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Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
 
 
Prefeitura de Viamão-RS 
Fiscal e Vigilância 
1. Leitura e compreensão de textos: 1.1 Assunto. 1.2 Estruturação do texto. 1.3 Ideias 
principais e secundárias. 1.4 Relação entre as ideias. 1.5 Efeitos de sentido. ......................... 1 
1.6 Figuras de linguagem. .................................................................................................. 18 
1.7 Recursos de argumentação. ....................................................................................... 28 
1.8 Informações implícitas: pressupostos e subentendidos. .............................................. 37 
1.9 Coesão e coerência textuais. ....................................................................................... 38 
2. Léxico: 2.1 Significação de palavras e expressões no texto. 2.2 Substituição de palavras 
e de expressões no texto. ...................................................................................................... 62 
2.3 Estrutura e formação de palavras. .............................................................................. 78 
3. Aspectos linguísticos: 3.1 Relações morfossintáticas. ................................................... 87 
3.2 Ortografia: emprego de letras e acentuação gráfica sistema oficial vigente (inclusive o 
Acordo Ortográfico vigente, conforme Decreto 7.875/12). ................................................... 199 
3.3 Relações entre fonemas e grafias. ............................................................................ 216 
3.4 Flexões e emprego de classes gramaticais. .............................................................. 222 
3.5 Vozes verbais e sua conversão. ................................................................................ 222 
3.6 Concordância nominal e verbal. ................................................................................. 229 
3.7 Regência nominal e verbal (inclusive emprego do acento indicativo de crase). ........ 229 
3.8 Coordenação e subordinação: emprego das conjunções, das locuções conjuntivas e dos 
pronomes relativos. ............................................................................................................. 229 
3.9 Pontuação .................................................................................................................. 229 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
cinco dias úteis para respondê-lo (a). 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1593782 E-book gerado especialmente para JULIET RUTTSCHEIDT
 
1 
 
 
 
COMPREENSÃO DO TEXTO 
 
Há duas operações diferentes no entendimento de um texto. A primeira é a apreensão, que é a 
captação das relações que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No entanto, ela não é 
suficiente para entender o sentido integral. 
Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas não conhecesse o universo dos 
discursos, não entenderia o significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto dentro do universo 
discursivo a que ele pertence e no interior do qual ganha sentido. 
Alguns teóricos chamam o universo discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa 
operação de compreensão. 
E assim teremos: 
 
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto 
 
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de leitura: informativa e de 
reconhecimento. 
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro contato com o texto, extraindo-se 
informações e se preparando para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-chave, 
passagens importantes; tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. 
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas e opções de respostas. Marque palavras 
como não, exceto, respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada. 
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter ideia 
do sentido global proposto pelo autor. 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias seletas e organizadas, através dos parágrafos 
que é composto pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão do texto. 
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos menores, tendo em vista os diversos enfoques. 
Convencionalmente, o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um espaçamento da margem 
esquerda. 
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira 
clara e resumida. 
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, asseguramos um caminho que nos levará à 
compreensão do texto. 
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. O fio deve ser trabalhado com muito 
cuidado para que o trabalho não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever toma de 
empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, conectando uma palavra uma oração, uma 
ideia à outra. O texto precisa ser coeso e coerente. 
 
Coesão 
 
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais elementos de coesão são os conectivos, 
vocábulos gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto deve 
ser organizado por nexos adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases 
e períodos desconexos. 
Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, procurando 
estabelecer as possíveis relações entre palavras que formam a oração e as orações que formam o 
período e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um texto bem trabalhado sintática e 
semanticamente resultam num texto coeso. 
 
Coerência 
 
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o texto, ou seja, 
ela é que faz com que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da coerência será levado em 
conta o tipo de texto. 
1. Leitura e compreensão de textos: 1.1 Assunto. 1.2 Estruturação do texto. 1.3 
Ideias principais e secundárias. 1.4 Relação entre as ideias. 1.5 Efeitos de 
sentido 
1593782 E-book gerado especialmente para JULIET RUTTSCHEIDT
 
2 
 
Em um texto dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá-los 
de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada sua capacidade de 
construir personagens e de relacionar ações e motivações. 
 
Tipos de Composição 
 
Descrição 
É representar verbalmente um objeto, uma pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos 
característicos, de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, para tornar aquilo que 
vai ser descrito um modelo inconfundível. 
Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitiruma 
impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por 
isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. 
 
Narração 
É um relato organizado de acontecimentos reais ou imaginários. São seus elementos constitutivos: 
personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o que a distingue da 
descrição é a presença de personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. 
 
Dissertação 
É apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é 
estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar 
e explicar. O raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a fundamentação 
argumentativa, mais brilhante será o desempenho. 
 
Sentidos dos Textos 
 
Sentidos Próprio e Figurado 
Geralmente os exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria é uma flor” diz-se que 
“flor” tem um sentido próprio e um sentido figurado. 
O sentido próprio é o mesmo do enunciado: “parte do vegetal que gera a semente”. 
O sentido figurado é o mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” 
O sentido próprio, na acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. 
O sentido tradicionalmente dito próprio sempre corresponde ao que definimos aqui como sentido 
imediato do enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o sentido preferencial, o que 
comumente ocorre. 
O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a metáfora, e que em leitura imediata leva à 
mesma mensagem que se obtém pela decifração da metáfora. 
 
Sentido Imediato 
É o que resulta de uma leitura imediata que, com certa reserva, poderia ser chamada de leitura ingênua 
ou leitura de máquina de ler. É aquela em que se supõe a existência de uma série de premissas que 
restringem a decodificação, tais como: 
- as frases seguem modelos completos de oração da língua; 
- discurso lógico; 
- se a forma usada no discurso é a mesma usada para estabelecer identidades lógicas ou atribuições, 
então, tem-se, respectivamente, identidade lógica e atribuição; 
- significados encontrados no dicionário; 
- existe concordância entre termos sintáticos; 
- abstrai-se a conotação; 
- supõe-se que não há anomalias linguísticas; 
- abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto modificadores do código linguístico; 
- supõe-se pertinência ao contexto; 
- abstrai-se icônicas (é a associação harmoniosa entre os efeitos suscitados pela observação do 
significante e seu significado. Essa associação pode derivar de uma relação de semelhança ou de 
contiguidade); 
- abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc.; 
- não se concebe a existência de locuções e frases feitas; 
- supõe-se que o uso do discurso é comunicativo; 
1593782 E-book gerado especialmente para JULIET RUTTSCHEIDT
 
3 
 
- abstrai-se o uso expressivo, cerimonial. 
 
Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, ininteligível ou compreendido parcialmente. 
Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que se comporte como uma máquina de ler, o 
que faz do conceito de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. 
O que existe são ocorrências eventuais que se aproximam de uma leitura imediata, como quando 
alguém toma o sentido literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica perplexo diante de um 
oxímoro. 
Há quem chame o discurso que admite leitura imediata de grau zero da escritura, identificando-a como 
uma forma mais primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é apenas um pressuposto. Os 
recursos de retórica são anteriores a ele. 
 
Sentido Preferencial 
Para compreender o sentido preferencial é preciso conceber o enunciado descontextualizado ou em 
contexto de dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto muito rarefeito, como é o contexto 
em que se encontra uma palavra no dicionário, dizemos que ela está descontextualizada. 
Nesta situação, o sentido preferencial é o que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, 
o sentido que primeiro se impõe para um receptor pode não ser o mesmo para outro. Por isso a definição 
tem de considerar o resultado médio, o que não impede que pela necessidade momentânea 
consideremos o significado preferencial para dado indivíduo. 
Algumas regularidades podem ser observadas nos significados preferenciais. Por exemplo: o sentido 
preferencial da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para abate”, e nunca o de “indivíduo 
sem higiene”. 
Em outras palavras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se impõe sobre o que teve origem 
em processos metafóricos, alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos o seguinte 
exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido preferencial para a frase dada é o mesmo de “caminhão 
carregado com cimento” e não o de “caminhão construído com cimento”. 
Neste caso o sentido preferencial é o metonímico, o que contrapõe a tese que diz que o sentido 
“figurado” não é o “primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido mais usado se impor 
sobre o menos usado. 
Para certos termos é difícil estabelecer o sentido preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial 
de manga? O de fruto ou de uma parte da roupa? 
 
Questões 
 
01. (TRF 5ª Região - Técnico Judiciário - FCC) Há falta de coesão e de coerência na frase: 
(A) Nem sempre os livros mais vendidos são, efetivamente, os mais lidos: há quem os compre para 
exibi-los na estante. 
(B) Aquele romance, apesar de ter sido premiado pela academia e bem recebido pelo público, não 
chegou a impressionar os críticos dos jornais. 
(C) Se o sucesso daquele romance deveu-se, sobretudo, à resposta do público, razão pela qual a 
maior parte dos críticos também o teriam apreciado. 
(D) Há livros que compramos não porque nos sejam imediatamente úteis, mas porque imaginamos o 
quanto poderão nos valer num futuro próximo. 
(E) A distribuição dos livros numa biblioteca frequentemente indica aqueles pelos quais o dono tem 
predileção. 
 
