Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Disciplina: Processos Avaliativos e Novas Formas de Gestão Autor: M.e Frediana Vezzaro de Medeiros Revisão de Conteúdos: Carolinne Prado Engelhardt Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2016 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Frediana Vezzaro de Medeiros Processos Avaliativos e Novas Formas de Gestão 1ª Edição 2016 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA MEDEIROS, Frediana Vezzaro de. Processos Avaliativos e Novas Formas de Gestão / Frediana Vezzaro de Medeiros. – Curitiba, 2016. 40 p. Revisão de Conteúdos: Carolinne Prado Engelhardt. Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. Material didático da disciplina de Processos Avaliativos e Novas Formas de Gestão – Faculdade São Braz (FSB), 2016. ISBN:978-85-5475-080-0 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da disciplina A disciplina Processos Avaliativos e Novas Formas de Gestão foi constituída buscando atender os seguintes temas: Conceito de avaliação e sua correlação com a gestão da escola; O sistema nacional de avaliação: Avaliação Nacional da Educação Básica, Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Prova Brasil), Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA); As avaliações no contexto da gestão escolar: usos e impactos, e; Os processos de accountability e de responsabilização escolar. Nessa perspectiva, ao final desta disciplina, pretende-se alcançar os seguintes objetivos: Compreender o conceito de avaliação na perspectiva da gestão, conhecer os processos avaliativos em larga escala existentes no Brasil, debater a avaliação externa no contexto da gestão e compreender o processo de responsabilização escolar e Accountability. 6 Aula 1 – Avaliação e suas Facetas no Campo da Gestão Apresentação da Aula 01 Nesta aula será dado subsídios para refletir e analisar como se constituem os processos de avaliação no âmbito da gestão, bem como compreender alguns dos ranços e avanços que pertencem a essa temática proposta para estudo. Pensar acerca da avaliação no campo da gestão é reconhecer a necessidade de acompanhar as ações que foram decididas coletivamente, bem como comprovar que os objetivos propostos foram alcançados ou, pelo menos, parcialmente alcançados. Esse acompanhamento (por muitos chamado de controle) permite colocar em evidência os obstáculos surgidos no cotidiano da escola com base no planejamento realizado e na real execução das ações, projetos, eventos e atividades em geral organizadas pela instituição escolar. Ao reconhecer a avaliação como um processo de melhoramento do trabalho escolar, os gestores e toda a equipe escolar podem identificar as causas de determinados problemas e dificuldades para encontrar formas e estratégias de superação. 1 Avaliação e Gestão: Algumas Reflexões Não se pode negar que falar de avaliação institucional, avaliação de rendimento escolar, avaliação externa ou em larga escala constitui-se num processo de reconhecimento das dificuldades em lidar com essa problemática e, ao mesmo tempo, constitui-se num processo de análise e valorização dessa categoria de avaliação quando entende-se que ela visa o aperfeiçoamento do trabalho administrativo-pedagógico da escola. Importante 7 Pensar acerca da avaliação no campo da gestão é reconhecer a necessidade de acompanhar as ações que foram decididas coletivamente. Fonte: Elaborado pelo Autor (2016) Para que o acompanhamento e avaliação dos processos desenvolvidos na escola aconteça de forma significativa e produtiva os gestores dependem de informações concretas, detalhadas sobre o andamento dos trabalhos e ações praticadas por todos que compõem a equipe escolar. Isso significa que as práticas de avaliação podem proporcionar uma melhor autorregulação institucional devido a prestação de contas da escola (que é uma instituição pública) à comunidade. Além disso, a avaliação em larga escala (ou avaliação externa) favorece a construção de uma cultura de responsabilização pelas ações realizadas pela equipe gestora e pelos professores e funcionários. Nesse sentido, compreende-se que o real significado da avaliação contribui significativamente para que os profissionais que atuam na escola não se sintam somente cobrados ou controlados, mas, fundamentalmente, sintam- se convidados e instigados a buscar melhorias contínuas em prol do alunado que ali constrói sua formação básica. Segundo Dias (2002, p. 137): 8 A avaliação tem muitas faces. Significa muitas coisas, se apresenta de muitos modos e busca cumprir distintas finalidades. Também oculta muitos significados. Não a podemos compreender simplesmente como instrumento ou mecanismo técnico. Ela produz sentidos, consolida valores, afirma interesses, provoca mudanças, transforma. (SOBRINHO, 2002, p. 137). Refletir sobre os processos avaliativos e, de maneira geral, sobre a avaliação no seu sentido mais amplo é reconhecer a sua incompletude e seu caráter subjetivo. No entanto, é necessário lançar olhares, mesmo que inconclusivos, pois a avaliação escolar trata de pessoas que são indefinidas, imprevisíveis e carregadas de crenças e valores. Por ser um fenômeno complexo, as respostas contendo verdades absolutas não cabem nos espaços de discussão da avaliação, especialmente da avaliação escolar na perspectiva de gestão. Amplie Seus Estudos Para compreender mais sobre o assunto de avaliação e sua relação com a gestão, veja o livro Avaliação e Gestão, teorias e práticas (2010) de Robinson Moreira Tenório Uaçaí de Magalhães Lopes (Organizadores) Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/5628/1/Avaliacao%2 0e%20gestao.pdf Não se pode pensar nos processos avaliativos tendo uma única referência de avaliação, ou uma única prática avaliativa. Ela deve ser plural, no entanto, deve ser justa, confiável, técnica e, acima de tudo, ética. (DIAS SOBRINHO, 2002). É fato que a avaliação representa interesses e ideais que buscam, na maioria das vezes, servir algum grupo ou pessoas, principalmente quando o sistema econômico no qual se vive utiliza o capital como acesso para o benefício de poucos. 9 Veja as palavras de DIAS SOBRINHO (2002, p. 153), que afirma que a avaliação externa é carregada de intenções:Na avaliação externa promovida pelas autoridades governamentais, há uma grande tendência ou ao menos uma forte probabilidade, observável em vários países, em graus de intensidade diferentes, de que a avaliação seja objetivista e quantitativista – para efeitos de comparações e de classificações úteis ao mercado – e controladora ou fiscalizadora, com finalidade de ajustar as instituições e o sistema às normas e ao conjunto de determinantes burocráticos e políticos. Ao menos, isso é o mais comum, embora não precise ser necessariamente assim. (SOBRINHO, 2002, p. 153) Para que o grande público tenha acesso a esses dados, a avaliação com fins de ranqueamento deve produzir informações amplas e de fácil compreensão por todos, para atender seus objetivos de mercado. Desse modo, as avaliações em larga escala promovidas pelos governos costumam ter o apoio e intervenção da grande mídia acrítica, pois só tendo a informação aberta e cuidadosamente inserida em moldes de propaganda, o público terá o “livre” poder de escolha, tão fundamental para o mercado. As questões iniciais levantadas visam proporcionar diversos olhares e reflexões acerca do tema avaliação, no entanto, é importante deixar claro que não se tem como constatar que as avaliações internas são sempre educativas e as externas, controladoras. Sobre essa questão, DIAS SOBRINHO (2002, p. 155) ensina que: As auto-avaliações podem conter exagerados teores de controle e às vezes poucos recursos formativos, quando por exemplo, se realizam de modo burocrático e pouco participativo. Ou quando não enfrentam os verdadeiros problemas. Por outro lado, nem sempre as avaliações externas são apenas coercitivas, elas também podem produzir algumas informações úteis para o desenvolvimento qualitativo das atividades educacionais, especialmente quando os avaliadores indicados pelas autoridades se despojam de sua posição de força e poder e abrem ao diálogo com a comunidade acadêmica, com base na confiança mútua. Neste caso, ocorre a participação e se amplia a prática da comunicação, que é o fundamento da comunidade. Aí pode- se realizar uma interessante ecologia de aprendizagens sociais. (SOBRINHO, 2002, p. 155). Essas indagações favorecem uma reflexão multilateral que auxilia os profissionais da educação a compreender como os interesses políticos e econômicos regem a trajetória da educação, especialmente, daquela que 10 necessita comprovar resultados e obter a aprovação da grande mídia e da população em geral. Por isso, é evidente que não basta ter a informação, é necessário verificar a veracidade dos dados para além do senso comum. 