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MODULO 3 AGENDA ESTRATÉGICA ESCOLAR

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AGENDA ESTRATÉGICA ESCOLAR
Inicialmente, antes de apresentar o conceito de Agenda Estratégica, convém apresentar o conceito de estratégia. Nesse sentido, Ackoff (1966) conceitua o termo como a “definição de um futuro desejado e dos meios eficazes para alcançá-lo”. A estratégia ou planejamento escolar tem como base o Projeto Político-Pedagógico (PPP) da escola. É no PPP que as seguintes questões devem ser abordadas:
· Que pessoas queremos formar? Que valores queremos transmitir? E quais capacidades desejamos desenvolver?
· Faremos isso para atuar, transformar ou construir que tipo de sociedade?
Esses grandes objetivos são concretizados no cotidiano da escola, por meio de conteúdos trabalhados, das metodologias utilizadas e das relações de convivência desenvolvidas. Assim, conforme pontua Motta (2013), dependendo da instituição, podemos encontrar diversos tipos de plano, mas dois deles, intimamente relacionados entre si, destacam-se no trabalho escolar e compõem a Agenda Estratégica Escolar: Referencial Curricular do Paraná, ou Plano de Curso e o Plano de Trabalho Docente.
 O Plano de Trabalho Docente sistematiza e organiza o trabalho a ser executado na sala de aula. Pode ser diário, semanal, quinzenal ou de acordo com as necessidades e orientações de cada instituição. Mas deve partir do Referencial Curricular do Paraná (Clique aqui) e CREP - Currículo da Rede Estadual Paranaense (Clique aqui). Deve conter:
· Objetivos, que traduzem a intencionalidade do trabalho docente: o que o professor busca atingir com aquele trabalho que está sendo planejado;
· Conteúdos gerais, em seu sentido amplo (conhecimentos, conceitos ou práticas), normalmente associados aos objetivos gerais da disciplina ou área trabalhada;
· Conteúdos específicos, geralmente associados aos objetivos específicos a serem atingidos nas aulas;
· Justificativa, que liga os conteúdos específicos aos conteúdos gerais, estes à Proposta Pedagógica Curricular e ao Projeto Político-Pedagógico;
· Metodologia e recursos didáticos: princípios e recursos para atingir o que está posto nos objetivos;
· Critérios de avaliação: devem definir o que se espera que o aluno aprenda, como isso vai ser verificado e como poderão ser recuperadas as aprendizagens que os alunos não alcançarem;
· Referências: além do livro didático, em que autores e fontes o professor apoia aquele trabalho que vai desenvolver.
 Para a construção do Plano de Trabalho Docente, que configura a Agenda Estratégica Escolar, é preciso saber em que ponto do caminho ainda estamos, isto é, um conhecimento da realidade, um diagnóstico o mais exato possível. Saber o que os alunos já aprenderam e o que ainda não conseguiram alcançar é um ponto de partida importante para o professor planejar seu trabalho. De forma análoga, saber quais conhecimentos e capacidades os professores já desenvolveram e quais pontos ainda precisam ser aperfeiçoados é fundamental para a equipe gestora planejar a formação continuada, por exemplo.
Ou seja, saber onde estamos e onde queremos chegar é fundamental para definir os caminhos a serem trilhados. A partir de um bom diagnóstico, é possível estabelecer os passos concretos a serem dados no que tange aos conteúdos a serem desenvolvidos, às metodologias a serem utilizadas, às capacitações a serem implementadas, entre outros pontos relevantes.
Para a geração de subsídios com vistas à construção da Agenda Estratégica, algumas análises (diagnósticos) podem ser desenvolvidas. Entre elas, destacam-se três, a saber: análise de cenários; análise de stakeholders (indivíduos e organizações impactados pelas ações, nesse caso em particular, ações da escola); e análise de Pontos Fortes, Fracos, Ameaças e Oportunidades (comumente chamada de SWOT).
A figura 7 a seguir ilustra a Agenda Estratégica Educacional em que o diagnóstico permite a construção da Agenda Estratégica que tem como pilares a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho Docente.
ANÁLISE DE CENÁRIOS
Os Cenários correspondem à primeira das três análises que subsidiam a elaboração da Agenda Estratégica Escolar e representam os caminhos possíveis que a escola pode tomar no futuro. Não se trata da realidade a ser alcançada, mas sim de representações cujo objetivo é nortear a ação presente à luz de futuros possíveis. Sendo assim, os cenários apresentam futuros alternativos e passíveis de ocorrência. Comumente, três cenários costumam ser desenvolvidos para uma análise mais ampla: pessimista, tendencial (mantendo-se a evolução das variáveis como hoje ocorrem) e otimista. Afinal, dificilmente haverá um único cenário possível para a atuação escolar. E, traçar cenários alternativos, é imprescindível para a adoção da ação mais adequada ao contexto.
