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Linguística de Texto Aula 03: Intertextualidade Tópico 03: As relações intertextuais por derivação VERSÃO TEXTUAL Vimos até agora as relações intertextuais por copresença, ou seja, quando existe a presença efetiva de um texto em outro. É possível verificar essa relação por meiodo que chamamos de "intertexto", que existe quando "as coincidências de fragmentos de textos se constroem pela inserção no texto da voz de um outro locutor, nomeado ou não, e introduzidos ou não por expressões prototípicas" (KOCH, BENTES e CAVALCANTE, p. 121). Neste tópico, vamos nos dedicar a estudar outro tipo de relações intertextuais: as por derivação, que acontece quando um texto deriva de outro previamente existente. Neste caso, estudaremos a Paródia, o Pastiche, a Paráfrase e um tipo especial de paródia, que chamamos na Linguística Textual de Détournement. Vamos a eles. Paródia Fonte [8] No senso comum, atribuímos o termo paródia a músicas bastante conhecidas que passam por uma transformação na letra, gerando um texto humorístico. Isso é clássico de shows de humor ou de shows de caça-talentos. Mas, na verdade, a paródia é um recurso bastante criativo que se constrói a partir de um texto- fonte sendo retrabalhado – ou seja, há uma transformação de um texto-fonte – com o intuito de atingir outros propósitos comunicativos, não só humorísticos, mas também críticos, poéticos etc. Isso quer dizer que nem sempre a intenção da paródia é pejorativa. Nova Canção do Exílio Carlos Drummond de Andrade Um sabiá na palmeira, longe. Estas aves cantam um outro canto. O céu cintila sobre flores úmidas. Vozes na mata, 48