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Linguistica_de_Texto_Impresso-41

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estreou em 1940, cronologicamente poderia ser considerado um integrante da chamada Geração 
de 45. Contudo, não o foi no essencial: na linguagem de matiz coloquial a par de uma temática 
regida pelo cotidiano, que se aproxima muito mais do Movimento de 22". O arremate desse período, 
ela o copiou, de forma literal, de um trecho da página 22 do meu livro: "(...) o poeta incorporou do 
modernismo uma linguagem de matiz coloquial a par de uma temática regida pelo cotidiano". Tem 
mais. Página 19, do meu livro: "(...) o quanto se torna difícil situar e avaliar a obra de Quintana no 
contexto da lírica nacional". Página 102, do livro "Na Esquina do Tempo – 100 anos com Mario 
Quintana": "Apesar de ser difícil situar e avaliar a obra do poeta no contexto da lírica nacional..." Já 
na página 76, eu escrevo: "Quer dizer: se o 'hábitat' natural dos sapatos é o chão, quem os colocou 
'próximos' ao Céu não o fez movido por nenhuma predisposição nefelibata, mas pelo desejo de 
minorar, nem que fosse ilusoriamente, as agruras da vida terrena. Daí os sapatos do Soneto XV 
cumprirem uma função metonímica e possuírem atributos humanos, além de emprestarem uma 
contextura concreta ao mundo subjetivo do sujeito emissor". Trecho copiado pela professora, com 
ligeiras modificações, na página 103: "Como o local em que, normalmente, os sapatos ficam é o 
chão, supõe-se que eles tenham sido colocados próximos ao céu com o objetivo de minorar as 
amarguras e dissabores da vida terrena. Ao adquirirem atributos humanos, esses objetos 
emprestam uma contextura concreta ao mundo subjetivo do emissor, cumprindo uma função 
metonímica". Por último, página 76, do livro "Longe daqui, aqui mesmo – a poética de Mario 
Quintana", de minha autoria: "Tanto que costumam distinguir e enfatizar na sua obra os recursos 
parnaso-simbolistas em detrimento de alguns preceitos da poesia moderna que a permeiam, dentre 
eles a materialização dos sentimentos a partir dos atos e das coisas banais do cotidiano". Página 
105, do livro "Na Esquina do Tempo – Cem Anos com Mario Quintana": "Pode-se afirmar, 
consequentemente, que a materialização dos sentimentos a partir dos atos e das coisas banais do 
cotidiano aproxima Quintana da vida moderna". 
A minha reação, num primeiro instante, foi relevar a atitude da Professora Adiani Fogali Marinello. 
Posteriormente – e já mesmo por conta do clima de impunidade que grassa em todo o país –, 
resolvi tomar algumas providências. Uma delas, a de denunciá-la através deste artigo que, enviado 
para editoras, universidades, professores, etc., talvez a iniba de, novamente, usurpar o patrimônio 
intelectual alheio.
Um fato curioso a respeito desse texto é que ele, valendo-se do amplo de massa possibilitado pelas 
novas tecnologias, circulou por meio de e-mails numa espécie de corrente de repúdio a essa prática. O autor, 
para comprovar a configuração do plágio, utilizou do recurso de citação, mostrando em que momentos teve 
seu texto reproduzido sem, entretanto, nenhuma referência de sua autoria. Cabe ainda lembrar que o plágio 
não se restringe à cópia fiel de textos, no sentido de que ideias também podem ser plagiadas, ou seja, fazer 
paráfrase de textos sem especificar de onde surgiram as ideias informadas também constitui plágio, 
embora mais difícil de ser comprovado. 
Referência
Entende-se por referência o processo de remissão a outro texto sem necessariamente haver citação de 
um trecho de outro texto. A remissão pode realizar-se, por exemplo, por meio da nomeação do autor do 
intertexto, do título da obra e/ou de personagens de obras literárias etc. Vamos ler o texto abaixo?
Notícias do submundo 
( Samuel Rosa/Chico Amaral)
Todos ouvem o sinal
Que atravessa a galeria
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