02. (ALERJ - Especialista Legislativo - FGV/2017) 
 
Comunicação Política na Suíça 
 
Os cidadãos suíços são convocados a se pronunciar periodicamente, de quatro a cinco vezes por ano 
aproximadamente, sobre um total de quinze temas da atualidade política. Além de cada uma dessas 
votações populares, os cidadãos são convidados a dar suas opiniões (votando simplesmente sim ou não) 
sobre três ou quatro problemas de interesse nacional, aos quais se acrescentam alguns tópicos especiais 
dos cantões e das comunas. Esse sistema repousa sobre a iniciativa popular e sobre o referendum, que 
permitem a uma minoria, respectivamente 100.000 cidadãos, no caso da iniciativa popular, e 50.000, no 
caso do referendum, obrigar o conjunto do país a se interessar sobre o que a preocupa. 
(Argumentação, Hermès. Paris: CNRS Edições. 2011, p. 58) 
1593782 E-book gerado especialmente para JULIET RUTTSCHEIDT
 
4 
 
O texto abaixo que carece de coerência é: 
(A) “Democracia é como nadar. Aprende-se praticando”. (Abdel-Hadi) 
(B) “Todo político em busca de reeleição é um animal perigoso”. (Sanguinetti) 
(C) “A maior contribuição que alguns políticos podem dar ao país é perder as eleições”. (Ciro Pellicano) 
(D) “A ânsia de salvar a humanidade é quase sempre um disfarce para a ânsia de governá-la”. 
(Mencken) 
(E) “Um político honesto é aquele que, quando comprado, permanece comprado”. (Simon Cameron) 
 
03. (Pref. de Teresina/PI - Professor Português - NUCEPE/2016) 
 
SCHULZ, Charles M. Ser cachorro é um trabalho 
De tempo integral. São Paulo, Conrad, 2004. 
 
O quarto quadrinho do texto apresenta o conectivo mas, que normalmente opõe duas ideias contrárias. 
Esse recurso linguístico como fator de textualidade realiza uma 
(A) coesão referencial. 
(B) coerência argumentativa. 
(C) coesão sequencial. 
(D) coerência narrativa. 
(E) contiguidade. 
 
04. (TJ/SP - Agente de FiscalizaçãoJudiciária - VUNESP) No fim da década de 90, atormentado 
pelos chás de cadeira que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um levantamento em grandes 
cidades de 31 países para descobrir como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A conclusão 
foi que os brasileiros estão entre os povos mais atrasados - do ponto de vista temporal, bem entendido - 
do mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas percorrem determinada distância a pé no 
centro da cidade, o número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos correios. Os brasileiros 
pontuaram muito mal nos dois primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
O país dos relógios é, portanto, o que tem o povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking 
são ocupadas por países pobres. 
O estudo de Robert Levine associa a administração do tempo aos traços culturais de um país. "Nos 
Estados Unidos, por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor cultural. Os brasileiros, 
em comparação, dão mais importância às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz 
o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por exemplo, revelou que a maioria considera 
aceitável que um convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a uma festa de aniversário. 
Pode-se argumentar que os brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários porque a 
1593782 E-book gerado especialmente para JULIET RUTTSCHEIDT
 
5 
 
infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte 
público? 
(Veja, 02.12.2009) 
 
Há emprego do sentido figurado das palavras em: 
(A) os brasileiros estão entre os povos mais atrasados. 
(B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
(C) Os brasileiros dão mais importância às relações sociais. 
(D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo. 
(E) não se pode confiar no serviço público? 
 
 05. (IF/GO - Auxiliar em Administração - CS/UFG) 
 
Sua excelência, o leitor 
 
Os livros vivem fechados, capa contra capa, esmagados na estante, às vezes durante décadas - é 
preciso arrancá-los de lá e abri-los para ver o que têm dentro [...]. Já o jornal são folhas escancaradas ao 
mundo, que gritam para ser lidas desde a primeira página. As mãos do texto puxam o leitor pelo colarinho 
em cada linha, porque tudo é feito diretamente para ele. O jornal do dia sabe que tem vida curta e ofegante 
e depende desse arisco, indócil, que segura as páginas amassando-as, dobrando-as, às vezes 
indiferente, passando adiante, largando no chão cadernos inteiros, às vezes recortando com a tesoura 
alguma coisa que o agrada ou o anúncio classificado. Súbito diz em voz alta, ao ler uma notícia grave, 
"Que absurdo!", como quem conversa. O jornal se retalha entre dois, três, quatro leitores, cada um com 
um caderno, já de olho no outro, enquanto bebem café. Nas salas de espera, o jornal é cruelmente 
dilacerado. Ao contrário do escritor, que se esconde, o cronista vive numa agitada reunião social entre 
textos - todos falam em voz alta ao mesmo tempo, disputam ávidos o olhar do leitor, que logo vira a 
página, e silenciamos no papel. Renascemos amanhã. 
TEZZA, Cristóvão. Disponível em:imagem-010.jpg Acesso em: 19 fev. 2014. (Adaptado). 
 
Qual das expressões abaixo está empregada em sentido figurado? 
(A) “gritam para ser lidas” 
(B) “capa contra capa” 
(C) “logo viram a página” 
(D) “enquanto bebem café” 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.E / 03.C / 04.D /05.A 
 
Comentários 
 
01. Resposta: C 
É possível a construção da frase com o “então” substituindo, “razão pela qual”, dando um caráter de 
conclusão na frase e não apenas uma justificativa. 
 
02. Resposta. E 
Um político sendo comprado, já é indício que ele não é honesto. Faltou a coerência neste argumento. 
 
03. Resposta: C 
A coesão sequencial sempre estabelece por meio dos conectivos uma relação entre as frases e seus 
sentidos, ligando-as. 
 
04. Resposta: D 
A alternativa D foi utilizada uma metáfora. Linguagem conotativa, o seu significado foi ampliado para 
sugerir que o trânsito é algo difícil a ponto de ser um pesadelo. 
 
05. Resposta: A 
A alternativa tem a frase “gritam para ser lidas” associada as folhas de jornais. A linguagem é figurada 
devido ao fato de as folhas de jornal gritarem, folhas de jornais não gritam e nem falam. A característica 
da figura de linguagem pode ser também algo anormal ao senso comum. 
1593782 E-book gerado especialmente para JULIET RUTTSCHEIDT
 
6 
 
 “Ideias confusas geram redações confusas”. Esta frase leva-nos a refletir sobre a organização1 das 
ideias em um texto. 
A eficácia do texto dependerá da forma pela qual estas ideias se apresentarão mediante o transcorrer 
do discurso. Partindo deste pressuposto, temos a noção de quão importante é a estruturação dos 
parágrafos, que permitem que o pensamento seja distribuído de forma lógica e precisa, com vistas a 
permitir uma efetiva interação entre os interlocutores. 
Obviamente que outros fatores relacionados à competência linguística do emissor participam deste 
processo, entre estes: pontuação adequada, utilização correta dos elementos coesivos, de modo a 
estabelecer uma relação harmônica entre uma ideia e outra, dentre outros. 
 
Estruturação 
 
Os elementos essenciais para a composição de um texto são: introdução, desenvolvimento e 
conclusão2. 
Analisemos cada uma das partes separadamente: 
 
Introdução 
Apresentação direta e objetiva da ideia central do texto. 
Caracteriza-se por ser o parágrafo inicial. 
 
Desenvolvimento 
Estruturalmente, é a maior parte contida no texto. 
O desenvolvimento estabelece uma relação entre a introdução e a conclusão, pois é nesta etapa que 
as ideias, argumentos e posicionamento do autor vão sendo formados e desenvolvidos com o intuito de 
dirigir a atenção do leitor para a conclusão. 
Em um bom desenvolvimento as ideias devem ser claras e capazes de fazer com que o leitor anteceda 
a conclusão. 
 
Os três principais erros cometidos durante a elaboração do desenvolvimento são: 
1. Distanciamento do texto em relação à discussão inicial. 
2. Concentrar-se em apenas um tópico do tema e esquecer os demais. 
3. Tecer muitas ideias ou informações e não conseguir organizá-las ou relacioná-las, dificultando, 
assim, a linha de entendimento do leitor. 
 
Conclusão 
É o ponto de chegada de todas as argumentações elencadas no desenvolvimento, ou seja, é o 
fechamento do texto e dos questionamentos propostos pelo autor. 
Na elaboração da conclusão deve-se evitar as construções padrões como: “Portanto, como já 
dissemos antes...”, “Concluindo...”, “Em conclusão, ...”. 
 
Sequência Lógica 
 
O texto deve ter uma sequência lógica, que são exatamente as ideias bem estruturadas que vão levar 
ao leitor compreender o sentido do texto; ou seja, o que se pretende transmitir. Por isso, não pode haver 
ideias ambíguas (duplo sentido) e nem contraditórias (expressando oposição) do que já fora declarado 
no texto; também não pode conter frases inacabadas, incompletas ou sem sentido. 
Após a definição da ideia, o parágrafo é o ponto de partida para uma boa redação. Não se faz um bom 
texto sem um bom parágrafo para sustentar as ideias principais e secundárias. Chegou a hora de 
fundamentar sua ideia. 
 
Parágrafo 
 
Parágrafo é cada unidade de informação construída ou formada no texto, a partir de um tópico frasal 
(ideia central ou principal do parágrafo – é a “puxada do assunto”). O parágrafo é um dos mais importantes 
componentes do texto. Ele sempre deverá ser desenvolvido a partir de uma ideia-núcleo, responsável por 
nortear as ideias secundárias. 
 
 
1 http://ricardovigna.wordpress.com/2009/02/02/estudos-de-linguagem-1-estrutura-frasal-e-pontuacao/ 
2 https://www.algosobre.com.br/redacao/a-unidade-basica-do-texto-estrutura-do-paragrafo.html 
1593782 E-book gerado especialmente para JULIET RUTTSCHEIDT
 
7 
 
Parágrafo-padrão: é uma unidade de composição constituída por um ou mais deum período, em que 
se desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente 
relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. 
 
Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para leitores de pouca formação 
cultural. A notícia possui parágrafos curtos em colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter 
parágrafos mais longos. O parágrafo curto também é empregado para movimentar o texto, no meio de 
longos parágrafos, ou para enfatizar uma ideia. 
 
Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos destinados a um leitor de nível médio. Cada 
parágrafo médio construído com três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. 
 
Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas possuem longos parágrafos, por três 
razões: os textos são grandes e consomem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem 
várias ideias e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade e fôlego para 
acompanhá-los. 
 
Esteticamente, o parágrafo se caracteriza como um sutil recuo em relação à margem esquerda da 
folha; conceitualmente, o parágrafo completo deve dispor de introdução, desenvolvimento e conclusão. 
Introdução – também denominada de tópico frasal, constitui-se pela apresentação da ideia principal, 
feita de maneira sintética de acordo com os objetivos do autor... 
Desenvolvimento – fundamenta-se na ampliação do tópico frasal, atribuído pelas ideias secundárias, 
com vistas a reforçar e conferir credibilidade na discussão. 
Conclusão – caracteriza-se pela retomada da ideia central associando-a aos pressupostos 
mencionados no desenvolvimento, procurando arrematá-los. 
 
Vejamos um exemplo de um parágrafo bem estruturado (com introdução, desenvolvimento e 
conclusão): 
 
(Ideia-núcleo) A poluição que se verifica principalmente nas capitais do país é um problema relevante, 
para cuja solução é necessária uma ação conjunta de toda a sociedade. 
(Ideia secundária) O governo, por exemplo, deve rever sua legislação de proteção ao meio ambiente, 
ou fazer valer as leis em vigor; o empresário pode dar sua contribuição, instalando filtro de controle dos 
gases e líquidos expelidos, e a população, utilizando menos o transporte individual e aderindo aos 
programas de rodízio de automóveis e caminhões, como já ocorre em São Paulo. 
(Conclusão) Medidas que venham a excluir qualquer um desses três setores da sociedade tendem a 
ser inócuas no combate à poluição e apenas onerar as contas públicas. 
 
Quanto aos textos narrativos, os parágrafos costumam ser caracterizados pelo predomínio dos verbos 
de ação, retratando o posicionamento dos personagens mediante o desenrolar do enredo, bem como pela 
indicação de elementos circunstanciais referentes à trama: quando, por que e com que ocorreram os 
fatos. 
Nesta modalidade, a ocorrência dos parágrafos também se atribui à transcrição do discurso direto, em 
especial às falas dos personagens. 
 
Referindo-se aos textos descritivos, sua utilização está relacionada pela minuciosa exposição dos 
detalhes acerca do objeto descrito, representado por uma pessoa, objeto, animal, lugar, uma obra de arte, 
dentre outros, de modo a permitir que o leitor crie o cenário em sua mente. 
Colaborando na concretização destes propósitos, sobretudo pela finalidade discursiva – visando à 
caracterização de algo –, há o predomínio de verbos de ligação, bem como do uso de adjetivos e de 
orações coordenadas ou justapostas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões 
 
01. (Câmara de Salvador/BA - Analista Legislativo Municipal – FGV/2018) 
 
Quem protege os cidadãos do Estado? 
Renato Mocellin & Rosiane de Camargo, História em Debate 
 
O conjunto de leis nacionais, assim como de tratados e declarações internacionais ratificadas pelos 
países, busca garantir aos cidadãos o acesso pleno aos direitos conquistados. Há, no entanto, inúmeras 
situações em que o Estado coloca a população em risco, estabelecendo políticas públicas autoritárias, 
investindo poucos recursos nos serviços públicos essenciais e envolvendo civis em conflitos armados, 
por exemplo. 
Existem diversas organizações internacionais que atuam de forma a evitar que haja risco para a vida 
das pessoas nesses casos, como a Anistia Internacional, a Cruz Vermelha e os Médicos sem Fronteiras. 
Por meio de acordos internacionais, essas instituições conseguem atuar em regiões de conflito onde há 
perigo para a população. 
Os Médicos sem Fronteiras, por exemplo, nasceram de uma experiência de voluntariado em uma 
guerra civil nigeriana, no fim dos anos 1960. Um grupo de médicos e jornalistas decidiu criar uma 
organização que pudesse oferecer atendimento médico a toda população envolvida em conflitos e 
guerras, sem que essa ação fosse entendida como uma posição política favorável ou contrária aos lados 
envolvidos. Assim, seus membros conseguem chegar a regiões remotas e/ou sob forte bombardeio para 
atender os que estão feridos e sob risco de vida. 
Para que a imparcialidade dos Médicos sem Fronteiras seja possível, é preciso que as partes 
envolvidas no conflito respeitem os direitos dos pacientes atendidos. Assim, a organização informa a 
localização de suas bases e o tipo de atendimento que deve ocorrer ali; o objetivo é proporcionar uma 
atuação transparente, que sublinhe o caráter humanitário da ação dos profissionais da organização. 
 
Sobre a estruturação geral do texto, é correto afirmar que: 
(A) o final do primeiro parágrafo cita todos os casos em que o Estado interfere com a segurança e 
tranquilidade da população; 
(B) o segundo período do primeiro parágrafo se opõe à ideia central do primeiro período do mesmo 
parágrafo; 
(C) o terceiro e o quarto parágrafos contemplam particularmente as organizações citadas no segundo 
parágrafo; 
(D) o último parágrafo indica um projeto futuro da organização Médicos sem Fronteiras; 
(E) entre o primeiro e o segundo parágrafos há uma relação lógica de causa/consequência. 
 
02. (TRT - 1ª Região - Técnico Judiciário Instituto AOCP/2018) 
 
“Eu era piloto… 
 
Quando ainda estava no sétimo ano, um avião chegou à nossa cidade. Isso naqueles anos, imagine, 
em 1936. Na época, era uma coisa rara. E então veio um chamado: ‘Meninas e meninos, entrem no 
avião!’. Eu, como era komsomolka*, estava nas primeiras filas, claro. Na mesma hora me inscrevi no 
aeroclube. Só que meu pai era categoricamente contra. Até então, todos em nossa família eram 
metalúrgicos, várias gerações de metalúrgicos e operadores de altos-fornos. E meu pai achava que 
metalurgia era um trabalho de mulher, mas piloto não. O chefe do aeroclube ficou sabendo disso e me 
autorizou a dar uma volta de avião com meu pai. Fiz isso. Eu e meu pai decolamos, e, desde aquele dia, 
ele parou de falar nisso. Gostou. Terminei o aeroclube com as melhores notas, saltava bem de 
paraquedas. Antes da guerra, ainda tive tempo de me casar e ter uma filha. 
Desde os primeiros dias da guerra, começaram a reestruturar nosso aeroclube: os homens foram 
enviados para combater; no lugar deles, ficamos nós, as mulheres. Ensinávamos os alunos. Havia muito 
trabalho, da manhã à noite. Meu marido foi um dos primeiros a ir para o front. Só me restou uma fotografia: 
eu e ele de pé ao lado de um avião, com capacete de aviador… Agora vivia junto com minha filha, 
passamos quase o tempo todo em acampamentos. E como vivíamos? Eu a trancava, deixava mingau 
para ela, e, às quatro da manhã, já estávamos voando. Voltava de tarde, e se ela comia eu não sei, mas 
estava sempre coberta daquele mingau. Já nem chorava, só olhava para mim. Os olhos dela são grandes 
como os do meu marido… 
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No fim de 1941, me mandaram uma notificação de óbito: meu marido tinha morrido perto de Moscou. 
Era comandante de voo. Eu amava minha filha, mas a mandei para ficar com os parentes dele. E comecei 
a pedirpara ir para o front… 
Na última noite… Passei a noite inteira de joelhos ao lado do berço…” 
Antonina Grigórievna Bondareva, tenente da guarda, piloto 
 
* komsomolka: a jovem que fazia parte do Komsomol, Juventude do Partido Comunista da União 
Soviética. 
(Disponível em: ALEKSIÉVITCH, Svetlana. A guerra não tem rosto de mulher. Tradução de Cecília Rosas. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.) 
 
Referente à estruturação do texto II, é correto afirmar que 
(A) o segundo parágrafo está centrado no relato do casamento da narradora e no fato de que ela teve 
uma filha antes da guerra. 
(B) o tipo de narrador presente no texto é o narrador-onisciente, que tem acesso aos pensamentos e 
sentimentos de todas as personagens e a todas as informações do enredo. 
(C) é possível dividir a narrativa em três grandes momentos: como a narradora se tornou piloto; o 
trabalho da narradora durante a guerra; o fim da guerra, em 1941. 
(D) o questionamento “E como vivíamos?”, levantado pela narradora, é uma pergunta retórica, recurso 
argumentativo que consiste em apresentar uma pergunta e não respondê-la, estimulando, assim, que os 
leitores reflitam sobre possíveis respostas. 
(E) todos os parágrafos, com exceção do primeiro, iniciam-se com expressões que têm como função 
localizar temporalmente os eventos narrados. 
 
Gabarito 
 
01.B / 02.E 
 
Comentários 
 
01. Resposta: B 
a) É aquela alternativa que não tem lógica se você ler o texto, até porque ao final do primeiro parágrafo 
diz que o Estado põe em risco a população, e não que interfere com segurança e tranquilidade. 
b) Gabarito, realmente o segundo período se opõe ao primeiro, sendo que o primeiro diz que o Estado 
busca garantir aos cidadãos acesso pleno aos direitos, e logo após no segundo período diz que o próprio 
Estado põe em risco a população com políticas públicas autoritárias, pouco investimento etc. 
c) o 2º parágrafo cita 3 organizações (anistia internacional / cruz vermelha / médicos sem fronteiras), 
nos 3º e 4º parágrafos fala somente do médico sem fronteiras; 
d) não é um projeto futuro, é a realidade que acontece, é algo presente. 
e) Não há relação de causa e consequência. 
 
