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Semântica Aula 03: Semântica Léxica Tópico 02: Antonímia No estudo da antonímia, vamos nos basear em Lyons (s.d). Este autor, entretanto, estabelece vários tipos de contraste e oposição, com diversas terminologias, que não nos interessam de perto. Por isso, para fins didáticos, vamos denominar todos esses fenômenos de antonímia. Dispensamos, assim, tipos de oposições e contrastes, como, por exemplo, os dias da semana, por serem marginais. A antonímia propriamente dita se caracterizaria pela graduabilidade, como nos pares quente/frio, alto/baixo, capazes de sofrer gradação: podemos dizer X é mais quente que Y e X é tão alto quanto Y. Pode-se atribuir outra característica: a predicação de um dos membros do par implica a predicação do outro, sem que haja reversibilidade: X é quente implica que X não é frio, mas X não é quente não implica necessariamente que X é frio. A antonímia também pode manifestar-se lexicalmente, isto é, por supleção mórfica ou heteronímia: belo/feio, bom/mau. Pode manifestar-se também morficamente por meio de prefixos: legítimo/ilegítimo, formal/informal, leal/desleal, normal/anormal. DESAFIO Procure saber o que significa supleção mórfica (ou heteronímia), relacionando-a com a antonímia propriamente dita. Fonte [1] Para Lyons, opostos não graduáveis, como macho/fêmea, vivo/morto, recebem o nome de complementares, Todavia, como explicar construções como (01) e (02): • (01) João é mais macho que Pedro. • (02) O rapaz está mais morto que vivo. Trata-se de um emprego “valorado” dos adjetivos, considerando-se não os aspectos biológicos inerentes aos mesmos em outras possíveis construções frasais, mas um continuum entre macho e não macho, entre vivo e morto, do qual o emissor da mensagem elege alguns traços para definir o grau de macheza e de vitalidade. São na verdade antônimos propriamente ditos (graduáveis). 16