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Mente Afiada Ed 14 - Maio 2024

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JEJUM DE DOPAMINA
MITO OU MITO OU 
VERDADEVERDADE
Existe amor à Existe amor à 
primeira vista?primeira vista?
Cortar todos os seus prazeres 
momentâneos? Não é bem assim!
PRA PENSARPRA PENSAR
Não é porque está na Não é porque está na 
internet, que é verdade! internet, que é verdade! 
GREEN FLAGSGREEN FLAGS 
Os sinais para Os sinais para 
reconhecer uma reconhecer uma 
relação saudávelrelação saudável
MITO OU 
VERDADE
Existe amor à 
primeira vista?
R$ 9,90
Mente Afiada - Ano 2, Nº 14 - Maio, 2024
editorial
sumário
O EQUILÍBRIO É A CHAVE…
PRODUÇÃO GRÁFICA DA CAPA Roberta Lourenço ILUSTRAÇÃO Alphavector e tanuha2001/Shutterstock Images
AUTOCONFIANÇA
A importância de se 
comprometer 
consigo mesmo
MAPA DA MENTE
As últimas e mais 
curiosas descobertas 
da ciência 
MITO OU VERDADE
Amor à primeira vista 
realmente acontece?
OS DALTÔNICOS 
EMOCIONAIS
A vida com o transtorno 
de personalidade 
antissocial
DAR VOZ A QUEM NÃO 
SABE O QUE FALA
A internet deixa 
o caminho livre 
para espalhar a 
desinformação
JEJUM DE DOPAMINA: 
FUNCIONA OU NÃO?
Essa substância do 
cérebro interfere nos 
comportamentos 
impulsivos
SÃO AS GREEN FLAGS 
QUE QUEREMOS!
Saiba como reconhecer 
os sinais de que o seu 
relacionamento 
é saudável
HISTÓRIAS DE SUCESSO 
TE MOTIVAM?
O “viés de sobrevivência” 
pode supervalorizar o 
sucesso e subestimar 
o fracasso
A dopamina é um neurotransmissor res-
ponsável por diferentes funções cerebrais, 
dentre elas, a motivação. O ‘problema’ 
pode estar na forma com que você se re-
laciona com essa substância, já que, para 
além das atividades saudáveis, a sensa-
ção de recompensa imediata causada por 
ela pode ser o primeiro passo para desen-
volver algum tipo de vício. Mas calma, não 
é preciso cortar todas as atividades praze-
rosas da sua vida, você vai entender tudo 
na nossa matéria de capa!
 Por aqui você também irá encontrar 
uma conversa superlegal com a psicólo-
ga Larissa Fonseca sobre a importância 
de desenvolvermos a autoconfiança, que 
só pode ser construída quando aprende-
mos a cumprir o que assumimos com nós 
mesmos em nome dos nossos objetivos 
(principalmente pessoais!).
 Também vamos explorar a lenda do 
amor à primeira vista: será que isso real-
mente acontece? Além disso, nas próximas 
páginas você vai aprender a reconhecer al-
gumas green flags, os sinais de um relacio-
namento saudável. Bora afiar as mentes? 
Boa leitura,
Ana Kubata
(anabeatriz.kubata@astral.com.br)
DIREÇÃO João Carlos de Almeida e Pedro José Chiquito CONTATO atendimento@astral.com.br
ENDEREÇO Rua Joaquim Anacleto Bueno, 1-70, Setor M83 - Jardim Contorno, Bauru - SP - CEP: 17047-281 
Ano 2, nº14 - maio 2024
©2024 EDITORA ALTO 
ASTRAL LTDA. TODOS OS 
DIREITOS RESERVADOS. 
PROIBIDA A REPRODUÇÃO.
COORDENADORA DE REVISTAS DIGITAIS Hérica Rodrigues (herica.rodrigues@astral.com.br) 
REDAÇÃO Ana Carvalho (ana.carvalho@astral.com.br), Ana Kubata (anabeatriz.kubata@astral.com.br), 
Fernanda Villas Bôas (fernanda.villasboas@astral.com.br) e Gabrielle Aguiar (gabrielle.aguiar@astral.com.br) 
DESIGN Eugênio Tonon (eugenio.tonon@astral.com.br) e Roberta Lourenço (roberta.lourenco@astral.com.br) 
MARKETING DIGITAL Marcelo Monico (marceloluiz.monico@astral.com.br) 
INÊS249 
Texto: Ana Kubata
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MAPA DA MENTE
ENTRE UM VÍDEO E OUTRO…
O hábito de rolar a tela do celular, com 
seu fluxo contínuo de conteúdos varia-
dos, pode ser viciante devido à interação 
entre nossos impulsos de busca por pra-
zer e recompensa imediata, e a parte do 
cérebro responsável por controlar esses 
impulsos. É o que diz Éilish Duke, pro-
fessora de psicologia na Universidade 
Leeds Beckett, no Reino Unido.
 Este comportamento é agravado 
por fatores ambientais, como o design 
dos aplicativos, que mantêm nossa 
atenção e nos mantêm engajados. O 
VOCÊ SE LEMBRA DOS SONHOS?
Um estudo conduzido pelo Laboratório 
de Sono e Cognição da Universidade da 
Califórnia em Irvine, e publicado na re-
vista Scientific Reports, revelou que as 
pessoas que relatam sonhar têm maior 
processamento de memória emocional. 
Isso sugere que os sonhos desempe-
nham um papel ativo na regulação emo-
uso excessivo do celular pode resultar 
em dificuldades para controlar os im-
pulsos, especialmente em jovens, cujo 
córtex pré-frontal ainda está em desen-
volvimento. Entramos em um estado de 
fluxo ao rolar a tela, onde perdemos a 
noção do tempo e nos envolvemos pro-
fundamente com o conteúdo. Embora 
a dependência do celular não seja ofi-
cialmente reconhecida como um distúr-
bio psiquiátrico, é importante monitorar 
nossos próprios hábitos e buscar ajuda 
se percebermos um impacto negativo 
significativo em nossa vida diária.
cional e na consolidação da memória. 
Os pesquisadores observaram que os 
participantes que se lembraram de seus 
sonhos mostraram melhor regulação 
emocional e memória ao reagir a expe-
riências negativas do dia anterior, em 
comparação com aqueles que não lem-
braram dos sonhos.
INÊS249 
TESTE PARA ALZHEIMER
Uma pesquisa da Universidade de Loughbo-
rough, no Reino Unido, sugere que a perda de 
sensibilidade visual pode ser um indicador 
precoce da doença de Alzheimer. Os pesqui-
sadores acompanharam mais de 8 mil pes-
soas por 13 anos e descobriram que aquelas 
com sensibilidade visual reduzida apresen-
tavam maior probabilidade de desenvolver 
demência. O teste de sensibilidade visual 
usado no estudo mostrou resultados signifi-
cativos na detecção precoce da doença.
