Buscar

Tema 5-Reeducação Postural

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 78 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DESCRIÇÃO
A importância da reeducação postural no tratamento ou na diminuição de fatores de risco para dores na coluna vertebral e adjacências.
PROPÓSITO
Compreender os aspectos relacionados à evolução histórica da reeducação postural, apontando sua importância, suas indicações e
contraindicações no tratamento das disfunções posturais.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os aspectos relacionados à evolução histórica da reeducação postural
MÓDULO 2
Definir postura com base na importância de sua reeducação
MÓDULO 3
Descrever as indicações e contraindicações na aplicação de exercícios de reeducação postural
INTRODUÇÃO
As atividades do nosso dia a dia nos levam à adoção de posturas viciosas. Com isso, surgem as disfunções, que têm como manifestação
clínica as dores nas diversas regiões da coluna e áreas adjacentes. Para lidar com esse tipo de problema cada vez mais comum, devido ao
estilo de vida moderno, conhecer as causas e o tratamento por meio de técnicas apropriadas é fundamental no campo de atuação dos
fisioterapeutas.
Diante desse cenário, vamos dar início aos estudos sobre o tema Reeducação postural, primordial para a formação profissional em
Fisioterapia.
No primeiro módulo, apresentaremos o histórico a respeito do assunto. No segundo módulo, definiremos o que, de fato, é postura. Afinal,
existe realmente uma postura ideal? O que o fisioterapeuta precisa conhecer sobre esse tema? No terceiro módulo, identificaremos por que é
importante reeducar nossa postura, quais os possíveis malefícios de uma postura inadequada e os benefícios dos cuidados. Por fim, veremos
exemplos práticos de estratégias inteligentes que podem ser usadas na reeducação postural.
MÓDULO 1
 Identificar os aspectos relacionados à evolução histórica da reeducação postural
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA REEDUCAÇÃO POSTURAL NA
EUROPA
Na Europa, antes da Segunda Guerra Mundial, havia um predomínio do totalitarismo – regime que daria plenos poderes a seu líder. Assim,
todos os grandes líderes impunham suas percepções de mundo como verdades absolutas.
Adolf Hitler, um dos mais influentes entre esses líderes, tinha como curiosidade o culto ao corpo perfeito. Com isso, diversas metodologias de
treinamento foram criadas nessa ocasião para que fosse possível atender a esse estilo de vida proposto. Foram desenvolvidos diversos
métodos de treinamento, entre os quais destacamos as calistenias ou ginásticas calistênicas, muito comuns nas Forças Armadas, em que um
instrutor realizava os movimentos e os outros o imitavam.
Fonte: Everett Collection/Shutterstock.com
GINÁSTICA NATURALISTA
Foi desenvolvida por um oficial da marinha francesa, chamado Georges Hébert, que difundia o método em cada porto que atracava,
caracterizava-se por imitar o movimento dos animais.
PILATES
Outro método famoso desenvolvido nessa época, porém popularizado na Califórnia anos mais tarde quando seu criador passou a residir por
lá, foi pensado por um alemão chamado Joseph Pilates. Hoje, o método é conhecido e praticado no mundo inteiro.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Com a francesa Françoise Mézières, em 1947, nascia o método Mézières, a partir da observação de uma paciente afetada de hipercifose e
de uma grave forma de artrite escapuloumeral bilateral, que limitava quase totalmente o movimento natural da articulação superior. A partir
dessas observações, desses estudos e dessas descobertas, Mézières considerou, então, um tratamento cuja base era o alongamento dos
músculos que causam as desordens posturais, enfatizando os músculos posteriores, sobrecarregados pela manutenção postural prolongada,
para promover um efeito de “fluidez” das massas musculares.
Foto: Michaël Nisand/Stéphane Graf~commonswiki/Domínio público.
 Françoise Mézières. Foto: Michaël Nisand/Stéphane Graf~commonswiki/Domínio público.
O tratamento proposto pelo método Mézières se ampliou para todo o corpo humano e se tornou uma técnica completa de aplicação dos
princípios das cadeias musculares, que cuida do indivíduo em sua totalidade, buscando tratar as causas do problema, e não os sintomas,
bem como proporcionando o bem-estar dos pacientes.
Madame Mézières, como era mais conhecida, foi responsável por uma verdadeira revolução na forma de enxergar as conexões entre os
músculos e um tecido pouco estudado até aquela época, denominado fáscia. Esse tecido teve um importante papel na união funcional dos
músculos e era o principal elo que conectava toda uma cadeia muscular.
Mézières acabou promovendo centenas de cursos na França, explicando como cada uma das oito posturas elaboradas por ela poderiam ter
um efeito extremamente eficiente no tal “combate aos males”, que, segundo a terapeuta corporal, o excesso de ginástica estaria trazendo às
pessoas.
Muitos fisioterapeutas aderiram a suas revolucionárias ideias. Alguns de seus discípulos se tornaram grandes referências no mercado por
desenvolverem teorias que uniram o que aprenderam com Madame Mézières a suas experiências pessoais, resultando em novas
metodologias com finalidades voltadas à melhora das disfunções posturais. Vamos ver, agora, as mais conhecidas e que chegaram ao Brasil.
Fonte: EnsineMe
REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL (MÉTODO RPG)
Desenvolvida pelo francês Philippe Souchard, extremamente bem-aceita e acolhida pelo mercado brasileiro, com suas importâncias dadas à
hegemonia da função respiratória, função de nutrição e função sexual. Existe, ainda, o conceito do alongamento residual, que se caracteriza
por resistência, tempo e força imposta, para sua completude.
Fonte: EnsineMe
STRETCHING GLOBAL ATIVO (MÉTODO SGA)
Também desenvolvido por Philippe Souchard, porém sem o caráter individual do RPG. O SGA pode ser desenvolvido em grupo e, inclusive,
por profissionais de Educação Física. Seus fundamentos são os mesmos, mas não se trabalha em macas, somente em paredes e
colchonetes.
Fonte: EnsineMe
GODELIEVE DENYS-STRUYF (MÉTODO GDS)
Grande retratista de posturas, criadora do método GDS e discípula de Madame Mézières, Denys-Struyf entendeu que questões posturais
estão diretamente relacionadas às questões emocionais do paciente. Além de terapeuta, ela era muito atenta aos aspectos comportamentais
e muito boa em desenho. Começou a avaliar desenhando seus pacientes e, depois, passou a perceber padrões, dando seu próprio nome ao
método.
Fonte: EnsineMe
LEOPOLD BUSQUET (MÉTODO BUSQUET)
Outro renomado discípulo de Madame Mézières, Busquet entendeu que valeria acrescentar as conexões dos sistemas digestórios,
circulatórios, excretórios e reprodutivos quando se relacionam aos pontos de fixações fasciais, e não somente à visão musculoesquelética do
método original, também conhecido como método das cadeias fisiológicas. A metodologia de Busquet, difundida no Brasil e em vários outros
países do mundo, entende que existem padrões de personalidade (eixo vertical) e relacionais (eixo horizontal) ao avaliar as cadeias
musculares.