02. Resposta: E 
“Eu era piloto…” - 1º parágrafo. 
“Quando ainda estava no sétimo ano (...)” - 2º parágrafo. 
“Desde os primeiros dias da guerra (...)” - 3º parágrafo. 
“No fim de 1941 (...)” - 4º parágrafo. 
“Na última noite (...)” - 5º parágrafo. 
Com exceção do primeiro parágrafo, todos os demais buscam localizar temporariamente a narrativa 
do texto. 
 
IDEIAS PRINCIPAIS E IDEIAS SECUNDÁRIAS 
 
Para uma boa compreensão textual é necessário entender a estrutura interna do texto, analisar as 
ideias primárias e secundárias3 e verificar como elas se relacionam. 
As ideias principais estão relacionadas com o tema central, o assunto núcleo; as ideias secundárias 
unem-se às ideias principais e formam uma cadeia, ou seja, ocorre a explanação da ideia básica e, a 
seguir, o desdobramento dessa ideia nos parágrafos seguintes, a fim de aprofundar o assunto. 
 
 
3 http://portugues.camerapro.com.br/redacao-8-o-paragrafo-narrativo-ideia-principal-e-ideia-secundaria/ (Adaptado) 
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Ideia principal: 
Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro quando, de repente, um trem saiu 
da curva, a cem metros da ponte. 
 
Ideias secundárias: 
Com isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas, demonstrando grande 
presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mãos, um dos dormentes e deixou o corpo 
pendurado. 
 
A ideia principal refere-se ao a ação perigosa, agravada pelo aparecimento do trem. 
As ideias secundárias aparecem para complementar a ideia principal. 
Para treinarmos a redação de pequenos parágrafos narrativos, vamos nos colocar no papel de 
narradores, isto é, vamos contar fatos com base na organização das ideias. 
Leia o trecho abaixo: 
 
Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro quando, de repente, um trem saiu 
da curva, a cem metros da ponte. Com isso, ele não teve tempo de correr para a frente ou para trás, mas, 
demonstrando grande presença de espírito, agachou-se, segurou, com as mãos, um dos dormentes e 
deixou o corpo pendurado. 
 
Como você deve ter observado, nesse parágrafo, o narrador conta-nos um fato acontecido com seu 
primo. É, pois, um parágrafo narrativo. Analisemos, agora, o parágrafo quanto à estrutura. 
A ideia principal, como você pode observar, refere-se a uma ação perigosa, agravada pelo 
aparecimento de um trem. As ideias secundárias complementam a ideia principal, mostrando como o 
primo do narrador conseguiu sair-se da perigosa situação em que se encontrava. 
Os parágrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado de ideias secundárias. 
Entretanto, é muito comum encontrarmos, em parágrafos pequenos, apenas a ideia principal. Veja o 
exemplo: 
 
O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio. 
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram aproveitar o bom tempo. Pegaram 
um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela mãe. 
 
Nesse trecho, há dois parágrafos. 
No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que corresponde à ideia principal do parágrafo: O dia 
amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio. 
No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias secundárias. Observe: 
 
Ideia principal 
Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram aproveitar o bom tempo. 
 
Ideia secundárias 
Pegaram um animal, montaram e seguiram contentes pelos campos, levando um farto lanche, 
preparado pela mãe. 
 
Agora que já vimos alguns exemplos, você deve estar se perguntando: “Afinal, de que tamanho é o 
parágrafo?” 
O que podemos responder é que não há como apontar um padrão, no que se refere ao tamanho ou 
extensão do parágrafo. 
Há exemplos em que se veem parágrafos muito pequenos; outros, em que são maiores e outros, ainda, 
muito extensos. 
Também não há como dizer o que é certo ou errado em termos da extensão do parágrafo, pois o que 
é importante mesmo, é a organização das ideias. No entanto, é sempre útil observar o que diz o dito 
popular – “nem oito, nem oitenta…”. 
Assim como não é aconselhável escrevermos um texto, usando apenas parágrafos muito curtos, 
também não é aconselhável empregarmos os muito longos. 
Essas observações são muito úteis para quem está iniciando os trabalhos de redação. Com o tempo, 
a prática dirá quando e como usar parágrafos – pequenos, grandes ou muito grandes. 
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Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia principal e outras secundárias. 
Isso não significa, no entanto, que sempre a ideia principal apareça no início do parágrafo. Há casos em 
que a ideia secundária inicia o parágrafo, sendo seguida pela ideia principal. Veja o exemplo: 
As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu violentamente sob 
meus pés. Logo percebi que se tratava de um terremoto. 
Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo percebi que se tratava de um 
terremoto”, que aparece no final do parágrafo. As outras frases (ou ideias) apenas explicam ou 
comprovam a afirmação: “as estacas tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu 
violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início do parágrafo. 
Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias podem organizar-se da seguinte 
maneira: 
Ideia principal + ideias secundárias 
ou 
Ideias secundárias + ideia principal 
 
É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias secundárias não são ideias diferentes e, 
por isso, não podem ser separadas em parágrafos diferentes. Ao selecionarmos as ideias secundárias 
devemos verificar as que realmente interessam ao desenvolvimento da ideia principal e mantê-lasjuntas 
no mesmo parágrafo. Com isso, estaremos evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. 
É importante, ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas que realmente se 
relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande valia ao se redigir parágrafos sobre qualquer 
assunto. 
 
Questões 
 
01. Assinale a alternativa cuja ideia não se relaciona com as outras ideias do parágrafo. Depois, 
complete o parágrafo utilizando qualquer uma que possa completar a ideia dada. 
 
Havia no rosto de cada criança a expectativa de uma festa maravilhosa. 
(A) a mesa, arrumada com todo carinho, estava repleta de docinhos e enfeites coloridos, reservando 
surpresas deliciosas para a meninada. 
(B) os palhaços entraram no palco, dando cambalhotas, fazendo piruetas e alegrando a todos. 
(C) O dentista chegou e as foi chamando, uma a uma, para iniciar o tratamento. 
 
02. Assinale a alternativa cuja ideia não se relaciona com as outras ideias do parágrafo. Depois, 
complete o parágrafo utilizando qualquer uma que possa completar a ideia dada. 
 
Os peixes nadavam agilmente no aquário. 
(A) na casa repleta, os animais viviam tranquilos e em harmonia. 
(B) todos davam reviravoltas, iam até o fundo, subiam à tona para pegar alimento, numa agitação 
encantadora. 
(C) as crianças, num alegria contagiante, jogavam migalhas de pão, e os peixes, muito agitados, 
vinham à tona para alcançá-las. 
 
03. Assinale a alternativa cuja ideia não se relaciona com as outras ideias do parágrafo. Depois, 
complete o parágrafo utilizando qualquer uma que possa completar a ideia dada. 
 
Na sala, a professora iniciava sua aula de Português. 
(A) os alunos, atenciosos, iam arrumando o material de desenho sobre as carteiras: régua, esquadro, 
compasso, lápis de cor, etc. 
(B) os alunos, a pedido da professora, abriram os livros à pág. 40, e iniciaram a leitura silenciosa do 
texto. 
(C) todos os alunos abriram o livro e a professora iniciou a explicação do texto. 
 
04. Assinale a alternativa cuja ideia não se relaciona com as outras ideias do parágrafo. Depois, 
complete o parágrafo utilizando qualquer uma que possa completar a ideia dada. 
 
O cantor popular iniciou o espetáculo musical. 
(A) em seu repertório havia canções variadas com que ele homenageava todos os Estados brasileiros. 
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(B) no teatro lotado, o povo assistia ao balé moderno. 
(C) o som alegre dos instrumentos musicais misturava-se às canções mais conhecidas da plateia. 
 
05. Complete os parágrafos a seguir, escolhendo no uma ou mais ideias que estejam relacionadas 
com a ideia em dada. 
 
Na avenida, interditada ao tráfego, os blocos carnavalescos desfilavam animadamente. 
(A) os ônibus passavam lotados de foliões. 
(B) o povo, contagiado pela alegria do samba, cantava e dançava 
(C) as fantasias dos sambistas eram um espetáculo maravilhoso. 
 
06. Complete os parágrafos a seguir, escolhendo uma ou mais ideias que estejam relacionadas com 
a ideia em dada. 
 
No meio da noite, despertei e ouvi vozes agitadas no corredor. 
(A) o quarto estava claro e silencioso. 
(B) pelas frestas da janela entravam alguns raios de sol. 
(C) a luz do lampião entrava por debaixo da porta. Sentei-me na cama e fiquei a ouvir a discussão. 
(D) na casa reinava silêncio absoluto. 
 
07. Complete os parágrafos a seguir, escolhendo uma ou mais ideias que estejam relacionadas com 
a ideia em dada. 
…………………………………………………. As pessoas procuravam uma sombra que as abrigasse do 
sol do meio-dia. As crianças só queriam brincadeiras com água. Os carrinhos de refrigerantes e picolés 
estavam rodeados por uma pequena multidão. 
 
(A) o calor estava ameno. 
(B) estava um dia abafado e quente. 
(C) o sol nascera encoberto pelas nuvens e o vento frio fazia tremer os lábios. 
(D) o final da tarde estava muito quente. 
 
08. Complete os parágrafos a seguir, escolhendo uma ou mais ideias que estejam relacionadas com 
a ideia em dada. 
 
O baile estava animado. ………………………. A orquestra alternava sambas, valsas e tangos, num 
ritmo contagiante. 
 
(A) no salão, os pares rodopiavam ao som das músicas alegres. 
(B) o salão estava repleto e a música eletrônica era alegre. 
(C) no salão vazio, alguns casais dançavam ao som dos discos. 
 