1.2 Avaliação em Larga Escala: Breve Histórico Falar sobre as políticas de avaliação da educação brasileira é olhar para a construção das Leis de Diretrizes e Bases e, especialmente, para os Planos Nacionais de Educação que constituíram grande parte das mudanças dos avanços e dos retrocessos pertencentes ao campo da avaliação em larga escala. Nesse sentido, movido pelas agências financiadoras transnacionais, o Ministério da Educação, iniciou os estudos e debates sobre avaliação na década de 80, o que favoreceu a formação futura de grupos específicos de estudo e análise sobre a avaliação. Por meio do gradual processo de redemocratização que o país passava na época, sentiu-se a necessidade de construir instrumentos para avaliar os resultados do trabalho desenvolvido nas escolas e, também buscar aperfeiçoamento educativo na medida que os problemas educacionais aparecessem. Surge, então, as primeiras ideias do que pudesse se consolidar em uma AVALIAÇÃO DE LARGA ESCALA. Vocabula rio Avaliação em Larga Escala – Modalidade de avaliação proposta pelo governo a partir da década de 90 e que visa verificar os resultados do trabalho desenvolvido nas escolas brasileiras por meio de notas, resultados ou ranqueamento. É a década de 90 que pode ser chamada, apropriadamente, de “década da avaliação”. Nessa perspectiva, a importância da avaliação como estratégias de monitoramento das reformas empreendidas pelo governo aumentou consideravelmente em 1995. 11 CUNHA, FERNANDES e FORSTER apud RISTOFF (2003, p. 97 e 98) ensinam que: Na segunda metade dos anos noventa, o governo brasileiro implementou políticas que, em consonância com as diretrizes dos órgãos de financiamento internacionais, privilegiaram os processos de avaliação externas dos sistemas educacionais, com vistas à produtividade e universalização de padrões de qualidade. (...). O conceito do binômio avaliação e qualidade, adotado pelo governo federal, expressa o lugar que o Estado vem reservando para si, definindo seu papel e, conseqüentemente, estratégias de ação. O entendimento, portanto, desse cenário, exige uma leitura mais ampla das relações entre estado e universidade, das quais decorrem as concepções de avaliação. Nessa perspectiva, a Avaliação em larga escala, foi amplamente divulgada pelo Ministério da Educação com o objetivo de oferecer um panorama da realidade e contribuir para identificar o cenário da educação brasileira visando sua melhoria quantitativa e qualitativa. Entre vários processos avaliativos destaca-se o Exame Nacional de cursos que ficou popularmente conhecido como “Provão” e o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) que acabaram tendo maior visibilidade nacional por conta das discussões acirradas que nortearam esses dois modos de avaliação em Larga Escala. 1.3 Avaliação em Larga Escala e os Rankings Ao falar de RANKINGS no campo educacional não é difícil imaginar como as instituições públicas e privadas sentem-se pressionadas em busca de melhores resultados. No entanto, nem sempre os melhores números revelam a realidade tal qual ela é. Essa é a grande questão conflituosa ao tratar da avaliação de Larga Escala: supervalorização dos resultados quantitativos para que os “clientes” façam suas escolhas frente a lógico mercadológica que se consolida nesse processo de ranqueamento. Vocabula rio 12 O Ranking é uma escala de classificação, lista dos classificados e posição de cada um nesta. Os rankings nem sempre revelam as mazelas carregadas pelas instituições educativas porque preocupam-se, demasiadamente, com notas e resultados. Ao desconsiderar esses problemas “ocultos”, estimula-se a competitividade e o sucesso medido pelos resultados. Mas aqui cabem várias reflexões: “Como pode-se acreditar somente em números sem considerar o processo de construção dos resultados?” “E mais, como podemos ter certeza de que os resultados correspondem, fielmente, a realidade que se vive nas escolas submetidas à avaliação em Larga Escala?” “De quais recursos as escolas utilizaram-se para alcançar tais resultados?” Essas são questões que merecem atenção para que não se olhe a avaliação externa ou de rendimento escolar pelo viés do senso comum. Saiba Mais Saiba mais sobre o ranking das escolas acessando o link: http://www.publico.pt/ranking-das-escolas Veja as contribuições de DIAS SOBRINHO (2002, p. 154) quando fala sobre os rankings: Os rankings cumprem essa exigência de orientação do mercado, de informações aos clientes, porém, não têm valor educativo. São elaborados para informação dos consumidores reais ou potenciais, e não para produzirem efeitos de transformação de caráter educativo. Organizam as imagens sociais e disso decorrem muitos efeitos, ligados às regras do mercado, ou do quase-mercado, e não aos princípios e valores da educação pública. Cabe ainda uma observação importante: onde há uma avaliação externa e controladora bem consolidada, dificilmente prosperam as auto-avaliações formativas. É muito complicado conciliar o poder coercitivo da avaliação eficientista, controladora e promotora da competitividade individual, imposta pelos governos, com uma outra que prefere a solidariedade, a cooperação,a cidadania e as responsabilidades relativamente ao conjunto da sociedade. 13 Não resta dúvidas de que as atitudes neoliberais estão fortemente presentes nos setores governamentais caracterizando-se como o Estado- avaliador. Isso se revela em várias instâncias e, sobretudo, nos processos avaliativos implementados nos governos a partir da década de 90. Para a função gestora, o olhar crítico é presença fundamental no enfrentamento dessas questões, pois ao participar da realização das avaliações em Larga Escala, o gestor ou a gestora deve posicionar-se de modo que reconheçam os limites e as conquistas de sua escola, valorizando o trabalho contínuo e processual de toda a equipe pedagógica que esteve envolvida no planejamento e execução das atividades e projetos escolares. Ví deo Assista o Programa “Salto para o futuro” que aborda a Gestão democrática e a avaliação institucional, e a chamada Escola Cidadã de Porto Alegre (BR). Reportagem disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=HXo96dmCEUw Resumo Aula 01 Nesta primeira aula vimos como a discussão da avaliação nos processos de gestão está intimamente ligada aos resultados obtidos pela equipe gestora e pela equipe docente. Vimos também que pensar e debater acerca desta temática favorece a compreensão de conceitos e ideias nem sempre valorizadas quando falamos de avaliação em larga escala. Foi visto um breve histórico dos processos avaliativos no Brasil e por último a avaliação em larga escala e os “rankings”. Esses três fatores objetivam realizar um estudo introdutório da temática proposta para essa disciplina. 