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PSILOCIBINA PARA ANOREXIA
Além dos estudos que já destacam a ver-
satilidade da psilocibina, derivada de co-
gumelos, em tratamentos de dependência 
química, como alcoolismo e tabagismo, 
uma pesquisa recente revelou que a subs-
tância demonstra eficácia no tratamento 
da anorexia nervosa, oferecendo melhorias 
significativas na manutenção do peso cor-
poral e na flexibilidade cognitiva em ratos 
de laboratório. Esta condição, caracteriza-
da por comportamentos alimentares res-
tritivos e exercícios excessivos, apresenta 
uma das maiores taxas de mortalidade en-
tre as doenças psiquiátricas. A pesquisa, 
publicada na revista Molecular Psychiatry, 
identificou um mecanismo cerebral espe-
cífico pelo qual a psilocibina atua, abrindo 
caminho para terapias direcionadas.
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Texto: Ana Kubata
AUTOCONFIANÇA 
NÃO NASCE,
É CONSTRUÍDA
E está diretamente ligada à habilidade de cumprir os 
compromissos que assumimos com nós mesmos
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ça fazem com que você acredite que 
não será capaz de superá-los. “Essa 
falta de confiança pode nos levar a nos 
subestimar e a aceitar menos do que 
merecemos também em nossas vidas 
pessoais e profissionais”, aponta a es-
pecialista.
TE DISTANCIA DE CHEGAR 
ONDE QUER
O problema em procrastinar vai além 
de simplesmente adiar uma tarefa ou 
outra no trabalho. “A procrastinação 
pode adiar ações importantes. O medo 
do fracasso pode paralisar a iniciativa 
e a persistência necessária para alcan-
çar objetivos pessoais”, destaca Laris-
sa, que também aponta outros grandes 
obstáculos nesse processo: “O auto 
questionamento pode minar a confian-
ça pessoal; a falta de autoconhecimen-
to pode levar a metas pouco realistas 
e incompatíveis com as necessidades 
individuais; enquanto a pressão dos pa-
drões sociais pode levar a compromis-
sos não autênticos.”
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S e pedirmos para o Google defi-
nir o que é autoconfiança, a ex-
plicação será simples: ‘acredi-
tar que você consegue atingir seus 
objetivos, buscando fazer o seu melhor’. 
Mas sabia que a autoconfiança tem tudo 
a ver com os compromissos que assu-
mimos com nós mesmos? Afinal, ela só 
pode existir quando temos autonomia o 
suficiente para resolver os próprios pro-
blemas, ou melhor, entendero porquê 
optar por resolução x, e não y. Calma que 
vai ficar mais fácil de entender…
AUTOSSABOTAGEM: 
O MAIOR VILÃO
Larissa Fonseca, psicóloga clínica há 15 
anos, explica que viver sem autoconfian-
ça é como se estivéssemos tentando 
construir uma casa em um terreno ins-
tável, e isso afeta diretamente a forma 
como nos comprometemos conosco e 
com nossos objetivos. “A falta de con-
fiança pode nos fazer duvidar de nossas 
próprias capacidades e nos levar a evi-
tar compromissos importantes. Quando 
não confiamos em nós mesmos, é difícil 
estabelecer metas realistas e nos com-
prometer com elas”, afirma.
É por isso que muitas vezes você 
acaba procrastinando ou desistindo 
facilmente diante do pri-
meiro obstáculo, pois 
as crenças limitan-
tes e despidas 
de autoconfian-
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NADA DE IGNORAR 
OS SENTIMENTOS
A autoconfiança é construída através 
de muitos pontos de partida. É o que 
pode ser chamado de ‘trabalho de for-
miguinha’, além de ser importante con-
tar com a ajuda de familiares, amigos 
e, principalmente, profissionais da área 
de saúde mental, é preciso lembrar que 
trata-se de uma evolução. Acontece 
aos poucos, com cuidado, paciência e 
muita observação.
Ou seja, anular as próprias emo-
ções está fora de questão. “Quando 
nos deparamos com momentos de dú-
vida e insegurança, é essencial acolher 
esses sentimentos com compaixão. 
Portanto, aceitar tal insegurança e de-
safiar pensamentos negativos, quando 
estabelecemos metas realistas, ajuda 
superar esses momentos”, esclarece a 
psicóloga.
“Aceitar: sempre que fazemos 
algo novo, sentimos certo frio na 
barriga, insegurança. Mesmo que 
esse desconforto exista, continue 
e se desafie.”
NÃO DEFINE O MOMENTO, 
E SIM A VIDA
O mais importante de tudo é entender 
que cultivar a autoconfiança não é algo 
para ser trabalhado por um tempo e de-
pois esquecido. Essa é uma habilidade 
essencial para o crescimento e desen-
volvimento ao longo da vida, pois fun-
ciona como um alicerce sólido que sus-
tenta nossas realizações e conquistas, 
como afirma Larissa. “A autoconfiança 
nos dá a coragem necessária para en-
frentar desafios, experimentar novas 
oportunidades e buscar nossos obje-
tivos. Ela nos capacita a superar obs-
táculos, aprender com nossos erros e 
seguir em frente com determinação.”
“A autoconfiança fortalece 
nossa resiliência emocional, 
permitindo-nos lidar melhor 
com as adversidades e rejeições 
que encontramos ao longo do 
caminho.”
AS RELAÇÕES TAMBÉM PEDEM 
AUTOCONFIANÇA
Ainda de acordo com a psicóloga, cul-
tivar essa segurança em si mesmo não 
apenas influencia positivamente o de-
senvolvimento pessoal, mas também 
tem um impacto significativo nos rela-
cionamentos interpessoais - em qual-
quer esfera da vida - assumindo um pa-
pel crucial na qualidade e na natureza 
dessas interações. “Nos relacionamen-
tos pessoais, indivíduos autoconfiantes 
tendem a estabelecer vínculos mais 
profundos, possibilitando uma comuni-
cação mais objetiva e direcionada. Isso 
contribui para a construção de relacio-
namentos sustentáveis ao longo do 
tempo”, descreve. 
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Já no contexto profissional, a es-
pecialista diz que a autoconfiança é 
percebida como uma qualidade de va-
lor. “Isso acontece pois é uma postura 
associada a eficácia no desempenho e 
a liderança assertiva nas relações inter-
pessoais. Indivíduos autoconfiantes são 
mais propensos a assumir riscos calcu-
lados, buscar oportunidades de desen-
volvimento e alcançar metas profissio-
nais”, pontua.
SEJA REALISTA… MAS TENHA 
COMPAIXÃO POR VOCÊ!
Como já dito, estabelecer metas realis-
tas é fundamental, porque ao delinear 
objetivos mensuráveis e alcançáveis, 
fragmentando-os em tarefas menores, 
você pode gradualmente consolidar 
sua confiança à medida que cada eta-
pa é concluída com sucesso. Porém, 
essa não é a única estratégia indica-
da para trabalhar essa segurança em 
você mesmo. 
