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Demonstrações contábeis e sua análise Ficha Técnica MINISTÉRIO DE TRABALHO Ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira Secretário de Políticas Públicas de Emprego Leonardo José Arantes Diretor do Departamento de Políticas de Empregabilidade Higino Brito Vieira Chefe da Assessoria de Comunicação Social (ASCOM) Angelo Marcio Fernandes de Sousa Filho UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Reitora Márcia Abrahão Moura Vice-reitor Enrique Huelva Decana de Pesquisa e Inovação Maria Emília Machado Telles Walter Decana de Extensão Olgamir Amancia Coordenação do Projeto Qualifica Brasil Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da Costa (Coordenadora Geral) Wilsa Maria Ramos Valdir Adilson Steinke Luis Fernando Ramos Molinaro Humberto Abdalla Júnior Rafael Timóteo de Sousa Jr Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia – IBICT Cecília Leite - Diretora Tiago Emmanuel Nunes Braga Realização Instituto de Artes (IDA-UnB), Instituto de Psicologia (IP-UnB), Instituto de Letras (LET-UnB), Departamento de Engenharia Elétrica (ENE – UnB), Departamento de Geografia (GEA – UnB), Faculdade de Ciência da Informação (FCI-UnB). Apoio Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC-MEC) Gestão de Negócios e Tecnologia da Informação Loureine Rapôso Oliveira Garcez Wellington Lima de Jesus Filho Coordenação da Unidade de Pedagogia Danielle Xabregas Pamplona Nogueira Lívia Veleda Sousa e Melo Gerente do Núcleo de Produção de Materiais Rute Nogueira de Morais Bicalho Autor César Augusto Tibúrcio Silva Equipe de Designer Instrucional Rute Nogueira de Morais Bicalho Janaína Angelina Teixeira Márlon Cavalcanti Lima Simone Escalante Bordallo Virgínia Maria Soares de Almeida Marcus Vinicius Carneiro Magalhães Revisor ortográfico Samantha Resende Nascimento Ilustrador Ana Maria Silva Sena Pereira Desenvolvedor de Vídeos Animados Paulo Fernando Santos Nisio Desenvolvedor de Ambiente Virtual de Aprendizagem Osvaldo Corrêa Projeto Gráfico Márlon Cavalcanti Lima Este material foi produzido por conteudista(s) da Universidade de Brasília (UnB) exclusivamente para a Escola do Trabalhador. Licença de uso e compartilhamento Creative Commons Atribuição-Não Comercial – Sem Derivações 4.0 Internacional. http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ O que você vai estudar As Informações contábeis de uma empresa Tema 2Tema 1 As demonstrações de uma empresa Tema 3 Outras informações relevantes Tema 4 Análise das demonstrações contábeis Olá. Você sabia que a contabilidade corresponde a principal fonte de informação financeira de uma empresa? Conhecer os produtos gerados pela contabilidade é muito importante para concessão de crédito numa instituição financeira, selecionar um investimento numa empresa e até mesmo verificar as chances de uma empresa estar operando nos próximos anos. Este curso é para aqueles que desejam entender as principais informações contábeis. Isto é muito importante para aqueles que desejam uma colocação no mercado de trabalho onde trabalhar com a contabilidade é relevante. O objetivo geral do curso é apresentar as informações contidas nas demonstrações contábeis de uma empresa. Apresentação Balanço Patrimonial As principais informações contábeis divulgadas por uma empresa são: • o balanço patrimonial; • a demonstração do resultado do exercício; • a demonstração dos fluxos de caixa; • a demonstração das mutações do patrimônio líquido. Além destas 4 demonstrações, uma empresa pode divulgar informações sobre a mesma sobre a forma textual através do relatório da administração, do relatório do auditor independente e das notas explicativas. Ao longo do curso iremos tratar deste conjunto de informação. Esta listagem de informações pode variar conforme o tipo de empresa (empresa, organização sem fins lucrativos, etc.), o setor de atuação, entre outras variáveis. Este curso vai mostrar o tipo de informação que o usuário pode obter e como interpretar os resultados. Tema 1 As informações contábeis de uma empresa As questões norteadoras do curso são: que tipo de informação estão contidas das principais demonstrações contábeis?; quais as relações existentes entres estas demonstrações?; que tipo de conteúdo pode estar contido nas informações sob a forma textual (relatório da administração, do auditor independente e notas explicativas)? Para estudar essas informações iremos partir das demonstrações contábeis apresentadas por uma empresa. Uma observação importante: nem todas empresas apresentam todas estas informações. A contabilidade diz respeito ao registro e consolidação dos eventos que ocorreram numa determinada empresa. Este tema tem por objetivo estudar as informações que são apresentadas nestas informações e como podemos analisar o desempenho a partir delas. Demonstrações Contábeis Outras Informações Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Demonstração dos Fluxos de Caixa Notas Explicativas Relatório da Administração Relatório do Auditor Independente Figura 1 - Informações Contábeis Vamos dividir as informações apresentadas por uma empresa em dois grandes grupos, observem a figura 1. Neste momento iremos estudar as demonstrações contábeis. Nos próximos tópicos iremos apresentar cada uma das quatro demonstrações contábeis. Também iremos mostrar um exemplo destas informações numa empresa real, a Petrobras. Vamos lá? Balanço Patrimonial Conforme está apresentado de maneira simplificada na figura 2, o balanço patrimonial está dividido em três grandes grupos: • o ativo, • o passivo • o patrimônio líquido Ativo Ativo Circulante Ativo não Circulante Passivo Passivo Circulante Passivo não Circulante Patrimônio Líquido Ativo Total Passivo e Patrimônio Líquido Figura 2 - Balanço Patrimonial i DICAS Observe que o balanço possui dois lados. O lado esquerdo corresponde ao ativo; no lado direito temos o passivo e o patrimônio líquido. Esta posição do ativo, passivo e patrimônio líquido é uma convenção antiga da contabilidade. ATIVO ATIVO • O ativo corresponde a tudo aquilo que ajuda uma empresa a ficar mais rica: uma máquina usada na produção, o prédio onde está a sede da empresa, os estoques que serão vendidos nos próximos meses, entre outros. Se um ativo perder a capacidade de ajudar a empresa a ficar mais rica, ele deixa de ser ativo. Portanto, a capacidade de ajudar a empresa a ficar mais rica é uma característica fundamental de um ativo. Geralmente a empresa apresenta os ativos na ordem decrescente de liquidez. Os ativos que serão transformados em dinheiro mais rapidamente irão aparecer primeiro no balanço patrimonial. Os ativos que serão transformados em dinheiro lentamente estarão no final do balanço. Veja o exemplo de uma aplicação financeira que irá vencer em trinta dias e um automóvel que é usado na entrega de produtos da empresa. A aplicação pode ser convertida em dinheiro rapidamente; já o automóvel será usado para gerar dinheiro ao longo de muitos anos de vida. Neste exemplo, a aplicação financeira irá aparecer na parte de cima do balanço; já o automóvel irá aparecer na parte inferior do balanço patrimonial. Em razão do critério