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Vou contar uma história que pode não ser lá das melhores, mas pra mim é algo e tanto. 
Vou começar com um resumo rápido sobre o antes do que, de fato, é o que vou contar.
Eu estava sozinha há um tempo, sem querer muito conhecer alguém pra me relacionar... Estava cansada, sabe? Era sempre burocrático conhecer pessoas, passar por esse processo de conquista e troca de informações pessoais. Além do mais, cada pessoa que eu encontrava era uma loucura. Ou eu que já estava convencida de que relacionamento nunca mais.
Pois bem.
No app namoro do Facebook, uma pessoa apareceu e começou a conversar comigo... Uma das primeiras mensagens - senão a primeira-: será que agora vai? Eu não entendi o que ela quis dizer, mas pensei que era sobre a minha descrição na bio, que dizia sobre não estar procurando nada amoroso etc - Ou sei lá, de repente ela estava na mesma vibe que eu: não estava funcionando com ninguém, nem procurando efetivamente.
A partir daí, foram conversas tranquilas, espaçadas, sobre a vida e o dia a dia... Passei meu número de telefone e continuamos com a troca de informações, até chegar às conversas sobre passado, presente, conceitos, pensamentos, desejos... Numa noite, lá pelas 23h, ela propôs um jogo de perguntas e respostas. Foi surpreendente! Veja bem... A visão que eu tinha era a certeza de que aquela mulher, forte e determinada, não tinha interesse algum em envolvimento emocional e, eu, bem... Não estava segura o suficiente pra embarcar em alguma coisa além, porque, naquele momento, eu só carregava o medo dos medos dos outros.
Numa das perguntas ela perguntou se podia beijar meu corpo todo e eu explodi. Afinal, que tipo de pergunta era aquela? Jamais pensei que ela tivesse o mínimo de interesse, além de ter uma conversa boa.
Eu fui ficando cada vez mais tentada a descobrir o que essa mulher tinha de tão misterioso e o que estava acontecendo comigo.
Até que marcamos um encontro pra tomar café porque era um castigo que eu precisava propor, já que numa das perguntas, ela meio que perdeu. Eu não sabia que "castigo" escolher, não sabia nem o que fazer... Literalmente , eu estava perdida. Como agir? 
A ideia foi tomarmos um café e acabar com aquela confusão toda que estava na minha mente. Pra ela, eu falei só a parte de tomarmos um café, como castigo, rs.
Agora começa a história de verdade. 
18 de Abril de 2024:
Eu saí do trabalho e pensei que iria pra casa me arrumar e ficar totalmente ansiosa pra encontrar com ela. Afinal... Que roupa? E meu cabelo? Quem marca um encontro pra tomar café, cara? Era um encontro mesmo?
Enfim... Não saiu nada como planejado. Tive coisas pra fazer na rua e não fui pra casa. Piorou tudo porque eu estava um caos - o que ela pensaria quando me visse? Quando cheguei perto do café, parei numa rua antes, me olhei mil vezes pela câmera do celular e tentei ajeitar o cabelo, inutilmente -bera a única coisa que dava pra tentar na rua, né. Olhei o relógio e faltava 7 minutos pra 16h. Estava na hora.
 Resolvi ir até a frente da cafeteria e esperar, caso ela não tivesse chegado. Quando parei na frente e olhei lá dentro ela estava sentada a uma mesa, esperando. Meu deus! Há quanto tempo ela estava esperando? Demorei demais? Putz! É agora.
Bom, entrei e corri pra sentar logo, porque eu não sabia como cumprimentar. Mas ela levantou e me deu um abraço rápido. Ok. Esqueci de tudo que se faz quando se encontra uma pessoa pela primeira vez. 
Eu estava nervosa com o meu nervosismo e travando por não querer travar. E quando sentei, comecei a reparar nos seus detalhes: Deus, que mulher linda! Ela me olhava de um jeito analítico e intenso, como se pensasse mil coisas que eu nunca saberia. Todas as minhas barreiras começaram a se desfazer e eu não estava mais controlando nada dentro de mim... Tanto tempo de bloqueios indo por água abaixo. Mas eu queria mais.
Era quinta-feira e a torta que pedimos veio decorada no prato escrito: "sextou." E rimos disso, tirei foto porque ela pediu e eu já estava me entregando sem perceber.
Eu baguncei quase todos os guardanapos, procurei qualquer coisa pra ficar mexendo, porque não dava pra ficar parada, enquanto ela olhava, vez em quando. O que ela tanto pensa? 
Por fim, ela estendeu a mão sobre a mesa e pediu a minha. Pensa no medo daquele toque! - um receio que tenho comigo sempre, devido a troca de energias. Mas cedi e, de novo: meu Deus! Meu sangue parou de circular. O que era aquilo? Que energia era aquela? Eu estava doida, carente, e não sabia? Mas mantive o controle.
Minhas armaduras começaram a cair, pedaço por pedaço, e eu não estava preparada para aquilo. Nem queria. Também não queria que nada daquilo acabasse, não queria ir embora nem que ela fosse... Queria só que o tempo parasse.
Mas a hora de ir chegou... Já tinha anoitecido, a cafeteria ia fechar e, imagina se tomasse mais café, como ficaria a ansiedade...
Fomos pro ponto de ônibus e ela ficou parada na minha frente olhando os ônibus que passavam, esperando o que ela pegaria pra ir pra casa. Eu respirei N vezes até conseguir soltar um halter de 200kg: eu te pediria um beijo. Aquilo foi como aumentar a carga de peso nas máquinas da academia, porque eu queria mesmo aquele beijo, e não tinha a menor coragem de falar. E se ela dissesse que não? Mas ela aceitou. E ficamos iguais a adolescentes, pensando e procurando em que canto da rua aquilo podia acontecer, e minha mente já estava sabotando; ela poderia achar aquilo muito idiota. Porque realmente, né... Procurar um lugar menos movimentado pra beijar na boca!!! 
Mas achamos e o beijo aconteceu... Pqp! Que beijo! Que beijo!!!!! 
Pronto: Minha reputação foi toda embora mesmo. 
Ela sorriu enquanto me beijava, mordeu meu lábio... Eu senti seu cheiro e seu corpo junto do meu... Eu me perdi. Não queria parar, não queria soltá-la.
Quando ela foi embora, eu fiquei encostada no ponto de ônibus e só falei: Zé, eu quero essa mulher.
E assim começou a história que eu não imaginei ser possível. Assim começou o melhor que o universo podia me dar. 
Sei que toda história tem um final, mas que, nessa aqui, o universo seja generoso comigo mais uma vez: que leve uma vida inteira. Porque desse amor, eu só quero muito mais. Quero tudo.
16/05/2024
Monique Oliveira

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