 “A prática da autocompaixão tam-
bém se revela essencial”, aponta a 
profissional, que explica o porquê da 
afirmação: “Ao adotar uma postura com-
passiva consigo mesmo, reconhecendo 
e aceitando as falhas como oportunida-
des de aprendizado, a autoconfiança é 
cultivada de maneira mais resiliente.” 
E SEJA POSITIVO
Por fim, mas não menos importante, pre-
cisamos valorizar os pensamentos posi-
tivos sobre nós mesmos, e mais que isso, 
desafiar nossa mente quando as ideias 
negativas tomarem conta dela. “Ao ques-
tionar e substituir padrões autodeprecia-
tivos por narrativas mais realistas e cons-
trutivas, a autoconfiança é fortalecida”, 
orienta Larissa. Celebrar conquistas, por 
menores que sejam, é igualmente relevan-
te nesse processo. “Reconhecer e valori-
zar os progressos alcançados contribui 
para a construção de uma autoimagem 
positiva e segura”, conclui a especialista. Ilu
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Texto: Ana Carvalho
AMOR À 
PRIMEIRA VISTA:
MITO OU 
VERDADE?
Fomos desvendar a maior lenda dos contos de fadas
Ilustração: mentalmind/Shutterstock Images
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A MENTE APAIXONADA
O especialista explica que diversas 
áreas do cérebro se ativam para cada 
sentimento afetivo. “Quando há atra-
ção, áreas como amígdala e hipotálamo 
são acionados. Já na paixão, o circuito 
mesolímbico dopaminérgico atua com 
maior intensidade, enquanto no amor de 
longo prazo, gânglios da base e núcleos 
da rafe no tronco cerebral operam com 
maior frequência”, explica. 
É por isso que quando estamos apai-
xonados, ficamos mais elétricos só de 
ver a pessoa que amamos, essa “eletri-
cidade” é fruto das descargas de dopa-
mina, também chamada de hormônio 
da recompensa. Enquanto aquele amor 
de anos é bem mais tranquilo.
“Na paixão à primeira vista, a nora-
drenalina provoca uma sensação de 
extrema expectativa e ansiedade, já a 
dopamina produz uma sensação de 
prazer, e a serotonina em níveis mais 
baixos produz uma escolha obsessiva 
por algo romântico, e é tudo isso que 
causa esse comportamento e sensa-
ção de grande significado já depois de 
um primeiro encontro, por exemplo” 
adiciona o profissional.
EMOCIONADO NÃO, ESTIMULADO!
Se você é do tipo que pensa que encon-
trou o amor da vida ao menos duas vezes 
por ano, saiba que a explicação pode ser 
neurológica! “Pessoas que se apaixo-
nam mais do que outras podem ter uma 
predisposição a um recrutamento mais 
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A h, o amor! Se não é a maior ins-
piração para canções, filmes, 
livros e novelas mundo afora, 
definitivamente está entre as maiores. 
Mas além de ser motivo para tantas cria-
ções, esse sentimento também está li-
gado a diversos mitos e um dos princi-
pais é sobre a existência do amor à 
primeira vista… Mas será que é mito 
mesmo? A Mente Afiada conversou com 
Fernando Gomes, neurocientista e pro-
fessor livre docente da Faculdade de 
Medicina da USP, para descobrir!
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facilitado do circuito mesolímbico dopa-
minérgico, sendo mais sensíveis ao estí-
mulo de afetividade com outra pessoa”, 
explica Fernando. Agora você pode usar 
essa sempre que seus amigos te acusa-
rem de ser emocionado…
MAS E PARA CIÊNCIA: EXISTE OU 
NÃO AMOR À PRIMEIRA VISTA?
Para o terror dos não românticos, a res-
posta é sim! Mas calma. Um exemplo 
entre os animais, é o arganaz do campo, 
que demonstra a formação de um víncu-
lo afetivo duradouro e estável já após o 
primeiro encontro.
“Já entre humanos, só o tempo vai di-
zer se virou amor, mas a atração física é 
a porta de entrada para que isso perdure, 
e ela pode vir com diversas explicações, 
como um rosto familiar, um tom de voz 
ou um determinado padrão de beleza, 
cheiros, enfim, elementos que tragam a 
sensação de familiaridade”, finaliza.
DUAS CURIOSIDADES 
SOBRE AMOR
Um beijo para… Alimentar? Em al-
guns locais da Papua Nova Guiné, na 
Oceania, o beijo serve para que os 
pais mastiguem os alimentos e os 
passem às crianças pequenas. Já en-
tre ospovos inuítes, é o famoso ‘bei-
jo de esquimó’, com os narizes, que 
realmente demonstra intimidade.
Mono vs Não Mono: A discussão 
que reina no X (antigo Twitter), tam-
bém ocupa o reino dos animais… Bem, 
mais ou menos: no time dos mono-
gâmicos, teremos os lobos, cisnes, 
urubus e albatrozes. Já no time dos 
que não terão somente um parceiro 
sexual, estão a maioria dos peixes, 
dos anfíbios e até dos mamíferos. 
Os leopardos, por exemplo, preferem 
uma vida mais solitária e terão par-
ceiros somente enquanto acasalam 
ou criam os filhotes.
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Texto: Ana Kubata
OS DALTÔNICOS
EMOCIONAIS
O transtorno de personalidade antissocial (TPAS) 
gera falta de empatia e torna muito difícil 
construir relações sólidas
transtorno de personalidade 
antissocial (TPAS) é uma de-
sordem neuropsiquiátrica que, 
segundo estudos acadêmicos mais re-
centes, atinge por volta de 1% a 2% da 
população mundial. Isso significa que 
OO uma a cada cem pessoas convive com o 
transtorno e, de acordo com estes dados, 
no Brasil teríamos por volta de 2 a 4 mi-
lhões dessas pessoas que, tomando aqui 
uma liberdade com as palavras, podemos 
chamar de ‘daltônicos emocionais’.
Ilustração: woocat/Shutterstock Images
INÊS249 
O QUE É O TPAS 
Segundo Danielle H. Admoni, psiquiatra 
geral e da Infância e Adolescência, pes-
quisadora e supervisora na residência 
de Psiquiatria da Universidade Federal 
de São Paulo (UNIFESP/EPM) e espe-
cialista pela ABP (Associação Brasilei-
ra de Psiquiatria), o transtorno de per-
sonalidade antissocial acompanha a 
pessoa ao longo da vida. “Basicamen-
te, o indivíduo sente dificuldade de se 
relacionar e ter empatia com as outras 
pessoas”, explica a médica.
 
“O que mais chama a atenção 
é essa falta de empatia que 
nós, como seres humanos, que 
convivemos em sociedade, 
obrigatoriamente precisamos ter.” 
