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Individuados: concreto – Não-individuados: abstrato Individuados: singular – Não-individuados: plural Individuados: contável – Não-individuados: incontável Hopper e Thompson observaram que esses parâmetros de transitividade estavam correlacionados. Por esse motivo, julgaram necessário postular um princípio pragmático único, isto é, alguma função discursiva universal que estivesse ligada aos componentes de transitividade. Seguindo a orientação da distinção entre Figura e Fundo da Psicologia da Gestalt, Hopper e Thompson observaram que os falantes organizam seu discurso de acordo com objetivos comunicativos e com a percepção que têm das necessidades dos ouvintes. Como não conseguimos dar atenção a tudo na mesma medida, na produção do discurso, também estabelecemos, por diferentes meios, a distinção entre passagens (trechos) mais importantes e passagens menos importantes conforme os objetivos centrais da atividade comunicativa. Assim, distinguimos: fundo (background): Parte do discurso que não contribui diretamente para os objetivos do falante; apenas serve de contexto, apoio ou comentário. figura (foreground): Parte que fornece os principais pontos do discurso. As orações de Figura fornecem o "esqueleto" do texto, dando-lhe sua estrutura básica, enquanto as orações de Fundo preenchem essa estrutura, mas são externas a sua coerência estrutural. As orações de Figura são ordenadas em uma sequência temporal; uma mudança de ordem entre elas sinaliza uma mudança na ordem dos eventos do mundo narrado. Já as orações de Fundo não são ordenadas entre si, e podem ser deslocadas em relação aos trechos de Figura. Segundo Hopper e Thompson, a organização Figura e Fundo configuram o relevo discursivo (grounding). Tal relevo discursivo é determinado por traços linguísticos; entre eles, a transitividade. Eles, então, enunciaram a seguinte hipótese: → Orações de Figura têm mais traços de alta transitividade. → Orações de Fundo têm traços de baixa transitividade. 59