos socioeconômicos, de modo a mostrar que um monitoramento deve Gestão Ambiental 43 ser dinâmico, além de precisar ser constantemente revisto, ajustado e atualizado. Medidas Compensatórias Por mais que seja feito todo um planejamento minucioso, com medidas mitigadoras bem definidas e monitoramento constante, alguns impactos não podem ser evitados, chegando, até mesmo, a ter magnitude elevada. Nesses casos, é dito que os danos ambientais precisam ser compensados. EXPLICANDO MELHOR: A perda de 38 hectares de cerrado pode ser compensada pela recuperação da vegetação de uma área degradada, pela conservação de uma área equivalente, ou ambas as medidas podem ser tomadas. Tendo isso em vista, a Resolução CONAMA 10/87 já previa que o licenciamento de obras de grande porte teria como pré-requisito a implantação de uma estação ecológica, de preferência junto à área do empreendimento,com investimento proporcional ao dano causado. A compensação ambiental deve seguir os seguintes princípios: • Proporcionalidade entre o dano causado e a compensação exigida, de modo a ser, no mínimo, equivalente. • Preferência por medidas compensatórias que representem a reposição ou substituição das funções ou dos componentes ambientais afetados. • Preferência por medidas que possam ser implementadas em área adjacente à área afetada ou na mesma bacia hidrográfica. Gestão Ambiental 44 É preciso ficar claro que a compensação não é uma espécie de indenização, e sim uma substituição de um bem perdido, alterado ou descaracterizado, por outro equivalente. Valorização de Efeitos Benéficos Os impactos positivos de uma atividade ou empreendimento são sentidos muito mais nas esferas econômicas e sociais, por exemplo, na criação de empregos e no aumento do comércio local. Contudo, para que os impactos sejam potencialmente benéficos, pode ser necessário o desenvolvimento de programas específicos, tais quais capacitação de mão de obra e gerencial, fornecimento de crédito e de assistência técnica, além de, muitas vezes, ser preciso aparelhar a comunidade para que ela possa aproveitar o empreendimento e se desenvolver como região. Algumas empresas passam a desenvolver programas de responsabilidade social, de modo a promover iniciativas em áreas de educação, saúde e capacitação profissional. Com frequência, são implantados programas de educação ambiental, de modo a aproveitar a capacidade das empresas em conseguir recursos humanos e financeiros para conscientizar a comunidade acerca dos problemas ambientais e difundir conhecimento, bem como são implementadas iniciativas de reciclagem ou de plantio de mudas de espécies nativas. SAIBA MAIS: Caso queira se aprofundar no assunto, pesquisa empresas que desenvolvem Planos de Gestão Ambiental, clicando aqui. Gestão Ambiental http://www.conceitoambiental.com.br/gestao-ambiental 45 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o Plano de Gestão Ambiental é resultante de uma AIA (Avaliação de Impacto Ambiental), elaborado e implantado por uma equipe competente e cuidadosa, tornando-se uma importante ferramenta de contribuição para o desenvolvimento sustentável. Esse plano tem três condições para o sucesso: preparação cuidadosa do plano de gestão, envolvimento de equipes realmente interessadas na elaboração do plano e implementação adequada, dentro dos prazos e sob supervisão, fiscalização, auditoria e monitoramento ambiental. Um plano de Gestão Ambiental precisa conter medidas mitigadoras, plano de monitoramento, medidas compensatórias e medidas para valorizar os efeitos benéficos, além de eventuais outros estudos necessários para entender melhor os impactos gerados pelo empreendimento e suas medidas de gestão. Gestão Ambiental 46 REFERÊNCIAS ABSY, M. L.; ASSUNÇÃO, F. N. A.; FARIA, S. C. Avaliação de Impacto Ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas, Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, 1995. BIOSFERA-MG. PCA: Plano de Controle Ambiental. Minas Gerais: Biosfera, [s.d]. Disponível em: http://www.biosferamg.com.br/ licenciamento/pca-plano-de-controle-ambiental. Acesso em: 11 dez. 2019. BRASIL. Instruçao Normativa nº 4, de 13 de abril de 2011. Brasília: IBAMA, 2011. Disponível em: http://www.ima.al.gov.br/wp-content/ uploads/2015/03/IN_04_11_prad.pdf. Acesso em: 11 dez. 2019. BRASIL. Resolução CONAMA 010/1990, de 06 de dezembro de 1990. Brasília: Mnistério do Meio Ambiente. Disponível em : http://www2. mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=107. Acesso em: 11 de dez. 2019. SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de Impacto Ambiental: conceitos e métodos. 2 ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2013. Gestão Ambiental http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=107 http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=107 Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) Impactos Ambientais Avaliação do Impacto Ambiental (AIA) Principais Etapas do Processo Estudo do Impacto Ambiental (EIA) Relatório de Impacto Ambiental EIA/RIMA Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) Atividades em que EIA/RIMA são Exigidos Termo de Referência (TR) Controle Ambiental e Medidas de Prevenção Definição de Plano e Relatório de Controle Ambiental Elementos do Plano de Controle Ambiental Plano de Remediação de Áreas Degradadas (PRAD) Implantação do PRAD e manutenção Exemplos de Degradação Ambiental Medidas de Recuperação de Áreas Degradadas Planos de Gestão Ambiental Introdução Componentes de um Plano de Gestão Ambiental Medidas Mitigadoras Plano de Monitoramento Medidas Compensatórias Valorização de Efeitos Benéficos