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Além dos semas, tais como definidos acima, Pottier lidou com classema que “põe o semema em relação com classes semânticas funcionais de distribuição pertencentes à langue mas selecionados no interior de frases” (LOPES, s.d., p. 271). O classema é, pois, um sema relativo à classe. Assim um verbo como comer seleciona um SN sujeito de traço (+ animado) e ler seleciona um SN sujeito (+ humano). Pottier também distingue os semas conotativos, os virtuemas, que “caracterizam de uma maneira estável e muitas vezes individual a significação de um signo” (POTTIER, 1978, p. 30). O autor nos fornece pistas, mesmo que limitadas, sobre o virtuema, este elemento "que é patente na memória associativa do falante e cuja atualização está ligada aos fatores variáveis das circunstâncias de comunicação" (1978, p. 74). Exemplificando: Exemplo 1 As conotações espontâneas (que não são definidas). Dá como exemplo de um nome de animal aplicado a um ser humano metaforicamente: ser um cavalo = “ser grosseiro”; outro exemplo é a associação dos números com conceitos: treze = “azar”, vinte e quatro = “afeminado”. Um outro exemplo decorre de contextos discursivos como em ele é belo, mas inteligente: a beleza é associada à ausência de dotes intelectuais. Exemplo 2 As conotações contextuais (não definidas). O autor exemplifica com a frase ladrões visitaram o Museu de Curitiba, em que visitar ganha o traço semântico adicional de “intenção de roubar”. O traço “percorrer para ver” se articula com o anterior, já que a finalidade da visita não é apreciação estética que se pode ver em os turistas visitaram o Museu de Curitiba. Exemplo 3 As conotações analógicas, que decorrem de comparações socioculturalmente estabelecidas: mais branco que a neve, mais feliz que um Rei. Feitas as considerações acima, apresentamos a súmula da proposta de Pottier: ATIVIDADE DE PORTFÓLIO Comente os pares sinonímicos abaixo conforme os parâmetros estudados. Clique aqui (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) para ler a atividade de portfólio. REFERÊNCIAS GECKELER, H. Semântica estructural y teoria del campo léxico. Madrid: Gredos, 1984. POTTIER, B. Lingüística geral: teoria e descrição. Rio de Janeiro: Presença, 1978. _____. Sémantique générale. Paris: Presses Universitaires de France, 1992. VILELA, M. Estruturas léxicas do português. Coimba: Almedina, 1994. 24