de liquidez, dividimos o ativo em dois grandes grupos: Ativo circulante Ativo não circulante Vamos imaginar uma empresa que possua um exercício social de um ano. Este é o caso mais comum. Considere também que este exercício social começa no primeiro dia do ano e termina no final do ano. Ou seja, o exercício social vai de 1º de janeiro a31 de dezembro. Este conceito de exercício social será útil para classificar o ativo nestes dois grandes grupos. O primeiro corresponde aos ativos que serão transformados em caixa até o final do exercício social seguinte, que consiste no ativo circulante, como são chamados os ativos que serão convertidos em caixa rapidamente. Se um item não será convertido em caixa até o final do próximo exercício, o mesmo é classificado como ativo não circulante (volte na Figura 2 e observe isto). Veja o seguinte exemplo: estamos no final de um ano, que chamamos aqui de t, e a empresa deve receber dinheiro do cliente Alfa e do cliente Beta. Temos que classificar isto como ativo circulante e ativo não circulante. Para isto devemos olhar qual a previsão de receber este dinheiro. No nosso exemplo: 01. 02. Cliente Alfa = este cliente deverá pagar a empresa no dia 23 de outubro do ano seguinte, que chamamos de t+1. Cliente Beta = este cliente somente deverá pagar a empresa no dia 15 de fevereiro de t+2. Se estamos no final do ano “t”, isto significa dizer que este cliente irá pagar daqui a quase 400 dias. Assim, a dívida do cliente Alfa com a empresa deve ser classificada como um ativo circulante; já a dívida do cliente Beta será considerada como um ativo não circulante. DICAS • em geral os itens que possuem uma vida útil longa, como um automóvel ou uma máquina, são classificados como ativo não circulante. • as empresas industriais geralmente possuem um grande volume de ativo não circulante. Lembre-se que ativo é tudo aquilo que gera riqueza para a empresa. Os principais ativos são os seguintes: Caixa e Bancos (representa o dinheiro e saldo bancário da empresa), aplicações financeiras, valores a receber (corresponde ao dinheiro que clientes e outros devem para a empresa), estoques (são os produtos que serão vendidos para os clientes ou que serão usados pela empresa, como os insumos, o material de consumo e outros), terrenos, computadores e máquinas e equipamentos. IMPORTANTE Ter muitos ativos significa que a empresa é grande. O passivo corresponde às obrigações futuras de uma empresa. Por este motivo, os passivos são as saídas futuras de dinheiro. Os passivos podem trazer ou não ônus para uma empresa, sob a forma de juros. Conceito: são os passivos que possuem juros. Exemplo: empréstimos e financiamentos. Passivo Oneroso Conceito: são dívidas que não cobram juros. Exemplo: as dívidas com funcionários, fornecedores e governo não possuem juros se forem pagas no prazo. Passivo não oneroso Passivo Observe que ter muito passivo pode ser arriscado para uma empresa. Se não conseguir pagar no prazo as dívidas, isto pode trazer diversos problemas, inclusive com a justiça. Num extremo, uma empresa pode falir por ter passivo e não conseguir quitar esta obrigação. Apesar da classificação do passivo em oneroso e não oneroso, no balanço patrimonial o passivo não é dividido desta forma. Lembra da divisão do ativo em circulante e não circulante? Pois bem, o passivo também é classificado assim. Veja o exemplo: estamos no final do ano t e a empresa possui duas dívidas, uma com o Banco Gama e outra com o Banco Delta. O empréstimo do banco Gama irá vencer no dia 20 de julho de t+3; já o empréstimo do Banco Delta irá vencer no dia 15 de março de t+1. O empréstimo do Banco Delta é de curto prazo, pois irá vencer antes de encerrar o próximo ano. Já o empréstimo do Banco Gama é de longo prazo; vai vencer em mais de dois anos. O empréstimo do Banco Delta deve ser classificado como passivo circulante, que corresponde ao grupo de curto prazo; o empréstimo do Banco Gama deve estar no grupo do passivo não circulante, já que irá vencer em mais de dois anos, sendo de longo prazo. DICAS Observe que com o passar do tempo um passivo circulante pode ser transformar num passivo circulante. Veja a dívida com o Banco Gama: no final de t+2 ela estará classificada no passivo circulante. Muitos passivos, assim como os ativos, estão associados a uma probabilidade. Imagine que um terceiro entrou na justiça com um processo contra a empresa. Se existir uma grande chance de a empresa perder o processo, o valor que será pago deve estar entre os passivos da empresa. Se a chance de perder a causa na justiça for pequena, isso não deve estar no passivo da empresa. Vamos começar da segunda fonte do patrimônio líquido. Durante um exercício social, se a empresa gerou lucro, este pode ser distribuído para os acionistas ou ficar retido na empresa, aumentando o capital social ou ficando como reserva na empresa. Se o resultado não for distribuído, o mesmo irá compor o patrimônio líquido. Os sócios colocam seus recursos para financiar a empresa. Isto pode ocorrer não somente na fundação da empresa, mas também ao longo do tempo. 01. 02. ao capital social que foi investido pelos sócios na empresa. aos valores decorrentes dos resultados da empresa. Patrimônio Líquido Chegamos ao último grande grupo do balanço patrimonial. O patrimônio líquido corresponde: Equação Contábil O balanço patrimonial deve apresentar a igualdade numérica entre o ativo e a soma do passivo e patrimônio líquido: Em algumas situações, a quantidade de ativo é menor que o total do passivo. Neste caso, as dívidas são maiores que os itens que podem gerar riqueza para a empresa. Mantendo a equação contábil, o patrimônio líquido será negativo. Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido DICA Quando o patrimônio líquido é negativo, a situação da empresa não é boa. Vamos reforçar o conteúdo através do exemplo da empresa Petrobras. Esta uma grande empresa brasileira que atua na extração, refino e distribuição do petróleo e seus derivados. Fizemos algumas pequenas adaptações no balanço da empresa, que está divulgado no seu site, para fins didáticos. Os valores estão em R$ bilhões. Exemplo: Petrobras Agora você precisará ficar atento as informações apresentadas por meio da Figura 3. Em primeiro lugar, observe que na figura 3 temos o balanço de duas datas: no final do ano de 2016 e no final do ano de 2015. Isto é apresentado desta forma para permitir a comparação entre o exercício encerrado em 2016 e o exercício social anterior. Veja também que o ativo está do lado esquerdo da figura e dividido em ativo circulante e ativo não circulante. Do lado direito temos o passivo, dividido em passivo circulante e passivo não circulante, e o patrimônio líquido. Exemplo: Petrobras A partir do balanço nós podemos ter uma primeira ideia do desempenho da Petrobras. Volte na figura 3 e veja se você consegue descobrir qual o principal ativo da empresa e o seu valor. Conseguiu? Agora veja a última linha do lado esquerdo, do ativo, da empresa. É possível notar alguma coisa? Exemplo: Petrobras Veja agora a primeira linha do ativo. Conforme nós aprendemos anteriormente, o ativo está em ordem de liquidez. Na primeira