14 Atividade de Aprendizagem Após ver o conteúdo de aula, a avaliação em larga escala contribui ou não para o alcance dos objetivos propostos pelas equipes gestoras? Aula 2 – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica Apresentação Aula 02 Nesta aula será debatido sobre o Sistema Nacional de Avaliação e seu conjunto de avaliações que buscam coletar informações acerca do rendimento dos estudantes e da qualidade do ensino ofertado aos estudantes brasileiros nas escolas públicas, ou seja, serão vistos quais são e como funcionam os sistemas de avaliação em larga escala implementados no Brasil. 2 SAEB – Histórico e Apresentação O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), é um grupo de sistemas de avaliação que foi implementado no ensino brasileiro e estruturado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP), que é um órgão pertencente ao Ministério da Educação. O Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) foi criado em 1990, reestruturado em 2005 e “tem como principal objetivo avaliar a Educação Básica brasileira e contribuir para a melhoria de sua qualidade e para a universalização do acesso à escola, oferecendo subsídios concretos para a formulação, reformulação e o monitoramento das políticas públicas voltadas para a Educação Básica”. (Portal INEP, 2011, s/p), ou seja, tem como objetivos coletar dados, informações e aferir os conhecimentos e habilidades dos alunos por meio de testes, verificando dessa forma a qualidade do ensino oferecido pelas instituições públicas brasileiras, sendo que o mesmo é realizado a cada dois anos desde 1995. 15 Além disso, busca oferecer informações que contribuam na compreensão dos fatores que interferem na qualidade e no desempenho dos estudantes. Pela portaria nº 931, de 21 de março de 2005, foi estabelecido que o SAEB é formado por três processos avaliativos: A avaliação Nacional da Educação Básica (Aneb), a Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Anresc), sendo esses dois primeiros integrantes da Prova Brasil, e a ANA (Avaliação Nacional da Alfabetização), incorporado ao SAEB somente em 2013. Vejamos a seguir o quadro que nos mostra essa organização proposta pelo INEP: Fonte: Portal INEP, disponível em: http://provabrasil.inep.gov.br/ A estrutura apresenta faz compreender que cada processo avaliativo tem suas especificidades e características próprias, por isso cada uma delas será estudada separadamente, abordando suas semelhanças, diferenças e como se consolidaram desde 2005, mostrando os dados para averiguar a qualidade e as falhas da educação brasileira. Com o intuito de apresentar um panorama geral de alguns dados elementares organizados pelo SAEB, será disposta uma tabela com algumas características dos ciclos do SAEB: 16 Fonte Portal INEP, disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_basica/prova_brasil_saeb/menu_do_professo r/resultados/Saeb_resultados95_05_UF.pdf Amplie Seus Estudos Leia o artigo: O SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica: objetivos, características e contribuições na investigação da escola eficaz para compreender como funciona esta avaliação. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/rev_inf/vol18_n1e2_ 2001/vol18_n1e2_2001_7artigo_111_130.pdf 2.1 Aneb: Avaliação Nacional da Educação Básica Para analisar esse processo avaliativo deve-se levar em consideração sua abrangência e seus objetivos, pois só assim poderá se comparar os dados e o que foi proposto com o que realmente foi alcançado. Não é difícil entender que cada processo avaliativo tem suas limitações e dificuldades quando implementado em um país que caracteriza- se pela diversidade e pluralidade cultural. Dessa forma, os resultados são diversos, mudando conforme a região aplicada, a localidade e, principalmente, conforme as condições estruturais, pedagógicas e administrativas das instituições avaliadas. 17 De maneira geral: Aneb abrange, de maneira amostral, alunos das redes públicas e privadas do país, em áreas urbanas e rurais, matriculados na 4ª série/5º ano e 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental e no 3º ano do Ensino Médio, tendo como principal objetivo avaliar a qualidade, a equidade e a eficiência da educação brasileira. Apresenta os resultados do país como um todo, das regiões geográficas e das unidades da federação. (Portal Inep, 2011, s/p.) Isso significa que são selecionadas algumas escolas brasileiras das redes públicas e privadas (amostragem) para coletar os dados necessários para análise. A amostragem é uma forma de coleta de informações que não avalia todas as escolas, mas seleciona algumas escolas e alunos que serão avaliados. Tem uma proposta menos onerosa, pois a logística de pessoal para a aplicação do teste e a demanda de impressão dos cadernos de prova são menores que a avaliação censionária. 2.2 Anresc: Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (também denominada “Prova Brasil”). A Anresc (Prova Brasil) é uma avaliação censitária, ou seja, é uma avaliação que abrange todas as escolas e todos os alunos da federação brasileira que estão matriculados nos níveis de ensino contemplados são submetidos a essa avaliação em larga escala. São avaliados alunos do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas das redes municipais, estaduais e federais, ocorre a cada dois anos e busca verificar a qualidade do ensino ministrado nas instituições públicas. São participantes desse processo avaliativo as escolas que têm no mínimo 20 estudantes matriculados nas séries avaliadas. Saiba Mais Para entender mais sobre a avaliação do Prova Brasil, acesse a nota explicativa dos resultados da Prova Brasil 2013. 18 Disponível em: http://download.inep.gov.br/mailing/2014/nota_explicativa_pr ova_brasil_2013.pdf Dessa forma, quando se pensa em “Prova Brasil”, entende-se que essa é uma avaliação mais onerosa, pois abrange maior número de alunos e exige maior contingente humano e de material se comparado com a avaliação que usa apenas uma amostragem. Saiba Mais Há algumas escolas as quais ofertam cursinhos pré-prova, o que faz com que o resultado seja manipulado, mascarando os mesmos,assim a escola terá uma nota maior, como se tivesse uma qualidade melhor de ensino que a real. 2.3 Diferenças e Semelhanças entre o Aneb (SAEB) e o Anresc (Prova Brasil) De maneira geral a base metodológica das duas provas é a mesma, no entanto, diferem-se no grupo da população avaliada e no tipo da coleta de dados, pois o SAEB trabalha com a AMOSTRAGEM e a Prova Brasil com a AVALIAÇÃO CENSITÁRIA. Vocabula rio Avaliação censitária: é uma avaliação que abrange todas as escolas e todos os alunos da federação brasileira e que estão matriculados nos níveis de ensino submetidos à essa avaliação em larga escala. Avaliação por amostragem: Amostragem é um processo de determinação de uma amostra a ser pesquisada. Amostra é uma parte de elementos selecionada de uma população estatística. 