Para o desenvolvimento da análise de cenários, algumas perguntas devem ser realizadas:
· Quais são as variáveis ou fatores do ambiente externo que mais impactam o desempenho da escola? Por exemplo: comunidade, governo, professores, diretores, pais de alunos, orçamento, tecnologia, crise financeira, valores da sociedade, pobreza, violência etc. Ademais, sobre essas variáveis deve-se pensar algum juízo de valor. Exemplo: maior envolvimento da comunidade sobre a vida escolar; greve de professores; maior qualificação dos professores; maior participação dos pais na discussão das questões escolares; dificuldade de utilização de novas tecnologias no ambiente escolar; crise nos valores sociais; maior violência contra alunos e professores; etc. Ou seja, sobre cada tema deve-se pensar um juízo de valor, que pode ser positivo ou negativo.
· Quais são as possibilidades de comportamento dessas variáveis nos próximos anos? E que impactos produzem sobre o ambiente escolar?
· O que faremos para mitigar/minimizar os seus impactos e aproveitar as oportunidades?
É possível visualizar/elencar as questões acima utilizando-se uma matriz de impactos e probabilidades.
 Matriz de Impacto e Probabilidade de cenários
Assim, por exemplo, vamos pensar a questão do orçamento. A redução do orçamento para a área educacional tem grande ou pequeno impacto no desempenho das escolas? E a probabilidade desta redução é alta ou baixa? Na hipótese de consideramos um grande impacto sobre as escolas e de alta probabilidade, a redução do orçamento deveria ser registrado no campo superior direito da matriz. Em sentido contrário, ao se considerar de pequeno impacto e baixa probabilidade, este item deveria ser anotado no campo inferior esquerdo.
Ou seja, os itens anotados nos campos marcados em rosa requerem grande atenção, pois impactam de forma significativa e tem alta probabilidade de ocorrência. Os itens anotados nos campos em azul devem ser acompanhados com vistas a evitar que seus impactos ou probabilidades cresçam. Por fim, os itens marcados em amarelo têm menos relevância e probabilidade de ocorrência e, portanto, não precisam de ação imediata e devem ser reavaliados de tempos em tempos para se checar se a situação permanece igual ou sofreu alguma alteração significativa.
Obviamente, as ações que possuem maior probabilidade de ocorrência e que causam grande impacto no desempenho da escola devem ser priorizadas para execução. Por exemplo, as escolas têm um desafio relacionado à rotatividade e à qualidade técnica dos professores devido a questões salariais. Esse é um fator que gera um grande impacto para o desempenho das escolas, além de ser um fator com alta probabilidade de ocorrência nos próximos anos em razão da crise financeira por que passa o poder público em geral. Portanto, deve ser um ponto a ser observado e tratado com cuidado no âmbito do planejamento da gestão escolar.
ANÁLISE DAS PARTES INTERESSADAS
A Análise das Partes Interessadas corresponde à segunda das três análises que subsidiam a elaboração da Agenda Estratégica Escolar. As partes interessadas são organizações ou indivíduos portadores de interesses, demandas e expectativas sobre as escolas e que de alguma forma afetam (positiva ou negativamente) ou são afetados pelas ações que as escolas realizam.
A figura 9 a seguir ilustra algumas possíveispartes interessadas relacionadas às escolas e que devem ser “ouvidas” quando da construção da Agenda Estratégica Escolar.
Stakeholders primários e secundários
Por que realizar a análise das partes interessadas é importante para a elaboração da Agenda Estratégica Escolar? Porque ao fazer isso, as escolas deixam de olhar para dentro de si apenas e passam a ouvir a todos os atores que direta ou indiretamente possuem interesse pelos resultados das ações desenvolvidas no ambiente escolar. Trata-se, portanto, de ouvir os anseios e desejos das partes interessadas e que podem subsidiar as ações a serem desenvolvidas no âmbito dos planejamentos escolares (agenda estratégia escolar, Proposta Pedagógica Curricular e plano de aula). Não se trata de fazer exatamente o que cada uma das partes propõe, mas, sim, ouvir os seus anseios/desejos e utilizá-los como subsídios para o planejamento escolar a ser realizado.
O quadro a seguir exemplifica algumas das partes interessadas. Há diversas outras. Trata-se apenas de um pequeno exemplo. Cada uma das partes interessadas possui desejos/anseios distintos. E a forma como a escola irá abordar estes desejos nos seus planejamentos escolares fará toda a diferença para o alcance dos resultados pretendidos.
	Quais são as Partes Interessadas?
	O que desejam?
	O que não desejam?
	Como a escola irá tratar essas questões em seu planejamento escolar?
	Alunos
	 