linha a empresa apresentou o “caixa e equivalentes”, que corresponde ao ativo mais líquido da Petrobras: é o dinheiro, o saldo bancário e as aplicações financeiras de curto prazo. Iremos estudar isto mais adiante, mas observe que a empresa possuía no final de 2016 quase 30 bilhões de reais a menos neste item. Exemplo: Petrobras Vamos agora olhar o lado direito. Conforme estudamos, deste lado temos o passivo e o patrimônio líquido. O passivo são as obrigações com terceiros que precisam ser pagas no futuro. No final de 2016 a Petrobras tinha um passivo de R$552 bilhões. Já o patrimônio líquido, que corresponde ao capital dos sócios e as reservas, era de 253 bilhões. Olhe a figura3, ao lado, e veja se você descobre o item de maior valor do lado direito. Exemplo: Petrobras Neste momento, veja quanta informação podemos obter com esta demonstração contábil. Tente verificar se você consegue listar TRÊS fatos sobre o desempenho da Petrobras que é possível obter com o balanço patrimonial. Balanço Patrimonial Demonstração dos fluxos de caixa Demonstração das mutações do patrimônio líquido Olá, chegamos ao tema 2. Neste tema iremos aprender sobre: • Demonstração do resultado do exercício. • Demonstração dos fluxos de caixa. • Demonstração das mutações do patrimônio líquido. Tema 2 Demonstrações Demonstrações do resultado do exercício A demonstração do resultado do exercício é conhecida como DRE. Apresenta as receitas geradas por uma empresa deduzidas das despesas durante um período de tempo. Enquanto o balanço refere-se a uma data específica do tempo, geralmente o último dia do ano, a DRE corresponde ao detalhamento do resultado durante todo o ano. + Receita de Venda de Produtos e Serviços - Custo dos Produtos e Serviços Vendidos = Lucro Bruto - Despesas Administrativas - Despesas de Vendas - Outras Despesas Operacionais = Lucro Antes do Resultado Financeiro -/+ Resultado Financeiro = Lucro Antes do Imposto de Renda e Cont. Social - Imposto de Renda e Contribuição Social = Lucro Líquido Figura 4 - Demonstração do Resultado do Exercício Veja ao lado a ordem de apresentação da DRE. O resultado líquido corresponde ao resultado da empresa, antes da sua destinação. Se este resultado for positivo, isto corresponde ao lucro líquido; se negativo, será o prejuízo líquido. Se for positivo, isto irá aumentar o patrimônio líquido da empresa; negativo, irá diminuir. Perceba que existe uma ligação entre a DRE e o Balanço Patrimonial através do resultado líquido e do patrimônio líquido. DICAS Boas empresas apresentam lucro no exercício; empresas em dificuldade, prejuízo. A figura 4 apresenta um formato possível de uma DRE. A demonstração começa com a receita de venda de produtos e serviços. A seguir, retiramos o custo destes produtos e serviços vendidos. Se uma empresa vendeu uma mercadoria que custou R$100 por R$150, o primeiro valor refere-se ao custo e o segundo a receita obtida. A diferença entre estas duas linhas corresponde ao resultado bruto ou lucro bruto, se for positivo. Figura 4 - Demonstração do Resultado do Exercício + Receita de Venda de Produtos e Serviços - Custo dos Produtos e Serviços Vendidos = Lucro Bruto - Despesas Administrativas - Despesas de Vendas - Outras Despesas Operacionais = Lucro Antes do Resultado Financeiro -/+ Resultado Financeiro = Lucro Antes do Imposto de Renda e Cont. Social - Imposto de Renda e Contribuição Social = Lucro Líquido Após o lucro bruto temos as despesas operacionais. Inclui o salário da administração e dos vendedores, as despesas administrativas, a despesa com energia elétrica, entre outros itens. Retirando estas despesas operacionais do lucro bruto temos o lucro antes do resultado financeiro. O resultado financeiro corresponde a diferença entre a receita financeira obtida com as aplicações financeiras e as despesas financeiras oriundas dos empréstimos. Veja o seguinte exemplo para um melhor entendimento: Uma empresa possui aplicações financeiras de $10.000 que renderam num determinado ano o valor de $1.000. Também existiam empréstimos de $50.000 que produziram despesas financeiras de $8.000. O resultado financeiro é dado pela diferença entre as receitas e as despesas financeiras: +1.000 - 8.000 = -7.000. O lucro antes do imposto de renda e contribuição social servirá de base para cálculo destes tributos e o lucro líquido, conforme comentado antes. E será somado ao patrimônio líquido. A figura 5 mostra a relação entre a demonstração do resultado do exercício e o balanço patrimonial. Observe o vínculo entre as duas informações através da seta da figura: o resultado do exercício irá compor o Patrimônio Líquido Balanço Patrimonial Demonstração do Resultado do Exercício Ativo Passivo Receitas Patr. Líquido Despesas Resultado Figura 5 - Ligação entre a Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial Apresentamos, na figura 6, a demonstração do resultado do exercício da Petrobras. Novamente, fizemos algumas simplificações para fins didáticos. Continuando o Exemplo: Petrobras 2016 2015 Receita de vendas 283 322 Custo dos produtos e serviços vendidos -193 -223 Lucro bruto 90 99 Despesa de Vendas -14 -16 Despesas Gerais e Administrativas -11 -11 Perda com Ativos -20 -48 Outros itens -28 -36 Lucro (Prejuízo) operacional 17 -12 Receitas Financeiras 4 5 Despesas Financeiras -24 -22 Variações Cambiais e outros itens -8 -12 Resultado financeiro líquido -28 -29 Lucro (Prejuízo) antes dos impostos -11 -41 Imposto de renda e contribuição social -2 6 Lucro líquido (Prejuízo) -13 -35 Figura 6 - Demonstração do Resultado da Petrobras em R$ Bilhões Vamos começar olhando o resultado da empresa. Veja na última linha da figura 6 que em 2016 a Petrobras teve um prejuízo de 13 bilhões. Ou seja, o resultado não foi bom, já que ocorreu um prejuízo, mas foi melhor o ano anterior? . Continuando o Exemplo: Petrobras Figura 6 - Demonstração do Resultado da Petrobras em R$ Bilhões 2016 2015 Receita de vendas 283 322 Custo dos produtos e serviços vendidos -193 -223 Lucro bruto 90 99 Despesa de Vendas -14 -16 Despesas Gerais e Administrativas -11 -11 Perda com Ativos -20 -48 Outros itens -28 -36 Lucro (Prejuízo) operacional 17 -12 Receitas Financeiras 4 5 Despesas Financeiras -24 -22 Variações Cambiais e outros itens -8 -12 Resultado financeiro líquido -28 -29 Lucro (Prejuízo) antes dos impostos -11 -41 Imposto de renda e contribuição social -2 6 Lucro líquido (Prejuízo) -13 -35 Continuando o Exemplo: Petrobras Figura 6 - Demonstração do Resultado da Petrobras em R$ Bilhões No ano de 2016 a empresa reduziu sua receita em relação ao ano anterior (de R$322 para R$283 bilhões), assim como os custos dos produtos e serviços vendidos. A diferença entre a receita e o custo corresponde ao lucro bruto. Depois disto, temos despesas de vendas, gerais, administrativas e perda com ativos, além de outros itens. Em 2015 a Petrobras teve um prejuízo operacional de 12 bilhões; em 2016 o resultado melhorou, já que a empresa teve um lucro de 17 bilhões. Você saberia dizer o que justificaria esta mudança? Já o resultado financeiro líquido não variou muito. Perceba quanta informação podemos obter com a Demonstração do Resultado do Exercício. Você conseguiria listar três informações sobre o desempenho da empresa? 