09. Complete os parágrafos a seguir, escolhendo uma ou mais ideias que estejam relacionadas com 
a ideia em dada. 
 
O cavaleiro tentava domar o animal selvagem. O cavalo debatia-se para os lados, erguia a cabeça, 
empinava o peito e, em movimentos rápidos, levantava e abaixava as patas, tentando derrubar o homem 
ao chão. No entanto, …………………………… 
(A) o animal resistia bravamente 
(B) o cavaleiro, perdendo o equilíbrio, soltou-se da sela. 
(C) o cavaleiro, equilibrando-se habilmente na sela, domou o animal. 
 
Gabarito 
 
01.C / 02.A / 03.A / 04.B / 05.B e C. / 06.C / 07.B / 08.A / 09.C 
 
 
 
 
 
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Comentários 
 
Resposta: C 
A alternativa C é a única que não se adequa à ideia dada, pois as crianças estavam em um ambiente 
de festa e não em um consultório dentário, esperando a vez de serem atendidas. As alternativas A e B 
podem ser usadas para completar a ideia dada. 
 
02. Resposta: A 
A ideia principal do parágrafo é que os peixes nadavam no aquário. Portanto, a alternativa A é a única 
que não se adequa a essa ideia. 
 
03. Resposta: A 
Se a professora se preparava para uma aula de Português, os alunos não deveriam estar com o 
material de desenho sobre a carteira. Portanto, a alternativa A não se adequa à ideia contida no parágrafo. 
As alternativas B e C podem ser usadas para completar a ideia dada. 
 
04. Resposta: B 
Você deve ter observado que a ideia inicial fala de um espetáculo musical. Por isso, não podemos 
dizer que a plateia assistia a um balé moderno (alternativa B), que não é, essencialmente, um número 
musical. As alternativas A e C se adequam perfeitamente à ideia do parágrafo dado. 
 
05. Resposta: B e C 
A alternativa A (os ônibus passavam lotados de foliões) não pode ser utilizada para completar a ideia 
principal, pois há um detalhe, a avenida interditada ao tráfego, que a faria ficar incoerente. Pense bem, 
se a avenida estava interditada ao tráfego, os ônibus não poderiam passar por lá, não é? As outras 
alternativas podem ser utilizadas pois se adequam à ideia do parágrafo dado. 
 
06. Resposta: C 
Se você observou bem, deve ter notado que tudo acontece no meio da noite, portanto, não podemos 
dizer que o quarto estava claro e que pelas frestas das janelas entravam raios de sol. Outro fator a ser 
observado é que se ouviam vozes agitadas, portanto a casa não estava em silêncio absoluto. Nesse caso, 
apenas a alternativa C pode ser utilizada para completar a ideia do parágrafo. 
 
07. Resposta: B 
A alternativa B é a mais adequada para fazer parte do parágrafo. A razão porque não se pode utilizar 
as outras alternativas é simples: 
. As pessoas procuravam uma sombra que as abrigasse do sol do meio-dia, por isso a ideia de que 
o final da tarde estava muito quente não pode ser usada aqui; 
. Tudo leva a crer que o calor estava insuportável, portanto não poderíamos dizer que o calor estava 
ameno ou que o sol nascera encoberto pelas nuvens e o vento frio fazia tremer os lábios. 
 
08. Resposta: A 
A melhor opção é a alternativa A porque: 
. A orquestra alternava ritmos como o samba, valsas, tangos, portanto não podemos dizer que os 
discos eram alegres, pois numa festa com orquestra os discos eletrônicos não são usados. 
. Se afirmamos que o baile estava animado, não podemos dizer que o salão estava vazio. 
 
09. Resposta: C 
A alternativa C é a mais adequada para fazer parte do parágrafo. Com certeza, você deve ter percebido 
que apesar das tentativas do animal para derrubar o cavaleiro, ele conseguiu equilibrar-se, dominando o 
cavalo. Essa é a ideia principal do texto. Por isso, não podemos dizer que o cavalo resistiu bravamentee 
que o cavaleiro, perdendo o equilíbrio soltou-se da sela. O que faz a diferença aqui é a expressão no 
entanto. 
 
SENTIDO LITERAL E SENTIDO NÃO LITERAL 
 
Literal 
 
 É o sentido da palavra interpretada ao pé da letra, isto é, de acordo com o sentido geral que ela tem 
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na maioria dos contextos em que ocorre. É o sentido próprio da palavra. Ex.: Uma pedra no meio da rua 
foi a causa do acidente. 
 
A palavra “pedra” aqui está usada em sentido literal. 
 
Não Literal 
 
É o sentido da palavra desviado do usual, isto é, aquele que se distancia do sentido próprio e 
costumeiro. Ex.: As pedras atiradas pela boca ferem mais do que as atiradas pela mão. / “Pedras”, nesse 
contexto, não está indicando o que usualmente indica, mas um insulto, uma ofensa produzida pela boca. 
 
Ampliação de Sentido 
Fala-se em ampliação de sentido quando a palavra passa a designar uma quantidade mais ampla de 
objetos ou noções do que originariamente. 
“Embarcar”, por exemplo, que originariamente era usada para designar o ato de viajar em um barco, 
ampliou consideravelmente o sentido e passou a designar a ação de viajar em outros veículos. Hoje se 
diz, por ampliação de sentido, que um passageiro: 
- embarcou num ter. 
- embarcou no ônibus dás dez. 
- embarcou no avião da força aérea. 
- embarcou num transatlântico. 
 
“Alpinista”, na origem, era usado para indicar aquele que escala os Alpes (cadeia montanhosa 
europeia). Depois, por ampliação de sentido, passou a designar qualquer tipo de praticante do esporte de 
escalar montanhas. 
 
Restrição de Sentido 
Ao lado da ampliação de sentido, existe o movimento inverso, isto é, uma palavra passa a designar 
uma quantidade mais restrita de objetos ou noções do que originariamente. É o caso, por exemplo, das 
palavras que saem da língua geral e passam a ser usadas com sentido determinado, dentro de um 
universo restrito do conhecimento. 
A palavra aglutinação, por exemplo, na nomenclatura gramatical, é bom exemplo de especialização de 
sentido. Na língua geral, ela significa qualquer junção de elementos para formar um todo, porém em 
Gramática designa apenas um tipo de formação de palavras por composição em que a junção dos 
elementos acarreta alteração de pronúncia, como é o caso de pernilongo (perna + longa). 
Se não houver alteração de pronúncia, já não se diz mais aglutinação, mas justaposição. A palavra 
Pernalonga, por exemplo, que designa uma personagem de desenhos animados, não se formou por 
aglutinação, mas por justaposição . 
Em linguagem científica é muito comum restringir-se o significado das palavras para dar precisão à 
comunicação. 
A palavra girassol, formada de gira (do verbo girar) + sol, não pode ser usada para designar, por 
exemplo, um astro que gira em torno do Sol: seu sentido sofreu restrição, e ela serve para designar 
apenas um tipo de flor que tem a propriedade de acompanhar o movimento do Sol. 
 
Há certas palavras que, além do significado explícito, contêm outros implícitos (ou pressupostos). 
Os exemplos são muitos. É o caso do adjetivo outro, por exemplo, que indica certa pessoa ou coisa, 
pressupondo necessariamente a existência de ao menos uma além daquela indicada. 
Prova disso é que não faz sentido, para um escritor que nunca lançou um livro, dizer que ele estará 
autografando seu outro livro. O uso de outro pressupõe necessariamente ao menos um livro além daquele 
que está sendo autografado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Questões 
 
01. (SEDUC/PI - Professor Língua Portuguesa - NUCEPE/2018) 
 
Diplomacia Familiar 
Precisamos acalmar os ânimos com os parentes 
 
A vida em família é, na maioria das vezes, a nossa sustentação. A família aconchega, acolhe, defende, 
oferece segurança, é nossa fortaleza. Há momentos harmoniosos de convivência que melhoram a nossa 
qualidade de vida! (...) É o único grupo ao qual pertencemos a vida toda. É uma panelinha amorosa! 
Mas, como tudo, a vida em família tem o seu outro lado: não é – e nunca foi – fácil viver em família. 
Dentro das quatro paredes, os conflitos, as cobranças, as pressões e as expectativas frustradas, (...) vêm 
à tona. 
Normal! Afinal, como são os afetos que regem a vida do grupo familiar, não tinha como ser diferente, 
porque eles sempre andam aos pares, com seus opostos. É por isso que, onde há amor, há ódio, também. 
Só não há indiferença, porque, aí, não há afeto. 
Entreveros familiares sempre existiram e existirão, mas, na atualidade, os laços familiares andam 
frágeis, porque qualquer motivo à toa já basta para que surjam picuinhas, hostilidades, distanciamento, 
raiva, mágoa etc. Será que estamos a assumir que, de fato, "parente é serpente"? 
Uma bronca de um tio no sobrinho é motivo para que os irmãos se desentendam; passar um dia com 
os netos já pode suscitar fofocas maldosas a respeito dos avós; um presente dado a uma sobrinha 
provoca ciúme de outra irmã, e assim por diante. 
Por que esses pequenos acontecimentos do cotidiano, antes relevados, agora despertam emoções 
tão intensas nos integrantes do grupo familiar? Temos algumas pistas. 
O modo individualista de viver e a busca da felicidade pessoal e permanente, valores sociais que 
adotamos faz tempo, têm grande parcela de responsabilidade nessa questão. "Eu preciso pensar em 
mim", "devo pôr para fora tudo o que me atormenta", "por que as pessoas agem de modo tão diferente 
do que deveriam?" são alguns exemplos de pensamentos que existem em nós, muitas vezes à nossa 
revelia, e que mostram o quanto os valores citados interferem em nossa vida pessoal. (...). 
Precisamos acalmar os ânimos com os parentes, relevar as pequenas adversidades que eles nos 
provocam, sem querer ou intencionalmente, respeitar as diferenças existentes, perdoar os seus defeitos 
e lembrar, sempre, dos benefícios que pertencer a uma família nos traz e que hoje estão em risco. Senão, 
logo teremos mais um curso de graduação disponível no já concorrido mercado universitário: "diplomacia 
familiar". Somos capazes de dar conta disso, não somos? 
(Revista Veja, Editora Abril, edição 2.542, ano 50, nº 32, 9 de agosto de 2017, p. 89. Por Rosely Sayão). 
 