Fonte: EnsineMe
BERNARD BRICOT (MÉTODO DE POSTUROLOGIA)
Foi um dos precursores no desenvolvimento de palmilhas personalizadas, pois os pés têm capacidade de causar as disfunções posturais ou
se adaptar a elas. As palmilhas são usadas como estratégia para a reeducação postural.
Fonte: EnsineMe
THÉRÈSE BERTHERAT (MÉTODO ANTIGINÁSTICA)
Autora do best-seller O corpo tem suas razões e considerada a principal seguidora de Madame Mézières, Bertherat começou a se destacar
por seus ideais, que almejavam desenvolver melhor consciência do próprio corpo, utilizando movimentos sutis, os quais respeitam todas as
mecânicas corporais e sua mobilidade.
De acordo com a autora, a tensão de uma musculatura mais profunda resultava de exercícios exageradamente rigorosos e despropositados.
Ela entendia que esses exercícios tão cultuados trariam, em longo prazo, uma desarmonia ao corpo, porque este seria enxergado de forma
equivocada. Disso nasceu a teoria que viria revolucionar tudo o que entendemos por postura até hoje, resultando no que são os fundamentosda reeducação postural.
Todos os conhecimentos desses autores chegaram ao Brasil por meio de seus livros ou cursos de formação. O método RPG obteve maior
popularidade e se tornou o preferido dos planos de saúde, devido a seu alto padrão de organização e alto nível de resolubilidade para
pacientes com disfunções crônicas na coluna vertebral, tais como: hipercifoses, hiperlordoses e escolioses. Para muitos, esse é o único
método que resolve problemas posturais. Por isso, daremos mais ênfase a tal modelo de reeducação postural, deixando claro, no entanto,
que não é o único.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA REEDUCAÇÃO POSTURAL NA
AMÉRICA DO NORTE
Para o paciente, o termo reeducação postural pode ser entendido como um modelo novo de autorresponsabilidade para mudanças de
comportamentos físicos; porém, para os terapeutas, a reeducação postural é um método de resolução para os quadros álgicos (relativos à
dor) dos pacientes.
Muitos pacientes procuram os fisioterapeutas por dores musculoesqueléticas, às vezes por mau funcionamento respiratório ou intestinal,
outras vezes por cefaleias (dores de cabeça), que surgem de vez em quando por estarem bastante associadas a vícios posturais.
MAS POR QUE ESSAS REGIÕES DO CORPO DOEM?
Essa pergunta foi o objeto de estudo da bioquímica, professora de Matemática e de Física – a norte-americana Ida Pauline Rolf –, que, após
se aposentar, resolveu estudar as posturas humanas. Ela aproveitou com excelência a oportunidade de vagas acadêmicas que foram abertas
na época da Segunda Guerra Mundial, quando muitos americanos que cursavam o doutorado precisaram viajar para a Europa, abrindo a
oportunidade para as mulheres ingressarem em cursos que eram tradicionalmente ocupados somente por homens.
Dotada de uma inteligência acima da média, Rolf, ao finalizar sua carreira como professora, resolveu estudar massoterapia e, depois,
fisioterapia. Com o tempo, ela somou todos os seus conhecimentos prévios e trouxe um olhar matematizado para as estruturas humanas.
Fonte: staggsrolfing.com
Segundo Rolf, todas as estruturas precisavam se organizar para estabelecer uma relação mais econômica sob o ponto de vista energético, a
fim de lidar com o efeito da força da gravidade em nossos corpos bípedes. O mais incrível é que, mesmo sendo contemporâneas, não existe
nenhum relato de conversas entre Rolf e Madame Mézières, mas a americana compreendeu algo curiosamente bastante similar ao
apresentado pela terapeuta corporal francesa: a importância das tensões fasciais na manutenção de uma boa postura.
Então, Rolf estabeleceu um método de reeducação postural:
MÉTODO DA INTEGRAÇÃO DAS ESTRUTURAS HUMANAS
Neste método, boa parte dos ajustes acabava acontecendo a partir de 10 atendimentos, cuja característica marcante era o uso de seu
cotovelo como forma de liberação miofascial. Esse método ficou mundialmente conhecido como método Rolfing – uma homenagem à sua
idealizadora. Por sua lógica matemática para lidar com as posturas humanas, o sucesso desse método foi tão impressionante que, em pouco
tempo, em 1971, foi criado o Instituto Rolfing, em Denver, nos Estados Unidos – um centro de referência do método em questão.
Um de seus discípulos, chamado Thomas Myers, técnico de laboratório de anatomia e massoterapeuta, desenvolveu talvez o mais respeitado
método de análise de cadeias musculares, pela cientificidade que conseguiu estabelecer ao apresentar para o mundo uma das obras mais
revolucionárias da história da reeducação postural: o livro que, em português, leva o título Trilhos anatômicos (2003). Nessa obra, Myers
propõe a teoria do “saco miofascial”, que controla o “saco ósseo”. Existe uma bolsa osteoarticular interna que se conecta a uma bolsa
miofascial externa, formando estações de conexões.
Essas foram as contribuições norte-americanas sobre o tema.
REEDUCAÇÃO POSTURAL: COMO TUDO COMEÇOU?
Neste vídeo, você verá um breve histórico do início do século XX e a influência dos regimes totalitaristas da Europa, o culto ao corpo e o olhar
para a antiginástica, marco da preocupação com a postura no planeta. E a influência da Madame Mézières.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS O HISTÓRICO DA REEDUCAÇÃO POSTURAL – UMA FERRAMENTA MUITO IMPORTANTE NA
FORMAÇÃO DO FISIOTERAPEUTA. A SEGUIR, LISTAMOS ALGUMAS SITUAÇÕES QUE SÃO EXEMPLOS
DESSE CONTEXTO HISTÓRICO. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE NÃO CORRESPONDE A ESSE CONTEXTO:
A) As primeiras pessoas que desenvolveram esse tipo de raciocínio eram do gênero feminino.
B) Com o desenvolvimento da tecnologia, aumenta o risco de disfunções posturais.
C) Uma das mais interessantes estratégias para reeducar a postura é a utilização de ultrassom nas partes doloridas da coluna.
D) Indiretamente, a Segunda Guerra Mundial aprimorou os estudos sobre reeducação postural no planeta.
E) A postura está altamente relacionada às fáscias.
2. DENTRO DOS ESTUDOS DO HISTÓRICO DA REEDUCAÇÃO POSTURAL, VIMOS QUE FRANÇOISE
MÉZIÈRES FOI A EUROPEIA QUE MAIS INFLUENCIOU O ASSUNTO. ELA DEIXOU VÁRIOS DISCÍPULOS, QUE
ADAPTARAM SEUS ENSINAMENTOS E CRIARAM NOVOS MÉTODOS. SOBRE O TEMA, ASSINALE A
ALTERNATIVA CORRETA:
A) A Reeducação Postural Global (método RPG), desenvolvida pelo francês Marcel Bienfait, foi extremamente bem-aceita e acolhida pelo
mercado brasileiro.
B) Godelieve Denys-Struyf (método GDS) entendia que questões posturais estão diretamente relacionadas às questões emocionais do
paciente – disso resulta a importância da prescrição de palmilhas para reeducação postural.