2016 2015 Receita de vendas 283 322 Custo dos produtos e serviços vendidos -193 -223 Lucro bruto 90 99 Despesa de Vendas -14 -16 Despesas Gerais e Administrativas -11 -11 Perda com Ativos -20 -48 Outros itens -28 -36 Lucro (Prejuízo) operacional 17 -12 Receitas Financeiras 4 5 Despesas Financeiras -24 -22 Variações Cambiais e outros itens -8 -12 Resultado financeiro líquido -28 -29 Lucro (Prejuízo) antes dos impostos -11 -41 Imposto de renda e contribuição social -2 6 Lucro líquido (Prejuízo) -13 -35 Quanto a primeira pergunta: Você saberia dizer o que justificaria esta mudança? Veja que observando a figura 6 é possível notar que foi o item “Perda com ativos”. Em 2015 a empresa teve que reconhecer muitas perdas com investimentos ruins realizados em períodosanteriores Sobre a segunda pergunta: Você conseguiria listar três informações sobre o desempenho da empresa ? Veja algumas possíveis respostas: a) redução na receita; b) redução nos custos; c) redução na perda dos ativos; d) menor prejuízo antes de impostos; e e) menor prejuízo líquido. Demonstrações das mutações do patrimônio líquido Assim como a DRE é um detalhamento do que ocorreu na conta de resultado da empresa, esta demonstração apresenta os aumentos e reduções nos itens do patrimônio líquido. A DMPL, como é conhecida a demonstração, possui o formato de uma matriz. Nas colunas estão as principais contas do patrimônio líquido. Nas linhas, os principais fatos que ocorreram com estas contas. A Figura 7 apresenta um formato desta demonstração. Capital Social Reservas Lucros/Prej Acum. Total Saldo em xx/xx/x1 ... ... Saldo em xx/xx/x2 Figura 7 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido Uma das principais informações da DMPL é a destinação do resultado: se o lucro foi distribuído para os acionistas ou se ficou retido na empresa, numa reserva ou aumentando o capital social. IMPORTANTE • Quando a DMPL apresenta somente a coluna do Lucros e Prejuízos Acumulados temos a demonstração dos lucros e prejuízos acumulados. • Em razão da nossa legislação, o valor final da coluna de lucros e prejuízos acumulados pode assumir valores negativos ou zero. Ou seja, ao final do exercício social, a empresa não pode deixar lucros acumulados sem uma destinação. Exemplo: Petrobras Antes de mostrar a DMPL da Petrobras, vamos reproduzir novamente o balanço patrimonial, ou a Figura 3, com destaque para o patrimônio líquido: Veja que o patrimônio líquido da empresa não variou muito entre uma data e outra. Era de 258 bilhões e passou para 253 bilhões. E o único item que apresentou variação foi o de “reservas e outros”. (Novamente aqui, fizemos algumas simplificações para fins didáticos). Agora podemos apresentar a DMPL, na Figura 8. Capital Social Reservas e Outros Lucros e Prejuízos Acumulados Total Saldo em 31/12/2015 205 53 0 258 Prejuízo Líquido do Exercício -13 -13 Outros Resultados Abrangentes 8 8 Transferência dos Prejuízos -5 5 0 Saldo em 31/12/2016 205 48 0 253 Figura 8 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da Petrobras em R$ Bilhões A primeira linha apresenta o valor de cada uma das contas no final de 2015. Estes valores são aqueles existentes no Balanço Patrimonial, conforme consta da Figura 3. A segunda linha indica o resultado da empresa em 2016, que foi um prejuízo de 13 bilhões. A seguir temos alguns itens que não entraram na Demonstração do Resultado, mas que influenciou o PL, conhecido como “outros resultados abrangentes”. Finalmente na penúltima linha a empresa, em lugar de deixar R$5 bilhões em prejuízos acumulados, transferiu este valor para a “reservas e outros itens”. Com isto, a última linha corresponde a informação que foi apresentada na figura 3. Capital Social Reservas e Outros Lucros e Prejuízos Acumulados Total Saldo em 31/12/2015 205 53 0 258 Prejuízo Líquido do Exercício -13 -13 Outros Resultados Abrangentes 8 8 Transferência dos Prejuízos -5 5 0 Saldo em 31/12/2016 205 48 0 253 Figura 8 - Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da Petrobras em R$ Bilhões Uma linha que geralmente aparece na DMPL é a distribuição de dividendos para os acionistas. Mas isto não ocorreu. Você saberia dizer a razão? A razão é que a empresa teve prejuízo. Assim, não existe nada para distribuir aos acionistas. Demonstração dos fluxos de caixa Anteriormente comentamos que existem demonstrações que detalham o comportamento de certas contas do balanço patrimonial. Esta demonstração, que chamamos de Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC), mostra um detalhamento da conta mais líquida do ativo de uma empresa: caixa. Antes de comentar sobre esta DFC, seu formato e a informação apresentada, é importante destacar dois aspectos sobre o nome da demonstração. 01. 02. Em primeiro lugar, o nome é no plural: Fluxo S e não Fluxo, como as vezes é comum encontrar. A razão disto é que a DFC está dividida em três partes, os fluxos do nome. Em segundo lugar, o termo caixa possui assumir dois significados: em termos restritos, caixa corresponde a moeda corrente (cédulas e moedas metálicas); em termos mais amplos, caixa refere-se ao conceito restrito (moeda), os recursos existentes nas contas bancárias da empresa e as aplicações financeiras de curtíssimo prazo. A DFC diz respeito a este segundo conceito: caixa, conta corrente (que chamamos de bancos) e aplicações financeiras de curto prazo. Isto também recebe a denominação de disponível e “caixa e equivalentes”. Feito estes comentários sobre a denominação, é necessário agora destacar que existem dois formatos para a DFC: o método direto e o método indireto. Vamos começar comentando sobre o método direto e depois mostraremos a diferença para o método indireto. A Figura 9 apresenta um formato típico de uma DFC. O primeiro fluxo é aquele proveniente das atividades operacionais da empresa: pagamento de insumos, folha salarial, energia elétrica, etc., e recebimento de clientes. Recebe a denominação de fluxo de caixa das atividades operacionais (letra “A” no lado esquerdo da figura). Figura 9 - Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Direto DICAS Uma empresa saudável deve gerar caixa das operações, ou seja, este item deve ser positivo. A Recebimentos de Clientes Outros Recebimentos Operacionais Pagamentos de despesas operacionais Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais B Recebimento de ativos não circulante Pagamentos de ativos de não circulante Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento C Recebimento de empréstimos e financiamentos Recebimento de acionistas Pagamento de empréstimos e financiamentos Pagamento de dividendos para acionistas Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento D Variação do Caixa e Equivalentes = A + B + C E Caixa e Equivalentes Inicial F Caixa e Equivalentes Final = E + D O segundo grupo da DFC corresponde aos pagamentos para os ativos de longo prazo, como máquinas, equipamentos, computadores e terrenos. E também aos recebimentos, quando a empresa vende estes ativos. Por isto recebe o nome de fluxo de caixa das atividades de investimento. Na figura 9 está