	 
	 
	Professores
	 
	 
	 
	Comunidade
	 
	 
	 
	Governo
	 
	 
	 
	Família
	 
	 
	 
	Outros (preencher)
	 
	 
	 
Quadro 1 - Modelo para Análise das partes interessadas
ANÁLISE DE PONTOS FORTES, FRACOS, AMEAÇAS E OPORTUNIDADES
A Análise dos Pontos Fortes, Fracos, Ameaças e Oportunidades (também conhecida pelo termo análise SWOT) corresponde à terceira das três análises que subsidiam a elaboração da Agenda Estratégica Escolar. Os pontos fortes e fracos referem-se a situações internas a cada escola e que dependem diretamente das suas ações, e as ameaças e oportunidades referem-se a situações externas, que independem da vontade ou da ação de cada uma das escolas.
Assim, por exemplo, uma determinada escola pode ter como ponto forte a capacidade técnica e didática dos seus professores e como ponto fraco a indisponibilidade de condições adequadas para o ensino, tais como ausência de biblioteca ou de computadores para os alunos. Observe que ambos os aspectos dizem respeito ao ambiente interno da escola. Como exemplo de oportunidades e ameaças, podemos citar o aumento dos investimentos em educação por parte do governo e a ausência da educação familiar com reflexos sobre a disciplina escolar, respectivamente. Notem que ambos os exemplos se referem a situações externas à escola, que independe da sua atuação direta, mas que tem efeito sobre os seus resultados.
O quadro a seguir ilustra alguns exemplos de pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças afins ao ambiente escolar.
	Pontos Fortes
	Pontos Fracos (oportunidades de melhoria)
	Oportunidades
	Ameaças
	Professores engajados e capacitados
	Professores mal qualificados e desestimulados
	Novos investimentos públicos em educação
	Redução dos gastos com educação
	Baixa rotatividade dos professores e funcionários
	Alta rotatividade dos professores e funcionários
	Parcerias para a melhoria da educação
	Isolamento / insulamento das instituições educacionais
	Infraestrutura adequada ao ensino (biblioteca, computadores, sala de aula etc.)
	Infraestrutura inadequada ao ensino (biblioteca, computadores, sala de aula etc.)
	Novo currículo escolar (foco, abrangência, qualidade)
	Novo currículo escolar (foco, abrangência, qualidade)
	Bom planejamento escolar
	Planejamento escolar deficiente
	Maior investimento em segurança nas escolas
	Menor investimento em segurança nas escolas
	Bom clima de trabalho e união entre direção e corpo docente
	Clima de trabalho ruim e desunião entre direção e corpo docente
	Maior investimento em saúde (e outros temas) nas escolas
	Menor investimento em saúde (e outros temas) nas escolas
	Alto grau de envolvimento/interesse da comunidades escolar
	Baixo grau de envolvimento/interesse da comunidades escolar
	 