19 É interessante destacar que essas avaliações apresentam características diferentes das provas e testes tradicionais realizados nas escolas, pois objetivam a coleta de dados e informações acerca das redes e dos sistemas de ensino, e não somente dos conhecimentos individuais dos estudantes. Além disso, em ambos os testes, os alunos respondem questões de Língua Portuguesa e Matemática, e no questionário socioeconômico, os estudantes revelam dados sobre fatores de contexto que podem estar intimamente associados ao desempenho desses estudantes. Há também questionários a serem respondidos por professores e diretores das escolas avaliadas que buscam coletar informações demográficas, de perfil profissional e de condições de trabalho. Vale chamar a atenção para o olhar contextualizado dessas provas, pois além dos conhecimentos pedagógicos e curriculares avaliados nos estudantes também são levados em consideração outras informações ligadas à condição social, cultural, financeira e educacional, que tem forte influência nos resultados quando se afirma que o Brasil é um país composto pela diversidade e pela pluralidade cultural. Esses fatores implicam significativamente nos resultados, tornando o campo da educação no Brasil um processo complexo de análise e verificação de falhas, pois nem sempre o fator educacional é o único problema que deve ser amparado. Além de coletar dados sobre a qualidade do ensino e de definir ações para a melhoria e aperfeiçoamento dos programas educacionais, os resultados desses testes compõem o cálculo do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Saiba Mais O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) foi criado em 2007 buscando reunir em um só conceito dois indicadores para a qualidade da educação (fluxo escolar e médias de desempenho nas avaliações). Utiliza o Censo Escolar (Saeb e Prova Brasil) como dados. 20 2.3 A Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA) É uma avaliação censitária que ocorre anualmente e que contempla os estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas, buscando avaliar os níveis de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa e alfabetização matemática. Essa avaliação em larga escala foi incorporada ao SAEB no ano de 2013 pela portaria nº 482 de 7 de junho de 2013, sendo que no ano de 205, a avaliação do ANA foi cancelada por falta de verba pública. Por ser uma proposta recente de avaliação em larga escala no que se refere à alfabetização e ao letramento, ainda não há dados comparativos. Há críticos dessa decisão, pois haveria a possibilidade de mudar o teste para o formato amostral (que tem custos menores, pois nem todas as escolas são avaliadas, apenas aquelas sorteadas). Ocorre que no formato amostral a possibilidade de realizar o ranking entre as escolas é inexistente, já que nem todas são submetidas aos testes. O INEP (órgão que controla e regulamenta as avaliações em larga escala no Brasil) trabalha com as políticas de responsabilização, e por meio da avaliação censitária (em que todas as escolas e estudantes realizam a prova) há a possibilidade de controle e ranqueamento das escolas. Isso acaba sendo um marketing político que incentiva a competição entre as escolas e de seus gestores por meio dos resultados e das notas alcançadas. 2.4 PISA: Programme for Internacional Student Assessment (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes) O Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes (PISA) é um programa desenvolvido e coordenado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é aplicado a estudantes que têm a faixa etária entre 15 anos, pois acredita-se que nessa idade os jovens em sua maioria já finalizaram os estudos da educação básica e obrigatória nos países que participam desse exame em larga escala. Cada país participante tem uma coordenação e, no Brasil, o PISA é coordenado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 21 Educacionais Anísio Teixeira), assim como outros processos avaliativos, que também são coordenados por essa instância educacional do Ministério da Educação. O exame é realizado a cada três anos e são avaliadas três grandes áreas (Leitura, Matemática e Ciências), havendo em cada ciclo do exame um foco disciplinar. Além disso, há questionários contextuais que visam integrar os dados objetivando resultados mais contextualizados e coerentes com as realidades de cada país. O objetivo principal desse processo avaliativo que tem foco nos alunos do Ensino Médio é buscar indicadores que favorecem a melhoria da educação básica e verificar de que forma as escolas estão preparando os jovens para o enfrentamento da sociedade globalizada contemporânea. Esse processo avaliativo internacional recebe, frequentemente, críticas acirradas, pois segundo alguns estudiosos o exame tende a desconsiderar fatores regionais e específicos de cada população jovem quando chegam aos resultados finais. Além disso, os rankings apresentados colocam os países em uma competição injusta e desleal porque ainda, infelizmente, são considerados os melhores apenas aqueles que têm notas superiores. Ví deo Assista o vídeo “PISA, Medindo o sucesso dos estudantes em todo o mundo, do INEP/MEC, o qual apresenta as principais características do programa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=wAoBdGTEKJ8&feature=yo utu.be No entanto, há informações interessantes que podem auxiliar os gestores e docentes a repensar as práticas escolares no Ensino Médio e nos segmentos que antecedem essa faixa etária. 22 Veja alguns dados coletados durantes os exames do PISA (2012). A primeira pergunta que destaca-se aqui é a seguinte: Os estudantes de 15 anos são criativos na resolução de problemas? Fonte: http://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/pisa_em_foco/2014/pisa_em_ foco_n38.pdf Dessa forma se verifica que o gráfico mostra quatro áreas, sendo elas: Países com desempenho mais forte do que o esperado em tarefas interativas e desempenho mais fraco do que o esperado em tarefas de aquisição de conhecimentos, dentre eles: Colômbia, Chile, República Tcheca, Espanha, Portugal e Brasil. Países com desempenho mais forte do que o esperado em tarefas interativas e em tarefas de aquisição de conhecimentos, dentre eles: Irlanda, Estados Unidos, França, Canadá, Itália e Japão. Países com desempenho mais fraco do que o esperado em tarefas interativas e em tarefas de aquisição de conhecimentos, dentre eles: Malásia, Sérvia, Uruguai, Croácia, Hungria e Polônia. Países com desempenho mais fraco do que o esperado em tarefas interativas e desempenho mais forte do que o esperado em tarefas de 23 aquisição de conhecimentos, dentre eles: Noruega, Xangai, Taiwan e Suécia. Outra questão analisada de forma comparativa entre os exames de 2000 e de 2009 e que traz reflexões significativas, a pergunta a ser respondida foi: Quais são os países com fortes desempenhos ou bem sucedidos nas reformaseducacionais? Nesta questão se verifica que um baixo desempenho no PISA pode indicar dificuldades mais tarde. O Brasil apresentou um percentual de 50% dos alunos com alto desempenho (2009), porém quando se compara com os exames do PISA de 2000, o Brasil apresentou um declínio nessa porcentagem. Os países com forte desempenho em educação ou que foram bem- sucedidos em reformas educacionais têm algumas características em comum: acreditam no potencial de seus estudantes, demonstram forte vontade política e contam com tomadores de decisão capazes de empreender esforços conjuntos para a melhoria da educação. (PISA em foco, 2014, nº 34). Por fim, olhar atentamente para os resultados dos processos avaliativos em larga escala é levar em consideração aspectos que poderiam passar despercebidos em outras circunstâncias no cotidiano da escola e do planejamento das ações de melhorias educacionais. Por outro lado, não se pode negar que os rankings revelados nesses exames favorecem os estereótipos educacionais e pouco agregam aos jovens participantes dos países avaliados no PISA. Resumo da Aula 02 Debater e estudar com atenção o Sistema de Avaliação da Educação Básica é reconhecer que se precisa constantemente de aperfeiçoamento. Desse modo, a aula dois, forneceu subsídios para que os profissionais da educação possam buscar nesses dados, exames e processos avaliativos uma fonte rica para o melhoramento das práticas pedagógicas e gestoras. 