indicado com a letra B. DICAS Uma empresa em fase de crescimento deverá ter mais saídas de caixa de investimento do que entradas. Ou seja, este fluxo deve ser negativo. Para empresas em fase de declínio, este fluxo pode ser positivo. Figura 9 - Demonstração dos Fluxos de Caixa - Método Direto A Recebimentos de Clientes Outros Recebimentos Operacionais Pagamentos de despesas operacionais Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais B Recebimento de ativos não circulante Pagamentos de ativos de não circulante Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento C Recebimento de empréstimos e financiamentos Recebimento de acionistas Pagamento de empréstimos e financiamentos Pagamento de dividendos para acionistas Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento D Variação do Caixa e Equivalentes = A + B + C E Caixa e Equivalentes Inicial F Caixa e Equivalentes Final = E + D Para entender o restante da DFC, considere o seguinte exemplo numérico: • Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais = $800; • Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento = - $300; e • Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento = - $400. • A soma destes fluxos corresponde a $100, positivo. Isto corresponde a variação, a letra D da Figura 9. Isto indicaria a mudança ocorrida no disponível ou caixa e equivalentes:um aumento de $100. Assim, se o valor do Caixa e Equivalentes no início do período era de $250 (letra E da Figura 9), o valor final (letra F) será o valor inicial mais a sua variação ou $350. Até agora discutimos a DFC pelo método direto. A única diferença entre o que apresentamos até aqui e o método indireto corresponde a forma que obtenção do fluxo de caixa das atividades operacionais. Somente isto. A Figura 10 apresenta a representação da DFC pelo método indireto. A primeira linha desta demonstração corresponde a última linha da DRE: o lucro líquido do exercício. Sobre este valor, adicionamos e subtraímos valores correspondente a variação nos ativos e passivos e as despesas que não representam saída de caixa ou despesas não desembolsáveis. O importante aqui é que o valor do fluxo de caixa das atividades operacionais do método direto é igual ao do método indireto. A Lucro Líquido do Exercício Variação nos Ativos e Passivos Despesas não desembolsáveis Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais B Fluxo de Caixa das Atividades de Investimento C Fluxo de Caixa das Atividades de Financiamento D Variação do Caixa e Equivalentes = A + B + C E Caixa e Equivalentes Inicial F Caixa e Equivalentes Final = E + D Figura 10 - DFC pelo método indireto Continuando o Exemplo: Petrobras Reproduzimos novamente o balanço da Petrobras que apresentamos na figura 3, com o destaque para a conta de “Caixa e Equivalentes”. A seguir temos a DFC da Petrobras, na Figura 11. Vamos começar olhando os três fluxos: das atividades operacionais, de investimento e de financiamento. A Petrobras gerou, em 2016, R$90 bilhões em caixa proveniente das atividades operacionais. Isto é bom, pois uma empresa deve, sempre que possível, gerar caixa das atividades operacionais. E o valor praticamente não mudou de um ano para outro. Ao mesmo tempo, os investimentos da empresa consumiram caixa em 40 bilhões de reais em 2016, um valor muito próximo ao de 2015. Agora observe a linha dos recursos com as atividades de financiamento. Aqui a Petrobras teve uma grande mudança em relação ao ano anterior: o valor deixou de ser positivo. Você saberia dizer em que linha ocorreu uma grande variação? Observe a Figura 11 para ver se você descobre . Descobriu? Trata-se da Amortização do principal. Ou seja, a Petrobras está pagando os passivos onerosos. O destaque na DFC da empresa foi o item “amortizações de principal”, que tinha sido de 50 bilhões em 2015 e passou para 106 bilhões em 2016. Este item corresponde ao pagamento dos empréstimos captados no passado pela empresa. Volte no balanço, na figura 3, e verifique que o item “financiamentos” do passivo. Vamos ver se você entendeu como a DFC pode dar boas informações sobre uma empresa: você seria capaz de listar três informações que podemos obter na DFC da Petrobras ? E como isto afetou o Caixa da empresa? E mais uma pergunta: a DFC da Petrobras foi preparada pelo método direto ou indireto ? Quanto a minha primeira pergunta a resposta consiste no fato de que a empresa está gerando caixa das operações, apesar do prejuízo; continua fazendo elevados investimentos e está consumindo caixa com financiamentos, em especial na amortização do principal. Finalmente, há uma redução no valor do caixa e equivalentes. Sobre a segunda pergunta, trata-se do Método indireto, já que a DFC começou com a linha do prejuízo da DRE. Um aspecto importante das demonstrações contábeis é a ligação entre as mesmas. A figura 12 apresenta de maneira resumida esta ligação. Concluindo a ligação entre as Demonstrações Ativo Passivo Patr. Líquido Balanço Patrimonial BP Fluxo das Atividades Operacionais Fluxo Atividades de Investimento Fluxo das Atividades de Financiamento Variação do Caixa Demonstração dos Fluxos de caixa DFC Saldo Inicial Variação Saldo Final Demonstração das Mutações do PL DMPL Demonstração do Resultado do Exercício DRE Receitas Despesas Resultado Figura 12 - Relação entre as Demonstrações Contábeis Logo no início dos nossos estudos mostramos, na figura 1, que as informações contábeis podem estar expressas sob a forma de demonstrações contábeis ou de outras informações. Fizemos uma apresentação das principais demonstrações contábeis anteriormente. A principal característica destas outras informações é o fato de serem expressa através de texto, ao contrário das demonstrações, onde os números predominam. Bom, agora iremos estudar as outras informações que podem ser divulgadas por uma empresa. Vamos começar com o Relatório da Administração. Tema 3 Outras informações Este é um relatório onde não existem regras claramente definidas. Aqui a administração da empresa pode colocar o conteúdo que achar necessário. Algumas empresas simplesmente não usam este relatório; e outras um texto simples (exemplo: “apresentamos a seguir nossas demonstrações contábeis do exercício social encerrado em”, seguido da data). As maiores empresas aproveitam o relatório da administração para enviar uma mensagem para o usuário sobre como a administração está lidando com o cenário econômico, quais as estratégias usadas nos últimos anos, os fatos que influenciaram o resultado, o compromisso da gestão com o ambiente, dados numéricos sobre a economia, etc. Relatório de Administração Há décadas eram famosos os relatórios da empresa Termomecânica, dirigida então por Salvador Arena, que fazia comentários sinceros sobre burocracia, quebra-molas e outros assuntos. Arena é uma exceção já que os gestores procuram adotar uma postura de neutralidade ou omissão. Quando um evento externo negativo atinge uma empresa, o relatório da administração é usado para dar a versão da empresa. Eis um exemplo do Bradesco, sobre uma operação da Polícia Federal: “nossa subsidiária Banco Bradesco BBI S.A. (“Bradesco BBI”) é parte em alguns processos