Prévia do material em texto
Inicialmente, na Idade Média, a lenda era utilizada para relatar a vida dos santos e mártires da Igreja Católica. A primeira coletânea publicada nesse sentido denominava-se Legenda sanctorum. Assim, a utilização primeira do gênero já pressupunha, desde o início, uma imitação – as hagiografias deviam ser lidas para que as virtudes dos heróis religiosos fossem imitadas. A lenda pode ser encarada também como um fato historicamente não comprovado, como as histórias do Rei Artur e os Cavaleiros da Távola Redonda, ou ainda Carlos Magno e os Dozes Pares de França. Nesses casos, “a verdade [dos fatos] se perde no correr do tempo, de molde a substituir apenas a versão folclórica dos acontecimentos” (MOISÉS, 1999: 305). Outra conotação assumida por esse tipo de narrativa é a de “história que apresenta uma explicação, um exemplo” – é o caso das lendas indígenas. De uma forma geral, as lendas procuram transmitir a sabedoria de uma comunidade na interpretação de determinados fenômenos, daí sua aproximação com os mitos. Mito O mito pode ser conceituado como narrativa simbólica referente aos deuses. Assim sendo, nele está inserida uma concepção religiosa que tenta explicar a origem das coisas, tal como acontece na explicação da formação da humanidade por meio do mito de Pandora. De origem popular e aceitação coletiva, os mitos representam metáforas que servem como paradigmas para o comportamento humano. Assim, em Eros e Psique tem-se a busca do amor; em Dionísio, a busca da libertação; em Narciso, a análise do amor próprio; em Ártemis, a simbologia da força e da determinação; em Palas Atena, a representação da inteligência, etc. As características básicas do mito podem ser listadas da seguinte maneira: Autor não identificado. Tempo indeterminado (tudo acontece a muito tempo atrás). Materializa-se, principalmente, sob a forma literária. É dinâmico, desenvolve-se e atualiza-se. Seus personagens não envelhecem, representam valores eternos. Crônica Etimologicamente, crônica vem do grego “kronos”, que significa tempo. Assim, ela implica no conceito de “registro de acontecimento num tempo e num espaço determinados” (MOISÉS, 1999: 123). 10