C) Stretching Global Ativo (método SGA), também pensado por Philippe Souchard, pode ser desenvolvido em grupo e por profissionais de
Educação Física.
D) O método das cadeias fisiológicas, criado por Leopold Busquet, caracteriza-se por olhar para as questões comportamentais do ser
humano.
E) O método de podoposturologia, de Françoise Mézières, foi um dos precursores no desenvolvimento de palmilhas personalizadas como
estratégias para reeducação postural.
GABARITO
1. Estudamos o histórico da reeducação postural – uma ferramenta muito importante na formação do fisioterapeuta. A seguir,
listamos algumas situações que são exemplos desse contexto histórico. Assinale a alternativa que não corresponde a esse
contexto:
A alternativa "C " está correta.
A utilização de recurso da eletrotermofototerapia pode ser um complemento, mas não se trata de uma ferramenta estratégica de reeducação
postural.
2. Dentro dos estudos do histórico da reeducação postural, vimos que Françoise Mézières foi a europeia que mais influenciou o
assunto. Ela deixou vários discípulos, que adaptaram seus ensinamentos e criaram novos métodos. Sobre o tema, assinale a
alternativa correta:
A alternativa "C " está correta.
O francês Philippe Souchard foi o criador de dois métodos: o RPG, que tinha como perspectiva o atendimento individualizado dos pacientes,
e o SGA, que foi concebido para atendimento de grupos e podia ser conduzido por profissionais de Educação Física.
MÓDULO 2
 Definir postura com base na importância de sua reeducação
O QUE É POSTURA?
 RESPOSTA
Postura é o conjunto de hábitos corporais que fazem parte do nosso dia a dia, moldados por nossa motricidade quando estamos executando
alguma atividade, e pode estar relacionada ao ambiente externo do corpo.
A postura pode ser observada quando estamos dormindo, acordados, parados ou em movimento, sentados, agachados, fazendo um
exercício físico, praticando um gestual desportivo, realizando uma atividade laboral, entre outras atividades que realizamos no dia a dia. Em
todos esses exemplos, podemos corrigir ou estabelecer uma forma de corrigir ou educar a postura.
Em geral, os problemas gerados pela tal “má postura” não são uma questão de conhecimento, e sim uma questão de educação: depende de
nossa conscientização sobre a forma correta de “estar”, em termos de postura.
Seria bem mais complicado conseguirmos avaliar as posturas dentro de cada um dos itens citados anteriormente. Portanto, convencionou-se
fazer uma avaliaçãopostural de forma estática, na posição ortostática, para conseguir observar melhor o antes e o depois de um tratamento
sugerido.
As chamadas disfunções posturais ocorrerão quando nos depararmos com anomalias visíveis em exames complementares, por relatos de
quadros álgicos ou até insatisfações estéticas dos pacientes. A forma mais comum de surgimento de disfunções posturais é por repetição
gestual ou por vícios posturais, os quais fazem nosso organismo criar adaptações ao meio para que, de maneira imediata, gere menos
desconforto (BUSQUET, 2001).
Por falar em vícios posturais, segundo Coelho (2008), Godelieve Denys-Struyf apresentou uma visão ainda mais apurada da postura, da
morfologia, dos traços psicológicos e da personalidade atrelada a certas posturas. Ela é a autora da frase: “A estrutura governa a função e
submete o psiquismo”. Associada a uma visão psicossomática holística, sua crença é fundamental para a compreensão integral do ser
humano e de suas compensações posturais para adaptação e reequilíbrio postural.
A técnica de Denys-Struyf trabalha com o conceito de linguagem corporal, segundo a qual existem seis tipos posturais que dão ao corpo a
possibilidade de se expressar. Eles são definidos pelas seguintes cadeias musculares de tensão no corpo:
autor/shutterstock
Anteroposterior (AP)
autor/shutterstock
Posteroanterior (PA)
autor/shutterstock
Anteromediano (AM)
autor/shutterstock
Anterolateral (AL)
autor/shutterstock
Posteromediano (PM)
autor/shutterstock
Posterolateral (PL)
Segundo Champingnion (2003), mediante um estado físico e emocional, o comportamento sofre alterações que influenciam diretamente o
padrão postural. Visando o reequilíbrio, sempre haverá compensações posturais para adaptação, seja AM posteriormente, seja PM
anteriormente.
Para que a postura seja bem avaliada e compreendida, independentemente da metodologia aplicada, existem três importantes pilares:
CONTEXTO
Corresponde a entender de quem estamos falando: idade, profissão e atividade física realizada pelo paciente.

FINALIDADE
Diz respeito ao verdadeiro objetivo do paciente.

NÍVEL DE ACOMPANHAMENTO
É necessário avaliar caso a caso. Por exemplo, ao tratar da postura de um atleta de alto rendimento, alguns ajustes posturais poderão ser
prejudiciais a suas atividades esportivas. Já quando não se tem nenhuma queixa de dor, é questionável a intervenção fisioterapêutica com
ênfase apenas em padrões estéticos.
Fonte: Pixel-Shot/Shutterstock.com
Fonte: Pixel-Shot/Shutterstock.com
IMPORTÂNCIA DA REEDUCAÇÃO POSTURAL
É muito importante o fisioterapeuta compreender uma espécie de hierarquia entre os tecidos celulares, que, de forma inteligente, organizam-
nos para conseguirmos vencer a gravidade e conviver com as mais diversas posturas no dia a dia.
Sabemos que o corpo está o tempo inteiro buscando economizar energia, mesmo que, para isso, algumas estruturas passem mais tempo
hiperativadas. Os ossos formam as articulações e são responsáveis por nossa sustentação. Muitas vezes, é por meio deles que avaliamos
nossa postura – especialmente a coluna vertebral. Mas quem comanda esses posicionamentos ósseos são nossas tensões musculares,
geradas passivamente pelos tecidos conjuntivos e ativamente por potenciais de ação vindos do tecido neural, que deflagram contrações
mínimas ou até espasmos.
Em muitos momentos, esses espasmos e tais contrações são percebidos como pontos de dor e, devido a eles, o corpo, em vários casos, cria
posturas antálgicas (que combatem a dor). Cabe ao fisioterapeuta aprender a “desarmar esses disjuntores”, bem como a identificar de que
forma poderíamos alongar toda a cadeia conjuntiva.
 ATENÇÃO
Nesse momento, é necessário retornarmos ao raciocínio de Ida Rolf, cujas ideias faziam muito sentido nessa “matematização qualitativa” do
corpo humano. De acordo com Myers (2003), ela entendia que adaptações posturais teriam uma relação direta entre a inteligência de nosso
corpo quanto aos receptores sensoriais e nosso centro de gravidade. Embora os principais exames e métodos de avaliação postural utilizem
os ossos e as articulações como referência, existe uma estrutura do corpo que governa os posicionamentos ósseos e, portanto, altera as
funções articulares: os músculos. Estes, por sua vez, são regidos por duas outras importantes estruturas: as fáscias e os nervos (controle
motor).