judiciais e administrativos instaurados contra a Petrobras e outros réus, devido à sua atuação em uma oferta de títulos da Petrobras. Nós ou nossas subsidiárias podemos nos tornar parte em outros processos judiciais e/ou administrativos contra a Petrobras ou outras companhias, que ainda não foram instaurados”. DICAS Geralmente quando o desempenho da empresa não é bom, o relatório tende a falar do momento econômico difícil. Ou seja, o relatório “joga a culpa” nos outros. As notas explicativas correspondem detalhamentos e explicações dos valores que constam nas demonstrações contábeis. Numa grande empresa, as notas explicativas podem ocupar dezenas de páginas, principalmente de textos. As notas explicativas estão na seguinte ordem: Detalhamento de itens que compõem as linhas do balanço e da demonstração do resultado - seguindo a ordem de apresentação no balanço (começando com caixa e equivalentes). Informações gerais - com a área de atuação da empresa, principais produtos, entre outros aspectos. Resumo das principais políticas contábeis - neste tópico a empresa apresenta como os valores do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado foram mensurados. Numa empresa maior, isto é feito pelos principais grupos patrimoniais. Gestão de riscos - a empresa detalha os cuidados com os riscos existentes. Se uma empresa tem venda para o exterior e recebe em moeda estrangeira, a receita irá depender da taxa de câmbio. Para evitar o risco de uma mudança brusca na taxa de câmbio, a empresa pode fazer operações financeiras de proteção cambial. Para tranquilizar o usuário, a empresa pode informar estas providências para evitar os efeitos de uma mudança na taxa de câmbio. 01. 02. 03. 04. A Figura 13 mostra o balanço patrimonial da Petrobras fazendo referênciaas notas explicativas. Se o usuário tiver dúvida sobre os financiamentos, por exemplo, a nota que esclarece este item é a 17. No caso da Petrobras, esta nota 17 detalha os principais empréstimos e financiamentos da empresa, com os valores pagos em 2016, as principais condições (taxa de juros, instituição financeira, etc.). Enquanto o balanço patrimonial informa simplesmente que a empresa tinha financiamentos de curto prazo de R$32 bilhões e de longo prazo de 354 bilhões, o detalhamento desta conta estará na nota explicativa. Neste nosso curso colocamos as notas explicativas de forma separada, para fins didáticos. Mas nas demonstrações contábeis de uma empresa, estas notas são consideradas como parte integrante das demonstrações, em razão da ligação com os números do balanço e da DRE. DICAS Uma vez que as notas explicativas podem ocupar páginas de um relatório, a sua leitura é cansativa e, pode ser monótona. Uma leitura mais seletiva é observar os itens de maior peso em termos numéricos (na Petrobras poderia ser o Imobilizado e o Financiamento de Longo Prazo) e proceder a análise das notas correspondentes. Mas cuidado que nem sempre a informação mais importante é necessariamente a mais expressiva. Todas as informações apresentadas até agora são produzidas pela empresa, em especial o departamento contábil. O Relatório do Auditor é exceção a esta regra, pois é de autoria de uma outra empresa, que foi contratada especialmente para produzir este relatório. A empresa de auditoria possui especialização em fazer este trabalho, tendo registros nos órgãos reguladores. Geralmente esta empresa é contratada por um período para fazer a auditoria na empresa e isto corresponde, de certa forma, a um “certificado” sobre a qualidade dos dados existentes nas demonstrações contábeis. Quando uma empresa divulga uma demonstração sem o relatório do auditor independente, não temos muita certeza se os números estão corretos ou não. Relatório do Auditor Independente Dentro do quadro funcional de uma empresa podem existir auditores contratados, que são os auditores internos; são funcionários da empresa e recebem seu salário pela empresa. Eles ajudam a melhorar a qualidade da contabilidade, mas observe que no nome do relatório que estamos estudando tem o termo “independente”. Isto significa dizer que o auditor que faz este relatório não é um funcionário da empresa; a empresa contrata uma empresa de auditoria, que manda seus funcionários fazer a auditoria externa. Este auditor externo é treinado e possui conhecimentos e habilidades para descobrir fraudes, mensurações inadequadas e outros problemas nas demonstrações contábeis. Durante o ano e até após o encerramento do exercício social, o auditor independente faz relatórios, indica sugestões e faz checagens dos valores. O relatório do auditor independente possui as seguintes partes: Apresentação do trabalho Outros assuntos Responsabilida de dos auditores Principais assuntos de auditoria Base para opinião Apresentação do trabalho que foi feito em termos da sua abrangência (balanço patrimonial, demonstrações do resultado, etc.) e período de tempo. Se o auditor foi recentemente contratado, o relatório deve dizer se foi realizado algum trabalho nos dados dos exercícios anteriores; Base para opinião - aqui o auditor faz um breve apanhado da base normativa usada, geralmente as normas brasileiras e internacionais de auditoria, além do código de ética da profissão e normas profissionais emitidas no Brasil. Apresentação do Trabalho Base para Opinião Principais assuntos da auditoria Principais assuntos de auditoria - dentre todos os trabalhos que foram realizados durante o ano, o auditor destaca aqueles temas que são considerados os mais significativos durante a auditoria. Numa empresa industrial, a verificação do valor das máquinas, seu estado de obsolescência, as taxas de depreciação usadas, entre outros aspectos, talvez seja um assunto importante. Neste caso, o auditor deve destacar isto como um assunto importante neste tópico. Outros assuntos - Aqui o relatório pode indicar o que não foi feito pelo auditor, por alguma razão específica. Um exemplo é uma demonstração denominada de DVA (Demonstração do valor adicionado) que podem não ter sido auditada. Responsabilidade dos auditores - Neste ponto o relatório estabelece a responsabilidade do trabalho realizado. Ao final do relatório, o responsável assina do relatório (com o número do registro profissional) e encontra-se o nome da empresa de auditoria. Outros assuntos Responsabilidade dos auditores DICAS O mercado de auditoria é um oligopólio, dominado por quatro grandes empresas, as Big Four. Nos últimos anos, o relatório dos auditores independentes cresceu em termo de redação e quantidade de informação. Mas a informação mais relevante é se o relatório é “sem ressalvas”, “com ressalvas”, “negativo”, “sem opinião” ou com parágrafo de ênfase. Dica: muitos usuários começam a leitura das informações contábeis pelo relatório dos auditores independentes e a conclusão. O relatório sem ressalva indica que o auditor não encontrou problemas nas informações que a empresa apresentou. Para o usuário, o relatório sem ressalva dá uma tranquilidade para análise das informações contábeis. A maioria dos relatórios possuem esta indicação. Isto não significa que a auditoria não tenha achado problemas na contabilidade, mas muitos destes