A linguagem é usada em seu sentido literal, NÃO figurado, no trecho destacado, em: 
(A) É uma panelinha amorosa! 
(B) Dentro das quatro paredes, os conflitos, as cobranças, as pressões e as expectativas frustradas, 
(...) vêm à tona. 
(C) ...como são os afetos que regem a vida do grupo familiar, ... 
(D) ... o quanto os valores citados interferem em nossa vida pessoal. 
(E) ...logo teremos mais um curso de graduação disponível no já concorrido mercado universitário:... 
 
02. (INNOVA - Técnico de Segurança - CESGRANRIO) 
 
A vida de um homem normal 
 
Uma noite, voltando de metrô para casa, como fazia cinco vezes por semana, onze meses por ano, 
ele ouviu uma voz. 
Estava exausto, com o nó da gravata frouxo no pescoço, o colarinho desabotoado, a cabeça jogada 
para trás, o walkman a todo o volume e os fones enterrados nos ouvidos. De repente, antes mesmo de 
poder perceber a interrupção, a música que vinha ouvindo cessou sem explicações e, ao cabo de um 
breve silêncio, no lugar dela surgiu uma voz que ele não sabia nem como, nem de quem, nem de onde. 
Ergueu a cabeça. Olhou para os lados, para os outros passageiros. Mas era só ele que a ouvia. Falava 
aos seus ouvidos. Recompôs-se. A voz lhe disse umas tantas coisas, que ele ouviu com atenção, que 
era justamente o que ela pedia. 
Poderia ter cutucado o vizinho de banco. Poderia ter saído do metrô e corrido até em casa para 
anunciar o fato extraordinário que acabara de acontecer. Poderia ter sido tomado por louco e internado 
num hospício. Poderia ter passado o resto da vida sob o efeito de tranquilizantes. Poderia ter perdido o 
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16 
 
emprego e os amigos. Poderia ter vivido à margem, isolado, abandonadopela família, tentando convencer 
o mundo do que a voz lhe dissera. Poderia não ter tido os filhos e os netos que acabou tendo. Poderia ter 
fundado uma seita. Poderia ter feito uma guerra. Poderia ter arregimentado seus seguidores entre os 
mais simples, os mais fracos e os mais idiotas. Poderia ter sido perseguido. Poderia ter sido preso. 
Poderia ter sido assassinado, crucificado, martirizado. Poderia vir a ser lembrado séculos depois, como 
líder, profeta ou fanático. 
Tudo por causa da voz. Mas entre os mandamentos que ela lhe anunciou naquela primeira noite em 
que voltava de metrô para casa, e que lhe repetiu ao longo de mais cinquenta e tantos anos em que voltou 
de metrô para casa, o mais peculiar foi que não a mencionasse a ninguém, em hipótese alguma. E, como 
ele a ouvia com atenção, ao longo desses cinquenta e tantos anos nunca disse nada a ninguém, nem à 
própria mulher quando chegou em casa da primeira vez, muito menos aos filhos quando chegaram à 
idade de saber as verdades do mundo. Acatou o que lhe dizia a voz. Continuou a ouvi-la todos os dias, 
sempre com atenção, mas para os outros era como se nunca a tivesse ouvido, que era o que ela lhe 
pedia. Morreu cinquenta e tantos anos depois de tê-la ouvido pela primeira vez, sem que ninguém nunca 
tenha sabido que a ouvia, e foi enterrado pelos filhos e netos, que choraram em torno do túmulo a morte 
de um homem normal. 
 (CARVALHO, Bernardo. A vida de um homem normal. In: Boa companhia: contos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 11-12.) 
 
Considere o sentido da palavra em destaque no trecho abaixo, retirada do Texto I. 
 
“Estava exausto, com o nó da gravata frouxo no pescoço, o colarinho desabotoado, a cabeça jogada 
para trás, o walkman a todo o volume e os fones enterrados nos ouvidos". (L.3-6). 
 
A palavra destacada apresenta sentido 
(A) literal 
(B) figurado 
(C) irônico 
(D) pejorativo 
(E) denotativo 
 
03. (CEFET/MG - Técnico de Laboratório - CEFET/MG) 
 
 
 
Na tirinha acima, os efeitos de sentido do texto dependem do reconhecimento da seguinte linguagem: 
(A) pleonasmo 
(B) conotação 
(C) denotação 
(D) metalinguagem 
(E) personificação 
 
04. (CEFET/MG - Auxiliar em Administração - CEFET/MG) A denotação ocorre em: 
(A) Os espinhos costumam surgir em várias profissões. 
(B) Os aviões, na guerra, semeiam muitas mortes. 
(C) A tristeza e as decepções murcharam-lhe o espírito. 
(D) O ortopedista dobrou o joelho do acidentado e este desmaiou. 
(E) A viagem da noiva matou-lhe toda esperança de felicidade. 
 
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05. (DOCAS/PB - Contador - IBFC) Sinto-me um pouco intrusa vasculhando minha infância. Não 
quero perturbar aquela menina no seu ofício de sonhar. Não a quero sobressaltar quando se abre para o 
mundo que tão intensamente adivinha, nem interromper sua risada quando acha graça de algo que 
ninguém mais percebeu. 
Tento remontá-la aqui num quebra-cabeças que vai formar um retrato - o meu retrato? Certamente 
faltarão algumas peças. Mas, falhada e fragmentária, esta sou eu, e me reconheço assim em toda a minha 
incompletude. Algumas destas narrações já publiquei. São meu rebanho, e posso chamá-las de volta 
quando quiser. Muitas eu mesma vi e vivi; outras apanhei soltas no ar, pois sempre há quem se exponha 
a uma criança que finge não escutar nem enxergar muita coisa da sua vida ao rés-do-chão. 
Aqui onde estou - diante deste computador, nesta altura e deste ângulo -, afinal compreendo que não 
são as palavras que produzem o mundo, pois este nem ao menos cabe dentro delas. Assim aquela 
menina dançando no pátio na chuva não cabia no seu protegido cotidiano: procurava sempre o susto que 
viria além. 
Então enfiava-se atrás dos biombos da imaginação, colocava as máscaras e espiava o belo e o 
intrigante, que levaria o resto de sua vida tentando descrever. 
 (Lya Luft, Mar de dentro) 
 
No texto, alternam-se exemplos de conotação e denotação. Assinale a opção em que NÃO ocorre o 
emprego conotativo da linguagem. 
(A) “São meu rebanho, e posso chamá-las de volta quando quiser.” (3°§) 
(B) “outras apanhei soltas no ar, pois sempre há quem se exponha a uma criança” (3°§) 
(C) “Aqui onde estou - diante deste computador, nesta altura e deste ângulo” (4°§) 
(D) “Então, enfiava-se atrás dos biombos da imaginação, colocava as máscaras” (5°§) 
 
Gabarito 
 
01.D / 02.B / 03.B / 04.D / 05.C 
 
Comentários 
 
01. Resposta: D 
Nenhuma expressão utilizada na alternativa D tem valor conotativo, valor figurado. Nas outras 
alternativas a presença de palavras figuradas é bem presente, por exemplo, alternativa A, “amorosa” tem 
valor figurado. 
 
02. Resposta: B 
A expressão “enterrado nos ouvidos” está no sentido figurado, porque o fone de ouvidos apenas é 
colocado nos ouvidos. O autor quis dar a leitura que os fones de ouvido estavam bem colocados nos 
ouvidos, ou bem fixos. 
 
03. Resposta: B 
A palavra “bateria” foi empregada no sentido figurado, a mulher se referia a energia do menino, o 
sentido conotativo aparece na substituição da palavra “energia” ou” ânimo” pela palavra “bateria”. 
 
04. Resposta: D 
Denotação é o sentido literal da palavra, na alternativa D, “O ortopedista dobrou o joelho do acidentado 
e este desmaiou”, não tem nenhuma palavra com sentido figurado, conotativo. 
 
05. Resposta: C 
A alternativa C não aparece linguagem figurada, cada palavra da frase pode ser interpretada 
literalmente. “Aqui onde estou - diante deste computador, nesta altura e deste ângulo”. 
 
 
 
 
 
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FIGURAS DE LINGUAGEM 
 
Em textos literários4, as figuras de linguagem são usadas para emprestar mais brilho, nobreza, 
energia, encanto, tornando a linguagem mais expressiva, buscando seu autor alcançar estilo próprio. 
Embora características desses tipos de texto, vêm sendo utilizadas em questões de textos de vários 
concursos. 
Também chamadas Figuras de Estilo, são recursos especiais de que se vale quem fala ou escreve, 
para comunicar à expressão mais força e colorido, intensidade e beleza. 
 
Podemos classificá-las em quatro tipos: 
- Figuras de Palavras (ou tropos); 
- Figuras de Harmonia; 
- Figuras de Construção (ou de sintaxe); 
- Figuras de Pensamento. 
 
