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VEIGA, Cynthia Greive. A escola e a República: o estadual e o nacional nas políticas educacionais. Revista Brasileira de História da Educação. Campinas, SP, v. 11, n.1, p. 143-178, jan/abr.2011.
· Observa-se o amadurecimento da ideia sobre a importância da elaboração de um projeto educacional unificador, que contivesse o analfabetismo, impulsionasse um sentimento de pertencimento nacional, juntamente da exaltação republicana.
· No início, delegar a instrução aos poderes locais era um meio de legitimar o federalismo e as elites. O que deixou a educação no meio das disputas oligárquicas.
1) A escola entre o Império a República
· A ideia de popularização da escola elementar não foi uma proposta inovadora nem parte de um projeto nacional republicano, isso já existia no Império.
· Os republicanos não buscavam necessariamente superar os ideais imperiais, mas reformar as instituições provenientes da monarquia. Tais instituições seriam o motivo do “povo brasileiro ser submisso e passivo”, algo inadmissível para os republicanos.
· Por um lado, os republicanos viam o povo como incapazes de exercer sua cidadania, por outro, eles exigiam a incorporação desse povo à nação.
· No início da república, a educação estava no âmbito das ações locais ou estaduais, em virtude do Ato Adicional de 1834 e da Constituição Federalista de 1891. 
· O entendimento da educação como uma questão nacional se fez juntamente da limitação dos poderes estatais e do problema das práticas coronelistas.
· Haviam diversos entraves para o desenvolvimento da instrução, contudo ela era vista pelos republicanos como essencial na difusão da civilização e do progresso.
· Constituição de 1891 proibir o voto analfabeto gerou debates no campo educacional.
· Ao longo do tempo, com o desgaste do federalismo, ficou evidente para as elites a necessidade de abordar a educação como uma questão nacional a cargo do Estado.
2) "Fora do PRM não há salvação": escola e república em Minas Gerais
· PRM: por um lado, visava o estabelecimento de uma política partidária que garantia maior participação do estado no plano federal (política dos governadores) e no plano estadual pelo estímulo da política municipal com as oligarquias.
· Quase todos os representantes do PRM eram representantes do coronelismo, de modo que a política educacional e o federalismo expressavam os interesses das oligarquias.
· Necessidade de reformar a instituição escolar, sua administração, modernizá-la e racionalizá-la, visto que ela era vista como uma ferramenta de emancipação do povo.
· Havia, contudo, organizações de professores para se protegerem contra o mandonismo local, indicando o desgaste dessas políticas.
3) Movimentos em direção a discussão de uma política nacional de educação
· O combate ao analfabetismo era essencial para o fortalecimento da república.
· Confronto entre os partidários do ensino público e os do ensino particular/confessional subvencionado.
· Era necessário identificar as causas que prejudicavam a educação republicana, muitas delas estavam ligadas a tensões entre políticas locais e nacionais. 
· Os debates convergiam na questão da necessidade de uma educação nacional bem difundida orientada pela União.

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