	 
	Alunos disciplinados e engajados nas atividades escolares
	Alunos indisciplinados e não engajados nas atividades escolares
	 
	 
	Ensino de qualidade e alto grau de aprendizado
	Ensino sofrível e baixo grau de aprendizado
	 
	 
	Baixa repetência e desvio idade-série
	Alta repetência e desvio idade-série
	 
	 
	Alto índice de abandono escolar
	Baixo índice de abandono escolar
	 
	 
Quadro 3 - Modelo para análise SWOT
CONSTRUÇÃO DA AGENDA ESTRATÉGICA
Uma vez que os subsídios para a construção da Agenda Estratégica Escolar estão definidos (cenários, partes interessadas e SWOT), passa-se à etapa da construção da Agenda em si. Para tanto, o ponto de partida é a definição dos objetivos estratégicos, que podem (e costumam) ser apresentados na forma de um mapa estratégico conforme ilustra a figura a seguir:
Mapa Estratégico Escola Municipal Leonor Castellano
Observem que o Mapa Estratégico possui um conjunto de objetivos e cada um deles está agrupado em perspectivas: processos internos, beneficiário(s) e sociedade. Os objetivos relacionados a processos internos dizem respeito à forma como o trabalho será desenvolvido no âmbito de cada escola. Os objetivos relacionados aos beneficiários dizem respeito aos resultados que se pretendem alcançar tendo com foco o aluno, o beneficiário mais direto dos trabalhos desenvolvidos no ambiente escolar. E os objetivos afins à sociedade dizem respeito aos resultados mais abrangentes que visam à formação de uma sociedade mais justa e cidadã. Ou seja, ao fim e ao cabo, o que se pretende com a educação é a formação de bons cidadãos que contribuam para o desenvolvimento do Brasil enquanto nação justa, igualitária, tolerante e desenvolvida econômica e socialmente.
O passo seguinte à elaboração dos objetivos sob a forma de um mapa estratégico é definir quais serão os indicadores e metas que permitirão acompanhar e mensurar o cumprimento de cada um dos objetivos. E, em seguida, que iniciativas (ações) deverão ser desenvolvidas para o alcance das metas pretendidas. A figura a seguir ilustra esse sequencia lógica que culmina em um plano de iniciativas (ou ações).
Desdobramento do Mapa Estratégico
Ainda sobre esses conceitos, vale ressaltar que:
· Os objetivos estratégicos são declarações de resultados quantificáveis, dispostos no mapa estratégico em perspectivas e vinculados entre si por meio de relações de causa e efeito (ou seja, o cumprimento de um objetivo pode levar ao alcance do objetivo diretamente a ele relacionado e assim sucessivamente, conforme figura 11 apresentada anteriormente).
· Os indicadores de desempenho possuem como objetivo medir o grau de alcance dos objetivos propostos e influenciam o comportamento das pessoas na busca desses objetivos. A cada indicador há uma métrica (fórmula de cálculo) associada.
· As metas vão determinar justamente a intensidade do esforço das partes interessadas para alcançar os resultados. A meta é a quantificação do indicador .
· Por fim, as iniciativas estratégicas determinam os esforços necessários para que os objetivos sejam cumpridos e os resultados dos indicadores sejam alcançados e/ou superados. Normalmente as iniciativas agrupam-se em um plano de iniciativas ou plano de ação.
Vamos pensar em um exemplo completo desses conceitos na área de educação. Vejamos:
· Objetivo: diminuir a distorção idade-série dos alunos do ensino médio
· Indicador: índice de distorção-idade série.
· Métrica (ou fórmula de cálculo): número de alunos que apresentam idade superior à série que frequenta / total de alunos x 100.
· Meta: Reduzir de 39% para 36% a distorção idade-série ao final de 2018, 30% ao final de 2019 e 22% ao final de 2020. Observe que a meta é a quantificação do indicador conforme já havíamos dito.