Rolf desenvolveu uma metodologia muito focada em liberar restrições fasciais que poderiam alterar comprimento e tensões musculares, os
quais, por sua vez, aumentariam a rigidez articular ou, talvez, os padrões de mobilidade, deixando algumas articulações hipomóveis e outras
adjacentes hipermóveis, o que geraria desequilíbrios. Se esses desequilíbrios fossem entre os músculos mais profundos que “regem” os
movimentos da coluna, padrões de escoliose, hipercifose e hiperlordose, ou seja, tipos de exacerbação de curvaturas fisiológicas na coluna
vertebral seriam observados.
Rolf percebeu que havia necessidade de interferir na mecânica muscular para diminuir restrições e entendeu que essas restrições viriam de
um tecido pouco estudado em sua época, pois não se entendia muito sobre a fisiologia do tecido fascial. Nesse momento, deu-se início aos
primeiros olhares da liberação miofascial para funções posturais não somente para promover as analgesias.
ANALGESIAS
Redução da sensibilidade à dor sem perda da consciência.
FUNÇÃO DINÂMICA E ESTÁTICA DOS MÚSCULOS
Existem músculos que são predominantemente ativos nas funções da dinâmica e outros, na estática.
Função dinâmica
É composta por aqueles músculos mais superficiais, que, quando estão em disfunção, tendem a ficar mais flácidos e enfraquecidos, não
gerando tanta hipomobilidade.

Função estática
javascript:void(0)
É composta pelos músculos estáticos, que passam o dia nos fazendo ficar eretos. Trata-se de músculos mais profundos, que acabam tendo
um aumento do tônus (hipertonicidade) por sobrecarga estática.
Essa observação se deu pela primeira vez por pesquisadores da família Kendall (2007), cujo foco seria, além de olhar para as questões
fasciais que alteram tensões musculares de forma passiva, analisar outra estrutura que merece atenção: os fusos musculares que intervêm
na atividade muscular, mas de forma ativa, involuntária. Ao estabelecerem alguns padrões mínimos de contração involuntária (espasmos),
esses fusos musculares permitem que alguns músculos gerem, em longo prazo, encurtamentos crônicos que vão interferir na mobilidade,
causando restrições fasciais.
Os músculos poliarticulares, segundo Adler (2007), fazem as duas funções (dinâmica e estática). Os isquiotibiais, por exemplo, realizam o
bloqueio em extensão do joelho, promovem estabilidade em rotação externa da perna e fazem a verticalização do ilíaco. Portanto, é
importante que estejam fortes e alongados.
Os segredos da reeducação postural são encontrados nos músculos estáticos. Todas as metodologias têm um carinho especial em lidar com
essas musculaturas, que são riquíssimas em fibras de contração lenta – também chamadas de fibras vermelhas – e que respondem muito
mais a estímulos mais longos, trabalhando com pouca força, mas muita resistência.
Ao contrário das musculaturas dinâmicas, as estáticas tendem a encurtar, enrijecer e, em alguns casos, até fibrosar, quando estão em
disfunção. Movimentos repetitivos, sedentarismo ou ausência de movimentos podem gerar esses efeitos na musculatura agonista e
antagonista. O sedentarismo, por exemplo, promove algumas alterações musculares que interferem diretamente na postura do indivíduo,
como o enrijecimento e o encurtamento dos músculos estáticos, e flacidez com perda da força nos músculos dinâmicos. Nesse caso, o
tratamento focado somente na liberação miofascial pode não parecer eficaz ou até mesmo mascarar o problema postural, já que a origem
pode estar em musculaturas mais profundas.
As técnicas neuromusculares, como contrair e relaxar, facilitação neuroproprioceptiva, técnicade energia muscular etc., podem ser bastante
eficazes, em especial nas musculaturas mais profundas que estão inseridas nas vértebras – principal região a ser analisada quando o
assunto é postura. Cabe ao fisioterapeuta, detentor dessas informações, saber como agir diante dos desconfortos do paciente, mas isso fica
para a próxima parte de nosso estudo.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
AGONISTA
Músculo principal, que produz e executa o movimento ao se contrair.
ANTAGONISTA
Músculo em oposição ao agonista, que relaxa progressivamente perante a contração deste.
EXERCÍCIOS POSTURAIS
Além dos exercícios localizados, o pensamento em cadeia desenvolveu uma série de exercícios de forma globalizada, como é o caso dos
elaborados por Philippe Souchard, mas inicialmente idealizados por Madame Mézières. Suas ideias revolucionárias iam de encontro aos
padrões estabelecidos pela busca da perfeição dos corpos tanto masculinos quanto femininos, todos cheios de “curvas”. Para Mézières, era
justamente o excesso de força e essa busca por corpos esculturais que mereciam ser combatidos.
Então, ela e seus discípulos, segundo Souchard (2019), começaram a gerar um movimento que ganhou força por meio de sua principal
discípula, Thérèse Bertherat, extremamente atenta às questões emocionais que estariam envolvidas na busca excessiva por uma perfeição
corporal: a antiginástica.
 ATENÇÃO
Mézières, de acordo com Souchard (2019), teria ainda outros grandes pupilos, que, mais tarde, acabariam desenvolvendo seus métodos e
impactando todo o planeta com suas adaptações a essa ideia inovadora de que os músculos se conectam em cadeia. Mais adiante,
percebeu-se que quem conectava essas estruturas era justamente a tal fáscia, graças a grandes descobertas de mais um de seus pupilos:
Marcel Bienfait, que publicou quatro belas obras – entre elas, O equilíbrio estático e a fisiologia da terapia manual.
Seus pupilos:
LEOPOLD BUSQUET
Outro importante seguidor de Françoise Mézières. Ele entendeu que, por mais que fosse lógico e maravilhoso estudar as conexões
musculoesqueléticas, era imprescindível não esquecer as conexões entre fáscias e as demais vísceras, tanto da região torácica quanto da
região abdominal. Busquet propôs que a motilidade e a mobilidade visceral poderiam interferir na qualidade da mecânica da coluna vertebral
e, com isso, criar adaptações posturais. O tempo passou e Busquet desenvolveu sua própria metodologia, que acabou recebendo seu nome.
GODELIEVE DENYS-STRUYF
Criadora do método GDS, adaptou tudo o que aprendeu e adicionou, à sua prática clínica, seus conhecimentos de desenho, dança, traços de
comportamento e personalidade, e criou uma série de padrões posturais nos quais se baseia sua metodologia.
BRICOT
Tornou-se notável por seus estudos sobre os movimentos dos olhos, a articulação temporomandibular (ATM) e a utilização de palmilhas
personalizadas para correções posturais (BRICOT, 2001). No Brasil, suas obras e seus cursos são conhecidos como podoposturologia ou
técnicas de confecção de palmilhas.
PHILLIP SOUCHARD
Talvez o mais conhecido dos seguidores de Mézières. Fisioterapeuta e osteopata, seus métodos bastante difundidos no Brasil são, para
muitos, os únicos que tratam questões posturais. Esse reconhecimento é apontado até mesmo por planos de saúde privados, que só cobrem
os tratamentos se a metodologia for de Souchard. Além de inúmeras obras que o fisioterapeuta escreveu, seu maior legado foi o curso de
Reeducação Postural Global (RPG).