A FALTA DE EMPATIA 
Assim, quem é portador do TPAS opta 
por fazer tudo em sua vida para benefí-
cio próprio, mesmo que isso signifique 
‘passar por cima’ de outras pessoas e 
machucá-las, às vezes até fisicamente. Ilu
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“É como se ela fosse o centro do univer-
so e os outros estivessem ali em fun-
ção dela”, acrescenta Danielle. 
 Segundo a psiquiatra, algumas pes-
soas com o transtorno de personalidade 
antissocial são muito inteligentes e con-
seguem conviver em sociedade, mas, na 
verdade, não têm relações sólidas, se-
jam afetivas ou de amizade. “Às vezes 
podem até acabar cometendo crimes, 
para justificar o que elas acham certo, 
tudo em benefício próprio”, aponta.
TRAUMAS DO LAR
Ainda de acordo com Danielle, não há 
estudos suficientes que definam, de 
fato, a possível causa do TPAS nos indi-
víduos, o que existem são algumas teo-
rias. “Sabemos que se você tem pai ou 
mãe com transtorno de personalidade, 
tem uma chance maior de ter também. 
Ou se sofreu algum trauma importante 
na infância, como um abandono, uma 
violência muito grave ou uso de subs-
tâncias na gestação. Mas ainda não há 
nada bem definido.” 
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ta a profissional. “É importante buscar 
psicoterapia, a terapia analítica, ou a 
Cognitivo-Comportamental (TCC), e a 
orientação familiar. As pessoas têm que 
aprender a lidar com essa pessoa, mas 
não há uma cura, é algo que acompanha 
a pessoa ao longo da vida”, conclui.
“O que sabemos é que essas 
pessoas dificilmente vêm de 
famílias funcionais e amorosas, 
em geral têm uma história familiar 
na infância bastante difícil.” 
NÃO É TEA!
Há uma confusão bastante equi-
vocada do senso comum que re-
laciona o transtorno de personali-
dade antissocial com o transtorno 
do espectro autista. A psiquiatra 
especialista explica que são condi-
ções completamente diferentes. “A 
pessoa com espectro autista tem 
uma cognição social alterada do 
outro, podendo ter dificuldade em 
compreender as emoções alheias. 
Mas é bem diferente do antisso-
cial, porque no primeiro caso exis-
te, sim, uma empatia, não é alguém 
que justifica as coisas apenas den-
tro do que ela acredita”, detalha.
 “Uma coisa é o transtorno de per-
sonalidade antissocial, onde não 
existe empatia em relação ao outro, 
e outra é o transtorno do espectro 
autista, onde existe empatia, mas 
há uma dificuldade de compreen-
são do outro”, reforça Danielle.
TEM CURA?
Infelizmente, não há cura para o trans-
torno de personalidade antissocial, que 
pode acompanhar a pessoa durante 
toda a vida. Mas tem, sim, como alcan-
çar algum tipo de melhora, como orien-
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Texto: Ana Kubata
O PERIGO DE DAR 
VOZ A QUEM NÃO 
SABE O QUE FALA
Ao mesmo tempo em que há muita informação 
importante sendo democratizada, a internet deixa 
o caminho livre para a desinformação
Que as redes sociais abriram 
um leque de possibilidades 
para buscar informação, não 
dá pra negar. O ambiente vir-
tual é um espaço onde profissionais, 
pesquisadores e estudiosos sobre de-
terminados temas podem utilizar como 
AA
meio de compartilhar conhecimentos, 
descobertas, e até criar um espaço para 
discussão - e tudo isso é muito positi-
vo quando pensamos em democratizar 
sabedoria. Mas será que essa liberdade 
realmente tem gerado bons resultados? 
Muitas vezes, não.
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ONDE O PROBLEMA COMEÇA
Apesar da informação chegar fácil, há 
também o outro lado da moeda, em que 
muitas pessoas aproveitam essa liber-
dade de forma equivocada e até prejudi-
cial. Quem nunca rolou o feed e se depa-
rou com algum conteúdo sobre saúde, 
política, ou até questões de comporta-
mento, vindo de alguém sem nenhuma 
propriedade para falar sobre o assunto? 
Ou pior, alguém com autoridade, mas 
passando informações incorretas? É so-
bre isso que vamos falar aqui. 
MOVIMENTO DE
DESCREDIBILIZAÇÃO
O sociólogo, filósofo e escritor Luiz Feli-
pe Gonçalves diz que devemos levar em 
conta que até certo tempo atrás - antes 
do advento e crescimento desenfreado 
da internet e suas tecnologias - quem 
detinha o monopólio da informação e 
de criação de paradigmas eram institui-
ções oficiais. “Com a fragmentação dos 
canais de comunicação, a sociedade 
vem perdendo as referências desses pa-
radigmas, e por isso buscam seus valo-
res de outras formas “outras formas, em 
outros meios”, comenta o profissional.
 Em outras palavras, significa que, 
para que isso tenha ocorrido (e continue), 
as instituições de autoridade em um as-
sunto específico passaram a ser desa-
creditadas, principalmente por meio de 
teorias da conspiração. “Na pandemia 
da COVID-19, por exemplo, vimos ata-
ques à credibilidade das instituições de 
saúde, desde a OMS, até à própria ciên-
cia”, pontua Luiz.Ilu
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“Ao minar as fontes de referência, 
cria-se um vácuo para que novas 
referências sejam imputadas. 
E como as fontes hoje são 
fragmentadas e de nicho, criam-se 
quantas verdades são desejadas.” 
A FONTE DO PROBLEMA
Para Luiz Gonçalves, as redes sociais 
têm um papel central nessa proble-
mática por três principais motivos: 
1 dissemina o enfraquecimento de 
instituições de autoridade cien-
tífica;
2 oferece os meios para que in-
formações alternativas sejam 
publicadas; 
3 repete para o público insistente-
mente as informações desejadas 
– e não necessariamente as verda-
deiras – por meio dos algoritmos. 
 “Além disso, os algoritmos pro-
movem uma polarização: não só o 
leigo, paradoxalmente, formula uma 
opinião sobre uma verdade científica, 
mas também cria hostilidade contra 
quem pensa diferente”, acrescenta o 
sociólogo. 
É ‘FÁCIL’ FALAR QUALQUER 
COISA, EM QUALQUER LUGAR
Luiz Felipe Carvalho, formado em neu-
rociências pela Logos University Inter-
national, traz uma visão complemen-
tar sobre o assunto, e concorda que a 
tecnologia foi o grande fator que im-
pulsionou esse processo.“A facilidade 
em se ter um palanque virtual para fa-
lar com milhares, às vezes até milhões 
de pessoas, permite suprir a necessi-
dade - já desregulada - de dopamina de 
uma forma muito negativa”, destaca. 