24 Foi visto que o Sistema de Avaliação da Educação Básica é composto, basicamente, por três grandes processos avaliativos: Aneb (conhecido como SAEB), Aresc (conhecido como Prova Brasil) e ANA. Além disso, as diferenças e semelhanças entre esses processos. Por fim, foi apresentado o PISA, que é uma avaliação internacional em larga escala que abrange os estudantes na faixa etária entre 15 anos. Atividade de Aprendizagem Qual o tipo de avaliação que você considera melhor? Discorra sobre ela. Aula 3 – Os Processos de Accountability e de Responsabilização Escolar Apresentação da Aula 03 Na aula serão estudados o termo accountability e seus processos, assim como os de responsabilização escolar, que atualmente pertencem ao campo da gestão educacional. 3 Accountability O termo accountability é recente no vocabulário educacional brasileiro. De origem inglesa, é relacionado, frequentemente, à transparência, à prestação de contas e à responsabilização: Em uma revisão da bibliografia destinada a este tema, identifica os seguintes significados: a) pode ser compreendido como responsabilidade objetiva ou a obrigação de responder por algo; b) pode também expressar uma capacidade de resposta e possibilidade de punição; nesta última acepção, supõe a existência de poder e a necessidade de seu controle. Accountability é, portanto, um termo utilizado em referência às políticas públicas. Para alguns autores, vincula-se à idéia de governança e de controle social sobre o Estado (VIEIRA, 2005, s/p). 25 Em relação às políticas públicas, o conceito está atrelado à ideia de transparência, desde a execução até a prestação de contas dos resultados alcançados por seus administradores, gestores e sua equipe. 3.1 Accountability Educacional Pensar e debater accountability no campo educacional é uma proposta muito presente, especialmente, em documentos de organismos internacionais e multilaterais (OMC, OCDE e Banco Mundial, por exemplo) que dedicam sua atenção aos resultados e investimentos geridos na educação mundial. Por outro lado, essa temática tem sido fortemente criticada por estudiosos que defendem uma postura mais humanizada e contextualizada no campo educacional. Será visto as duas abordagens com o objetivo de conhecer as teorias e práticas recorrentes nas escolas. Importante É necessário compreender que não se pode deixar de lado a ideia de que a Educação é, fundamentalmente, um exercício para a liberdade, autonomia e emancipação, e não ao contrário. Recentemente, Nigel Brooke (2006) definiu o conceito de Accountability Educacional da seguinte forma: Fazer com que as escolas se responsabilizem por seu desempenho é um objetivo claramente desejável. Sem dúvida, o conceito de accountability educativo não é amplamente conhecido nem compreendido na América Latina. Um sistema de accountability se baseia em padrões que deixam claro aquilo que os alunos devem saber e informar aos atores interessados – pais, professores, comunidade - sobre esses padrões e em que medida as escolas estão conseguindo alcançá-los. Estabelecer conseqüências pelos desempenhos inferiores aos adequados serve para exercer uma saudável pressão sobre todas as pessoas envolvidas no processo educativo, a fim de que dêem o melhor de si na realização de uma boa educação para todas as crianças (BROOKE, 2006, p. 377-401). 26 Quando a escola responsabiliza-se sozinha pelo seu próprio desempenho, é certo afirmar que está se desconsiderando todos os outros fatores que agem e atuam nos resultados alcançados pela escola, como: contexto da realidade da comunidade escolar, caracterização do público que a escola atende, presença de formação continuada de professores, forma de gestão adotada na instituição, investimentos destinados a escola e tantos outros aspectos que podem agir positiva ou negativamente na prestação de conta de fatores administrativos e também pedagógicos. Quando o autor afirma que “estabelecer consequências pelos desempenhos inferiores aos adequados serve para exercer uma saudável pressão”, quer dizer que o contexto da escola deve ser levado em consideração, pois essa postura de “exercer pressão” favorece uma visão empresarial e não compreende que todos os envolvidos no processo educativo têm sua parcela de responsabilidade no alcance dos objetivos e conquistas da escola, sem que seja necessário alguém exigir resultados e rendimento o tempo todo. Esse é mais um grande desafio de todo gestor: buscar clareza e compreensão de sua equipe na responsabilização das ações, projetos e atividades pertencentes ao cotidiano da escola. Por outro lado, tem que se levar em consideração que em muitas escolas existem profissionais descomprometidos com seu trabalho, e essa situação gera desconfiança na execução de um trabalho de qualidade, favorecendo e incentivando práticas fiscalizadoras. De qualquer forma, prestar contas das ações educativas em uma escola é um compromisso da equipe gestora com toda a comunidade escolar (pais, alunos, professores e funcionários) envolvida no processo educacional. Amplie Seus Estudos Amplie seus estudos sobre a temática em discussão com o artigo Estado, sociedade civil e accountability de Jorge Blascoviscki Vieira (2005) 27 Disponível em: http://revistas.fee.tche.br/index.php/ensaios/article/viewFile/ 2095/2477 Atualmente, se tem o confrontamento com perspectivas de accountability em diversas instâncias educacionais. A ideia de responsabilização foi se estabelecendo aos poucos sem que os gestores se sentissem confortáveis ao fazer parte dessa temática tão frágil, tão complexa e tão fiscalizadora nos dias de hoje. BALL (2010, p. 38), trata dessa questão utilizando outro termo denominado “performatividade”, que regula a produtividade e a cultura escolar de modo que haja o controle das ações e projetos educativos presentes na escola: Performatividade é uma tecnologia, uma cultura e um modo de regulação, e mesmo, tal como define Lyotard, um sistema de “terror”, sistema que implica julgamento, comparação e exposição, tomados respectivamente como formas de controle, de atrito e de mudança. Performances – de sujeitos individuais ou organizações – servem como medidas de produtividade ou resultados, como formas de apresentação da qualidade ou momentos de promoção ou inspeção. Elassignificam, encapsulando ou representando um valor, a qualidade ou avalia de um indivíduo ou de uma organização dentro de um campo de julgamento (BALL, 2010, p. 38). Essa nova “tecnologia” ou “cultura” ou ainda modo de regulação surge entre as décadas de 80 e 90 para que o Estado tenha maior controle sob os setores públicos. No entanto, o problema instalado no campo da educação foi a ideia de que esse processo de controle é muito mais competitivo, excludente e seletivo do que libertador. Nessa perspectiva, as organizações e os sujeitos educativos sentem-se num “sistema de terror” como foi mencionado pelo autor acima, visto que a banalização das particularidades e realidades das escolas está muito presente nessa forma mais “empresarial” ou “mercadológica” proposta por aqueles que imaginam que o setor educacional é desprovido de subjetividade. Segundo BALL (2010), alguns comportamentos oriundos dessa nova forma de controle e fiscalização denominada accountability, geram inseguranças 28 em relação ao trabalho desempenhado, tornando os sujeitos educativos sempre questionadores de seu rendimento, tendo sempre em mente questões como: “Estamos fazendo o suficiente?” “Estamos fazendo a coisa certa?” “Nosso desempenho será satisfatório?” Infelizmente, a autocobrança excessiva gera inúmeras dificuldades em trabalhar de forma harmônica e satisfatória, pois a todo momento é necessário prestar contas ou estar em estado de alerta e tensão. As consequências dessa aplicabilidade da accountability tem refletido nos profissionais da educação: Eu não tenho mais aquela satisfação no trabalho que já tive ao dar aulas para crianças pequenas, porque que cada vez que faço algo intuitivo me sinto