Algum tempo depois da criação do RPG, entendendo que havia no Brasil um nicho interessante de profissionais de Educação Física que
também se interessariam em aprender a atuar preventivamente nos problemas de coluna, Souchard criou, em 2019, a metodologia Stretching
Global Ativo (SGA).
Independentemente dos métodos usados, todos vieram da mesma fonte: Françoise Mézières, uma mulher à frente de seu tempo que
resolveu externar suas ideias e enfrentou um mundo cheio de preconceitos, com diversas metodologias já vigentes e eficazes em curto prazo.
REEDUCAÇÃO POSTURAL: “O PULO DO GATO”
Você verá breve vídeo demonstrando o poder de se compreender as diferentes estratégias na prescrição de exercícios para musculatura
estática e para musculatura dinâmica.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ESTUDAMOS A MUSCULATURA ESTÁTICA E DINÂMICA, DETERMINANTES PARA FAZER A PRESCRIÇÃO
DE EXERCÍCIOS DE REEDUCAÇÃO POSTURAL. SOBRE O ASSUNTO, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
A) A musculatura dinâmica tende a enrijecer e encurtar, enquanto a estática tende a ficar fraca e flácida com o sedentarismo.
B) A musculatura dinâmica responde melhor a exercícios isométricos, enquanto a musculatura estática responde melhor a exercícios
concêntricos e excêntricos.
C) A musculatura estática responde melhor a estímulos concêntricos, enquanto a musculatura dinâmica responde mais a exercícios
excêntricos.
D) A musculatura estática tende a enrijecer e encurtar, enquanto a dinâmica tende a ficar fraca e flácida com o sedentarismo.
E) Na hora de prescrever exercícios de reeducação postural, os posicionamentos vertebrais são mais importantes que os músculos.
2. CADA AUTOR DA REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL DIFERENCIA SUA METODOLOGIA POR SUAS
VISÕES E CONCEPÇÕES PARTICULARES. OBSERVANDO A ÊNFASE DADA POR CADA UM DELES NA
CRIAÇÃO DE SEU MÉTODO, ASSINALE A ALTERNATIVA INCORRETA:
A) Bricot entendia que o tipo de pisada era mais importante e, por isso, criou as palmilhas.
B) Madame Mézières era obcecada por curvas e afirmava que esses excessos poderiam fazer mal.
C) Myers entendia que era importante justificar os vetores propostos como cadeia musculares com comprovações tangíveis fasciais.
D) Godelieve acreditava que nenhuma postura seria tão eficiente se os aspectos emocionais do paciente fossem ignorados.
E) Philippe Souchard era obcecado por matematizar as variáveis do corpo e calcular a melhor postura.
GABARITO
1. Estudamos a musculatura estática e dinâmica, determinantes para fazer a prescrição de exercícios de reeducação postural. Sobre
o assunto, assinale a alternativa correta:
A alternativa "D " está correta.
As musculaturas estáticas tendem a enrijecer com o sedentarismo, enquanto as dinâmicas tendem a “amolecer”. Portanto, em uma boa
reeducação postural é preciso aumentar o tônus das musculaturas dinâmicas e diminuir o das estáticas.
2. Cada autor da Reeducação Postural Global diferencia sua metodologia por suas visões e concepções particulares. Observando a
ênfase dada por cada um deles na criação de seu método, assinale a alternativa incorreta:
A alternativa "E " está correta.
A obsessão por matematizar suas análises foi feita por Ida Rolf. Philippe Souchard tornou-se mundialmente conhecido pelos métodos RPG e
SGA.
MÓDULO 3
 Descrever as indicações e contraindicações na aplicação de exercícios de reeducação postural
APLICAÇÃO PRÁTICA DA REEDUCAÇÃO POSTURAL:
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES
Em geral, há duas grandes classes de exercícios para a reeducação postural:
autor/shutterstock
Exercícios globais
autor/shutterstock
Exercícios analíticos específicos em pontos estratégicos
autor/shutterstock
INDICAÇÕES
Para todas aquelas que geram algum tipo de dor física, como restrições de mobilidade, alterações da mecânica ventilatória ou até mesmo
desconforto pessoal com a estética.
autor/shutterstock
CONTRAINDICAÇÕES
Aquelas para qualquer exercício, como hipertensão arterial grave, cardiopatias descompensadas, infecções com quadro de febre,
indisposição do paciente etc. Entretanto, cabe a avaliação do terapeuta e sua interlocução com o médico que trata o problema específico do
paciente para estabelecer se a contraindicação é absoluta ou relativa.
EXERCÍCIOS GLOBAIS
A maioria dos exercícios globais possui a finalidade de manter as tensões em toda a cadeia muscular. De uma metodologia para outra,
existem variações de cadeias – cadeia mestra anterior (CMA) e cadeia mestra posterior (CMP) –, mas vamos utilizar uma que, para quasetodos os métodos, é unânime: a CMP.
CMP
Inicia-se pelos músculos espinhais, passa pelos músculos da pelve (pelvitrocanterianos e grande glúteo), pelos músculos posteriores da coxa
e da perna (isquiotibiais, poplíteo, tríceps sural) até chegar aos músculos plantares. Uma hipertonicidade nessa cadeia, por exemplo, gera
alterações posturais como: hiperlordose cervical e lombar, dorso retificado, joelhos varos, pelve em retroversão e pés cavos.

CMA
É composta pelos músculos anteriores do corpo e se inicia pelos músculos do pescoço (esternocleidomastóideo, o longo do pescoço e os
escalenos), passando pelo sistema suspensor do diafragma e das vísceras, os músculos da pelve e da coxa (Iliopsoas e adutores pubianos)
e da perna (tibial anterior). Uma hipertonicidade nessa cadeia pode gerar projeção da cabeça, retificação da cifose cervical, aumento da
cifose (hipercifose) dorsal, pelve em anteroversão, joelhos valgos e com rotação interna e pés pronados.
javascript:void(0)
ILIOPSOAS
Também chamado de psoasilíaco, pertence aos músculos internos do quadril e é constituído por dois músculos distintos (ilíaco e psoas
maior) cujas origens são diferentes, mas, depois, fundem-se e compartilham a mesma inserção na coxa.
Aqui, vamos demonstrar uma forma bastante eficaz de trabalhar exercícios globais. Em média, o paciente permanece por três minutos em
cada postura e realiza, no mínimo, três repetições.
Vejamos algumas:
Nesses exercícios, seriam extremamente importantes cuidados com cinco partes:
Posicionamento do SACRO no chão.
Posicionamento do GLÚTEO na parede.
Posicionamento das ESCÁPULAS, unidas e com úmero em rotação externa.
Posicionamento da CERVICAL, retificada (“queixo no peito”).
Posicionamento do JOELHO estendido, preferencialmente com os gastrocnêmios tocando a parede.
javascript:void(0)
Fonte: EnsineMe
GASTROCNÊMIOS
Potente músculo com dois ventres, formando o tríceps sural junto com o músculo sóleo. Ele está localizado na parte posterior da perna.