 Ele também alerta para os riscos 
cognitivos e a longo prazo que esse com-
portamento pode causar. “A repetição 
de discursos rasos contribui para a dis-
seminação de informações incorretas, 
o que prejudica a tomada de decisões 
bem fundamentadas e a compreensão 
adequada de determinados temas, além 
de limitar a percepção da pessoa sobre 
temas importantes.”
OS APROVEITADORES 
ESTÃO ON-LINE
Para Luiz Carvalho, muitas pessoas que 
disseminam essas pseudoinformações 
fazem isso de forma quase que… ino-
cente. Não há maldade, a princípio, nes-
sa atitude. “Elas acreditam que estão 
ajudando outras pessoas, e se sentem 
impelidas a compartilhar justamente 
por elementos usados no conteúdo, 
como gatilhos mentais estratégicos”, 
aponta o neurocientista.
 Por isso é preciso tomar muito cui-
dado com o conteúdo consumido, pois 
a internet está cheia de gente que só 
quer se aproveitar da desinformação 
ou ingenuidade alheia, e utilizam sua 
imagem e voz para mentir, alienar e até 
aplicar golpes (emocionais ou financei-
INÊS249 
ros). “Muitos praticam manipulação de-
liberada e como, na maioria das vezes 
não há ganho direto, o grande objetivo 
é chamar a atenção.”
É CONFORTÁVEL 
PERMANECER NO ERRO
O sociólogo Luiz Gonçalves também 
atribui essa onda de desinformação a 
um outro viés, o de que as ‘verdades’, ao 
contrário do que podemos pensar, têm 
muito mais apelo à emoção do que à ra-
zão. “As pessoas preferem estar certas 
do que erradas”, pontua. Além disso, a 
base para que as pessoas formem uma 
opinião costuma ser mais pautada na 
própria experiência, do que na análise 
de várias outras, como seria feito em um 
trabalho científico mais rigoroso. 
 Como exemplo, Luiz cita um pensa-
mento muito compartilhado no senso co-
mum: “A avó da minha vizinha fumou a 
vida inteira, e nunca teve nenhum proble-
ma de saúde”. De acordo com ele, essa 
tendência é uma porta aberta a vieses de 
confirmação. “Ser contrariado por uma 
verdade científica pode pressionar por 
uma mudança de hábitos, de ideologias, 
de igreja, etc. Dessa forma, buscamos in-
formações que confirmem os conceitos 
ou hábitos que já temos”, explica.
 
O EFEITO DUNNING-KRUEGER: 
JÁ OUVIU FALAR? 
Para elucidar um pouco mais esse ce-
nário, Luiz Gonçalves contou a história 
do estudo feito por dois cientistas: David 
Dunning e Justin Krueger. Foram feitos 
dois testes para dois grupos diferentes, 
sendo um para especialistas e outro 
para não-especialistas sobre um deter-
minado assunto. 
 Um teste era sobre o quanto a pessoa 
achava que sabia sobre a matéria, e o outro 
era um teste de proficiência sobre o tema 
em questão. “Obviamente, os especialis-
tas foram muito melhor que os leigos na 
proficiência, e, surpreendentemente, pior 
no quanto achavam que sabiam sobre o 
assunto”, pontua o sociólogo. 
“A conclusão do Efeito Dunning-
Krueger é: quanto menos se sabe 
sobre algo, mais se acha que se 
sabe, e vice-versa.”
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Texto: Fernanda Villas Bôas
JEJUM DE 
DOPAMINA:
FUNCIONA 
OU NÃO?
Entenda como essa substância do cérebro interfere nos 
comportamentos impulsivos e saiba como se programar 
para garantir mais saúde mental
S erá que uma mudança de há-
bitos pode regular a ação dos 
neurotransmissores a ponto 
de promover uma melhoria no funcio-
namento do cérebro? Essa é uma per-
gunta de milhões! A resposta, que não 
é tão simples, vem gerando um debate 
entre defensores e opositores de um 
método que ficou conhecido como je-
jum de dopamina.
Tudo começou em 2019. Naquele 
ano, o psiquiatra estadunidense Came-
ron Sepah, da Universidade da Califórnia, 
em São Francisco (EUA), publicou um 
estudo em que defendeu um método – 
o jejum de dopamina. Ele propôs que as 
pessoas reduzissem comportamentos 
considerados impulsivos, capazes de 
atrapalhar o dia a dia e o próprio equilí-
brio emocional. E listou uma relação de 
atividades, associadas à sensação de 
bem-estar, que poderiam se transformar 
em vícios: comer para aliviar dores emo-
cionais; acessar a internet para jogar ou 
verificar redes sociais; fazer compras 
num ritmo excessivo; consumir mate-
rial pornográfico regularmente; buscar 
novidades a todo instante (sobretudo, 
no meio digital); e usar drogas com fi-
nalidade recreativa.
INÊS249 
nervoso central. Também chamada de 
mensageiro químico, ela é responsável 
por diferentes funções cerebrais, como 
controle de movimentos, capacidade de 
concentração, formulação de desejos 
e ativação de impulsos. E também por 
uma função que deve ter interessado ao 
autor da expressão “jejum de dopami-
na”: a motivação.
Motivação gera prazer, bem-estar. 
Por exemplo: quando você começa a 
fazer exercícios físicos e nota a perda 
de quilos na balança, pode sentir um 
entusiasmo redobrado para continuar 
batendo ponto na academia e pres-
tar mais atenção ao que come. Nesse 
caso, tanto o treino quanto a refeição 
serão detonadores de gratificação, por-
que estarão carregando um propósito 
– a tal motivação. 
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Em outras palavras, se as pessoas 
passassem, por exemplo, a restringir 
o uso do celular e revisassem a quali-
dade da alimentação poderiam inibir a 
dependência que os abusos dessas ati-
vidades provocam. Sepah fez mais: re-
comendou a aplicação da chamada te-
rapia cognitiva-comportamental (TCC) 
para fundamentar seu método. Essa 
abordagem psicoterapêutica, criada 
nos anos 1960, convida o paciente a 
modificar pensamentos e atitudes para 
aliviar o sofrimento emocional. 
GATILHO DO PRAZER
E o que isso tem a ver com a dopamina? 
Tudo. Mas vamos por partes. Dopami-
na é um neurotransmissor, ou seja, um 
composto que articula a comunicação 
entre os neurônios, as células do sistema 
INÊS249 
Da mesma forma, ler um bom livro 
pode incrementar o repertório intelectual, 
o que talvez não aconteça se dedicarmos 
horas e horas do nosso tempo livre aos 
joguinhos virtuais. Nas duas situações, o 
cérebro vai responder com gratificação 
– cabe a cada um discernir o que é mais 
favorável para a saúde física e mental.