Figuras de Palavra 
 
São as que dependem do uso de determinada palavra com sentido novo, incomum. São elas: 
 
Metáfora: É um tipo de comparação (mental) sem uso de conectivos comparativos, com utilização de 
verbo de ligação explícito na frase. 
Exemplo: 
“Sua boca era um pássaro escarlate.” (Castro Alves) 
 
Catacrese: consiste em transferir a uma palavra o sentido próprio de outra, utilizando-se formas já 
incorporadas aos usos da língua. Se a metáfora surpreende pela originalidade da associação de ideias, 
o mesmo não ocorre com a catacrese, que já não chama a atenção por ser tão repetidamente usada. 
 
Exemplos: 
Batata da perna Azulejo vermelho 
Pé da mesa Cabeça de alho 
Menina dos olhos Céu da boca 
Braço da cadeira Folha de papel 
 
Comparação ou Símile: é a comparação entre dois elementos comuns; semelhantes. Normalmente 
se emprega uma conjunção comparativa: como, tal qual, assim como, que nem. 
Exemplo: “Como um anjo caído 
 Fiz questão de esquecer...” (Legião Urbana) 
 
Sinestesia: É a fusão de no mínimo dois dos cinco sentidos físicos. 
Exemplos: “De amargo e então salgado ficou doce, - Paladar 
 Assim que teu cheiro forte e lento - Olfato 
Fez casa nos meus braços e ainda leve - Tato 
E forte e cego e tenso fez saber - Visão 
Que ainda era muito e muito pouco.” (Legião Urbana) 
 
Antonomásia: quando substituímos um nome próprio pela qualidade ou característica que o distingue. 
Exemplo: O Águia de Haia (= Rui Barbosa) 
 O Cantor das Multidões (= Orlando Silva) 
 O Pai da Aviação (= Santos Dumont) 
 
 
4SCHICAIR. Nelson M. Gramática do Português Instrumental. 2ª. ed Niterói: Impetus, 2007. 
1.6Figuras de linguagem. 
 
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19 
 
Metonímia: Troca-se uma palavra por outra com a qual ela se relaciona. Ocorre a metonímia quando 
empregamos: 
- O autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Jorge Amado (observe que o nome do autor 
está sendo usado no lugar de suas obras). 
- O efeito pela causa e vice-versa. Exemplos: Ganho a vida com o suor do meu rosto. (o suor é o 
efeito ou resultado e está sendo usado no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”). 
- O continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de doces. (= doces). 
- O abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A velhice deve ser respeitada. (= pessoas 
velhas). 
- O instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Ele é bom volante. (= piloto ou motorista). 
- O lugar pelo produto. Exemplo: Gosto muito de tomar um Porto. (= a cidade do Porto). 
- O símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Os revolucionários queriam o trono. (= império, 
o poder). 
- A parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os necessitados. (= a casa). 
- O indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: Ele foi o judas do grupo. (= espécie dos homens 
traidores). 
- O singular pelo plural. Exemplo: O homem é um animal racional. (o singular homem está sendo 
usado no lugar do plural homens). 
- O gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais somos imperfeitos. (= seres 
humanos). 
- A matéria pelo objeto. Exemplo: Ele não tem um níquel. (= moeda). 
 
Observação: Os últimos 5 casos recebem também o nome de Sinédoque. 
 
Sinédoque: Troca que ocorre por relação de compreensão e que consiste no uso do todo pela parte, 
do plural pelo singular, do gênero pela espécie, ou vice-versa. 
Exemplo: O mundo é violento. (= os homens) 
 
Perífrase: é a substituição de um nome por uma expressão que facilita a sua identificação. 
Exemplo: O país do futebol acredita no seu povo. (país do futebol = Brasil) 
 
Figuras de Harmonia 
 
São as que reproduzem os efeitos de repetição de sons, ou ainda quando se busca representá-los. 
São elas: 
 
Aliteração: Repetição consonantal fonética (som da letra) geralmente no início da palavra. 
Exemplo: “Sonhei que estava sonhando um sonho sonhado...” (Martinho da Vila) 
 
Assonância: Repetição da mesma vogal no decorrer de um verso ou poema. 
Exemplo: “Sou Ana, da cama 
 Da cana, fulana bacana 
 Sou Ana de Amsterdã.” (Chico Buarque) 
 
Paronomásia: Reprodução de sons semelhantes através de palavras de significados diferentes. 
Exemplos: “Berro pelo aterro pelo desterro 
Berro por seu berro pelo seu erro 
Quero que você ganhe que você me apanhe 
Sou o bezerro gritando mamãe...” (Caetano Veloso) 
 
Figuras de Construção 
 
Dizem respeito aos desvios de padrão de concordância quer quanto à ordem, omissões ou excessos. 
Dividem-se em: 
Omissão - Assíndeto, Elipse, Zeugma 
Repetição - Anáfora, Polissíndeto e Pleonasmo 
Ruptura - Anacoluto 
Inversão - Anástrofe, Hipálage, Hipérbato, Sínquise e Quiasmo 
Concordância Ideológica - Silepse 
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20 
 
Figuras de Omissão 
 
Omissão 
 
Assíndeto: Ocorre por falta ou supressão de conectivos. 
Exemplos: 
a) “Saí, bebi, enfim, vivi.” (Nel de Moraes) 
b) “Vim, vi e venci.” (Julio César) 
 
Elipse: Supressão de vocábulo(s) que são facilmente identificável (is). 
Exemplos: 
a) “(Eu) Queria ser um pássaro dentro da noite.” 
b) “No céu, (há) estrelas que brilham indômitas.” 
 
Zeugma: Elipse especial que consiste na supressão de um termo já anteriormente expresso no 
contexto. 
Exemplos: 
a) “Nós nos desejamos e (nós) não nos possuímos.” 
b) “Foi saqueada a vila, e (foram) assassinados os partidários dos Filipes.” (Camilo Castelo Branco) 
 
Repetição 
Anáfora: É a repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso. 
Exemplos: “Eu quase não saio 
 Eu quase não tenho amigo 
 Eu quase não consigo 
 Ficar na cidade sem viver contrariado.” (Gilberto Gil) 
 
Polissíndeto: Repetição enfática de conjunções coordenativas (geralmente e). 
Exemplos: “E saber, e crescer, e ser, e haver 
 E perder, e sofrer, e ter horror.” (Vinícius de Morais) 
 
Pleonasmo: Repetição da ideia, isto é, redundância semântica e sintática, divide-se em: 
 
- Gramatical - com objetos direto ou indireto redundantes, chamam-nos pleonásticos. 
Exemplos: 
a) “Perdoo-te a ti, meu amor.” 
b) “O carro velho, eu o vendi ontem.” 
 
- Vicioso - deve ser evitado por não acrescentar informação nova ao que já havia sido dito 
anteriormente. 
Exemplos: Subir para cima; descer para baixo; repetir de novo; hemorragia sanguínea; protagonista 
principal; monopólio exclusivo. 
 
Ruptura 
Anacoluto: A construção do período deixa um ou mais termos sem função sintática. Dê atenção 
especial porque o anacoluto é parecido com o pleonasmo, ou melhor, na tentativa de um pleonasmo 
sintático, muitas vezes, acaba-se por criar a ruptura. 
Exemplo: 
“Os meus vizinhos, não confio mais neles.” - a função sintática de os meus vizinhos é nula, não há; 
entretanto, se houvesse preposição (Nos meus vizinhos, não confio mais neles), o termo seria objeto 
indireto, enquanto neles seria o objeto indireto pleonástico. 
 
Inversão 
Anástrofe: Inversão sintática leve. 
Exemplos: 
a) “Tão leve estou que já nem sombra tenho.” (ordem inversa) (Mário Quintana) 
b) “Estou tão leve que já não tenho sombra.” (ordem direta) 
 
Hipálage: Inversão de um adjetivo (uma qualidade que pertence a um é atribuída a outro substantivo). 
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21 
 
Exemplos: 
a) A mulher degustava lânguida cigarrilha. 
Lânguida = sensual, portanto lânguida é a mulher, e não a cigarrilha como faz supor. 
 
b) “Em cada olho um grito castanho de ódio.” (Dalton Trevisan) 
 Castanhos são os olhos, e não o grito. 
 
Hipérbato: Inversão complexa de termos da frase. 
Exemplo: 
“Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas nas cabeças pôr de rosas.” (Camões) 
(Enquanto manda as ninfas amorosas pôr grinaldas de rosas na cabeça.) 
 
Sínquise: Há uma inversão violenta de distantes partes da oração. É um hipérbato “hiperbólico”. 
Exemplo: “...entre vinhedo e sebe 
corre uma linfa e ele no seu de faia 
de ao pé do Alfeu Tarro escultado bebe.” (Alberto de Oliveira) 
 
(Uma linfa corre entre vinhedo e sebe, e ele bebe no seu Tarro escultado, de faia, ao pé do Alfeu.) 
 
Quiasmo: Inversão de palavras que se repetem. 
Exemplo: “Tinha uma pedra no meio do meu caminho / 
 no meio do meu caminho tinha uma pedra.” (G. D. Andrade) 
 
Concordância Ideológica 
Silepse: É a concordância feita pela ideia, e não através das prerrogativas das classes das palavras. 
São três: 
- de Gênero: masculino e feminino não concordam. 
Ex.: “A vítima era lindo e o carrasco estava temerosa quanto à reação da população.” 
 
Perceba que vítima e carrasco não receberam de seus adjetivos lindo e temerosa a 'atenção' devida, 
por quê? Isso se deve à ideia de que os substantivos sobrecomuns designam ambos os sexos, e não 
ambos os gêneros, portanto, por questões estilísticas, o autor do texto preferiu a ideia à regra gramatical 
rígida que impõe que adjetivos concordem em gênero com o substantivo, não em sexo. 
 
