Técnica de Trituração em Homeopatia

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LABORATÓRIO DE FARMACOTÉCNICA HOMEOPÁTICA 
ESCALA CENTESIMAL PARA DROGAS INSOLÚVEIS 
 
ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 
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ESCALA CENTESIMAL PARA DROGAS 
INSOLÚVEIS 
 
 
 
A homeopatia tem suas origens na medicina hipocrática, a partir do conceito de 
cura pelos semelhantes, que Hahnemann nomeou de princípio da similitude. O início da 
técnica se deu com Paracelso, no século XVII, culminando na formulação original e mais 
acabada de Hahnemann, nos séculos XVIII e XIX. Atualmente, o conhecimento das 
diferentes modalidades terapêuticas é fundamental para a escolha do método mais 
adequado para cada paciente (CORREA, 2018; FONTES, 2005). 
Considerando os vários tipos de técnicas na manipulação de medicamentos 
homeopáticos, é imprescindível conhecer o conceito e as particularidades de cada 
procedimento. Além disso, é importante saber que a escala centesimal foi introduzida 
por Hahnemann, sendo a única citada por ele nas cinco primeiras edições do Organon 
da arte de curar. Nela, a proporção entre insumo ativo e insumo inerte é de 1/100 (uma 
parte de insumo ativo em 99 partes de insumo inerte, perfazendo um total de 100 
partes). Os símbolos que identificam a escala centesimal são: C, CH, ª ou nenhuma 
indicação, como: Arnica 1 C = Arnica 1 CH = 1ª Arnica = 1 = Arnica (BRASIL, 2011; 
CARNEIRO, 2011). 
Dependendo das características físico-químicas do insumo ativo, técnicas 
diferentes são utilizadas para proceder à dinamização. Para drogas solúveis, utilizam-se 
os processos de diluição e sucussão e, para drogas insolúveis, o de trituração. 
De acordo com a Farmacopeia homeopática brasileira (BRASIL, 2011), são 
consideradas insolúveis as drogas que apresentam solubilidade inferior a 10% ou 1% 
(escalas decimal e centesimal, respectivamente) em água ou etanol, em diferentes 
graduações (BRASIL, 2011). 
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A técnica de trituração consiste na redução de fármaco a partículas menores por 
ação mecânica, em gral de porcelana, com lactose como excipiente, visando sua 
solubilização, diluição e dinamização. Inicialmente, Hahnemann desenvolveu esse 
método apenas para preparar medicamentos a partir de substâncias insolúveis. No 
entanto, na sexta edição de seu Organon da arte de curar, em que trouxe o método 
cinquenta milesimal, passou a utilizar a trituração para todas as substâncias (CARNEIRO, 
2011; CÉSAR, 2008). 
Para proceder ao método de trituração, utiliza-se lactose como insumo inerte 
nas três primeiras triturações (em partes iguais) na escala centesimal. A partir da 4 CH, 
deve-se utilizar etanol como insumo inerte em diferentes graduações (96% para 
obtenção da 4 CH, sendo que essa escala não pode ser envasada para armazenamento; 
igual ou superior a 77% para diluições intermediárias e/ou envase; e 30% para 
dispensação) (BRASIL, 2011). 
Uma descrição detalhada do método pode ser encontrada na terceira edição da 
Farmacopeia homeopática brasileira (BRASIL, 2011), como segue: 
1. Dividir a quantidade total de lactose a ser utilizada em três partes iguais. Uma 
terça parte será colocada em gral de porcelana e triturada para tapar os 
poros deste. 
2. Sobre esse terço de lactose, coloca-se o insumo ativo a ser triturado (uma 
parte de insumo ativo para 99 partes de insumo inerte). 
3. Homogeneizar com espátula de porcelana ou aço inox. 
4. Triturar, vigorosamente, durante seis minutos. 
5. Raspar, com espátula de porcelana ou aço inox, o triturado aderido ao gral e 
ao pistilo, durante quatro minutos, homogeneizando-o. 
6. Triturar, vigorosamente, durante seis minutos, sem acréscimo de lactose. 
7. Raspar o triturado durante quatro minutos. 
8. Acrescentar a segunda terça parte de lactose. 
9. Triturar, vigorosamente, durante seis minutos. 
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10. Raspar o triturado durante quatro minutos. 
11. Triturar, vigorosamente, durante seis minutos, sem acréscimo de lactose. 
12. Raspar o triturado durante quatro minutos. 
13. Acrescentar o último terço de lactose. 
14. Triturar, vigorosamente, durante seis minutos. 
15. Raspar o triturado durante quatro minutos. 
16. Triturar, vigorosamente, durante seis minutos. 
17. Raspar o triturado durante quatro minutos. 
18. Esse triturado será acondicionado em recipiente fechado e protegido da luz, 
recebendo o nome homeopático e a designação de primeiro triturado (1 CH 
trit.). 
19. Para a obtenção do segundo triturado (2 CH), usar como insumo ativo uma 
parte do primeiro triturado e 99 partes de lactose, repetindo-se o 
procedimento anterior (itens de 3 a 17). 
20. Esse triturado será acondicionado em recipiente fechado e protegido da luz, 
recebendo o nome da droga e a designação de segundo triturado (2 CH trit.). 
 21. Para obtenção do terceiro triturado (3 CH), usar como insumo ativo uma 
parte do segundo triturado e 99 partes de lactose, repetindo-se o 
procedimento anterior (itens 3 a 17). 
22. Esse triturado será acondicionado em recipiente fechado e protegido da luz, 
recebendo o nome da droga e a designação de terceiro triturado (3 CH trit.). 
23. Para solubilizar o 3 CH trit.: dissolver uma parte dessa trituração em 80 partes 
de água purificada, completar com 20 partes de etanol 96% (v/v) e 
sucussionar cem vezes, para obter o 4 CH. Essa preparação intermediária não 
pode ser estocada. As demais dinamizações serão preparadas em etanol de 
graduação igual ou superior a 77% (v/v), para estocar, e etanol a 30% (v/v), 
para dispensar. 
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Para a obtenção do medicamento homeopático na escala centesimal, a partir de 
drogas insolúveis, é imprescindível aprender todas as etapas de trituração e 
dinamização, bem como as técnicas de preparo e as condições adequadas de 
armazenamento. Conhecer a fundo os métodos de obtenção de medicamentos 
homeopáticos auxilia na escolha correta destes e também nas boas práticas de 
manipulação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Farmacopeia 
homeopática brasileira. 3. ed. Brasília, DF: Anvisa, 2011. 
 
CARNEIRO, S. M. T. P. et al. Homeopatia: princípios e aplicações na agroecologia. 
Londrina: IDR-Paraná, 2011. 
 
CÉSAR, A. T. As maneiras de dinamizar os medicamentos homeopáticos: semelhanças e 
diferenças. In: ENCONTRO SOBRE ESTUDOS EM HOMEOPATIA: MEDICINA – 
VETERINÁRIA – FARMÁCIA – AGRONOMIA, 1., 2008. Disponível em: 
http://www.cesaho.com.br/biblioteca_virtual/arquivos/arquivo_58_cesaho.pdf. 
Acesso em: 27 set. 2022. 
 
CORREA, A. D. Ensino de homeopatia no Brasil: histórico e perspectivas. Ensino, Saúde 
e Ambiente, v. 11, n. 2, 2018. 
 
FONTES, O. L. Farmácia homeopática: teoria e prática. Barueri: Manole, 2005. 
 
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