Isso significa que o tal jejum de do-
pamina, de fato, funciona? Ou seja, ele-
ger atividades cotidianas associadas a 
satisfações menos instantâneas pode 
mesmo melhorar o funcionamento do 
cérebro? “Recompensas fáceis e imedia-
tas, como prazeres que não requerem 
esforço, podem, de fato, sequestrar o 
nosso processamento cerebral e reduzir 
nossa motivação para gestos construti-
vos mais complexos, que só trariam be-
nefícios mais adiante”, explica Bruno.
Faz parte dessas recompensas fá-
ceis tudo o que foi relacionado pelo psi-
quiatra californiano como atividades vi-
ciantes, incluindo excesso de álcool, de 
smartphone e até de estímulos sexuais.Ilu
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Isso acontece, porque a dopamina 
está vinculada ao sistema de recom-
pensa do cérebro. Porém, não é papel 
do cérebro atribuir valor ou hierarquizar 
o tipo de estímulo ao qual iremos rea-
gir. Ou seja, treinar na academia pode 
ser tão satisfatório como devorar um 
prato de salgadinhos fritos em frente à 
TV. Nos dois casos, lembrar essa expe-
riência pode nos levar a repeti-la para 
reconquistar a sensação de prazer, cer-
to? Depende.
“Quando nos mantemos motivados 
para alcançar um objetivo e, assim, es-
tabelecemos disciplina, aí está uma 
das atividades da dopamina”, esclare-
ce o médico neurocirurgião funcional 
com formação pelas universidades de 
Oxford e Florida, Bruno Burjaili. Ele ensi-
na que, para priorizar práticas que pro-
vocam bem-estar, é preciso reconhecer 
os resultados positivos que decorrem 
de cada uma delas. Assim, frequentar a 
academia é benéfico para a saúde; co-
mer de forma descontrolada, não. 
QUÍMICA DO CÉREBROFELIZ
Ocitocina Serotonina Endorfina Dopamina
INÊS249 
ERRO DE INTERPRETAÇÃO
Mas é claro que isso não significa ra-
dicalizar e manter distância eterna de 
uma sobremesa saborosa ou do sho-
pping em semana de liquidação. O se-
gredo, dizem os especialistas, é a pon-
deração. Por isso, o jejum sugerido pelo 
médico não é exatamente uma absten-
ção de rotinas que geram prazer, e sim 
um controle dessas rotinas.
O fato é que nem todo mundo enten-
deu assim quando Cameron Sepah divul-
gou o jejum de dopamina. Nos últimos 
anos, a proposta do psiquiatra se trans-
formou em um atalho para alavancar a 
produtividade entre os profissionais do 
Vale do Silício, em São Francisco, reco-
nhecido como um dos principais pólos 
tecnológicos do mundo.
Muitos desses profissionais levaram 
as instruções de Sepah ao pé da letra e 
passaram a avaliar a possibilidade de 
espaçar mais as atividades prazerosas 
entre os compromissos diários, ava-
liando que menos celular, menos sexo 
e menos diversões interativas elevaria 
a qualidade dessas experiências cada 
vez que elas fossem retomadas, já que 
eles estariam “estocando” dopamina 
no cérebro.
Acreditaram também que essa de-
sintoxicação de prazeres poderia fa-
vorecer as ações cognitivas, já que as 
distrações as encolheriam, o que seria 
muito oportuno para quem deseja tra-
balhar mais e melhor num ambiente al-
tamente competitivo.
8 CURIOSIDADES SOBRE A 
DOPAMINA
1. É um neurotransmissor. Ou seja, faz 
a comunicação entre os neurônios;
2. Movimentos, desejos, impulsos, 
prazer e concentração dependem da 
dopamina;
3. À medida que envelhecemos, os ní-
veis de dopamina no cérebro caem. Na 
verdade, o envelhecimento afeta o fun-
cionamento cerebral como um todo;
4. A produção de dopamina é redu-
zida em pessoas que desenvolvem 
Parkinson. Também há disfunção da 
dopamina em quem apresenta TDAH 
(Transtorno do Déficit de Atenção e Hi-
peratividade) e dependência química;
5. A dopamina foi descoberta em 
1959 pelo farmacologista sueco Ar-
vid Carlsson;
6. Essa descoberta rendeu um prêmio 
Nobel de Medicina e Fisiologia a Carl-
sson, uma vez que fomentou a pesqui-
sa de medicamentos contra a doença 
de Parkinson;
7. O tratamento de pessoas que so-
frem de Parkinson com movimentos
comprometidos inclui uma espécie de 
reposição da dopamina: o levodopa;
8. O uso experimental de levodopa 
em pacientes com Parkinson aparece 
no filme Tempo de Despertar (1991), 
com Robert de Niro no papel do pa-
ciente e Robin Williams como o médi-
co que administra a medicação. Eles 
protagonizam uma amizade marcada 
por reveses, surpresas e superações.
INÊS249 
Sepah tratou logo de desfazer o mal-
-entendido. No Health Blog, que perten-
ce à Faculdade de Medicina da Univer-
sidade de Harvard (EUA), aparece um 
trecho de uma entrevista em que ele 
comenta a interpretação equivocada 
do seu método. O psiquiatra admite ter 
criado um título atraente para despertar 
o interesse das pessoas, sem imaginar 
que elas absorveriam o sentido literal 
da expressão “jejum de dopamina” (em 
inglês, dopamine fasting).
O blog reforça que, apesar de o nível 
de dopamina aumentar no cérebro após 
a realização de uma prática que gera 
satisfação, o inverso não é verdadeiro: 
“A dopamina não diminui quando você 
evita atividades superestimulantes, por-
tanto, um ´jejum´ de dopamina não re-
duz, de fato, os níveis de dopamina”.
APRENDA A APROVEITAR 
O MÉTODO
Uma vez que a abstenção de atividades 
prazerosas não é o caminho para o cé-
rebro funcionar melhor, como utilizar 
de maneira prática o jejum de dopami-
na? O blog da Universidade de Harvard 
destaca que Cameron Sepah aconselha 
pequenas ações no dia a dia. O mais 
indicado é que essas ações não pertur-
bem nem descaracterizem o estilo de 
vida de cada um.
Uma das sugestões é se afastar das 
práticas viciantes uma a quatro horas 
por dia. Outra alternativa é eleger o sába-
do ou o domingo para não utilizar a inter-
net nem fazer compras desnecessárias. 
Nesse dia, o ideal seria interagir mais 
com pessoas próximas, visitar parques, 
ler, meditar, ouvir música e experimentar 
treinamentos que expandam a espiritua-
lidade ou promovam vivências de sensi-
bilização – terapias corporais, escutas, 
artesanato. Dessa forma, ficaria muito 
mais fácil estreitar o contato com gente 
querida, alegrar-se com coisas simples, 
praticar o autoconhecimento e, finalmen-
te, assumir o controle da própria vida.