Vejamos, agora, variações possíveis para dar mais ênfase às cadeias mais internas envolvendo a musculatura adutora de membros
inferiores:
Este caso segue as mesmas recomendações anteriores, mas a orientação é unir as plantas dos pés. Trata-se de posturas apelidadas de “rã
no ar” e “rã sentada”, devido ao aspecto do paciente na parede. Quando a intenção é uma cadeia mais anterior, isso pode ser feito de pé.
Fonte: EnsineMe
Nessa próxima variação, recomenda-se a abertura máxima das pernas:
Fonte: EnsineMe
 ATENÇÃO
A sequência apresentada tem como objetivo trabalhar a cadeia mestra posterior, que envolve desde os músculos paravertebrais,
interconectando-se com as fáscias isquiotibiais, até as fáscias plantares.
EXERCÍCIOS ANALÍTICOS
Existem diversos tipos de metodologias para realizar exercícios de reeducação postural. Convém ao especialista aprofundar-se por meio de
formações específicas no método com o qual se identifica. Aqui, veremos o que, praticamente, todos os métodos apresentam de comum.
Sem dúvida, o processo inicial parte de uma avaliação para perceber as disfunções por meio de análises, utilizando um simetrógrafo, ou por
meio de aplicativos para celular, utilizando a sobreposição de linhas na imagem obtida. Isso pode favorecer a análise das alterações posturais
e ainda é uma forma de acompanhamento durante o tratamento.
Uma questão a ser discutida é que os problemas posturais não são simplesmente problemas de assimetria. É extremamente importante o
fisioterapeuta saber disso, pois uma abordagem simplista como essa pode acabar atrapalhando mais do que ajudando um paciente.
SIMETRÓGRAFO
Instrumento utilizado para avaliar desvios posturais por meio da observação de pontos anatômicos. Com ele, é possível detectar alguns
desvios de postura mais acentuados, como a escoliose e a hiperlordose.
PROBLEMAS NÃO SÃO IMAGINADOS, E SIM CHECADOS OU
TESTADOS!
A avaliação visual é relevante, mas o ideal é identificar como a estrutura está funcionando, por que o corpo está criando adaptações que
podem ser a melhor maneira de aquele indivíduo realizar determinada tarefa ou certo gestual esportivo, especialmente se estivermos nos
javascript:void(0)
referindo a um atleta de alto rendimento. Entender o contexto em que o paciente está inserido faz toda a diferença na compreensão do
problema manifestado.
É importante checar se existem fatores predisponentes, como:
Lesões por esforço repetitivo ou disfunções osteomioarticulares relacionadas ao trabalho (LER/DORT).
Fonte: Phuriwatt Seesuk/Shutterstock.cm
Fonte: Oleksandr Yakoniuk/Shutterstock.cm
Mãe ou pai de criança ainda transportada no colo.
Atividades laborais predominantemente estáticas – motorista profissional, costureira, caixa de supermercado ou de banco, dentista.
Fonte: AlessandroBiascioli/Shutterstock.cm
Fonte: Master1305/Shutterstock.cm
Atividades esportivas extenuantes – atletas de triatlo, corredores, jogadores de futebol, atletas de alto rendimento.
Sedentários, inativos, obesos, muito magros ou muito altos.
Fonte: Fuss Sergey/Shutterstock.cm
O esqueleto humano é anatomicamente dividido em dois tipos:
ESQUELETO AXIAL
Composto por coluna vertebral, gradil costal e ossos da face e da calota craniana.
ESQUELETO APENDICULAR
Composto pelos membros superiores e inferiores.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Porém, existem duas estruturas funcionais que servem para conectar esses esqueletos apendiculares ao esqueleto axial: as cinturas.
A cintura escapular conecta os membros superiores ao esqueleto axial.
A cintura pélvica ou pelve conecta os membros inferiores ao esqueleto axial.
Nas cinturas, a abordagem é um pouco mais profunda do que simplesmente avaliar a mobilidade. Aqui, o tônus, a temperatura e a rigidez
muscular podem servir de parâmetros para a avaliação.
Testes passivos ou ativos de movimentos articulares podem determinar duas características imprescindíveis para uma boa reeducação
postural: a hipermobilidade articular e, principalmente, a hipomobilidade articular. Os testes se dividem em teste de mobilidade no
esqueleto axial e teste de mobilidade nas estruturas que envolvem as cinturas (escapulares e pélvicas).
Em geral, as estruturas que causam desconfortos ou dores não são tanto as hipermóveis, e sim as hipomóveis. Isso ocorre devido a tensões
musculares acima do normal, que limitam os movimentos articulares.
 RECOMENDAÇÃO
Preferencialmente, faça todos os testes na posição ortostática. Observe o quanto a articulação permite de liberdade do movimento, chegando
ao limite de forma ativa, e interfira manualmente de forma passiva, a fim de detectar possíveis desconfortos, rigidez ou encurtamentos.
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS TESTES
Veja, na tabela a seguir, os testes de mobilidade do esqueleto axial. Eles determinarão se as intervenções reeducacionais no indivíduo são
necessárias ou não.
Mobilidade
articular
Testes Observação
Coluna cervical
Rotações para direita e para esquerda.
Inclinações laterais para direita e para esquerda.
Flexão (queixo para baixo) e extensão (queixo para cima).
Pergunte se houve algum
sintoma.
Coluna torácica
Rotações para direita e para esquerda.
Inclinações laterais para a direita e para a esquerda.
Flexão (tentar pôr a mão no chão) e extensão (retornar e olhar o
máximo para o teto).
Pergunte se houve algum
sintoma.
Coluna lombar Flexão, extensão, lateralização e rotação com o paciente em pé
Pergunte se houve algum
sintoma.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
Tabela: Alvaro Andreson de Amorim.
Em todos os testes, registre se houve desconforto (end feel) e encurtamento.
PILARES DA REEDUCAÇÃO POSTURAL
Quando se trata de pôr em prática a reeducação postural, pensamos em três grandes pilares, mas, antes de conhecê-los, é necessário
utilizar algum instrumento de medida para perceber inicialmente as tais alterações na postura. Os testes que se aplicam a essa finalidade
podem ser quantitativos ou qualitativos.TESTES QUANTITATIVOS
TESTES QUALITATIVOS
TESTES QUANTITATIVOS
Para esse tipo de verificação, os testes quantitativos envolvem os goniômetros, flexômetros, softwares de análise quantitativa ou qualquer
outro instrumento para mensurar o “antes” e o “depois”. O Ângulo Cobb é obtido por meio de radiografia e é muito usado para determinar o
grau (ângulo) de uma escoliose.
TESTES QUALITATIVOS
Não são apresentados números, porém indicativos visuais que podem ser analisados por fotos. A melhora é observada pelo padrão do
movimento e pelo alívio de queixas em quadros álgicos – ótimos indicativos de uma postura reeducada. Outro teste que apresenta um
número, mas, pela imprecisão dos dados, não serve como parâmetro quantitativo científico, e sim como referência, é a técnica das duas
balanças. O paciente é solicitado a subir com um pé em uma balança e o outro pé em outra balança igual. Percebemos a distribuição do peso
antes e depois de aplicar a solução proposta. É comum ter antes uma diferença de distribuição de peso corporal bem maior do que depois.