culpada por isso. Isto é certo? Estou fazendo a coisa certa? Isto corresponde àquilo que eu deveria estar fazendo? Deveria eu fazer outra coisa? Deveria eu ser mais estruturada? Deveria eu estar neste lugar? Deveria eu fazer isso? Você começa a se perguntar sobre cada coisa que você está fazendo. Há, nesse momento, uma espécie de culpa no ato de ensinar. Eu não sei se isso se relaciona de maneira particular a Ofsted [Office for Standards in Education, Children’s Services and Skills], mas com certeza é multiplicado pelo fato de você saber que o Ofsted está vindo, porque você fica em pânico de que talvez você não seja capaz de justificar a você mesmo quando ele finalmente chegar (Jeffrey; Woods, 1998, p. 118 apud Ball, 2010, p. 40). O relato acima é de uma professora que sente-se desconfortável no desempenho de sua função (que é subjetiva, repleta de erros e acertos, composta pela diversidade dos estudantes), mesmo exercendo sua profissão com dignidade, respeito e profissionalismo. O fato é que o excesso de cobrança por resultados exemplares geram sentimento de culpa, insegurança e a necessidade da “otimização da performance” (BALL 2010) para satisfazer os superiores. No Brasil, práticas que se configuram com características de accountability educacional podem ser observadas nos processos avaliativos já explicitados nas aulas anteriores dessa disciplina e não se pode deixar de mencioná-los nesse contexto de responsabilização escolar. Um exemplo claro de que o accountability educacional está presente nas práticas educativas é a criação do IDEB (Índice de Desenvolvimento da educação Básica) e a forma como ele é delineado para alcançar os resultados: 29 Porquanto o IDEB possua a avaliação externa como elemento basilar e figure como peça mobilizadora de toda a comunidade educacional pelo alcance de metas educacionais oficiais, vem sendo apontado como peça importante de uma política nacional de accountability da educação brasileira. A incorporação de objetivos de accountability na educação básica representa uma das três principais inovações introduzidas pelo PDE. (Fernandes & Gremaud, 2009 apud Nardi e Schneider 2014). Nesse sentido, é fundamental, por parte dos gestores, compreender que o IDEB é um “ensaio” de accountability educacional no Brasil, embora por meio desses resultados há a possibilidade de propor novos caminhos e metas educativas quando o contexto escolar é levado em consideração e não somente as notas obtidas nos exames. Todavia, ainda necessita-se de políticas públicas e representações que olhem para além da mercantilização da educação com o intuito de superar uma avaliação em larga escala fundamentada somente em competição e rankings das escolas. Saiba Mais Para compreender melhor sobre o que é o IDEB, a influencia para se inserir o modelo de Accountability na educação no Brasil, veja o artigo O IDEB e a construção de um modelo de accountability na educação básica brasileira de Schneider e Nardi (2014). Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpe/v27n1/v27n1a02.pdf Por fim, parece que, frente aos aspectos levantados acima, o caminho que pode-se seguir é a proposição de uma discussão mais politizada sobre accountability, e isso é uma urgência nas instâncias educativas. Essa iniciativa se faz necessária porque os profissionais da educação carregam em suas falas, na atuação docente e na vivência do cotidiano da escola, características de participação, argumentação e autonomia, por isso, não é simples impor parcerias, pelo contrário, é necessário que os educadores e gestores se sintam chamados a participar dessas escolhas e decisões, e não somente da cobrança por resultados. 30 Resumo da Aula 03 Na aula foi visto que o processo de accountability ou responsabilização escolar está fortemente presente nas instituições escolares, porém, com algumas problemáticas a serem debatidas e resolvidas no que se refere a maneira como os gestores e educadores participam da execução e dos resultados de toda essa proposta. Há ainda um caminho longo para se chegar a uma proposta mais humanizada desses processos de responsabilização escolar para que os representantes políticos e as instâncias governamentais compreendam a educação para além de um setor mercadológico. É um desafio, como já foi dito, mas não se pode o desconsiderar ou excluir das práticas educativas na escola todas as teorias e ideias que defendem uma proposta educativa mais libertadora e autônoma. Atividade de Aprendizagem Agora que foi explicado o termo Accountability Educacional, discorra sobre a importância desse no ambiente escolar. Aula 4 - Avaliação em Larga Escala: Avanços e Desafios Apresentação da Aula 04 Na aula serão analisados os avanços obtidos desde a implantação da avaliação em larga escala no Brasil e verificar quais são os desafios postos aos gestores e educadores que se propõem a levar novas formas de gestão para as instituições escolares. 4 Avaliação em Larga Escala: Análise dos Avanços e Desafios 31 Pensar sobre os resultados da implementação das avaliações de larga escala e suas influências no interior das instituições escolares é um dos caminhos para utilizar os dados e informações coletadas nessas avaliações externas. Há desafios e obstáculos a serem superados nessa trajetória de implementação de políticas públicas de avaliação em larga escala, no entanto, quando a parceria entre Estado e profissionais da educação se estabelece o percurso é mais leve e produtivo. Inevitavelmente, a implementação das avaliações em larga escala produzem respostas, reflexões, e abrem espaço para novas possibilidades de atuação. Foi na década de 90 que essas avaliações estiveram em foco e exposição acentuada por conta das críticas e apontamentos recebidos. Não é difícil compreender que todas as propostas inovadoras tendem a receber críticas e elogios tempos depois de sua atuação. No caso das avaliações externas, ou em larga escala, receber uma visibilidade não só no Brasil, mas em vários países que se propuseram a implantar essa forma de coleta de dadose informações com os objetivos principais de direcionar ou melhorar os investimentos e fiscalizar o rendimento e qualidade dos estudantes das escolas públicas. Inicialmente, na década de 90, a proposta se estendia às secretarias de educação, aos estados e municípios, buscando parceria e legitimação na participação de gestores, professores, especialista da educação entre outros profissionais que atuavam no campo educacional. No entanto, tempos depois, o INEP (Instituto Nacional de Ensino e Pesquisas Anísio Teixeira) centralizou os processos avaliativos, excluindo a participação dos profissionais mencionados acima. Nessa perspectiva houve desagrado e o envolvimento de outras instâncias educativas diminuiu drasticamente. Nota-se isso nas palavras de Soligo (2010, p. 02): No processo de institucionalização do SAEB, a partir de meados da década de 1990, este formato foi sendo substituído por uma maior centralização administrativa no INEP e privatização da elaboração e aplicação dos testes, em prol de fundações sem fins lucrativos. Este processo custou a participação das secretarias de estado da educação e de professores de educação básica. Os estados e municípios 32 passaram a desempenhar o papel de logística para os testes se afastando das outras etapas. Atualmente as avaliações de larga escala em nível nacional continuam concentradas no INEP e a participação de professores e comunidade escolar, de modo geral, ficam bem aquém das desejadas. Este problema pode estar relacionado com os mecanismos de elaboração e aplicação dos testes, como também a divulgação dos resultados. Quando a participação dos profissionais da educação é reduzida ao processo de logística há uma desvalorização implícita nesse ato que reduz não