SEIS HÁBITOS VICIANTES
O método jejum de dopamina propõe 
a redução das seguintes atividades:
• Comer para aliviar sofrimento ou 
pressão emocional;
• Acessar a internet por longos 
períodos para jogar ou acompanhar 
redes sociais;
• Comprar compulsivamente;
• Consumir material pornográfico 
com regularidade;
• Dar vazão à avidez por novida-
des (bombardeio de informações)
• Usar drogas recreativas.
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SAÚDE EMOCIONAL EXIGE
EXERCÍCIO DE CONCILIAÇÃO
Como preservar a saúde emocional 
diante de tantos estímulos, sobretu-
do tecnológicos? “Em uma palavra, 
amor”, diz o neurocirurgião Bruno 
Burjaili. Ele compreende esse termo 
como um exercício de conciliação. 
“Devemos entender o amor como a 
nossa capacidade de sustentar con-
tradições e analisá-las sem impulso, 
por um desfecho melhor para o todo”.
Pense numa torta holandesa: ela é 
apetitosa, vistosa, convidativa. O lado 
instintivo do seu cérebro vai forçar 
você a consumi-la: a ingestão de açú-
car combinado com gordura represen-
ta uma explosão de prazer ao paladar. 
“Mas esse doce pode atrapalhar uma 
refeição balanceada e predispor à obe-
sidade se for consumido no momento 
errado e em excesso. Com isso, em 
última instância, ser um passo para o 
infarto, o AVC (acidente vascular cere-
bral), o câncer”, adverte o médico. Ou 
seja, o melhor é reconsiderar e ouvir 
aquele outro lado do cérebro que en-
coraja decisões racionais.
Burjaili compara o cérebro a uma 
orquestra com vários músicos, que 
tocam instrumentos diferentes e 
acompanham partituras distintas. 
Devemos regê-la com sabedoria e 
sensibilidade: “Um bom maestro 
consegue dirigir esse processo para 
que a música seja agradável ao final. 
Redes cerebrais brigando geram dor 
e infelicidade. A saúde mental depen-
de da nossa capacidade de construir 
pontes produtivas entre elas para 
que possam processar informações 
em conjunto, em paz”.
“Redes cerebrais brigando geram dor e infelicidade. A saúde mental 
depende da nossa capacidade de construir pontes produtivas entre elas.”
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Texto: Gabrielle Aguiar
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GREEN FLAGS
QUE QUEREMOS!
Saiba como reconhecer os sinais de que 
o seu relacionamento é saudável
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es A internet adora fazer brincadei-
ras de como ignoramos as red 
flags, ou bandeiras vermelhas 
em tradução literal, de alguém, o que 
faz com que, muitas vezes, entremos 
em relacionamentos que não são sau-
dáveis. Mas se o certo é que fiquemos 
atentos as red flags, para que possa-
mos fugir a qualquer sinal de que algo 
está errado, também devemos prestar 
atenção às green flags – bandeiras ver-
des – para podermos identificar os si-
nais positivos de que o relacionamento 
é saudável.
Se você já sofreu muito no amor, a 
Mente Afiada pediu ajuda a Karine Bon-
fim Pereira, psicóloga supervisora da 
Conexa, ecossistema digital de saúde 
integral, para te ensinar os pontos que 
devemos reconhecer.
INÊS249 
feitas de pessoas reais. É importante 
entender o que faz parte de uma relação 
saudável, incluindo desentendimentos 
e discordâncias, e reconhecer aquilo 
que ultrapassa os limites do respeito e 
da individualidade de cada membro da 
relação”, indica.
NÃO ESTOU VENDO!
Assim como temos dificuldade para re-
conhecer as red flags de alguém,nós 
também temos dificuldade em reconhe-
cer um relacionamento saudável, que 
nos faz bem. Mas por que isso aconte-
ce? Karine explica que os modelos de 
relacionamento na atualidade muito se 
assemelham à lógica descrita pelo fi-
lósofo Zygmunt Bauman em sua obra 
Amor Líquido, de 2003. 
“Neste livro, o autor explora a fragili-
dade das relações humanas, permeadas 
por incerteza e ausência de compromis-
so, além de serem facilmente voláteis. 
Isso gera uma percepção previamente 
negativa sobre o modo de se relacionar 
e de perceber a interação com o outro, 
fazendo as pessoas ficarem mais de-
fendidas com a ideia de se entregar a 
uma relação. Neste estado defensivo, 
é mais fácil esperar sempre pelo ‘pior’, 
como uma forma de defesa, impossibili-
tando enxergar aquilo que é benéfico, as 
green flags. Além disso, quando aspec-
tos positivos são percebidos, podem ser 
vistos com certa suspeita, refletindo a 
dificuldade de estabelecer uma relação 
de confiança entre as pessoas.”
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QUAIS SÃO AS GREEN FLAGS 
PARA RECONHECER QUE O 
RELACIONAMENTO É SAUDÁVEL? 
“Acredito que um relacionamento sau-
dável é aquele que, em essência, os par-
ceiros respeitam a individualidade um 
do outro, mutuamente”, pontua a psicó-
loga. “É um ambiente em que você pode 
ser autêntico, sem medo do julgamento 
ou sem precisar se moldar ao desejo do 
outro, sentindo-se bem consigo mes-
mo, confiante e seguro”, completa.
Em resumo, Karine indica que o me-
lhor “indicador” para saber se um rela-
cionamento é ou não saudável está em 
perceber como essa relação influencia 
seu bem-estar. A resposta para essa 
pergunta está dentro de cada um que 
está lendo essa matéria, e apenas você 
poderá respondê-la. “Isso não significa 
que 100% do tempo nos sentiremos 
bem e satisfeitos, afinal, relações são 
INÊS249 
que leva à repetição de padrões anterio-
res. O processo terapêutico, neste sen-
tido, também é um excelente espaço na 
compreensão desse aspecto, uma vez 
que oferece a possibilidade de identifi-
car as origens e influências que impac-
tam em suas escolhas atuais. Por meio 
da terapia, é possível identificar traumas 
e modelos anteriores de relacionamen-
to presentes na história do indivíduo, au-
xiliando na construção de insights para 
lidar de forma mais consciente na es-
colha de um parceiro, promovendo mu-
danças significativas, rumo a uma rela-
ção mais saudável”, finaliza.
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VOCÊ MERECE!
Muitas pessoas que passaram por re-
lações ruins enfrentam dificuldades 
em entender que merecem estar em 
um novo relacionamento, mas dessa 
vez saudável. A psicóloga explica que 
para reverter esse pensamento, a me-
lhor pergunta para iniciar uma reflexão 
é: “Por que você acredita que merece 
algo tão negativo? Por que você mere-
ceria um relacionamento ruim, que te 
faz sentir mal?”.