Agora, vamos aos três pilares da reeducação postural:

ENTENDER PARA PODER ORIENTAR
Quanto mais informações a respeito do paciente, maiores serão as possibilidades de diagnóstico assertivo sobre a causa do problema. Um
bom fisioterapeuta deve ter informações das mais diversas, tais como: qualidade de sono, atividade física, qualidade na alimentação etc.
REALIZAR ALONGAMENTOS POSTURAIS
Os exercícios de alongamento são utilizados na maior parte dos pacientes com o objetivo de atuar nas cadeias musculares. Eles podem ser
realizados em macas especiais, utilizando as mãos do terapeuta ou a parede, como vimos nos exemplos.


EMPREGAR A TÉCNICA DE RELAXAMENTO PÓS-ISOMÉTRICO (RPI)
Quando pedimos ao paciente para realizar um movimento usando uma contração isotônica concêntrica, há uma resistência contra o
movimento solicitado. Este se torna, então, um exercício isométrico. Dessa forma, cria-se um reflexo inibitório gerado pelos proprioceptores,
que promovem uma ação reflexa de relaxamento dos músculos envolvidos no exercício. Quando o próprio músculo é implicado, chamamos
esse reflexo de inibição autógena, mas quando o músculo antagonista é implicado, chamamos o reflexo de inibição recíproca.
GRUPAMENTOS MUSCULARES MAIS INDICADOS PARA
RESOLUÇÃO DAS DISFUNÇÕES POSTURAIS
Existem 10 grupamentos musculares estrategicamente indicados para a resolução de cada uma das disfunções posturais. Conheça-os a
seguir.
1. MÚSCULO TRAPÉZIO SUPERIOR
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente sentado na extremidade da maca, com as mãos uma no acrômio e outra no processo
mastoideo.
Posição inicial do cliente: em decúbito dorsal, com a cabeça em lateroflexão e o lado a ser tratado mais alongado.
Comando: “Aproxime o ombro da orelha”.
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento; permitir que o paciente faça uma contração isométrica de aproximadamente
seis segundos; e repetir de três a seis vezes para cada lado.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Fonte: EnsineMe
2. MÚSCULOS ESCALENOS
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente sentado na extremidade da maca, com uma mão no acrômio e a outra no processo
mastoideo.
Posição inicial do cliente: em decúbito dorsal, com a cabeça em lateroflexão e o lado a ser tratado mais alongado.
Comando: “Aproxime a orelha do ombro”. (A diferença entre a primeira posição do trapézio superior para esta aparece neste comando).
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento; permitir que o paciente faça uma contração isométrica de aproximadamente
seis segundos; e repetir de três a seis vezes para cada lado.
Fonte: EnsineMe
3. MÚSCULOS ESPLÊNIOS
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente sentado na extremidade da maca, com as mãos no occipital do paciente, gerando uma
flexão na cervical passiva.
Posição inicial do cliente: em decúbito dorsal, com a cabeça em flexão, criando um alongamento nos esplênios.
Comando: “Aproxime a nuca da maca”.
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento, e permitir que o paciente faça uma contração isométrica de
aproximadamente seis segundos.
javascript:void(0)
javascript:void(0)
Fonte: EnsineMe
4. MÚSCULO ESTERNOCLEIDO-OCCIPTOMASTÓIDEO
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente sentado na extremidade da maca, com as mãos uma em cada lado da cabeça do paciente.
Posição inicial do cliente: em decúbito dorsal, com a cabeça em rotação até o limite da dor e o lado a ser tratado com o músculo visível
pelo terapeuta.
Comando: “Afaste a orelha da maca”.
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento; permitir que o paciente faça uma contração isométrica de aproximadamente
seis segundos; e repetir de três a seis vezes para cada lado.
Fonte: EnsineMe
5. PEITORAL MENOR
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente em pé ao lado do peitoral a ser tratado primeiro e com sua pelve relativamente alinhada
com a pelve do paciente, a mão superior na altura da cabeça do úmero e a mão inferior na espinha ilíaca anterossuperior contralateral.
Posição inicial do cliente: em decúbito dorsal, olhando para o teto.
Comando: “Empurre minha mão com seu ombro e com sua pelve”.
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento; permitir que o paciente faça uma contração isométrica de aproximadamente
seis segundos; e repetir de três a seis vezes para cada lado.
Fonte: EnsineMe
6. MÚSCULOS ADUTORES
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente em pé ao lado do adutor a ser tratado primeiro e com sua pelve relativamente alinhada com
a pelve do paciente. A mão superior fica na altura da face medial de um dos joelhos, e a outra, no outro joelho, resistirá ao movimento de
adução solicitado.
Posição inicial do cliente: em decúbito dorsal, olhando para o teto, com as solas dos pés tocando uma na outra, quadril abduzido e rodado
externamente.
Comando: “Empurre minha mão com seu joelho, até que um toque no outro”.
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento; permitir que o paciente faça uma contração isométrica de aproximadamente
seis segundos; e repetir de três a seis vezes.
Fonte: EnsineMe
7. MÚSCULOS ISQUIOTIBIAIS
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente sentado na maca, com a parte posterior da perna do paciente sobre seu trapézio e as mãos
entrelaçadas sobre a tuberosidade anterior da tíbia do paciente, resistindo à flexão do joelho.
Posição inicial do cliente: em decúbito dorsal, olhando para o teto, com gastrocnêmio sobre o trapézio do terapeuta, quadril e joelhos
fletidos.
Comando: “Empurre sua perna para cima de meu ombro”.
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento; permitir que o paciente faça uma contração isométrica de aproximadamente
seis segundos; e repetir de três a seis vezes.
Fonte: EnsineMe
8. MÚSCULO PIRIFORME
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente em pé na lateral da maca ou na parte caudal da maca, com as mãos na face medial do
tornozelo do paciente.
Posição inicial do cliente: em decúbito ventral, com os joelhos unidos e fletidos, formando um V com a pernas.
Comando: “Encoste um pé no outro”.
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento; permitir que o paciente faça uma contração isométrica de aproximadamente
seis segundos; e repetir de três a seis vezes.
Fonte: EnsineMe
9. MÚSCULO QUADRADO LOMBAR
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente em pé na lateral da maca, apoiando uma mão no joelho e outra no dorso do pé do paciente,
a fim de impedir que o pé dele se desloque na direção do teto.
Posição inicial do cliente: em decúbito lateral, com o músculo a ser tratado desencostado da maca, flexão bilateral de quadril e de joelho,
bíceps sob a orelha e pés em uma posição em que seja possível se deslocar em direção ao solo.
Comando: “Empurre minha mão com o pé em direção ao teto”.
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento; permitir queo paciente faça uma contração isométrica de aproximadamente
seis segundos; e repetir de três a seis vezes.
Fonte: EnsineMe
10. MÚSCULO PSOASILÍACO
Posição inicial do terapeuta: preferencialmente em pé na lateral da maca, apoiando uma mão no terço distal da coxa da perna do paciente
a ser trabalhada e a outra na tuberosidade anterior da tíbia contralateral.