problemas podem ser corrigidos ao longo do ano e isto não seria um problema grande para não ter um relatório limpo. O relatório limpo, ou “parecer limpo” corresponde aquele sem ressalva. O relatório com ressalva refere-se àquele que existe algum aspecto apontado pelo auditor com algum tipo de problema. Se o auditor não conseguiu verificar o valor do saldo da conta corrente, ele pode apontar este aspecto como uma “ressalva”. Quando isso ocorrer, recomenda uma leitura atenta na nota explicativa e um olhar mais crítico sobre todas as informações. Geralmente um relatório com ressalva é uma exceção. Por isto o usuário deve ter cuidado com os números nos casos de ressalvas. O relatório negativo ou de reprovação ou adverso é aquele onde o auditor discorda frontalmente da maior parte das informações. Esta é uma situação onde a qualidade das informações é muito reduzida. O relatório sem opinião ou com abstenção de opinião é o relatório onde o auditor não conseguiu expressar uma opinião por não ter evidências, e isto pode ser importante para o usuário. Finalmente, o relatório com parágrafo de ênfase é aquele onde o auditor chama a atenção para um assunto considerado relevante para o usuário. Muitas vezes o auditor considera que existe incerteza sobre a continuidade da empresa, em razão do elevado endividamento, de prejuízos acumulados ao longo do tempo, da falta de geração de caixa, etc. A contabilidade da empresa está correta, mas existe este risco. O usuário deve analisar as informações e verificar o tipo de ênfase, incluindo seu impacto sobre os números apresentados. 01. 02. 03. a) Demonstração do Valor Adicionado - esta é uma demonstração obrigatória para algumas empresas no Brasil, mas não em outros países. Indica como a empresa beneficiou a economia como um todo na geração de riqueza e como esta foi distribuída, entre o governo, acionistas, funcionários e outros. b) Relatório do Conselho Fiscal, de Auditoria - Uma grande empresa possui diversos conselhos. Estes conselhos podem publicar um breve relatório do que foi feito e sua opinião sobre os assuntos de sua competência. c) Balanço Social - este é um conjunto de informaçõesque enfatiza o papel social da empresa e ações que a empresa faz em termos da educação dos seus funcionários, emprego para minorias e mulheres, investimentos sociais, etc. Os itens apresentados anteriormente geralmente são publicados em conjunto com as demonstrações contábeis. Outras informações também podem ser divulgadas: IMPORTANTE Além disto, a empresa pode divulgar, quando for necessário, informação sobre algum fato importante que pode afetar o seu desempenho futuro. Trata-se de fato relevante. E nos dias atuais, a empresa pode fazer divulgações de notícias no seu endereço e nos canais oficiais de mídias sociais. Neste item iremos mostrar as várias formas de divulgação das informações contábeis. Novamente vamos destacar que nem todas as empresas usam estas maneiras de divulgar. Na verdade, a grande maioria delas, que são pequenas empresas, talvez sequer divulguem a informação. Algumas empresas permitem que o usuário possa ter acesso a mais de uma forma. Nos dias de hoje é muito comum a divulgação das informações na rede mundial de computadores, mas também podem evidenciar em jornais, por correspondência, entre outros meios. Mas muitas não possuem uma contabilidade mais avançada ou são refratárias à evidenciação e não disponibilizam as informações. Vamos tratar somente das informações presentes na rede. Formas de Divulgação As demonstrações contábeis podem ser apresentadas no formato de PDF, documento de texto (para Word, por exemplo), apresentação de slides (caso do PowerPoint) ou planilha de dados. O formato PDF é preferido por alguns, já que impede (ou restringe) a edição do seu conteúdo. E o formato não será alterado quando se baixa a informação da rede. Mas para o usuário isto pode ser ruim, já que o usuário pode usar os dados para fazer sua análise. O documento de texto pode ser uma opção interessante, mas seu formato pode mudar conforme o computador do usuário. Os dois últimos formatos – apresentação de slides e planilha de dados - geralmente impede a apresentação completa das informações e por este motivo devem ser usadas com cuidado. Os slides são disponibilizados para os usuários que estão interessados na apresentação que foi realizada pela empresa para investidores; já a planilha de dados é útil quando o usuário pretende “manipular”, no bom sentido, as informações. Figura 14 - Apresentação do Itaú - Exemplo Vamos mostrar os casos mais comuns. A figura 13 apresenta a divulgação do Itau BBA SA . Neste caso, o banco optou por simplesmente reproduzir aquilo que foi publicado no jornal Diário do Comércio no dia 26 de agosto de 2014 (no centro da figura, no alto, aparece o nome do jornal). Este tipo de divulgação evita a possibilidade da mesma informação aparecer de maneira diferente conforme a forma de divulgação. Mas realmente não é criativa, além de ser pouco amigável com o leitor. São apresentados muitos números com letras minúsculas. A seguir você verá a divulgação conforme a determinação da CVM feita pela Energisa. Figura 15 - Apresentação da demonstração padrão CVM A vantagem deste formato é a padronização da apresentação. O usuário mais acostumado com as demonstrações irá rapidamente localizar as informações que procura, mas este tipo de formato inibe a presença do elemento gráfico. A figura mostra uma planilha preparada pela Petrobrás. Para aqueles que gostam de “manipular” os dados é o ideal. O usuário pode escolher qual a conta deseja utilizar (basta clicar no marcador), quais os anos, a ordem, a demonstração, etc. É o ideal para quem deseja fazer uma análise mais profunda sobre o desempenho da empresa. (Mas poucas disponibilizam este formato, infelizmente). Figura 16 - Apresentação em Planilhas Finalmente, a figura 17 apresenta o slide da Vale. Aqui a empresa destaca os principais pontos do seu desempenho. Apesar do visual agradável o usuário deve tomar muito cuidado com este formato em razão do viés da seleção: a empresa destaca aquilo que acredita mais relevante e provavelmente terá mais destaque os fatos positivos e favoráveis para a empresa. Figura 17 - Apresentação em Slides A escolha do formato dependerá das necessidades do usuário, se a empresa disponibilizar diversas alternativas. Em geral a apresentação de slides é interessante como o primeiro contato. O Formulário Referência ou a publicação do jornal são úteis para ter a informação completa da empresa. Particularmente tenho preferência pelo Formulário da CVM. A planilha Excel é muito útil quando você precisa de uma análise mais aprofundada. Assim, a preferência irá depender das necessidades e preferência de cada usuário. Relembrando, uma empresa pode divulgar suas informações em formato PDF, documento de texto (Word, por exemplo), apresentação de slides (caso do PowerPoint) ou planilha de dados (como o Excel). Balanço Patrimonial Olá, chegamos ao tema 4. Neste tema você irá aprender que a partir das demonstrações contábeis, o usuário pode fazer análises para ter uma noção do desempenho de uma empresa. Veja como esta