“Com frequência, estar em relacio-
namentos tóxicos leva as pessoas a 
se sentirem responsáveis e culpadas 
pelos comportamentos prejudiciais do 
parceiro. Nestas relações, o parceiro 
tóxico pode transferir ao outro a culpa 
por seus comportamentos impulsivos 
e agressivos, fazendo com que a outra 
pessoa sinta-se mal, por erros e agres-
sões (de qual natureza forem) que lhe 
são infligidas. O processo psicotera-
pêutico é um potente aliado na recons-
trução da autoestima, autoconfiança e 
na quebra destas crenças que ficam 
enraizadas. Ao compreender e valo-
rizar suas qualidades, você fortale-
ce sua autoestima e passa a buscar 
relacionamentos que estejam ali-
nhados com seus valores e desejos.”
ADEUS, PADRÕES REPETITIVOS
E para finalizar essa matéria, Karine ofe-
rece uma dica de ouro para evitar come-
ter padrões repetitivos em novos relacio-
namentos. “É necessário compreender o 
INÊS249 
Texto: Gabrielle Aguiar
ada nos motiva mais do que
 uma boa história de sucesso 
alheio. “Brasileira realizou seu 
sonho de abrir o restaurante na França!”, 
dá até um arrepio, né? Mas, cadê a parte 
em que ela fracassou diversas vezes an-
tes de chegar ao sucesso?
NN Isso é o que a psicologia chama de 
“viés de sobrevivência”, que, de acordo 
com Tatiane Paula, Psicóloga Clínica, é 
uma tendência psicológica em focar nas 
histórias de sucesso e ignorar as expe-
riências de fracasso. “Essa teoria desta-
ca como nossa mente é naturalmente Ilu
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HISTÓRIAS DE 
SUCESSO
TE MOTIVAM?
A psicologia vê o “viés de sobrevivência” 
como um fenômeno que pode supervalorizar 
o sucesso e subestimar o fracasso
INÊS249 
inclinada a se concentrar nas narrativas 
positivas, muitas vezes deixando de lado 
os desafios e as dificuldades encontra-
das no caminho para o sucesso”, pontua.
OK, MAS ISSO É BOM OU RUIM?
É muito ruim! Tatiane te explica o porquê: 
“Focar apenas em histórias de sucesso 
pode ser perigoso, pois cria expectativas 
irreais e nos deixa despreparados para 
lidar com falhas e frustrações. É impor-
tante reconhecer que o sucesso, muitas 
vezes, vem acompanhado de tentativas 
fracassadas e que a falha também é uma 
parte importante do processo de aprendi-
zado e crescimento”.
 Para a especialista, evitamos olhar 
para histórias de fracasso, muitas vezes, 
por medo de nos sentirmos desencora-
jados ou de repetir os mesmos erros. “A 
sociedade nos pressiona a buscar cons-
tantemente o sucesso, o que pode nos 
levar a evitar confrontar nossas próprias 
falhas. No entanto, entender e aprender 
com os fracassos é crucial para 
o crescimento pessoal e profis-
sional”, diz.
 Além disso, a psicó-
loga enfatiza a impor-
tância de desenvolver 
habilidades cognitivas para lidar com a 
pressão social em relação ao conceito 
de sucesso, e também para gerenciar 
nossas próprias frustrações. “Entendo 
que lidar com frustrações é uma parte es-
sencial do processo de autodescoberta e 
crescimento emocional”, completa.
MAS, PODEMOS USAR PARA 
O LADO POSITIVO
Histórias de sucesso de outras pessoas 
podem nos inspirar, motivar e ensinar li-
ções valiosas.“No entanto, é importante 
lembrar que cada jornada é única e que 
o sucesso de outra pessoa não garante 
o mesmo resultado para nós. Comparar 
nossas vidas com as dos outros pode ser 
prejudicial, pois cada um tem seu próprio 
ritmo e desafios a enfrentar”, enfatiza.
 Tatiane conta que podemos apren-
der a olhar para os dois lados de uma 
mesma história praticando a resiliência 
e a flexibilidade mental, mas o que isso 
significa? “significa reconhecer tanto os 
sucessos quanto os fracas-
sos como oportunidades de 
aprendizado, desenvolven-
do uma mentalidade de 
crescimento que nos 
permite adaptar-nos Ilu
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às circunstâncias e enfrentar os desafios 
com confiança e determinação.”
DICAS!
Tatiane separou algumas dicas para en-
carar histórias de sucesso de uma ma-
neira que não nos influencie negativa-
mente, mas sim como parte do processo 
de amadurecimento emocional, incluindo 
sucesso e fracassos.
• Desenvolver pensamento crítico: Uma 
das melhores maneiras de lidar com o 
viés de sobrevivência é cultivar o pensa-
mento crítico. “Isso envolve questionar 
ativamente as histórias de sucesso que 
encontramos e analisar cuidadosamente 
o contexto em que ocorreram. Ao fazer 
isso, podemos evitar cair na armadilha de 
pensar que o sucesso é a norma e o fra-
casso é uma anomalia.”
• Praticar a autoconsciência: É importan-
te estar ciente de nossas próprias tendên-
cias cognitivas e emocionais. “Reconhe-
cer quando estamos sendo influenciados 
pelo viés de sobrevivência nos permite to-
mar medidas para corrigir esses padrões 
de pensamento e tomar decisões mais 
informadas.”
• Buscar diversidade de experiências: 
Expor-nos a uma variedade de experiên-
cias e perspectivas nos ajuda a obter 
uma visão mais equilibrada da realidade. 
“Isso inclui diversificar as fontes de infor-
mação que consumimos e buscar fee-
dbackde pessoas com diferentes pontos 
de vista. Ao fazer isso, podemos evitar a 
armadilha de nos concentrarmos apenas 
em histórias de sucesso isoladas.”
• Praticar a aceitação: Aceitar que o su-
cesso nem sempre é garantido e que o 
fracasso faz parte do processo de cresci-
mento e aprendizado é fundamental para 
desenvolver uma mentalidade resiliente. 
“Em vez de temer o fracasso, podemos 
aprender a vê-lo como uma oportunidade 
de crescimento e autodesenvolvimento.”
• Buscar apoio profissional: Por fim, bus-
car apoio profissional de um psicólogo 
clínico pode ser extremamente benéfico 
para lidar com questões relacionadas ao 
viés de sobrevivência e outros padrões 
de pensamento enviesados. “Um psicó-
logo pode fornecer orientação personali-
zada e técnicas específicas para ajudar a 
desenvolver uma perspectiva mais equili-
brada e saudável em relação ao sucesso 
e ao fracasso.”
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	Capa
	Editorial e Índice
	Mapa da mente
	Autoconfiança não nasce, é construída
	Amor à primeira vista: mito ou verdade?
	Os daltônicos emocionais
	O perigo de dar voz a quem não sabe o que fala
	Jejum de dopamina: funciona ou não?
	São as green flags que queremos!
	Histórias de sucesso te motivam?

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