A seguir vamos incluir um novo exemplo. Imaginemos que o diretor de uma escola gostaria de saber quantos alunos estão faltando 5 ou mais dias por mês. Para saber essa informação,foi definido o seguinte indicador:
· Objetivo: diminuir o número médio de faltas dos alunos
· Indicador: porcentagem de alunos que faltam 5 dias ou mais no mês.
· Métrica (ou fórmula de cálculo): (número de alunos que faltaram 5 dias ou mais no mês / total de alunos da escola em questão) x 100.
· Meta: vamos supor que uma primeira aferição hipotética do indicador demonstrou que 12% dos alunos faltaram 5 dias ou mais no mês de março de 2017. Com isso, uma possível meta para o mês de abril e maio seria a redução desse percentual para 10%.
INDICADORES E METAS
Os indicadores e respectivas metas proporcionam informações sobre o desempenho escolar com vistas ao monitoramento, avaliação, comunicação e melhoria contínua. Nesse sentido, eles devem ser capazes de:
· Mensurar os esforços e resultados e gerenciar o desempenho (garantindo que seja mantido ou ampliado);
· Embasar a análise crítica dos resultados obtidos e o processo de tomada decisão (o que tem dado certo e merece ser fortalecido e o que está dando errado e precisa ser repensado);
· Contribuir para a melhoria contínua da escola;
· Viabilizar a análise comparativa entre o desempenho de cada escola (municipal, estadual ou mesmo de outros países) com vistas à evolução do sistema educacional como um todo.
Sabe-se que, no limite, pode-se medir qualquer aspecto da escola ou do ambiente escolar. Entretanto, os gestores e servidores da educação devem se perguntar o que é importante e viável medir e qual a capacidade aceitável da medida. Essas questões são relevantes pelo fato de a medição custar tempo e dinheiro.
Nesse sentido, os indicadores devem seguir alguns critérios relevantes, tais como:
· Seletividade ou importância : fornece informações sobre as principais variáveis estratégicas da educação;
· Simplicidade, clareza e comunicabilidade : os indicadores devem ser simples e compreensíveis, levando a mensagem e o seu correto significado às partes interessadas (governo, professores, alunos, comunidade escolar etc.);
· Representatividade, confiabilidade e sensibilidade: capacidade de acompanhar o que é relevante e a partir de dados confiáveis;
· Investigativos: dados devem ser fáceis de analisar e permitir juízo de valor;
· Comparabilidade: facilmente comparáveis com referências internas (a própria escola ou escolas da rede estadual) ou externas (outras escolas do Brasil e do mundo), bem como com séries históricas de acontecimentos;
· Estabilidade: procedimentos para mensuração do indicador são gerados de forma sistemática e constante, sem alterações e complexidades;
· Custo-efetividade: projetado para ser factível e economicamente viável.
Abaixo seguem 5 indicadores passíveis de serem utilizados para a avaliação de desempenho educacional. Sugere-se que estes 5 indicadores constituam uma base mínima de verificação dos resultados a serem adotados no âmbito da gestão educacional do Paraná (e na devida proporção, pelos diretores escolares).
· Índice de desenvolvimento da educação básica;
· Taxa de aprovação;
· Taxa de abandono;
· Taxa de transferência;
· Taxa de distorção idade-série.
1 - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB
Esse índice é calculado a partir de dois componentes: taxa de rendimento escolar (aprovação) e médias de desempenho nos exames padronizados aplicados pelo INEP. Os índices de aprovação são obtidos a partir do Censo Escolar, realizado anualmente pelo INEP. As médias de desempenho utilizadas são as da Prova Brasil.
Meta: Garantir crescimento do IDEB, conforme as metas projetadas pelo INEP.
 