só a participação, mas a disposição no grupo de profissionais em trabalhar a favor dos resultados e buscar melhorias coletivas e não individualizadas. Esses processos avaliativos tendem a trabalhar com base no accountability, ou seja, responsabilização escolar de alguns procedimentos e fiscalização das escolas e, quem perde é o Estado ao utilizar os gestores ou professores como marionetes para contribuírem somente nos momentos de aplicação dos testes, desconsiderando as análises futuras necessárias e o olhar dos docentes para propor mudanças. Ao implementar esses processos avaliativos, o Estado assume responsabilidade com todos os envolvidos desde os órgãos que coordenam, com as instâncias educativas alocadas nos municípios e estados e, principalmente, com os profissionais da educação e com a comunidade escolar. Dessa forma, a parceria estabelecida deve ser uma regra e não um detalhe. É importante lembrar que todos os dados e resultados obtidos nas avaliações em larga escala estão disponibilizados no site do INEP para que a população e os profissionais da educação tenham acesso e usufruam como considerar adequado. Porém, temos algumas reflexões a serem lançadas: Como esses dados chegam até a escola avaliada? Como o gestor apresenta os resultados para a comunidade escolar e para sua equipe docente? Como podemos reverter os resultados em análises e propostas de melhorias? As discussões sobre as avaliações em larga escala estão presentes na formação continuada dos professores? Como os resultados podem ser utilizados em benefício do trabalho docente e pedagógico? 33 4.1 Percepção dos Profissionais Sobre a Avaliação Externa Ao considerar a percepção dos profissionais da educação nas avaliações em larga escala é possível “sentir” suas necessidades e refletir sobre a prática que atuam diariamente, mas para que isso ocorra, o gestor e sua equipe pedagógica devem intermediar essas iniciativas de análise buscando colher bons frutos nesse trabalho. Penin (2009, p. 23-24) assim reforça a importância da avaliação externa como alternativa para refletir sobre a prática educativa e a necessidade de informar os resultados para todos: [...] no âmbito interno, possibilita a avaliação como instrumento de ação formativa, levando instituições e os professores a refletirem a respeito de suas práticas e de seus objetivos e, assim, a melhorar sua ação docente e sua identidade profissional. Por outro, em âmbito externo, oferece informações para que tanto os pais quanto a sociedade, especialmente os sistemas de ensino, possam efetivar um relacionamento produtivo com a instituição escolar. Apurar os usos da avaliação, comparar resultados e comportamento de entrada dos alunos em cada situação e contexto social e institucional é da maior importância para não homogenizar processos que são de fato diferentes. É interessante destacar que a avaliação externa pode oferecer informações acerca da qualidade da escola e dos rendimentos dos alunos quando se apresenta numa perspectiva contextualizada, aonde vários fatores associados como testes de proficiência, questionários contextuais e diagnóstico do sistema de ensino são informações que se complementam e auxiliam na leitura posterior dos resultados, não responsabilizando somente a equipe gestora e docente pelo sucesso ou fracasso alcançado. Por fim, pode-se afirmar que a avaliação em larga escala é um instrumento significativo que fornece informações para o ajuste e reestruturação das políticas públicas, bem como para a gestão educacional. Além disso, possibilita a coleta de indicadores comparativos que contribuirão na tomada de decisão nas mais diversas instâncias educativas, pois, as escolas são diferentes entre si. 4.2 Escola da Ponte e a Avaliação Externa 34 Observar outros modelos de gestão e avaliação favorece a tomada de decisão para seguir novos caminhos e lançar novos projetos educativos. Quando se fala da Escola da Ponte (Escola Portuguesa, com proposta construtivista e referência mundial, que desde a década de 70 vem construindo práticas mais libertadoras no processo de ensino-aprendizagem) é possível imaginar os desafios postos nessa escola que se lança, cotidianamente, em “águas mais profundas” buscando um trabalho verdadeiramente democrático e autônomo, buscando um modelo diferenciado de gestão e avaliação. Apesar de ser uma escola com Contrato de Autonomia, celebrado em 2005, e que valida um modelo organizacional de escola pública não convencional, a Escola da Ponte também participa da avaliação externa das escolas em Portugal. Cada escola recebe um relatório no qual são apontados os pontos fortes e os pontos a serem melhorados. As considerações finais ocorrem por meio dos documentos fundamentais da escola, em especial da sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso acadêmico dos estudantes, das respostas aos questionários de satisfação da comunidade e da realização de entrevistas. Por ser uma escola pública, mesmo com seu contrato de autonomia, ela precisa prestar contas à comunidade escolar sobre seus projetos, pontos de sucesso e pontos de melhoria. No que se refere aos resultados do relatório, destaca-se alguns aspectos, tais como: Resultados acadêmicos, resultados sociais e Monitorização e avaliação do ensino e das aprendizagens. Nos resultados acadêmicos, o relatório (2013, p. 3), revela que: A comparação dos resultados internos e externos com as escolas/agrupamentos do mesmo grupo de referência revela que a taxa de transição/conclusão do 4.º ano e as percentagens de classificações positivas nas provas de aferição de matemática dos 4.º e 6.º anos situam-se muito acima da mediana. A taxa de transição do 6.º ano e as percentagens de classificações positivas na prova de aferição de língua portuguesa do 6.º ano e na prova final da mesma disciplina do 9.º ano, situam-se próximo da mediana. A taxa de transição do 9.º ano e a percentagem de positivas na prova final de matemática do 9.º ano, bem como as médias das classificações das duas provas finais do 9.º ano, situam-se acima damediana. Já a percentagem de positivas na prova de aferição de língua portuguesa do 4.º ano situa-se aquém da mediana. 35 Dessa forma, o rendimento dos alunos da Escola Ponte é avaliado detalhadamente com apontamentos positivos e apontamentos de melhoria, embora este seja em uma única disciplina numa específica faixa etária. Esses indicadores visam colaborar com as mudanças necessárias em benefício das melhorias para o público atendido na Escola da Ponte. Já nos resultados sociais, é interessante aqui destacar o que foi descrito e constatado no relatório (2013, p. 3): Tendo como referência a avaliação externa efetuada em 2008, observa-se uma consolidação quanto à auscultação, envolvimento e corresponsabilização dos alunos na vida escolar. Nesta Escola a ação educativa estriba-se na colaboração, solidariedade, responsabilidade e participação com autonomia, sendo a educação para a cidadania simultaneamente processo e produto do projeto educativo em desenvolvimento. O aluno é o centro do processo de aprendizagem, é ele que faz e refaz constantemente o seu conhecimento, a sua aprendizagem, planificando, refletindo, avaliando e reconstruindo. O trabalho pedagógico desenvolvido nos núcleos baseia-se na colaboração e interajuda entre os orientadores educativos e os alunos, mas também entre pares. O processo de aprendizagem sustenta-se em diversos dispositivos pedagógicos, com destaque para o plano do dia, plano quinzenal, eu já sei, preciso de ajuda, posso ajudar em, acho bem e comissão de ajuda, entre outros, promotores de uma autonomia responsável e solidária em coerência com as finalidades que o projeto Fazer a Ponte se propõe prosseguir. Nota-se como a proposta pedagógica-filosófica está claramente presente