Posição inicial do cliente: em decúbito dorsal, em diagonal na maca, de forma que a coxa do psoasilíaco a ser trabalhado possa descer
abaixo da linha da maca. A outra mão só apoiará, já que o paciente estará com um quadril fletido, e o músculo que está sendo trabalhado,
estendido.
Comando: “Empurre minha mão com o joelho em direção ao teto”.
Ação do terapeuta: resistir, não deixando que haja movimento; permitir que o paciente faça uma contração isométrica de aproximadamente
seis segundos; e repetir de três a seis vezes.
Fonte: EnsineMe
ACRÔMIO
Proeminência óssea da escápula, localizada na parte superior do ombro.
PROCESSO MASTOIDEO
Projeção cônica que pode variar de tamanho e forma, localizada na parte posterior do osso temporal (porção mastoidea).
OCCIPITAL
Osso simétrico que forma as paredes posterior e inferior do crânio.
ESPLÊNIOS
O esplênio da cabeça é um músculo profundo do pescoço. O esplênio do pescoço é um par de músculos das costas que se encontra no
espaço pré-vertebral do pescoço. Ambos formam a camada superficial dos músculos profundos das costas.
EXERCÍCIOS GLOBAIS E ANALÍTICOS
Você verá um resumo de todos os exercícios propostos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. CONHECEMOS AS GRANDES CADEIAS MUSCULARES DO CORPO: A CADEIA MESTRA ANTERIOR (CMA) E
A CADEIA MESTRA POSTERIOR (CMP). COM RELAÇÃO À CMP, QUAIS SERIAM AS ALTERAÇÕES
POSTURAIS MEDIANTE UMA HIPERTONICIDADE?
A) Retificação cervical, hiperlordose lombar, joelhos varos e pés cavos
B) Hiperlordose cervical, hiperlordose lombar, joelhos varos e pés cavos
C) Retificação lombar, hiperlordose cervical, joelhos valgos e pés pronados
D) Retificação lombar, hiperlordose cervical, joelhos varos e pés cavos
E) Retificação cervical, retificação lombar, joelhos valgos e pés valgos
2. EXISTE UM CONJUNTO DE TÉCNICAS EM QUE O TERAPEUTA PEDE AO PACIENTE PARA REALIZAR UM
MOVIMENTO APLICANDO UMA RESISTÊNCIA CONTRA A AÇÃO SOLICITADA, A FIM DE PRODUZIR UM
REFLEXO INIBITÓRIO, GERANDO O RELAXAMENTO DOS MÚSCULOS ENVOLVIDOS NESSE EXERCÍCIO. SE
O PROFISSIONAL PRODUZIR O RELAXAMENTO DE UM MÚSCULO ANTAGONISTA, A INIBIÇÃO SERÁ
CONSIDERADA:
A) Proprioceptiva
B) Autógena
C) Reflexa
D) Recíproca
E) Sinérgica
GABARITO
1. Conhecemos as grandes cadeias musculares do corpo: a cadeia mestra anterior (CMA) e a cadeia mestra posterior (CMP). Com
relação à CMP, quais seriam as alterações posturais mediante uma hipertonicidade?
A alternativa "B " está correta.
A CMP é composta pelos músculos posteriores e parte dos músculos espinhais, percorrendo os músculos da pelve, os posteriores da coxa e
da perna, até os músculos plantares. Uma hipertonicidade nessa cadeia causa o encurtamento desses músculos, provocando alterações
características, como hiperlordose cervical e lombar, retificação do dorso, joelhos varos, pelve retrovertida e pés cavos.
2. Existe um conjunto de técnicas em que o terapeuta pede ao paciente para realizar um movimento aplicando uma resistência
contra a ação solicitada, a fim de produzir um reflexo inibitório, gerando o relaxamento dos músculos envolvidos nesse exercício.
Se o profissional produzir o relaxamento de um músculo antagonista, a inibição será considerada:
A alternativa "D " está correta.
As técnicas de relaxamento pós-isométrico (RPI) têm como objetivo criar um reflexo inibitório gerado pelos proprioceptores, que promovem
uma ação reflexa de relaxamento dos músculos. Se o próprio músculo estiver envolvido no exercício, a inibição será autógena, mas se for o
músculo antagonista, a inibição será recíproca.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No estudo deste tema, conhecemos os principais métodos que fundamentam e utilizam o princípio das cadeias musculares como forma de
reeducação postural. Além disso, entendemos que esse processo de reeducação não é simplesmente uma questão física. Afinal, aspectos
comportamentais (conscientes ou inconscientes) também podem alterar padrões posturais.
Para esses casos, não existe uma receita infalível. Cabe ao fisioterapeuta identificar o método que mais faça sentido para ele e elaborar um
plano estratégico em sintonia com seu paciente, estabelecendo metas de curto, médio e longo prazos, a fim de que seus objetivos sejam
alcançados.
Em muitas situações, o paciente não tem consciência de que aquelas disfunções têm relação com más posturas de seu dia a dia. Por isso, as
orientações de um profissional são fundamentais para melhorar os vícios posturais que produzem as disfunções. Entretanto, o tempo que o
paciente passa com o terapeuta não é suficiente para alterar a causa do problema. Pensar dessa forma é um erro que pode custar a eficácia
do tratamento.
Lembre-se: nem sempre uma dor em determinado local é realmente causada por alterações daquela área do corpo. O terapeuta precisa
deixar de analisar somente um ponto, parar de tratar escolioses, hiperlordoses, hipercifoses, mas ver o corpo como um todo, o paciente em
sua integralidade, passando a tratar de pessoas.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ADLER, S. PNF: Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva. São Paulo: Manole, 2007.
BRICOT, B. Podoposturologia. 2. ed. São Paulo: Ícone, 2001.
BUSQUET, L. As cadeias musculares: tronco, coluna cervical e membros superiores. v. 1. Belo Horizonte: Busquet, 2001.
CHAMPINGNION, P. Aspectos biomecânicos das cadeias musculares e articulares no método GDS: noções básicas. São Paulo: Grupo
Editorial Summus, 2003.
COELHO, L. O método Mézières ou a revolução na ginástica ortopédica: o manifesto antidesportivo ou a nova metodologia de treino. In:
Revista de Desporto e Saúde, v. 4, n. 2, p. 21-39, 2008.
KENDALL, F. Músculos: provas e funções. São Paulo: Manole, 2007.
MYERS, T. Trilhos anatômicos. São Paulo: Manole, 2003.
SOUCHARD, P. Autoposturas da RPG: o método do Stretching Global Ativo (SGA). São Paulo: Grupo Editorial Summus, 2019.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
A prática do Stretching Global Ativo para a otimização da força e prevenção de lesões em esportes de combate, de Heleno Almeida
Junior, Dissertação, Universidade Federal de Sergipe.
Técnicas de energia muscular, de Leon Chaitow.
Método natural de Hébert: uma breve revisão de conceitos e aplicações, de Jonas Godtsfriedt, EFDeportes.
CONTEUDISTA
Alvaro Andreson de Amorim
 CURRÍCULO LATTES
javascript:void(0);
javascript:void(0);

Mais conteúdos dessa disciplina