2 - Taxa de aprovação
Indica a porcentagem de alunos que, ao final do ano letivo, alcançaram os critérios mínimos para a conclusão satisfatória da etapa de ensino na qual se encontravam.
TAP = (APR/APR + REP + ABA) X 100
· TAP - Taxa de Aprovação
· APR - Número de matrículas aprovadas
· REP - Número de matrículas reprovadas
· ABA – Número de matrículas que deixaram de frequentar
3 - Taxa de Abandono
Indica a porcentagem de alunos que deixaram de frequentar a unidade escolar após a data de referência do Censo, excetuando os afastamentos por transferências, licenças médicas e outros justificados.
TAB = (ABA/APR + REP + ABA) X 100
· TAB – Taxa de Abandono
· ABA – Número de matrículas que deixaram de frequentar
· APR – Número de matrículas aprovadas
· REP - Número de matrículas reprovadas
4 - Taxa de Transferência
Indica a porcentagem de alunos transferidos sem justificativa.
TAT = (TRA/NAM - NTJ) X 100
· TAT – Taxa de Alunos Transferidos
· TRA – Número de alunos transferidos
· NAM – Número de alunos matriculados
· NTJ - Número de transferências justificadas
5 - Taxa de Distorção Idade-série
Permite avaliar o percentual de alunos, em cada série, com idade superior à recomendada.
TD = (B/A) X 100
· TD = Taxa de Distorção Idade-série
· B = Total de estudantes com idade superior ao ano respectivo
· A= Matrícula Atual
Importante destacar que a mensuração não pode se tornar um fim em si mesma. O processo de monitoramento e avaliação das escolas, que envolve a mensuração dos indicadores, irá consumir recursos financeiros, pessoas e tempo. Se as informações geradas por esse processo não forem utilizadas para a rediscussão da agenda estratégica escolar, tudo será em vão. Ou seja, é preciso que os resultados das avaliações seja, efetivamente, utilizado no planejamento escolar e educacional como um todo.
Definidos os indicadores, o passo seguinte é o estabelecimento das metas de desempenho. A figura 12 a seguir ilustra o cuidado no momento de se calcular as metas dos indicadores.
 Cálculo da Meta
Elas não podem se situar numa zona de conforto em que serão facilmente alcançáveis com pouco esforço e ao mesmo tempo não podem ultrapassar a zona de utopia, pois assim seriam inalcançáveis. Tanto as metas subestimadas quanto as metas superestimadas são desmobilizadoras e desestimulam as equipes de trabalho (professores, agentes educacionais, governo etc.). É preciso encontrar um bom termo que propicie desafios, porém a partir de metas passíveis de serem alcançadas.
Por exemplo: faz sentido pensar no Brasil como o melhor país do mundo em indicadores educacionais nos próximos 8 ou 10 anos? Claro que não. Apesar de desejável, sabemos que a distância que nos separa deste objetivo é muito grande no atual momento. Uma meta dessa envergadura não seria mobilizadora, pois todos saberiam, de partida, que ela é inviável de ser alcançada nesse prazo. Mas seria possível pensar no Brasil como o país da América do Sul (ou mesmo da América Latina) com os melhores índices educacionais nesse mesmo prazo? Nesse caso, a meta se torna mais factível e, portanto, mobilizadora de esforços para que seja efetivamente alcançada.

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