no cotidiano da escola, pois as características de participação, solidariedade, autonomia, responsabilidade que são tão marcantes na Ponte revelam-se na ação educativa, como foi descrito acima. Esse é o grande diferencial dessa escola: Desenvolver um sentimento de pertencimento em seus alunos para que estes sintam-se co-responsáveis em todas as práticas educativas exercidas na escola. Além disso, os dispositivos pedagógicos (Plano do dia, plano semanal, entre outros) que também são características importantes na Escola da Ponte foram apresentados no relatório de avaliação externa realizada pelo governo de Portugal. Por fim, considera-se relevante abordar os dados que compõem o relatório (2013, p. 6) no que se refere à avaliação e monitoramento do ensino e das aprendizagens. O planejamento do processo de ensino e de aprendizagem incorpora diferentes modalidades de avaliação, com particular relevo para a 36 diagnóstica, a formativa e a autoavaliação. A avaliação somativa, de menor relevância, neste modelo de ensino, é expressa no final do ano letivo, para a qual são tidos em conta os critérios de avaliação definidos e as respetivas ponderações, por Dimensões e Projetos, estando, em parte, ultrapassado o ponto fraco identificado na anterior avaliação externa “A fragilidade da coordenação curricular com reflexos na falta de critérios de classificação comuns à Escola”. É notória a individualização e a monitorização dos percursos evolutivos de cada aluno e do grupo, num plano de responsabilização dos atores envolvidos pela sua concretização e resultados obtidos. Neste processo regulatório, as aprendizagens são periodicamente aferidas, por aluno, e os resultados são tidos em conta no reajustamento das planificações e servem de incentivo à melhoria das aprendizagens. Assim, a proposta avaliativa da Escola da Ponte destina atenção especial para as modalidades de avaliação diagnóstica, formativa e de autoavaliação. Dessa forma, cada aluno é visto como único em seu processo de descobertas e aprendizagem. Deve-se também que se levar em consideração que a avaliação somativa se faz presente, porém, em menor relevância, e abre espaço para a valorização dos processos avaliativos mais individualizados que respeitam o aprendizado de cada estudante. Saiba Mais Para saber mais sobre o que é e como funciona a avaliação externa das escolas, veja o relatório de 2013 da Escola da Ponte. Disponível em: http://www.escoladaponte.pt/site/ficheiros/doc/orienta/AvalE xt.pdf Considerando esses e outros aspectos que compõem o relatório completo de avaliação externa da Escola da Ponte, a conclusão da equipe de avaliação aponta fortes aspectos, como a singularidade do projeto educativo sustentado numa visão democrática transversal a todos os órgãos e estruturas existentes associada a uma liderança com sentido estratégico e partilhada no respeito pelos valores matriciais do projeto. A equipe de avaliação também entende que a Escola deve incidir, prioritariamente, em quatro fatores (mencionados no relatório final) e um deles diz respeito ao aprofundamento do processo de autoavaliação de forma a 37 alcançar um impacto mais significativo no progresso sustentado da Escola, são eles: O aprofundamento da afirmação do projeto educativo da Escola na comunidade local, com vista a melhorar a sua ação educativa; O desenvolvimento de mecanismos de monitorização rigorosos e de partilha de informação, com enfoque no percurso escolar dos alunos em níveis sequenciais, com vista a avaliar com fiabilidade o impacto das aprendizagens e melhorar a sua ação educativa, bem como facilitar o processo de integração dos alunos nos ciclos subsequentes; O estabelecimento de prioridades de intervenção no projeto educativo e metas quantificáveis e avaliáveis, em ordem à sua avaliação e desenvolvimento de planos de melhoria; O aprofundamento do processo de autoavaliação de forma a alcançar um impacto mais significativo no progresso sustentado da Escola (ESCOLA BÁSICA DA PONTE – SANTO TIRSO, 2013, p. 9). Depois de debater e analisar os desafios postos para a avaliação em larga escala, pode-se desenvolver um olhar mais atento e preocupado com os resultados obtidos nos relatórios das escolas avaliadas. É fato que pode-se utilizar as informações da avaliação em larga escala para favorecer a comunidade escolar, buscando melhorias a partir dos dados fornecidos. Essa realidade está presente na Escola da Ponte que, apesar de seu contrato de Autonomia, participa da avaliação em larga escala e utiliza-a em benefício de todos. Saiba Mais Para se ter uma boa educação, bons ensinamentos, um dos principais requisitos é a boa formação do profissional que irá atuar nessa área, veja o artigo As avaliações em larga escala da educação básica e a necessidade de formação do professor (2010) para compreender essa importância. Disponível em: http://www.ucs.br/ucs/tplcinfe/eventos/cinfe/artigos/artigos/a rquivos/eixo_tematico5/As%20avaliacoes%20em%20larga %20escala%20da%20educacao%20basica%20e%20a%20 necessidade.pdf Resumo Aula 04 38 Na aula quatro foram analisados os pontos fortes e prontos fracos do processo avaliativo em larga escala que acontece no Brasil. Foi visto também como é possível utilizar as informações e resultados para aperfeiçoar a prática pedagógica e gestora das escolas. Atividade de Aprendizagem Depois de estudar sobre os avanços e desafios da avaliação em Larga escala, discorra sobre quais são os desafios postos na escola e que podem ser melhorados com a contribuição dos dados dos relatórios da avaliação externa. 39 Resumo da Disciplina Foi visto na disciplina sobre os conceitos de avaliação e a correlação que esta tem com a gestão escolar, buscando compreender o sistema nacional de avaliação, que é subdividido em: Avaliação Nacional da Educação Básica, Avaliação Nacional do Rendimento Escolar (Prova Brasil), Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA). Assim, quais os impactos e usos da mesma para a gestão escolare a relação que essa tem mundialmente. Foi visto então o processo de Accountability e a responsabilização escolar. Sendo que pretendeu-se com a disciplina, que o aluno compreendesse o conceito de avaliação relacionando-a com gestão, compreender os processos avaliativos em larga escala no Brasil, as avaliações de larga escala e o processo de Accountability e de responsabilização escolar. 40 Referências AVALIAÇÃO: Revista da avaliação da Educação Superior. V 1, Nº 1 – Campinas, SP: RAIES; Sorocaba, SP: UNISO, Jul 2006. AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS EM PORTUGAL. Disponível em <http://www.escoladaponte.pt/site/ficheiros/doc/orienta/AvalExt.pdf> acesso em 19/05/2016. BRASIL. Ministério da Educação. Prova Brasil. Disponível em <http://provabrasil.inep.gov.br>, acesso em 12 de Maio de 2016. DIAS SOBRINHO. Universidade e avaliação: entre a ética e o mercado. Florianópolis: Insular, 2002. DIAS SOBRINHO, RISTOFF, D. Avaliação e compromisso público – a educação superior em debate. Florianópolis: Insular, 2003. LIBÂNEO, J. Carlos. OLIVEIRA, F. João. TOSCHI, S. Mirza. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo: Cortez, 2012. PENIN, Sônia; MARTÍNEZ, Miguel. Profissão docente: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2009. SOLIGO, Valdecir. As avaliações em larga escala da educação básica e a necessidade de formação do professor. Disponível em : <http://www.ucs.br/ucs/tplcinfe/eventos/cinfe/artigos/artigos/arquivos/eixo_tema tico5/As%20avaliacoes%20em%20larga%20escala%20da%20educacao%20ba sica%20e%20a%20necessidade.pdf>, acesso em 18/05/2016. VIEIRA, Jorge Blascoviscki. Estado, Sociedade Civil e Accountability. Porto Alegre, v. 26, n. 1, p. 605-626, jun. 2005 41 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais.
Compartilhar