análise pode ser feita. Temporal (horizontal) Vertical Índices ou indicadores Tema 4 Análise das Demonstrações Contábeis Temporal (horizontal) Análise Temporal - Também denominada de análise horizontal. É a análise que está preocupada com a evolução dos valores ao longo do tempo. A comparação é feita para um determinado item da empresa em períodos distintos. Temporal (horizontal) A figura 18 apresenta a evolução da receita da empresa Petrobras ao longo do tempo. Em 2009 a empresa teve uma receita de R$183 bilhões. Esta receita continuou crescendo até 2014, quando chegou a R$337 bilhões. A partir deste ano o valor começou a cair: R$322 bilhões em 2015 e R$283 no ano seguinte. Estes valores já apareceram aqui nos nossos estudos. Você lembra aonde? Figura 18 - Evolução da Receita da Petrobras entre 2009 a 2016 Figura 19 - Análise Horizontal usando dados da Petrobras DICAS Um cuidado que devemos ter com a análise temporal é com os valores em moeda. A inflação pode distorcer o resultado. Para resolver isto, podemos usar valores relativos, que iremos mostrar mais adiante, ou corrigir os valores, que é um pouco mais complicado. A análise temporal pode ser muito rica em informação. Veja a figura 19, onde apresentamos a receita (cor azul), o lucro (vermelho) e o fluxo de caixa das operações (laranja). Você seria capaz de fazer uma análise destes três itens ao longo do tempo? É interessante notar que a empresa Petrobras apresentou uma geração de caixa com as atividades operacionais razoavelmente constante entre 2009 a 2014. A partir daí ocorreu um aumento no valor, de algo em torno de 50 bilhões de reais, para quase 90 bilhões em 2016. Ao mesmo tempo, a empresa registrou lucro entre 21 a 36 bilhões no período de 2009 a 2013. Nos três últimos anos do gráfico, de 2014 a 2016, ocorreram prejuízos na empresa, que somaram R$70 bilhões. Para quem acompanhou as notícias nos últimos anos, a explicação do prejuízo é fácil . Vertical Esta análise geralmente é feita para determinar a participação de um determinado item dentro de um total geral. Um exemplo de análise é calcular o valor do caixa em relação ao ativo total de uma empresa. Geralmente a análise vertical ou de participação é feita usando o balanço patrimonial e a demonstração do resultado. E nestes dois casos, usamos o valor do ativo e da receita como divisor ou denominador no cálculo feito. Vertical Vamos dar um exemplo numérico. Volte no balanço da Petrobras, que apresentamos na figura 3. Observe que neste balanço, o ativo circulante, no final de 2016, era de R$ 146 bilhões,enquanto o ativo não circulante era de R$ 659 bilhões. O ativo total era de 805. Na análise vertical estou interessado em saber a participação do item dentro do ativo total ou da receita total. No caso: % do Ativo Circulante = (146 / 805 ) x 100 = 18% % do Ativo não Circulante = (659 / 805) x 100 = 82% Ou seja, a maior parte do ativo da empresa é composto pelo não circulante. Veja a figura 20, a seguir. Vertical Nesta figura 20 calculamos a participação do passivo circulante (que são as obrigações de curto prazo), do passivo não circulante e do patrimônio líquido no ativo. Fizemos isto para os anos de 2009 a 2016. Ou seja, combinamos a análise horizontal e a análise vertical numa mesma figura. Figura 20 - Análise Horizontal e Vertical na Petrobras Vertical A linha azul corresponde ao passivo circulante. Ou seja, são as obrigações de curto prazo da Petrobras. Durante o período, o passivo circulante foi um pouco maior que 10%, mas de certo modo não teve muita variação no tempo. A linha laranja é a participação do patrimônio líquido. Esta participação esteve próxima de 50% no primeiro ano, subiu para 60% em 2010 e depois começou a cair, chegando a 29% no final de 2015. No final de 2016 era de 31%. A linha vermelha corresponde ao percentual do passivo não circulante ou as obrigações de longo prazo. É possível perceber que ocorreu um aumento neste passivo, que chegou bem perto de 60% no final de 2015 e 2016. Observe como a figura 20 apresenta bastante informação sobre a composição do lado direito do balanço da empresa ao longo do tempo. Figura 20 - Análise Horizontal e Vertical na Petrobras Índices ou Indicadores Um instrumento importante de análise é o indicador ou índice. Existem muitos índices que podem ser criados e usados na análise. Basicamente cada índice corresponde a um valor dividido por outro. Cada usuário pode criar o seu índice, mas em geral, existem alguns índices que são conhecidos nos livros e/ou são usados na prática, através da análise das demonstrações contábeis. Esta análise consiste em: Índices ou Indicadores 01. 02. 03. 04. obter as informações contábeis de uma empresa; eventualmente, fazer algum tratamento; calcular os índices para a empresa; fazer uma análise comparativa ao longo do tempo e em relação a média do setor ou uma empresa parâmetro. O que você estudou Aprendeu as principais informações disponibilizadas pela contabilidade e o balanço patrimonial. Tema 2 – As demonstrações de uma empresa Tema 1 – As Informações contábeis de uma empresa Aprendeu sobre as outras demonstrações (resultado; fluxos de caixa e mutações do PL). Tema 3 – Outras informações relevantes Aprendeu o conteúdo de outras informações da contabilidade. Tema 4 – Análise das demonstrações contábeis Aprendeu como usar as informações para analisar o desempenho de uma empresa. • Análise Horizontal ou Temporal: é a comparação da evolução no tempo de uma conta. • Análise Vertical: é a análise feita em relação a uma grande conta, geralmente o ativo e a receita. • Ativo Circulante: ativo que podem ser transformado em dinheiro até o final do exercício seguinte. São os ativos de curto prazo. • Ativo não Circulante: ativo que não serão transformado em dinheiro até o final do exercício seguinte. São os ativos de longo prazo. • Demonstração das mutações do patrimônio líquido: é a demonstração que detalha o que ocorreu no patrimônio líquido da empresa. Glossário • Demonstração do Resultado do Exercício: informação que detalha como a empresa obteve o resultado no período. • Demonstração dos fluxos de caixa: corresponde ao detalhamento da variação ocorrida com o caixa e equivalentes. • Índices ou indicadores: corresponde a relação entre duas ou mais contas, extraídas das demonstrações contábeis. • Passivo: são as obrigações futuras da empresa. • Passivo circulante: passivos que devem ser quitados até o final do exercício seguinte. São obrigações de curto prazo. • Patrimônio Líquido: corresponde a diferença entre o ativo e o passivo da empresa. • Relatório da Administração: relatório textual onde a empresa pode fazer uma análise dos principais fatos que afetaram o seu desempenho. • Relatório do Auditor Independente: relatório de uma empresa externa que foi contratada para verificar a qualidade das informações disponibilizadas. • Passivo não circulante: passivos que só serão quitados após o final do exercício seguinte. São obrigações de longo prazo. • Ativo: tudo aquilo que ajuda a empresa a ficar mais rica. • SILVA, César Augusto Tibúrcio; RODRIGUES, Fernanda Fernandes. Curso de Contabilidade Básica. São Paulo: Atlas, 2015. Referências