- de Número: singular e plural não concordam entre si. 
Ex.: “O esquadrão sobrevoaram o céu azul daquela manhã de verão.” 
 
Ocorre algo semelhante na silepse de número, apenas se ressalve que nesses casos o 'desprezo' se 
dá quanto à concordância verbal, afinal, esquadrão é palavra de natureza coletiva (coletivo de aviões) e, 
mais uma vez por questões estilísticas, o autor preferiu à regra, na qual se baseia a Gramática Normativa, 
o livre voar de suas ideias. 
 
- de Pessoa: sujeito e verbo não concordam entre si. 
Ex.: “A gente não sabemos escolher presidente. 
 A gente não sabemos tomar conta da gente.” (Ultrajea Rigor) 
 
Nos casos de silepse de pessoa há, por parte do autor, uma clara intromissão, característica do 
discurso indireto livre, quando, ao informar, o emissor se coloca como parte da ação. 
 
Figuras de Pensamento 
 
São recursos de linguagem que se referem ao aspecto semântico, ou seja, ao significado dentro de 
um contexto. 
 
Antítese: É a aproximação de palavras de sentidos contrários, antagônicos. 
Exemplos: “Onde queres prazer, sou o que dói 
E onde queres tortura, mansidão 
Onde, queres um lar, Revolução 
E onde queres bandido, sou herói.” (Caetano Veloso) 
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Paradoxo ou Oxímoro: É mais que a aproximação antitética; é a própria ideia que se contradiz. 
Exemplos: 
a) “O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa) 
b) “Mas tão certo quanto o erro de seu barco a motor é insistir em usar remos.” (Legião Urbana) 
 
Apóstrofe: É a evocação, o chamamento. Identifica-se facilmente na função sintática do VOCATIVO. 
Exemplos: “Ó lindo mar verdejante, 
tuas ondas entoam cantos, 
és tu o dono reinante 
das brancas marés espumantes ... “ (Nel de Moraes) 
 
Perífrase: Designação dos objetos, acidentes geográficos, indivíduos e outros que não queremos 
simplesmente nomear. 
Exemplos: 
a) “Última Flor do Lácio, inculta e bela, 
és a um tempo esplendor e sepultura.” (Olavo Bilac) 
Flor do Lácio (= Língua Portuguesa) 
 
b) Cidade Luz [= Paris) 
c) Veneza Brasileira (= Recife) 
d) Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro) 
e) Rei dos Animais (= leão) 
 
Gradação: É uma sequência de palavras ou ideias que servem de intensificação numa sequência 
temporal. 
Ex.: “Dissecou-a a tal ponto, e com tal arte, que ela, 
 Rota, baça, nojenta, vil.” (Raimundo Corrêa) 
 
Ironia: Consiste em dizer o oposto do que se pensa, com intenção sarcástica ou depreciativa. 
Exemplos: 
a) “A excelente Dona lnácia era mestra na arte de judiar de criança.” (Monteiro Lobato) 
b) “Dona Clotilde, o arcanjo do seu filho quebrou minhas vidraças.” 
 
Hipérbole: É a figura do exagero, a fim de proporcionar uma imagem chocante ou emocionante. 
Exemplos: 
a) “Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac) 
b) “Existem mil maneiras de preparar Neston.” 
 
Eufemismo: Figura que atenua ideias desagradáveis ou penosas. 
Exemplos: 
a) “E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir 
 Deus lhe pague.” (Chico Buarque) 
Paz derradeira = morte 
 
b) “Aquele homem de índole duvidosa apropriou-se (ladrão) indevidamente dos meus pertences.” 
(roubou) 
 
Disfemismo: Expressão grosseira em lugar de outra, suave, branda. 
Ex.: Você não passa de um porco ... um pobretão. 
 
Personificação ou Prosopopeia: Consiste em dar vida a seres inanimados. 
Exemplos: 
a) “O vento beija meus cabelos 
 As ondas lambem minhas pernas 
 O sol abraça o meu corpo.” (Lulu Santos - Nelson Motta) 
 
b) “Sob o sol respira o mar, 
dedilhando as ondas, belo olhar. 
Faiscando espumas, lágrimas 
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saúdam sereias amantes: 
Te escutam, te amam, te lambem.” (Nel de Moraes) 
 
Reificação: Consiste em 'coisificar' os seres humanos. 
Exemplo: “Tia, já botei os candidatos na lista.” 
 
Lítotes: Consiste em negar por afirmação ou vice-versa. 
Exemplos: 
a) “Ela até que não é feia.” (logo, é bonita!) 
b) “Você está exagerando. Não subestime a sua inteligência.” (porque ela é inteligente.) 
 
Questões 
 
01. (IF/PA - Assistente em Administração - FUNRIO) “Quero um poema ainda não pensado, / que 
inquiete as marés de silêncio da palavra ainda não escrita nem pronunciada, / que vergue o ferruginoso 
canto do oceano / e reviva a ruína que são as poças d’água. / Quero um poema para vingar minha insônia.” 
(Olga Savary, “Insônia”) 
 
Nesses versos finais do poema, encontramos as seguintes figuras de linguagem: 
(A) silepse e zeugma 
(B) eufemismo e ironia. 
(C) prosopopeia e metáfora. 
(D) aliteração e polissíndeto. 
(E) anástrofe e aposiopese. 
 
02. (IF/PA - Auxiliar em Administração - FUNRIO) “Eu sou de lá / Onde o Brasil verdeja a alma e o 
rio é mar / Eu sou de lá / Terra morena que eu amo tanto, meu Pará.” (Pe. Fábio de Melo, “Eu Sou de 
Lá”) 
 
Nesse trecho da canção gravada por Fafá de Belém, encontramos a seguinte figura de linguagem: 
(A) antítese. 
(B) eufemismo. 
(C) ironia 
(D) metáfora 
(E) silepse. 
 
03. (Pref. de Itaquitinga/PE - Técnico em Enfermagem - IDHTEC) 
 
MAMÃ NEGRA (Canto de esperança) 
 
Tua presença, minha Mãe - drama vivo duma Raça, Drama de carne e sangue Que a Vida escreveu 
com a pena dos séculos! Pelo teu regaço, minha Mãe, Outras gentes embaladas à voz da ternura ninadas 
do teu leite alimentadas de bondade e poesia de música ritmo e graça... santos poetas e sábios... Outras 
gentes... não teus filhos, que estes nascendo alimárias semoventes, coisas várias, mais são filhos da 
desgraça: a enxada é o seu brinquedo trabalho escravo - folguedo... Pelos teus olhos, minha Mãe Vejo 
oceanos de dor Claridades de sol-posto, paisagens Roxas paisagens Mas vejo (Oh! se vejo! ...) mas vejo 
também que a luz roubada aos teus [olhos, ora esplende demoniacamente tentadora - como a Certeza... 
cintilantemente firme - como a Esperança... em nós outros, teus filhos, gerando, formando, anunciando - 
o dia da humanidade. 
(Viriato da Cruz. Poemas, 1961, Lisboa, Casa dos Estudantes do Império) 
 
O poema, Mamã Negra: 
(A) É uma metáfora para a pátria sendo referência de um país africano que foi colonizado e teve sua 
população escravizada. 
(B) É um vocativo e clama pelos efeitos negativos da escravização dos povos africanos. 
(C) É a referência resumida a todo o povo que compõe um país libertado depois de séculos de 
escravidão. 
 
 
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(D) É o sofrimento que acometeu todo o povo que ficou na terra e teve seus filhos levados pelo 
colonizador. 
(E) É a figura do colonizador que mesmo exercendo o poder por meio da opressão foi “ninado “ela 
Mamã Negra. 
 
04. (Pref. de Florianópolis/SC - Auxiliar de Sala - FEPESE) Analise as frases abaixo: 
1. “Calções negros corriam, pulavam durante o jogo.” 
2. A mulher conquistou o seu lugar! 
3. Todo cais é uma saudade de pedra. 
4. Os microfones foram implacáveis com os novos artistas. 
 
Assinale a alternativa que corresponde correta e sequencialmente às figuras de linguagem 
apresentadas: 
(A) metáfora, metonímia, metáfora, metonímia 
(B) metonímia, metonímia, metáfora, metáfora 
(C) metonímia, metonímia, metáfora, metonímia 
(D) metonímia, metáfora, metonímia, metáfora 
(E) metáfora, metáfora, metonímia, metáfora 
 
05. (COMLURB - Técnico de Segurança do Trabalho - IBFC) Leia o poema abaixo e assinale a 
alternativa que indica a figura de linguagem presente no texto: 
 
Amor é fogo que arde sem se ver 
Amor é fogo que arde sem se ver; 
É ferida que dói e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer; (Camões) 
 
(A) Onomatopeia 
(B) Metáfora 
(C) Personificação 
(D) Pleonasmo 
 
06. (Prefeitura de Paulínia/SP - Agente de Fiscalização - FGV) 
 
Descaso com saneamento deixa rios em estado de alerta 
 
A crise hídrica transformou a paisagem urbana em muitas cidades paulistas. Casas passaram a contar 
com cisternas e caixas-d’água azuis se multiplicaram por telhados, lajes e até em garagens. Em regiões 
mais nobres, jardins e portarias de prédios ganharam placas que alertam sobre a utilização de água de 
reuso. As pessoas mudaram seu comportamento, economizaram e cobraram soluções. 
As discussões sobre a gestão da água, nos mais diversos aspectos, saíram dos setores tradicionais e 
técnicos e ganharam espaço no cotidiano. Porém, vieram as chuvas, as enchentes e os rios urbanos 
voltaram a ficar tomados por lixo, mascarando, de certa forma, o enorme volume de esgoto que muitos 
desses corpos de água recebem diariamente. 
É como se não precisássemos de cada gota de

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