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Détournement na Publicidade

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DESCRIÇÃO DA IMAGEM
Em boca fechada não entra mosquito 
Fonte [11]
A propaganda acima foi produzida com o objetivo de promover o combate à proliferação do mosquito da 
dengue e das doenças que ele transmite. Para isso, os autores recorreram ao fenômeno détournement
subvertendo o ditado tradicional “em boca fechada não entra mosca” para “em boca fechada não entra 
mosquito”, referindo-se assim não mais à boca de uma pessoa falante, mas às bocas de garrafas vazias. Veja 
que, simultaneamente ao fenômeno do détournement, há uma alusão a um provérbio, confirmando o 
pressuposto de que é possível haver a convivência de mais de uma forma de relação intertextual.
OBSERVAÇÃO
O détournement é derivado neste aspecto, já que parte de um texto pré-existente, mas também pode 
ser por copresença, a partir do momento em que conseguimos encontrar um “intertexto” – um fragmento 
por meio do qual se pode recuperar tal provérbio – ou uma alusão a determinados trechos, o que também 
constitui uma relação intertextual por copresença, como vimos no tópico 2.
PARADA OBRIGATÓRIA
Existem outros tipos de détournement, e não somente os que remetem a provérbios: frases feitas, 
títulos de filmes, títulos de textos literários, clichês, slogans, passagens bíblicas etc. também são alvos 
potenciais de serem subvertidos pelos produtores de détournement.
No que diz respeito a frases feitas, vejamos o exemplo abaixo:
DITADOS POPULARES DA ERA DIGITAL
1. A pressa é inimiga da conexão.
2. Amigos, amigos, senhas à parte.
3. Não adianta chorar sobre o arquivo deletado.
4. Em terra off-line, quem tem um 486 é rei.
5. Mais vale um arquivo no HD do que dois baixando.
6. Melhor prevenir do que formatar.
7. O barato sai caro... e lento.
8. Quando a esmola é demais, o santo desconfia que tem vírus anexado.
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