Buscar

Café com Leite ou Café com Política

Prévia do material em texto

Café com Leite ou Café com Política 
Durante muito tempo se acreditou que a aliança entre São Paulo (grande produtor de café) e Minas Gerais ( grande produtor de leite) , os estados mais ricos e populosos na época , teria permitido ás oligarquias desses dois estados o controle exclusivo do poder na Primeira República, estudos recentes mostram , no entanto, que não foi bem assim.
CAFÉ COM POLITICA
Análises recentes das sucessões presidenciais na Primeira República ( 1889 – 190) mostram a famosa aliança entre Minas gerias e São Paulo , chamada de politica do “ café com leite” , não controlou de forma exclusiva o regime republicano .Havia outros quatro estados , pelo menos, com acentuada importância no cenário politico :Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro , Bahia e Pernambuco .Os seis, para garantirem a hegemonia , possuíam uma forte economia e(ou) uma elite politica, bem representada no Parlamento. E, juntos ou separados , participaram ativamente de tosas as sucessões presidenciais ocorridas no período.
O poder de Minas Gerais nesse período é explicado não pele a força econômica do gado de leite, mas pela a sua projeção garantida pela bancada de 37 deputados, a maior do país. E a influência de Minas, também derivada da forte cafeicultura , já que foi o segundo maior produtor de café do Brasil até o final da década de 1920, sendo responsável por 20% em média. A expressão mais adequada para a pressuposta aliança Minas Gerais-São Paulo seria, então, “café com café “ e não “café com leite”.
Na Primeira República , o café continuou as exportações brasileiras .Animados com o lucros obtidos com as vendas de café para os Estados Unidos e a Europa , os cafeicultores brasileiros investiam em novas plantações .Com isso , em pouco tempo, o Brasil passou a produzir muito mais café que a quantidade que os países estrangeiros estavam interessados em comprar; assim , milhões de sacas de café ficaram estocadas nos armazéns brasileiros .Acompanhe na tabela a seguir a evolução do preço do café entre 1893 e 1899.
Preço da saca de 60Kg (1893 – 1899)
1893 - 4,09 libras
1896 - 2,91 libras 
1899 - 1,48 libras
Mas, apesar disso, os cafeicultores continuaram aumentando sua produção; em 1905 , o excedente de café nos armazéns brasileiros era de aproximadamente 11 milhões de sacas. 
 O CONVÊNCIO DE TAUBATÉ
Preocupados com a queda de seus lucros, os cafeicultores pediram ajuda ao governo. Os governantes dos estados de São Paulo , Minas Gerais e Rio de Janeiro , os Três maiores produtores de café , responderam assinando o Convênio de Taubaté , em 1906.Com o acordo , os governos desses estados comprometiam-se a comprar e armazenas as sacas de café excedentes , por meio de empréstimos obtidos no exterior.
 A compra do café excedente regulava a oferta e forçava a valorização do produto brasileiro no exterior. Essa politica atendia aos interesses dos cafeicultores. Diante do apoio recebido, muitos cafeicultores continuaram investindo em cafezais. Parte deles, porém procurou diversificar seus investimentos , aplicando capitais também em indústrias.
Além do café, a borracha , o algodão , carnes e o cacau também se destacaram entre os produtos agrícolas exportados pelo o Brasil durante a Primeira República.
A BORRACHA DA AMAZÔNIA
Com a aceleração da industrialização na Europa e nos Estados Unidos na segunda metade do século XIX, surgiram novos tipos de indústrias , como a automobilística , a de bicicletas e a de pneus. A borracha , matéria-prima essencial para essas industrias passou então a ser muito cobiçada no exterior , e o grande vale amazônico , o habitat da seringueira , ganhou uma importância jamais vista.
Em busca de um trabalho , um grande número de nordestinos migrou ara a Amazônia .Muitos deles eram cearenses e fugiam da seca que castigava o Ceara periodicamente .Esses trabalhadores , o seringueiros , moradores de cabanas rústicas na beira dos rios , andavam muitos quilômetros todos os dias para extrair o látex , com o qual faziam as bolas de borracha que seriam vendidas para o exterior .Eles recebiam muito pouco pelo o seu trabalho .Já os seringalistas e os envolvidos no comércio da borracha amazônica enriqueceram.
No Brasil, o esplendor da economia gomífera ocorrei entre 1898 e 1910 , quando a borracha correspondeu a 25,7% do valor das exportações brasileiras , ficando atrás apenas do café . Durante esses anos, a borracha enriqueceu as elites dos estados do Pará e do Amazonas e os empresários europeus e estadunidenses, que obtinham a borracha a preços relativamente baixos e vendiam em território brasileiro os produtos industrializados.
CACAU
Durante o auge da economia da borracha , o cacau plantado no sul da Bahia tornou-se importante produto nacional e a principal mercadoria da economia baiana. Usado principalmente para fazer chocolate, o fruto do cacaueiro se mostrou bastante lucrativo e fez a fortuna de muitas famílias de coronéis do interior baiano. O escritor Jorge Amado criou e imortalizou personagens, baseados nas histórias da região cacaueira, como Sinhô Badaró e Juca Badaró, na obra Terras do sem-fim, publicada em 1943.
A DIVERSIFICAÇÃO ECONÔMICA 
Enquanto isso , no Rio Grande do Sul, os imigrantes instalados na serra gaúcha (nordeste do estado) plantavam arroz, milho, feijão e fumo para consumo e para o mercado interno.
Nas cidades gaúchas , eram fundadas fábricas de tecidos e de bebidas (especialmente vinho ).O Rio Grande do Sul , portanto , se desenvolveu produzindo para o mercado interno.

Mais conteúdos dessa disciplina